10 | Allegro
OI, OI, OI, MEUS FACCIONÁRIOS!! QUE SAUDADES DE VOCÊS AAAA
TO TÃO FELIZ DE POSTAR ESSE CAP!!! ACHO QUE VOCÊS VÃO GOSTAR HIHIHI!!
Boa leitura e não se esqueçam de votar!
#EstrelandoOCoadjuvante
»»🩰««
Jungkook não soube o que responder, quase lamentando ter abordado Jimin, mas parecia tão... era tão errado fingir acreditar. Tratar como verdadeiro algo que não representava o curioso garoto de cabelos rosa, especialmente agora, que enxergava cada vez mais as brechas em seu teatro constante.
Afrouxou o abraço apenas para contemplar o rosto de Jimin, que o cobriu com as mãos assim que notou não estar mais escondido. Jungkook segurou as mãos pequenas e de unhas bem feitas com cuidado, afastando-as lentamente da face corada de choro a fim de enxugar aquelas lágrimas, assim como Jimin fez com as suas.
— Perdeu o quê? — perguntou com a voz mansa. Era quase surreal tocar as bochechas úmidas, assim como foi abraçá-lo. Jimin sempre pareceu tão inalcançável...
— Minha imagem... — Jimin fungou, tão perdido em pensamentos e melancolia que nem se afastou dos toques de Jungkook.
— Por que você acha isso?
— Porque agora você sabe...
— Tem problema? — Jungkook arriscou a tocar os fios cor de rosa e, ao não ser repelido, embrenhou os dedos suavemente. Era um toque tão diferente. — Sou só eu...
— É vergonhoso... um tanto patético também.
— Tudo bem, eu não conto pra ninguém... — Puxou Jimin para um novo abraço depois de ajeitar seu cabelo. — Igual eu sei que você não vai contar pros meus pais sobre o balé.
— Convencido... — Jimin resmungou, na vã tentativa de recuperar seu sarcasmo.
— Longe de mim... Isso é confiança em você.
— Você é idiota por confiar em mim — Jimin reclamou mais uma vez, incrédulo.
— Talvez. Só o tempo vai dizer, acho.
— Credo, pare de falar coisas assim! Quem te ensinou a dar esse tipo de resposta filosófica?
— Você. — Jungkook riu ao perceber que Jimin genuinamente não notava que era o rei das frases prontas, todas sob medida para aliviar a agonia do bailarino frustrado.
— Que droga... — reclamou uma última vez antes de aconchegar-se no abraço de Jungkook. Quando que o garoto quieto, que parecia estar sempre na palma de sua mão, transformou-se em um homem com uma presença tão calorosa e confortável? Ridículo demais. Porém não mais do que ele mesmo, que caiu em tal armadilha.
— Eu não conto sobre isso pra ninguém, tá bom? — Repetiu-se ao acariciar as costas do Jimin. — Nem mesmo pra mim. Posso fingir que não conheço esse seu lado enquanto você estiver escondendo ele, mas... mas eu quero que você saiba que vou ser um aliado quando ele precisar tomar um ar... Não dá pra aprisionar as coisas pra sempre.
— Você também aprisiona coisas? — Jimin devolveu a pergunta enquanto tentava conter a onda de felicidade que tomava seu peito, estranha e inesperada. Ouvir cada uma das palavras alheias lhe deu tanta segurança que nem sabia explicar. Jungkook suspirou, reflexivo.
— Não por vontade própria... Queria mostrar, mas elas não têm espaço para existir — respondeu e Jimin ouviu em silêncio. Apoiou a cabeça no peito de Jungkook, entrando em contato com o coração acelerado dele. O coração cheio de coisas para mostrar que agitava-se apenas em cogitar tal liberdade. De ter espaço para tudo que precisava externar, urgentemente, ou sufocaria. Eufórico. Soube que por baixo de todo aquele silêncio contido, Jungkook era extremamente intenso, assim como seu coração.
