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14 | Tombée

Oi, meus faccionários!! Que saudades de vocês!! Estão bem?

Ai, sério, amo postar usfdb, é uma paz... mto mesmo, espero que seja pacífico ler

Ah, conheceremos uma ~pessoa~ nova, hein!

Boa leitura e não se esqueçam de votar!

#EstrelandoOCoadjuvante

»»🩰««

Jungkook encarava o próprio reflexo tênue na porta de vidro de uma das geladeiras da loja que limpava quando finalmente entendeu por que Sr. Won o olhara estranho quando chegou ao trabalho. Apesar das instruções claras e cuidadosas de Jimin quanto a melhor forma de usar os lenços demaquilantes e de sua insistência em contar que os olhos eram a parte mais difícil de tirar a maquiagem, Jungkook, apressado, removeu só o grosso na pressa e correu para a loja.

Antes, quando acabara de limpar, jurava não haver sobrado nem um traço dos produtos, mas agora que sua imagem como Jey já estava distante, conseguia perceber que os olhos permaneciam um pouco esfumados de sombra. Pelo menos, a maquiagem que Jimin fazia era bonita mesmo pela metade, como estava no momento.

Logo depois, arrumou as prateleiras, estranhamente ansioso porque para ele era uma sexta como todas as outras, tirando o fato de que não tinha a presença de Jimin; este fora para casa arrumar-se para a festa após a segunda aula de balé. Mas Jungkook não estava ansioso por ele mesmo, sabia disso, e sim pelo Jimin. Torcia muito pelo amigo.

Seu coração acelerou assim que sentiu seu celular vibrar no bolso e o buscou afoito, prendeu a respiração ao ver que, de fato, era uma mensagem de Jimin. Um sorriso veio no automático enquanto baixava a foto.

E lá estava Jimin, refletido no espelho de seu quarto, usado para capturar sua imagem pelo celular com a capinha brilhosa segurado pelas unhas igualmente enfeitadas. Vestia um cropped rosa claro, com o tecido delicado e mangas longas e bufantes. Por baixo, uma calça de vinil preta que marcava perfeitamente a cintura fina, acompanhada das já conhecidas plataformas.

Assim como a roupa, a maquiagem era uma combinação de delicadeza e rebeldia. Os olhos eram cobertos por uma sombra furta-cor cintilante, acompanhada por um delineado fino e pedrinhas grudadas. Mas os lábios, por outro lado... estavam cobertos por um batom preto matte. Jungkook não se lembrava de ter visto Jimin usando algo diferente de gloss, mas a boca farta continuava linda. Seria um belo beijo.


Park Jimin 🍓 [19:16]

[foto]

Às vezes fico abismado com minha própria beleza

Aprecie com moderação, gracinha

E sua musiquinha também, não posso esquecer

[link]


Gracinha 🩰 [19:17]

tá lindo demais mesmo!!!

eu q tenho q te mandar uma musiquinha pra combinar

[link]


Park Jimin🍓 [19:17]

O que é isso?


Gracinha 🩰 [19:17]

uma das músicas de um ballet de repertório chamado Coppelia

é sobre uma boneca

vc tá tão perfeitinho q parece uma


Park Jimin 🍓[19:18]

>>Sou<< tão perfeitinho que pareço uma*


Gracinha 🩰 [19:18]

kkkkkkkkkkkkk tbm!

esse batom deu super certo, to torcendo aqui pelo beijo gótico 🥳


Park Jimin 🍓 [19:18]

Ridículo!!!


Gracinha 🩰 [19:18]

só falei a verdade!!! tá mto mto lindo mesmo

espero q vc se divirta na festa

e beije mto

e desmaie o hoseok com sua beleza


Park Jimin 🍓 [19:19]

Se ele desmaiar, a gente não vai poder beijar...


Gracinha 🩰 [19:19]

q ele desmaie dps do beijo então

to torcendo de qualquer jeito

[foto]


Jimin, com as bochechas já coradas pelos elogios, caiu em uma gargalhada gostosa ao receber uma selfie do Jungkook no trabalho, assoprando uma língua-de-sogra assim como o emoji que enviara. Não sabia que a loja vendia aquele tipo de produto, mas adorou a gracinha que Jungkook fez. Sentiu-se quentinho por dentro e as gargalhadas derreteram um pouco aquele nervosismo ruim que tornara sua vida um inferno na hora de fazer o delineado com as mãos tremendo.