— Mostra para mim... — Jimin murmurou contra o peito de Jungkook depois de alguns minutos, tão envergonhado que torcia para que suas palavras saíssem tão abafadas que ficassem incompreensíveis. — Eu mostro para você também... mas só às vezes.
Jungkook arregalou os olhos, completamente espantado. Por mais que compreendesse que Jimin não era uma pessoa má, não imaginou que conseguiria tanta abertura. Foram só palavras. Com simples palavras, avançaram passos largos naquela relação estranha deles. Tão rápido que dava tontura.
— Isso... parece coisa de amigo. A gente é amigo então? — Jungkook perguntou com toda a sinceridade que possuía. Jimin riu baixinho, achando bobo e adorável. Jungkook, obviamente. Talvez ele mesmo também... mas só um pouco, só por ter gostado levemente da ideia de ter um amigo.
Mais recomposto, Jimin desvencilhou-se do abraço e enxugou as próprias lágrimas com as mãos. Jungkook apenas aproveitou aquela visão diferente dele, ainda bonito, ainda com sua presença forte e esmagadora de protagonista, porém gentil. Na verdade, uma conclusão dessas era óbvia: protagonistas sempre são bons moços, como que Jungkook não tinha percebido antes?
Fingindo que não estava com o rosto vermelho de tanto chorar, Jimin aproximou-se de Jungkook, tomando cuidado para não fraquejar e ser atraído para o abraço tão gostoso mais uma vez. Segurou o queixo dele, que suspirou fraquinho, percebendo a mudança de Jimin à sua imagem de sempre. Quando os dois reconheceram a troca de papéis dos Jimins que Jimin carregava, riram um pouquinho, cúmplices; uma prova tímida de que sabiam um pouco do que estava enterrado no peito alheio.
— Tem certeza que quer ser meu amigo, gracinha? Não vou pegar leve... — ameaçou, pouco convincente. Os dois riram de novo. — Ei, não ria! Estou falando sério! Vai ter que pintar as unhas dos meus pés toda semana.
— Tudo bem...
— E as das mãos também!
— Eu pinto, mas provavelmente vai ficar feio... As dos pés você consegue esconder, mas acho as das mãos arriscado.
— Então você pinta as dos pés até ter habilidade o suficiente para passar nas mãos.
— Sim, senhor.
— Jungkook, pare de concordar assim! — Jimin resmungou, com um certo remorso despontando no peito ao ter as exigências acatadas de forma tão fácil. Escorregou a mão do queixo dele para apoiá-la no peito. Jungkook tinha olhos tão gentis e parecia tão feliz... Ele mesmo estava feliz daquele jeito também? — Qual é sua parte do contrato?
— Ser amigo é algo contratual? — Riu.
— Acabei de decidir que é.
— Eu não posso pedir mais nada pra você, Jimin, você já faz demais — confessou com tanta sinceridade que as bochechas de Jimin quase ruborizaram, porém manteve-se firme. A sinceridade de Jungkook sempre foi um problema, desde o primeiro dia.
— Claro que não!
— Claro que sim... Você faz comida para mim, me disfarça para as aulas de balé, me acompanha, vai estudar comigo na loja, me ajuda a alongar... — Jungkook começou a enumerar e, como sempre, voltou a ficar espantado com o quanto Jimin fazia por ele. Provavelmente nunca ninguém fez tanto, nem os pais, nem ele mesmo.
— Credo, isso eu faço por mim, não fique metido assim. — Suas bochechas insistiam em acompanhar a cor do cabelo. A gratidão de Jungkook escorria pela sua voz, pelas palavras, pelo brilho nos olhos redondos; era uma torrente tão forte que até mesmo desestabilizava Jimin. Estava em apuros com aquela intensidade, temia se afogar. — Escolhe alguma coisa para você. Uma partida de UNO, uma hidratação no cabelo...