Park Jimin 🍓 [19:21]

Obrigado, gracinha.

Amanhã eu te atualizo das fofocas.


Gracinha 🩰 [19:21]

no hortifruti às 08:00?


Park Jimin 🍓 [19:21]

Acho que não, mamãe vai viajar por causa do trabalho, e papai, que não é bobo, quer aproveitar para dar um rolê às custas da empresa dela, aí eles não vão estar por aqui

E se eu chegar tarde, devo dormir até tarde também.

Te mando uma mensagem amanhã quando acordar, pode ser?


Gracinha 🩰 [19:22]

óbvio

n se preocupa com isso

vc só tem que ter UMA meta agr

beijo BEIJO BEIJO


Park Jimin 🍓 [19:22]

Você é um bobo, gracinha!

Tô indo lá então.

Até amanhã 💕


Gracinha 🩰 [19:22]

até amanhã

beijo gótico pra vc

🖤👄🖤


Jimin caiu no riso mais uma vez antes de guardar o celular para dentro da calça e ir até o espelho do seu quarto, verificando sua aparência mais uma vez. Ele gostava do que via e sabia que os elogios de Jungkook não eram mentira, mas e Hoseok? Será que ele mudara durante aquele tempo que estiveram sem contato? Será que acharia estranho?

Sem querer ceder às suas inseguranças, agachou para guardar o tanto de maquiagem espalhadas nas almofadas que colocava na frente do espelho, para sentar na hora de se maquiar. Logo levantou-se, alto, confiante e empertigado nas plataformas, como sempre deveria ser. Bem, não que normalmente andasse com as plataformas pela casa, só as calçara para mandar foto do look completo para Jungkook, mas... isso era mero detalhe.

Botou um sorriso no rosto e desceu as escadas, encontrando os pais cozinhando o jantar. Sua boca, como sempre, aguou com o aroma.

— Você tá tão lindo, Minnie... — Jina suspirou e lavou as mãos na pia para ir até seu filho, doida de vontade de mimá-lo.

— Não vai jantar primeiro, filho? — Bongcha perguntou, e Jimin negou com a cabeça. Estava ansioso demais, não queria esperar a comida sair, nem mantê-la na barriga com tanto nervosismo; o coração parecia prestes a fugir do peito. — Tudo bem, vou guardar sua parte na geladeira pra você comer quando voltar, se ficar com fome.

— Obrigado... — Agradeceu enquanto mergulhava no abraço de sua mãe, tomando cuidado para não borrar sua maquiagem. Bongcha sorriu da cozinha ao observar os dois, suas pessoas mais preciosas. Amava-os muito.

— Divirta-se, amor — Jina desejou, depositando com dificuldade um beijo no topo da cabeça dele, mais alto do que de costume devido às plataformas. — Manda um beijo pro Hoseok também.

Jimin corou por um momento ao lembrar que ele não queria mandar um beijo para o Hoseok e sim dar um beijo nele também. Na boca. O que será que seus pais achariam? Foram amigos de infância...

Terminou de despedir-se e saiu de casa, respirando fundo ao sentir o ventinho fresco da noite tocar suas bochechas quentes de timidez. Começou a caminhar, Hoseok sempre morou relativamente perto, o que ajudava na época que tinham uma amizade. Viviam na casa um do outro.

Suspirou saudosamente ao fazer o caminho que por muito tempo foi tão natural. Estava nervoso, claro, amedrontado com a possibilidade de dar tudo errado. Não bastava o jeito ridículo que se afastou de Hoseok, o que dificultava muito na hora de encará-lo de frente, como também sabia que estaria em um ambiente com pessoas... E em um ambiente não hostil, em teoria. Não sabia atuar em um cenário daqueles. Era um homem de um papel só.