— Hm... — Jungkook suspirou, sem muitas ideias. Realmente achava que recebia tudo que precisava, muito além do que merecia. O que mais poderia querer? Do que sentia falta? Uma ideia passou pela sua cabeça, mas era absurda, então a desqualificou. — Acho que minha parte do contrato não tem nada.
— Que mentira, você fez uma cara de quem teve uma ideia há menos de dez segundos — observou e Jungkook corou por ser tão óbvio.
— Deixa isso pra lá...
— É um contrato, Jungkook, ao contrário da chantagem, ele tem que ser igualitário.
— Chantagem, contratos... Você só conversa assim com as pessoas?
— Jungkook, pare de tentar desviar a conversa! — Jimin riu. Uma risada que soava como música clássica. Alegre como Mozart. — O que você pensou? Não precisa ter vergonha de falar comigo, a gente meio que tá virando amigo, lembra?
— Posso pedir abraços? — Jungkook finalmente falou, envergonhado. Jimin corou junto. — Eu juro que é só um pouquinho, só quando eu estiver me sentindo muito mal mesmo e...
Jungkook foi interrompido por um dos abraços que tanto queria. Jimin apertou o corpo maior com força, tentando acalmar as batidas angustiadas de seu coração. Quanto carinho faltava na vida de Jungkook para ele pensar, de todas as coisas, em um abraço? Como alguém negava um abraço tão quentinho e gentil quanto o do Jungkook?
— Pode pedir quantos você quiser. — Seu tom de voz era vacilante, porém os braços firmes. — Está oficialmente no contrato. São infinitos, então não usufrua sua parte só quando estiver triste, tudo bem? Às vezes a gente pode querer abraços quando se está feliz. Ou simplesmente sem motivo. Abraços são bons.
— Você também gosta? — Jungkook abraçou de volta, ávido de presença, sentindo Jimin assentir com a cabeça em resposta à sua pergunta. — Você tem pessoas que te abracem desse jeito?
— Meus pais... — Por mais que não pudesse buscar outras formas de apoio, até porque seu único amigo até então, Taehyung, não era muito chegado em toques, nem tão próximo, Jimin ainda tinha uma família lá para ele. Sempre soube da importância daquela segurança, porém a consciência agora aumentava.
— Eles são muito legais mesmo.
— Sim... Acho que eles vão ficar felizes em saber que eu tenho um novo amigo. Contrato firmado, certo? — Afastou-se para encarar Jungkook melhor.
— Certo. — O sorriso de Jungkook quase rasgava seu rosto, não se lembrava de ter ficado tão feliz na vida. Gostava até demais da ideia de ter um amigo. Flutuava, e foi tudo tão inesperado. Nunca imaginou que o dia teria um ato final tão grandioso.
— Tire essa expressão de bobo da cara, gracinha... — Jimin resmungou, apesar de estar tão feliz quanto ele.
— Desculpa... É que eu acho que você é meu primeiro amigo... — murmurou, envergonhado.
Jimin suspirou, abalado com a vida que Jungkook vivia e o acolheu em outro abraço dos infinitos que prometeu, puxando-o logo depois para sentar-se na frente da escrivaninha. Estavam sentados que nem antes, mas o clima era completamente diferente: acolhedor, porque viraram amigos. Não precisavam esconder nada.
— Vem, gracinha, vamos estudar. Temos que garantir suas horas de sono durante a aula... — Jimin comentou, embrenhando as unhas longas no cabelo longo e solto de Jungkook no automático. Tirou uma das presilhas que usava no próprio cabelo para prender a franja dele, impedindo que atrapalhasse os estudos.
Jungkook concordou, um tanto quanto honrado em ser amigo do aluno mais aplicado do colégio inteiro. E melhor, carregando a prova daquela proximidade nos fios domados pela presilha amarelo pastel. Percebeu que Jimin estava em clara desvantagem naquele contrato deles, porque queria abraçá-lo toda hora.