Todo lugar fora da porta de sua casa era um campo de batalha desde que decidira acatar os desejos do próprio coração. A escola era o lugar mais difícil de todos, mas não deixava sua expressão titubear nem quando estava na rua ou até mesmo nos treinos de kung-fu. Até no kung-fu... Desde criancinha era o aluno favorito de seu mestre, porém não foi fácil ser aceito por um homem tão idoso e tradicional quando apareceu com os fios e unhas rosas. Se não fosse um aluno tão respeitável, teria sido expulso.

Jimin detestava por completo a forma que qualquer traço de feminilidade era considerado fraco e inferior, independentemente do gênero que o performava. Por um momento, quis sair ele mesmo do kung-fu, porque não queria estar em um lugar que não o aceitava, que começou a vê-lo com outros olhos por causa de uma mudança que deveria ser banal; uma mudança que não deveria ser de interesse de ninguém além do dele.

Mas foi por esse mesmo motivo que continuou, porque sabia que era bom, que era forte e que ninguém poderia lhe dizer o contrário. E provaria a todo segundo. Não sabia até que ponto aguentaria ter de fazer tudo melhor do que todos para provar seu lugar e seu valor. Contudo, enquanto ficasse de pé, seria de cabeça erguida. E torcia, bem no fundo, de que alguém como ele fosse normalizado aos poucos por causa desse sacrifício. Não era todo mundo que tinha de onde tirar forças para lutar que nem ele.

Sua fé era tímida, porém alimentava-se aos poucos com pequenos fragmentos de normalidade que conseguia coletar. Em como seu mestre voltara a tratá-lo com respeito, assim como os outros alunos. Como no dia em que fora ao treino com presilhas decoradas nos cabelos e ninguém ligara. Em como até mesmo um garoto apagado e desconhecido como Jungkook nunca o olhara torto, apenas com aquele brilho de esperança tímida em ter um espaço de expressão e fala refletido nas íris chocolate.

Sorriu ao lembrar de Jungkook e apertou o passo para a festa, porque o novo amigo também o dava forças para lutar. E, dessa vez, seria pelos seus sentimentos mais sinceros, que tanto tentara soterrar junto à sua fragilidade e vulnerabilidade.

A casa de Hoseok continuava a mesma. O jardim da frente era cheio de gnomos de diferentes tipos, a maioria até mesmo assustadora, que fazia parte de uma coleção quase de mau-gosto da mãe dele. Desde o lado de fora, era possível observar a geometria engraçada dos cômodos — nunca quadrados —, porque seu pai era um arquiteto excêntrico.

— Faz tempo que não te vejo, Chucky — cumprimentou o gnomo que achava o mais horroroso de todos, quase uma versão de jardim e com chapéu pontudo do boneco assassino. Tinha um sorriso horripilante e ficava bem ao lado da porta, quase como se fosse de propósito. — Você continua assustador, percebo.

E, sob o olhar do Chucky, bateu na porta. Conseguia ouvir através dela um barulho alto de música e de conversas, que o engoliu assim que ela foi aberta. Jimin não sabia se tinha quase entrado em choque por causa do som ou por finalmente ver Hoseok ali, bem na sua frente.

Um suspiro involuntário deixou seus lábios, porque o aniversariante também parecia o mesmo. Meio magricela, com uma blusa colorida acompanhando shorts e sandálias. Até mesmo aquele sorriso tão característico com formato de coração, lindo e regado de uma gentileza inacreditável que Jimin achou que nunca mais receberia, estava lá.

— Minnie! Não acredito que você veio dessa vez! — Ele sorriu, como se Jimin não tivesse fugido dele durante os últimos anos. Mas bem... mesmo depois de todo aquele tempo separados, Hoseok ainda o convidava para seu aniversário. Religiosamente. E dava parabéns quando era o seu também.

— Feliz aniversário, Hobi... — Jimin testou timidamente o apelido e quase não viu a reação radiante de Hoseok tamanha a necessidade que sentia de desviar o olhar de tanta vergonha. Ergueu a sacolinha de papel pardo que trazia entre os dedos, esta foi recebida junto a um novo sorriso.

— Mais feliz agora que você tá aqui também! — Abriu passagem para que Jimin entrasse em sua casa, fechando a porta logo depois e guardando com cuidado seu presente junto a outros que repousavam em uma mesinha que devia ter sido colocada ali justamente para a ocasião. Jimin não se lembrava dela.

Jimin olhou ao redor rapidamente e a quantidade de pessoas e embrulhos coloridos na mesinha deixava um fato inegável: Hoseok era muito popular.

Só esperava não atrapalhar a popularidade dele. Será que era mesmo uma boa ideia ter vindo à festa? Seria mais garantido se tentasse voltar o contato só depois da formatura e... não adiantava pensar demais.

— As coisas não mudaram desde a última vez que você veio aqui. — Hoseok riu e caminhou pela casa com Jimin ao seu lado. — O banheiro é o de sempre, e pode ficar à vontade pra pegar alguma bebida na geladeira. Pode usar um copo de vidro também, mas não deixa ninguém ver! Minha mãe só deixou eu oferecer copos de plásticos pro resto.

— Ah, sim... — Jimin não sabia muito bem o que dizer. Não esperava tal recepção, de verdade. Sempre esperou que Hoseok brigasse com ele, falasse que o convite era uma pegadinha ou ao menos questionasse seu afastamento... Mas ele ainda era o de sempre. Ainda era o cara simpático e gentil que continuou ao seu lado mesmo no pior momento. Quis chorar.

Logo desviou o olhar para a festa em uma tentativa de não pensar demais sobre o assunto. Hoseok bem disse que a casa continuava a mesma, mas a decoração estava diferente. As luzes principais estavam desligadas e, em seu lugar, o que iluminava o ambiente era uma espécie de laser de luzes coloridas que dava uma certa tontura. Parecia até aquelas festinhas universitárias de filme americano, tirando o fato da sala ser circular e o banheiro hexagonal. Uma família estranha vivia ali.

Várias pessoas dançavam na sala, mas percebeu que tinha um grupinho relativamente grande no quintal de trás também, conversando longe da música. Logo vários gritos de "a porta, Hobi" soaram entre os convidados até chegar nos ouvidos de Hoseok que, com um sorriso amarelo, foi atender a porta. Até que o sistema funcionava bem melhor do que uma campainha mesmo.

Como tinha sido tratado com naturalidade, Jimin tentou agir com naturalidade mesmo que começasse sentir que atraía mais olhares do que seria normal. Foi até o armário da cozinha e pegou um copo que tinha um elefantinho estampado, que vivia usando, antes de ir até a geladeira e perceber que ainda tinha um jarro cheio do clássico suco de caju da mãe do Hoseok. Tantas coisas eram tão familiares... Jimin queimou de saudades.

A fim de fugir dos olhares que começavam a incomodar na sala, resolveu tentar a sorte no quintal de trás. Suspirou novamente, porque ele e Hoseok viviam brincando lá. No balanço de pneu que tinham pendurado com ajuda dos pais deles... na grama, indo desde luta — no caso do Jimin —, até dança — no caso do Hoseok.

— Hm... Copo de vidro? — Uma voz chamou sua atenção assim que pisou no gramado e atestou a diferença de temperatura de dentro para fora da casa.

Jimin virou o rosto e deu de cara com um cara pequeno e magricela, encostado logo ao lado da porta que dava para os fundos e com uma expressão de tédio estampada no rosto. Observou curioso os cabelos cinza e uma grande quantidade de piercings espalhados pelo rosto, coisa incomum em Busan.

Porém, a parte mais chocante de todas foi ver que ele também tinha um copo de vidro em mãos.

— Pois é... — murmurou, encarando o próprio copo em mãos, sem saber muito bem o que fazer nem o que falar. Toda aquela sua confiança quase petulante que trazia respostas ágeis à ponta de sua língua minguara. Não queria prejudicar Hoseok e era como estar caminhando em um campo minado.

— Jurei que o copo de vidro era um voto de confiança, mas agora parece um sinalizador de aberração — o garoto falou em um tom frio, mesmo que parecesse uma piada. — O de elefantinho ainda por cima. A tia Jung deve gostar muito mesmo de você.

— Digamos que ela só está acostumada comigo.