Foi o dia mais feliz e acolhedor que Jungkook viveu por um longo tempo, preso naquela seca cruel e árida de sentimentos. Tão feliz que temia acordar subitamente de tal sonho. Porque não só teve sua vida virada de cabeça para baixo pelo protagonista do colégio e da cidade como, aos poucos, era transformado em personagem principal também.
-💋-
— Você melhorou muito, gracinha... — Jimin comentou enquanto estavam sentados, lanchando entre o intervalo das aulas de balé e esperando Taehyung vir comer também.
— Sério? — Jungkook arregalou os olhos, sem esperar o elogio. Sabia que tinha melhorado alguma coisa depois de três semanas de aula, entretanto não imaginava que fosse o suficiente para impressionar Jimin. Agora sabia a teoria básica de passos e, finalmente, podia focar em aprimorá-la.
— Sim. — Jimin deu de ombros, mesmo que soubesse que nascia um suspiro pensativo em seu peito. Normalmente passava o tempo das aulas de Jungkook ou lendo ou estudando, porém naquele dia em específico o seu mais novo... amigo. É, o amigo havia capturado seu olhar.
Os passos começavam a adquirir leveza, como se pisasse em nuvens. Jungkook ainda suava às bicas e parecia prestes a ser derrotado de exaustão a cada aula, mas quando dançava carregava uma expressão de puro júbilo. Jimin sabia que era aquela intensidade apaixonada dele fugindo das grades de quietude. E sabia do contraste dela com a preocupação que Jungkook sentia por estar muito abaixo do nível da turma. Eram detalhes que já diziam o suficiente.
— Ah... Eu aprendi o básico, né... — Jungkook nem sabia reagir, mas aceitou o sanduíche de atum que Jimin oferecia.
— Ei, gracinha, aceite de verdade os elogios! Não é todo dia que eu faço, então tem que valorizar — resmungou, tímido, e baixou o olhar para os pés descalços de Jungkook. Estavam momentaneamente livres do aperto da sapatilha, mas ainda carregavam seus traços, como a marca do elástico na pele e a lateral do dedo mindinho machucada envolvida com um esparadrapo (um oferecimento das garotas da turma dele). — Sua postura é muito bonita.
— Minha postura?
— Sim. Passa uma sensação muito elegante, como a de um bailarino de verdade. Tão confiante, parece outra pessoa. — Jimin deu uma risadinha debochada para aplacar a vergonha de estar sendo tão sincero. E por sua sinceridade ser tão amável. Jungkook corou também. — Nem parece esse garoto tímido...
— Eu não sou tão tímido assim!
— Sanduíche de atum? Você já foi melhor, Bratz purpurinada. — A voz de Taehyung interrompeu os dois. Jimin virou-se para o punk e torceu o nariz.
— Pois fique à vontade de tomar bem no meio do seu cu, Danny Phantom selvagem — respondeu com simplicidade depois de ponderar, fechando o pote que guardava o pedaço de Taehyung. Quase mandou enfiar o sanduíche no cu, mas seria um desperdício sequer pensar nisso.
Taehyung riu e roubou o sanduíche que estava nas mãos de Jungkook que, por sua vez, não ofereceu nenhuma resistência. Apenas observou em silêncio o punk mastigar contente o sanduíche que era seu, refletindo que parecia muito satisfeito para quem tinha reclamado do atum.
— Reage! — Jimin cutucou as costelas de Jungkook, revoltado.
— Ele é um bunda mole — Taehyung argumentou, completamente seguro da posse que agora tinha do sanduíche.
— Eu sou um bunda mole — Jungkook concordou, olhando para Jimin com um tom de desculpas. O de cabelos rosa suspirou, decepcionado. Abriu o pote em seu colo e entregou a Jungkook o pedaço que era para ser do Taehyung.