— Ah, então você que deve ser o Jimin... — concluiu com a voz neutra, e Jimin arregalou os olhos, surpreso. Estava certo de que nunca vira aquele cara na vida, então por que era conhecido por ele?

— E você é?

— Min Yoongi. Imagino que você não me conheça mesmo, sou da cidade vizinha. Não apareço muito por aqui.

— Então por que você me conhece? — questionou de volta, fitando o companheiro de copo de vidro com mais atenção. Ele tinha muitos piercings mesmo. Um na sobrancelha, na ponte do nariz, um de argola no septo e outro na narina. Emoldurando a boca fina tinha um angel bites, dois piercing acima dos lábios, um em cada ponta e, ao lado, um em cada covinha das suas bochechas. Perdeu a conta de quantos deveriam ter nas orelhas também, mas o que mais chamou a atenção foi um industrial que a atravessava, achou muito bonito. Jimin refletiu por um momento se ele passava pelo detector de metais, mas era uma pergunta boba e recriminou-se por tê-la pensado.

— O Hobi e os tios Jung volta e meia falam de você. — Deu de ombros. — Te achei um cuzão por ter sumido, mas agora acho que entendi um pouco.

— Entendeu eles falarem de mim ou meu sumiço? — Jimin devolveu, erguendo o queixo, a cada momento mais encurralado. Yoongi riu curto ao ver sua expressão de desafio.

— Os dois. Você tem essa cara de florzinha, mas acho que também não é flor que os outros queiram cheirar, que nem eu. Mas isso não vem ao caso. — Olhou para outra direção, como se a conversa não fosse mais interessante.

— Pois bem, receio que eu não tenha que me apresentar então — Jimin falou em um tom frio e empertigou-se ainda mais nas plataformas, apoiando uma das mãos no seu quadril. Tirando o copo de elefantinho cheio de suco de caju, pareceria ameaçador, e os outros convidados da festa que estavam no quintal temeram por Yoongi. Quase. Também achavam aquele outro cara muito assustador. Hoseok foi obrigado a convidá-los? — Mas não sei quem é você.

— Sabe. Sou o Min Yoongi.

— Não é isso que eu quero saber.

— Faça a pergunta certa então — disse, devolvendo a expressão de desafio. — Ouvi dizer que você é um cara inteligente, mas não sabe nem fazer perguntas. Que decepção.

— De onde você é?

— Da cidade vizinha.

Jimin bufou, percebendo que, de fato, teria que ser muito específico. E detestava ser alvo de entretenimento dele, que o obrigava a falar as coisas do jeito mais difícil e vergonhoso. Parecia Jungkook. Só que Jungkook fazia com que se expusesse ao dizer suas próprias verdades puras primeiro, o que trazia uma certa calma. Naquele momento, Jimin tentava controlar o nervosismo.

— De onde você conhece o Hobi?

— Faço aulas de música no mesmo instituto que ele faz aulas de dança, lá na minha cidade.

— Que instrumento você toca? — Jimin arregalou os olhos assim que terminou sua pergunta, xingando-se internamente. Decerto, andar com Jungkook estava lhe fazendo mal, condicionando-o àquele tipo de questionamento curioso... Droga. Não queria dar margens, nem mostrar fendas em sua armadura. Mas aquele infeliz do Yoongi percebeu e riu baixo, quase sarcástico.

— Piano. Não combina com um cara como eu, certo? — Terminou de tomar seu suco e cruzou os braços.

— Que eu saiba, não existem pré-requisitos de aparência para tocar piano — resmungou, incapaz de dar alguma outra resposta. Aquele Yoongi riu de novo, parecendo divertir-se muito com a conversa. — E por que você tem um copo de vidro também?

— Venho aqui com frequência, a tia Jung gosta de mim.

— E por que você vem tanto?

— Porque o Hobi me convida bastante.

— E por que ele te convida tanto? — Seu tom de voz era firme, quase petulante, porém toda sua confiança titubeou quando o outro pressionou os lábios um contra o outro em vez de dar a resposta diretamente. Aparentemente, tinha chegado ao cerne da questão, que nem ao menos percebera existir.

— Porque eu sou o namorado dele... — murmurou depois de um tempo, verificando os arredores antes. Jimin arregalou os olhos maquiados e, por um momento, jurou que seu coração parara de bater. Porém, respirou fundo e manteve-se firme. Ele sempre continuava firme. Não seria diferente daquela vez.

— E isso é um segredo? — Não foi difícil notar o quanto Yoongi tentara desviar da pergunta certa e a apreensão dele em dizer perto dos outros.

— Se dependesse do Hobi, não. Mas finjo que não quero assumir por motivos pessoais.

— Por que você está me contando isso? — Jimin perguntou, nervoso com aquelas informações. Confuso em recebê-las. Elas pareciam tão pessoais e tão... Droga.

— Não sei.

— E por que você não quer assumir?

— Você entende, não entende? — Yoongi, que afastava o olhar até então, encarou Jimin diretamente. Ambos titubearam. — Talvez essa seja a resposta da última pergunta também.

Um arrepio tomou seu corpo e teve que morder os lábios cobertos de preto para se conter. Porque quanto mais observava Yoongi, mais o ouvia; mais enxergava-se ali. Eram deslocados e, acima de tudo, uma ameaça à vida tranquila e cheia de amigos do Hoseok.

E Jimin, por um momento, invejou Yoongi. Ele não tinha coragem de assumir seu namoro, o que era de fato miserável, mas pelo menos conseguia estar próximo do Hoseok. Jimin queria ser de outra cidade também, para poder continuar próximo do melhor amigo de infância sem minguar suas amizades na escola, sem prejudicá-lo na visão dos professores.

— Entendo. Yoongi... preciso te falar uma coisa.

— Manda, já falei demais mesmo. — Seus braços mantinham-se cruzados e o tom de voz seco. Mesmo assim, Jimin sentia-se tão próximo e conectado a ele que doía. E eles se conheciam nem há quinze minutos.

— Eu sou apaixonado pelo Hoseok e vim aqui contar isso a ele. — A frase saiu tão fácil que Jungkook provavelmente ficaria chateado em ter passado tanto tempo tentando escavar aquelas simples confissões. Mentira. Jimin sabia que seu pensamento era uma mentira. Jungkook ficaria orgulhoso dele.

— Então você não precisa me falar nada, precisa falar pro Hobi. — A expressão do Yoongi permanecia inalterada. — Não entendi.

— Mas ele é seu namorado.

— Meu namorado, não minha propriedade. Você é amigo de infância dele e quer contar para ele. Por que você acha que deve alguma coisa pra um cara que você mal conhece que nem eu?

— Isso... não te deixa incomodado? Eu falar com o Hobi?

— Sim. — Ele virou o rosto, emburrado. As palavras eram quase ininteligíveis. — Mas é por causa da minha própria insegurança, e isso não me dá o direito de fazer nada... É aquilo... é entre ele e você. Se em algum momento essa questão virar entre eu e ele, aí eu falo alguma coisa. Até lá, só me resta esperar.

— Que maduro... — Jimin murmurou. Sua armadura tinha sido desmontada há tempos, mas nem percebeu. Felizmente, Yoongi não se aproveitava da brecha. — Queria ser maduro assim, só soube correr quando foi minha vez.

— Não sei se eu falaria isso tudo para mais alguém, Jimin — ele confessou baixinho, desviando o olhar mais uma vez. — A gente não se conhece direito, mas... mas eu sinto que te entendo. Tipo, sinto que a gente é tão parecido que quando eu vejo, já tô me colocando no seu lugar, porque é só dar um passinho pro lado. E aí, eu sinto pena, porque eu estaria bem triste no seu lugar.

— Não preciso da sua pena.

Ergueu o queixo em desafio. Cruzou com força os braços. Armadura.

— Imagino que não. — Deu de ombros. — Mas tô sentindo mesmo assim. O máximo que eu posso fazer é não te contar.

— É porque você apenas conhece o lado deprimente da história. Acho que é digno de pena. Mas tenho outras coisas na minha vida que me orgulham, você só não conhece para balancear essa piedade que sente. — Expirou.