— Se você pegar o sanduíche dele mais uma vez, eu te quebro na porrada, seu abusado — Jimin ameaçou Taehyung, que deu de ombros, aceitando. Estava longe de querer uma briga com ele, imagina o estrago que as unhas compridas não conseguiriam fazer em seu belo rostinho.
— Obrigado... — Jungkook disse enquanto aceitava o novo sanduíche e voltava a comer. Mastigava com tanta tranquilidade que parecia um monge budista (tirando o fato que era um aspirante a bailarino comendo sanduíche de atum), a expressão absorta.
Jimin e Taehyung suspiraram em uníssono ao observar o quão pacífico ele parecia, até demais. Jimin perguntava-se onde estava aquele Jungkook respondão que o lia com facilidade. Sentia-se estúpido ao perceber que tinha revelado toda sua farsa para um garoto que nem sabia se posicionar por um pedaço de pão.
Não demorou muito para as irmãs de Taehyung aparecerem. O punk não perdeu tempo e rapidamente as adestrou para chamar Jungkook de "bunda mole" em troca de uma passagem na loja de biscoitos na volta. Achando a proposta muito interessante, as três menininhas fizeram o combinado com dedicação, e Jimin observou, com vontade de morrer, Jungkook dar um sorrisão enquanto as crianças o insultavam.
— Ei, gracinha, por que você nunca reage? — Jimin perguntou, com a voz cheia de incredulidade, quando a família Kim finalmente foi embora.
— Pra quê? — Devolveu a pergunta.
— Para você não ser prejudicado, né... — Jimin bufou. Cruzando os braços.
— Quando que eu fui prejudicado?
— Podia ter ficado sem sanduíche.
— Imaginei que você me daria o pedaço do Taehyung. No final, eu comi até mais: alguns pedaços do meu e o dele. Então eu não fui prejudicado. — Jungkook tombou sua cabeça para o lado, confuso em Jimin não enxergar algo que parecia tão óbvio para ele.
— Faz sentido... — Jimin ponderou. — Mas e se eu não tivesse dado o sanduíche para você?
— Sei lá. Acho que eu ficaria satisfeito com aqueles pedaços também, ainda é mais do que eu comia antes. — Deu de ombros. — Acho que a vida me ensinou que às vezes a forma mais fácil de continuar vivendo é evitando conflito.
— Que misterioso. "A vida me ensinou"... — Jimin provocou e Jungkook riu, enxergando a dramaticidade não intencional da fala. — Evitar conflito comigo que é bom, nada! Eu sou a pessoa que você mais deveria ter medo!
— Mas eu não evito conflito por medo, é só porque... não vale à pena. — Jungkook deu de ombros mais uma vez e terminou de comer. — Quando que a gente teve um conflito?
— Aquela vez... A primeira vez que você almoçou com meus pais. — Jimin corou só de lembrar. — Você bem que podia ter me poupado de todo aquele choro, era só ter fingido que não viu, igual o Tae roubando seu sanduíche.
— Mas isso foi bom, agora eu posso pedir abraços. — Um sorrisinho tomou seus lábios e enlaçou os ombros de Jimin, puxando-o pelo banco em que sentavam até que ficasse rente a si. A verdade é que ele se recusava a ignorar a solidão que enxergou em Jimin, porque a sentia também. Se eles fossem sozinhos juntos... daria tudo certo, não?
— Eca, você está suado! — Jimin resmungou, mas abraçou de volta. Por causa do contrato, é claro.
— Eu não podia ter evitado aquele dia, Jimin... — acrescentou baixinho, já que os rostos estavam próximos. — Eu não consigo ignorar solidão.
Jimin desvencilhou-se do abraço com uma expressão revoltada no rosto. Salvo pelas horas, empurrou Jungkook para fora do banco.