— Justo — concordou. — Você tem muita cara de quem colocaria um piercing na orelha, ficaria bem maneiro. Meu irmão mais velho é bodypiercer, se um dia quiser colocar um. E provar que não é tão digno de pena assim, claro.

— Que forma estranha de tentar uma amizade... — Jimin debochou, rindo. Como se ele mesmo não fosse igualmente problemático quanto ao assunto. Não podia deixar Jungkook descobrir. Já imaginava a risadinha doce e boba dele acompanhado por um "falou o que faz amigos por contrato".

— Não conheço melhor. — Deu de ombros de novo. Provavelmente era algum tipo de hábito. — O trampo do meu irmão é massa, tenho que divulgar.

— Quer mesmo ser amigo do cara que é apaixonado pelo seu namorado? Não parece uma boa ideia. — Acabou rindo, estranhamente leve para alguém que teve seu coração pisoteado. Sabia que as chances de ser correspondido eram quase nulas. Yoongi parecia legal e não achava que os sentimentos de Hoseok seriam superficiais, apesar da insegurança que o outro mostrara.

— Vamos fazer assim: se ele te der um pé na bunda, sinta-se à vontade pra me chamar pra marcar um horário pra gente furar essa orelha bonita sua. — Estendeu um cartão de visitas preto com uma caveira desenhada no meio. Chegava a ser clichê. — Se não, eu vou ficar triste pra caralho mesmo e não sou maduro o suficiente pra querer olhar pra você. Aí você enfia o cartão de visitas no cu.

— Prefiro só jogar no lixo mesmo, obrigado. — Os dois acabaram caindo em uma gargalhada alta, chamando a atenção dos outros convidados. Eram uma dupla muito estranha. — E ainda exige que eu seja maduro... Por que você acha que vou querer ver o namorado do cara que eu gosto e que me deu um pé na bunda?

— Sei lá, tem louco pra tudo. — O tom de voz de Yoongi ainda era seco e debochado, porém agora Jimin conseguia enxergar um reflexo brincalhão em seu olhar, finalmente em sua direção. Riu também. — Não precisa querer. Caso queira, o cartão tá aí.

Jimin concordou e, finalmente, lembrou do seu suco e tomou um gole, feliz ao ver que seu batom preto não transferiu no copo. Não lembrava que a maquiagem tinha uma qualidade tão boa.

— Tudo isso por causa de um copo de vidro... Você é o Sherlock Holmes por acaso?

— Não. Ele tocava violino, eu toco piano. — Brincou de novo. — Ei... eu sei onde os salgadinhos extra estão escondidos, quer roubar uns comigo?

Jimin respirou fundo, sem saber como sentir sobre aquela aparente amizade que desenvolvera com o namorado do cara que gostava. Talvez fosse o louco para tudo, mas o mais provável era que uma parte dele fingia ser incapaz de conectar os pontos. Estaria tudo bem enquanto Hoseok não o rejeitasse diretamente.

Mesmo assim, sabia que era quase certo. E Jimin, que estava desesperado para acabar com tudo de uma vez, decidiu esperar até depois que cortassem o bolo, a fim de não deixar a festa inteira deprimida, só o finalzinho dela. Tinha tantas expectativas de dar certo com Hoseok, sonhou tanto em beijá-lo naquela noite, imaginou tantas vezes cenas deles como um casal que a verdade era apenas uma: queria muito chorar. Muito mesmo. Mas ficaria para depois, teria que dar sorrisos por enquanto, mesmo que amarelos.

— Uhum, acho interessante eu saber onde tá a comida pra poder afogar as mágoas depois.

»»🩰««

GOSTARAM DE CONHECER O GUINHO? Ok, situação não a mais legal, né, mas mesmo assim... Queria mto saber da impressão de vcs sobre os personagens hihi 🥺 

Qual é a cena fav de vocês? A minha, é claro, é o Jungkook maior #JiminSupporter, meu amô todinhooo

Como sempre, mto mto obrigada pra quem lê, vota, comenta, surta comigo lá na #EstrelandoOCoadjuvante, e me deixa maluca de amor me marcando em looks que o Jimin usaria etc. hihi!

Beijinhos de luz e até 27/08 às 19:00!

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