— Pare de falar besteira e vá logo para sua próxima aula, deve estar começando! — ordenou, o tom de voz firme tentava disfarçar o quão encabulado encontrava-se. Jungkook, ao perceber a vergonha de Jimin, corou de alegria por ter despertado sentimentos nele e deu um sorriso sincero. Ajeitou rapidamente os fios cor de rosa antes de ir para sua aula. Gostava muito mesmo do fato de ter um amigo.
Jimin sustentou a pose de bravo até Jungkook estar fora de vista. Suspirou pesadamente enquanto guardava o pote agora vazio em sua mochila de paetê. O coração não parava de martelar mesmo que agora só houvesse sobrado a lembrança daquela proximidade, daquela sensação de vulnerabilidade extrema que fazia suas bochechas corarem ridiculamente, fora de seu controle. Sentia-se completamente desprotegido, mas ao mesmo tempo achava pateticamente bom. Adorava quando Jungkook era capaz de enxergar através de suas palavras. Credo, era idiota.
E que sorriso foi aquele que Jungkook deu? Jimin levou os dedos aos cabelos ajeitados por ele. Jungkook tinha um sorriso e risada tão bonitos, quando que contemplá-los virou habitual? Porque lembrava-se claramente que Jungkook mal tinha expressão na época em que era apenas mais um rosto conhecido, porém não desvendado, do colégio.
Deveria ter percebido desde a primeira vez que não conseguiria desvendá-lo tão facilmente, justamente por ser sincero demais apesar da quietude. Não conseguia tirar da cabeça aquele dia que seguiu Jungkook até a sala esquecida do prédio do fundamental e o viu dançando. Gravou, porque achou lindo, mas não era como se tivesse uma reputação boa o suficiente para mostrar o vídeo ao protagonista da tela e da música clássica a fim de admirar em conjunto sua dedicação.
Então entrou em piloto automático. Provocou, ameaçou, chantageou, mas mesmo assim os olhos de Jungkook não refletiam o mesmo medo e desgosto que o resto da escola. E ele estava sendo detestável com Jungkook! Presenteou-lhe com uma coleção de motivos para achar ruim, para odiá-lo.
Mas mesmo com todo o direito de ficar bravo, Jungkook apenas fez perguntas. Fez perguntas, quando todos os outros pareciam já ter uma resposta pronta sobre quem era Park Jimin. A primeira pergunta quase desarmou o falso encrenqueiro ali mesmo, mas até que conseguiu se recuperar apesar de cada minuto conversando com o menino quieto quebrasse um novo tijolo de sua muralha.
Jimin, ainda sentado, suspirou e pegou seus livros para estudar ao perceber o quão burro foi. Jungkook tinha mostrado-se capaz de derrubar toda a força que cultivava desde o primeiro dia e era óbvio que se manter ao lado dele levaria àquela situação... de perder suas barreiras, de ser vulnerável e... de ganhar um amigo. O questionamento de ter feito tudo aquilo porque no fundo queria ter alguém para abrir-se pairou em sua mente, mas o afastou. Não queria pensar que se aproximou de Jungkook justamente porque queria ser desvendado e rendido, era um pensamento patético.
Apesar de sempre ter tido facilidade de estudar, com uma mentalidade de paixão curiosa pelo mundo misturada a muito tempo livre por não ter amigos e à necessidade de garantir sua permanência no colégio independente de sua aparência, Jimin não conseguia se concentrar daquela vez. Seu coração parecia eternamente agitado com o pensamento de ter um amigo que parecia realmente disposto a ouvi-lo.
Insistiu mais um pouco nos estudos, mas ao perceber que não absorvia nenhuma palavra ou equação, simplesmente desistiu e caminhou até a sala de dança da turma avançada. Parou na frente da porta, observando pela pequena janela Jungkook. Ele era tão esforçado. De fato, já estava quase nivelado às turmas de iniciante e intermediário, o que era impressionante pensando no pouquíssimo tempo que tinha passado desde a primeira aula oficial, mas a do avançado ainda era um grande desafio.
Jimin sorriu, pensando que aquelas horas que Jungkook dançou sozinho na sala escondida não foram em vão. Cultivaram sua paixão a ponto da oportunidade de ter aulas, mesmo tantas e tão exaustivas, ser inegável. Treinaram seus ouvidos para a música e, com certeza, o diferencial de Jungkook comparado a todos os outros alunos era como ele parecia verdadeiramente mergulhado na melodia, mesmo durante exercícios básicos. Era um artista, genuíno.
Entrou discretamente na sala e sentou em um cantinho. Apesar de seu esforço, todos notaram sua presença e recebeu sorrisos das alunas com as quais tinha conversado e da professora com quem vivia debatendo depois da aula enquanto Jungkook ia beber água, tentando descobrir quais eram os passos para virar um bailarino... Aparentemente, para entrar no curso de dança era necessário fazer uma prova de habilidades específicas, que focavam principalmente em coreografias e apresentações, mas também tinha um pouco de História da Arte e outras matérias do gênero. Sobre aquilo Jimin poderia fazer algo, e estava pesquisando sobre o assunto para incluir na grade de estudos do Jungkook também.
Porém, o olhar que mais sentiu pesar sobre sua pele foi o de Jungkook, que vinha acompanhado de um sorriso pequeno, mas sincero. Um sorriso quieto cheio de sinceridade, assim como todo o comportamento dele. Mas logo voltou a concentrar-se na aula e Jimin finalmente teve o aval de encará-lo sem ser notado.
E sorriu, porque cada vez mais percebia que, ao contrário do que Jungkook pensava, aquele ali não era o "Jey", o personagem que inventaram para as aulas de balé. Aquele era Jungkook dos pés à cabeça. Quieto, sincero, dedicado e apaixonado por dança. Era óbvio, tão cristalino quanto a água mais pura de uma nascente.
Acomodou-se melhor na parede, abraçou sua mochila e constatou que estava ansioso para o momento que seu amigo percebesse que ele era Jungkook, não Jey. Queria muito, muito mesmo, dar aquilo para Jungkook, assim como Jungkook deu a ele a percepção de que ainda cultivava o Jimin amável por baixo de sua armadura, muito necessária, mas solitária também.
Suspirou, decepcionado consigo, ao perceber que carregava um sorriso em seus lábios. Gostava mais do que deveria de ter Jungkook ao seu lado, de ter aquele amigo. Tentou achar ruim, com todas as forças, mas não conseguiu.
Restou apenas observar Jungkook dançando, desejando silenciosamente que ele conseguisse alcançar seus sonhos tão belos, e planejando a forma que poderia fazer isso acontecer.
»»🩰««
Ai, o que dizer desses boiolinhas................................. perco toda a pose de bandida, tal qual o Jimin hsuahuashsua Gostaram??
Qual foi a cena fav de vocês? Pra mim é meio difícil que confesso que esses jikook são meu confort couple de escrever e eu fico tchubirudaumdaumdaum com tudo, mas pra ser justa vou escolher o Jimin mandando o Jungkook enfiar abraço no contrato VAI TER ABRAÇO INFINITO SIM
MUITO OBRIGADA MESMOOOO, a todo mundo que vota, lê, comenta coisas lindas que me fazem chorar de amor e surtam comigo no #EstrelandoOCoadjuvante! Sério, vocês só fazem o meu carinho pela escrita crescer!
Ah, agora eu tenho um instagram (sou @callmeikus lá também!) e TÁ ROLANDO A DIVULGAÇÃO DO LIVRO DE CROACK NA VIOLETA!! Se puderem me apoiar, vai ser mto mto importante pra mim, pq é meu primeiro livro publicado e pode me abrir muitas portinhas, por favor!
STREAM EM BUTTER!
Beijinhos de luz e até 02/07 às 19:00! Amo vocês!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro