Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

08 | Cloche

Oiiiiiiiii, meus faccionários!!! Como vocês estão?? Estava com saudades!

Hoje temos música obrigatória pro capítulo: Butter hihihi. Ai que delícia de música, eu não paro de ouvirrrr fdjashjskla

Boa leitura e não se esqueçam de votar!

#EstrelandoOCoadjuvante

»»🩰««

O olhar de Jimin perdeu-se momentaneamente na foto dele e do outro garoto de mãos dadas, pequenos, que Jungkook apontava. Não lembrava que ela estava ali e soltou um suspiro involuntário.

— Sim, é ele — respondeu a Jungkook sem cerimônias antes de puxá-lo para fora de casa, ou atrasariam.

— Então na verdade vocês são amigos? — Jungkook deixou-se arrastar e começou a vestir seus sapatos. Despediu-se silenciosamente da casa, tendo aproveitado até mais do que devia ter ficado dentro dela.

— Não, detesto ele — explicou sucintamente enquanto calçava nos pés um par de All Stars azuis claros, tão diferentes das suas costumeiras botas de plataforma. Elas, por sua vez, assistiam tudo na sapateira ao lado em silêncio, como se estivessem sendo traídas. — Meus pais que ainda não aceitaram direito o fato de que a gente não é mais amigo.

— Então vocês já foram amigos? — Jungkook insistiu e Jimin suspirou, não achando mais a ousadia do bailarino tão divertida quanto antes.

— Já, por causa das nossas mães. A gente frequentava vários lugares juntos, aí foi por conveniência.

— E por que vocês não são mais amigos?

— Porque ele é feioso.

— Quê? O Hoseok é um cara bem bonito... — Jungkook estranhou a justificativa. Primeiro que Hoseok realmente era bonito, segundo que parecia estranha a possibilidade de Jimin parar de ser amigo de alguém por causa da aparência.

— Vai lá dar um beijo na boca dele então — resmungou de volta enquanto abria a porta com força, claramente irritado. Quase a bateu quando Jungkook passou.

— Por que você tá tão estressado? Odeia tanto ele assim?

— Odeio, odeio muito — repetiu-se e suspirou longamente na esperança de se acalmar. Logo estava com seu olhar penetrante e expressão de deboche de volta. — Então trate de aprender balé direito, gracinha.

Jungkook permaneceu quieto, porque não ia se dedicar ao balé por causa de um ódio do qual nem sabia o motivo, muito menos compactuar com aquilo em voz alta. Tudo bem que aquele ódio motivou a missão da chantagem, mas Jungkook não pensava mais naquilo. Tinha decidido que ia focar e se esforçar ao máximo por ele mesmo, porque aquilo estava aproximando-o de seu sonho de ser um bailarino.

Caminharam tranquilamente até o Centro Cultural e, depois daquilo, o dia não foi muito diferente dos outros. Jungkook terminava cada uma das aulas completamente exausto, esforçando-se muito mais do que toda a turma para, talvez, conseguir acompanhar o ritmo. E, apesar de sempre achar ter chegado ao limite, sua energia parecia ser recuperada no começo da próxima, dessa vez não só graças à sua motivação admirável quanto também por finalmente ter almoçado decentemente.

Entre a segunda e a terceira aula, ele e Jimin iam encontrar Taehyung, que vinha buscar as irmãs e roubar um pedaço do lanche que Jimin trazia. Dessa vez era uma torta salgada, mexerica e uns cookies integrais.

— Foi você que fez, Chim? — Taehyung perguntou entre suas mordidas grandes e esfomeadas que assustavam Jungkook, acostumado a comer pouco. Tinha comido só metade de um pedaço da torta e a mexerica, agora arriscando provar dos cookies também. Jimin não insistiu que comesse mais, ele realmente parecia saciado.

— Sim, ontem de noite. Ficou ótimo, não? — falou, todo metido. — Esses na verdade são restos, fiz para os meus pais levarem ao trabalho hoje, eles pareciam meio cansados esses dias.

— Não queria concordar e alimentar esse teu ego monstruoso, mas realmente tá muito bom. — Taehyung deu de ombros. Colhia bons frutos do ego do Jimin, afinal, sempre ficava de barriga cheia e tinha pelo menos uma refeição mais gostosa no dia, porque na casa dele era tudo à base da gororoba: mesmo com tantos anos de família enorme, ninguém nunca aprendeu a cozinhar direito para uma quantidade tão grande de pessoas.

— Eu alimento você, e você alimenta meu ego, nada mais justo, Danny Phantom selvagem — Jimin retrucou.

— Já concordei com você, ó grande e poderoso cozinheiro, o mais habilidoso de todo o universo! — Taehyung recitou com a voz grossa pomposa até levar uma cotovelada na costela, e os dois caíram na gargalhada. — As praguinhas estão vindo aí, até mais, egão e bunda mole.

Jungkook nem se ofendeu com o "bunda mole". Mesmo se ficasse ofendido, estava cansado demais para brigar e tinha que guardar suas energias para a aula. Apenas acenou para Taehyung e para as três irmãs dele que, de alguma forma, já tinham dado um jeito de agarrar as pernas e a cintura do mais velho, fazendo que ele quase se arrastasse para caminhar. Era uma cena engraçada, principalmente por causa das roupas escuras e cheias de spikes dele em contraste aos collants, meias-calças e saias cor de rosa que cobriam os corpinhos rechonchudos das suas irmãs.

Ao final da última aula, Jimin levou Jungkook a uma biblioteca pública que descobriu, porque o banheiro era mais limpo do que o do McDonald's. Logo Jey tinha voltado a ser Jungkook, porém Jungkook já não era mais tão mole assim. Se bem que estava bastante mole, o corpo quase desistindo de fazer movimentos básicos depois de tanto esforço.

Mais uma vez Jungkook caminhou até o trabalho, observando que era seguido por Jimin, ao seu lado. Por que Jimin estava indo com ele até lá? Não sabia. Confessava que nem sabia por que ele acompanhava as aulas de balé, mas era capaz de ser para garantir que não faltaria a nenhuma delas. Como se fosse capaz de sequer pensar em faltar as aulas de balé.

— Qual é o nome do seu chefe? — Jimin perguntou quando a loja de conveniências já era visível na rua.

— Quê?

— Está surdo agora, gracinha? Quero o nome do seu chefe!

— Pra quê?

— Apenas me dê o nome, ou eu chuto-

— Minhas bolas, tô sabendo. — Jungkook suspirou. — A gente chama ele de Sr. Won.

— Alguma coisa a acrescentar sobre ele? É legal ou carrasco? Gosta de passear com cachorrinhos no final de semana?

— Não sei se eu tenho essa profundidade de detalhes... — Torceu o nariz. — Ele é legal, acho. Às vezes é meio rígido, mas me deixa pegar algo da loja pra comer sem pagar todo dia.

— Entendi...

— Por quê?

— Por que eu te diria? — rebateu Jimin. — Devo estar tramando algo como transformar seu trabalho em um ponto de venda de drogas, ou avaliando se o Sr. Won parece rico o suficiente para eu me prostituir. Poucos são capazes de pagar, sabe?

Jungkook pensou em falar algo, apesar de não saber o quê. Independentemente da sua não-resposta, já estavam na frente da loja e foi deixado para trás enquanto Jimin abria a porta, fazendo o sininho tilintar. Ele enterrou as mãos no bolso da calça jeans e rapidamente encontrou o gerente da loja, caminhando em sua direção.

— Boa noite, Sr. Won! Tudo bem? Meu nome é Park Jimin, sou amigo de colégio do Jungkook — apresentou-se educadamente.

— Boa noite, jovem... — o homem respondeu simplesmente, perscrutando um pouco desconfiado o garoto de fios rosa. Apesar de não usar as roupas de sempre, Jimin ainda chamava muita atenção.

— Me desculpe mesmo pelo inconveniente, mas eu gostaria de fazer um pedido... — falou Jimin com a voz baixinha e mansa, a expressão pidona. Jungkook aproximou-se e ficou espantado com as habilidades de atuação dele. Valia Oscar. — Eu estou quase levando bomba nas matérias do colégio, e o Jungkook é minha única salvação! Posso ficar aqui estudando com ele para tirar minhas dúvidas quando a loja estiver sem movimento? Juro que eu ajudo a organizar as prateleiras direitinho e não vou atrapalhar! Me salve, Sr. Won!

O homem mais velho continuou observando Jimin por alguns segundos, parecendo pensativo. Sabendo que estava sendo avaliado, o garoto colocou sua melhor expressão de inocência e desespero, apesar de desconhecer a sensação de precisar de nota para passar de ano. Esperava ser convincente. Sr. Won suspirou.

— Tudo bem, jovem... Mas se comportem, por favor.

— Muito obrigado, Sr. Won! O senhor é magnífico, meu grande salvador! — Jimin comemorou de forma contida, as mãos ainda nos bolsos. — Quero te dar um presente para retribuir a gentileza! Jungkook, pode pegar um cookie na minha mochila? Está em um saquinho de plástico no bolso de fora.

Jungkook obedeceu e achou, espantado, três cookies embalados com cuidado em uma sacolinha transparente com uma fitinha azul amarrando-a. Jimin tinha planejado aquilo desde o começo? Entregou para o Sr. Won, que pareceu espantado.

— São especialidade da minha mãe! Completamente caseiros e naturais. — Jimin sorriu. Jungkook estava genuinamente impressionado em como ele era bom em contar mentiras. A cara nem ao menos queimava e aquele sorriso encantador era tão convincente que por um segundo o bailarino quase foi enganado também, mesmo sabendo o real responsável pelos cookies.

— Que agradável... — Sr. Won aceitou de bom grado. — Estou indo então, tenham juízo, jovens.

— Somos o auge do juízo, não é, Jungkook? — Jimin perguntou, e ele assentiu com a cabeça, obediente.

Observaram Sr. Won abandonar a loja junto à moça que trabalhava no turno antes de Jungkook, tão silenciosa que era até difícil perceber a presença dela. Jimin riu ao notar aquilo, será que o Sr. Won gostava de contratar pessoas quietinhas?

Jimin finalmente tirou as mãos do bolso, empurrando Jungkook para a parte de trás do caixa e fazendo com que ele se acomodasse lá. Embrenhou-se entre as prateleiras e voltou alguns minutos depois com uma pequena garrafinha de iogurte em mãos, oferecendo-a para Jungkook antes de sentar ao seu lado.

— O que é isso? — perguntou confuso, porém pegou mesmo assim.

— É o seu lanchinho patrocinado pelo Sr. Won de hoje. Se você acha que eu vou deixá-lo comer qualquer besteira está muito enganado, gracinha. Confesso que temi não encontrar nada que prestasse, parabéns ao Sr. Won por incluir iogurte nos produtos vendidos.

— Ah, mas tem aquelas barrinhas de cereal ali... — Jungkook apontou antes de virar-se para o caixa registrar o seu iogurte. Não tinha que pagar, claro, mas deveria atualizar o sistema direitinho e justificar o contexto para não dar problema com o estoque ou o fechamento de contas da loja.

— Barrinhas de cereal são uma mentira, você já viu a quantidade de açúcar nelas?

— Você já me deu barrinhas de cereal para comer... — Jungkook retrucou.

— Foi uma medida desesperada! E eu escolhi barrinhas mais saudáveis, certo? Mas você come tão pouco que eu tive a impressão de que mesmo com o triplo de barrinhas de cereal, não atingiria o mínimo de açúcar e carboidrato por dia...

— Você é o louco das dietas? — Jungkook suspeitou enquanto tomava o iogurte. — Pra saber tanto de comida.

— Não, não, é que papai é nutricionista, aí eu fico ouvindo as coisas que ele fala — explicou. — Mas quem é formado é ele, não eu, então a chance de eu estar falando algo errado é gigantesca. Mas o iogurte eu tenho certeza que é uma boa, ainda mais esse aí que é aqueles de rico, todo natural...

Jungkook terminou de tomar o iogurte, encarando a embalagem de aparência cara por um momento. Ainda bem que o Sr. Won, no fundo, era coração mole e realmente não ligava quanto ao preço do que escolhia como seu "lanche". Após alguns segundos, fitou Jimin novamente, sem saber o que pensar dele. Foi encarado de volta imediatamente e, mesmo sem o delineado, os olhos pequenos pareciam capazes de enxergar todos seus órgãos internos de tão intensos.

— Você perde toda sua pose de bandido quando fala "papai".

— E bandido não tem família por acaso? — Jimin retrucou, puxando a mochila para seu colo. — Que preconceito, gracinha...

Jungkook ficou quieto, porque realmente... fazia sentido. Observou Jimin apoiar na mesa do caixa mais um pote — quantos potes ele guardava na mochila? — junto aos seus cadernos, decorados e asseados. E, finalmente, Jungkook lembrou da conversa de mais cedo.

— Jimin, não sei se consigo te ajudar com a matéria, eu não tenho notas muito boas...

— Eu sei disso, gracinha, que inocência. — Jimin gargalhou, pegando dessa vez a mochila de Jungkook e tirando de lá os cadernos surrados dele, começando a folheá-los. Riu ao perceber que carregava mais rabiscos de poses de balé do que anotações da matéria. Jungkook pensou em reclamar sobre a invasão de privacidade, mas lembrou que aquilo no máximo divertiria Jimin. Para variar, ficou quieto. — Eu que vou te ajudar com a matéria.

— Como assim?

— Te ajudando...? — Jimin não entendeu a dúvida.

— Mas por quê?

— Ah, sim. — Jimin gargalhou, leve. — Lembra que você reclamou sobre não ter tempo no seu dia para estudar e para dormir? Estou resolvendo isso, dois coelhos numa cajadada só. Nós vamos estudar juntos aqui na loja de noite, e aí você dorme durante a aula. O ideal era que você conseguisse as oito horas de sono todas na sua cama, mas... precisamos marcar presença na escola.

— Mas se eu não prestar atenção na aula, vou ficar ainda pior.

— Tem certeza que você presta atenção na aula, gracinha? — Jimin contestou. — Porque se prestasse, você perceberia que elas não fazem diferença alguma. Exceto a da professora de literatura, claro. Mas os professores se contentam em copiar as coisas que estão no livro para o quadro e depois ler o que escreveram... É mais fácil só ler o livro.

Jungkook ficou quieto, o que era sua forma de dizer que Jimin tinha um ponto sem ter que admitir aquilo em alto e bom som. De fato, as aulas só eram "ok" de acompanhar quando seu raciocínio estava igualmente lento por causa do sono, porque às segundas-feiras, quando estava descansado do final de semana, assisti-las parecia uma tortura. Não sabia como Jimin aguentava.

— Pois bem, vejo que entendeu meu ponto. Contudo, vou ficar aqui só até às 20:00 então temos que aproveitar bem o horário — Jimin pontuou. — Ao contrário de você, eu durmo à noite e tenho que acordar bem cedo para minhas aulas de kung-fu.

— Você faz aulas? — foi o que Jungkook perguntou, surpreso.

— Pensei que tivesse mencionado várias vezes, gracinha... Não presta atenção no que eu falo? — Aproveitou o contexto para buscar o queixo dele com as unhas longas, levantando a cabeça sempre baixa. Sorriu mais ainda ao observar os olhos grandes e redondos encararem-lhe com aquele misto de confusão e quietude. O sorriso mordaz de Jimin voltou ao rosto, natural como sempre.

— Achei que você já fez um dia e parou... Sei lá, você tá passando o dia inteiro comigo, não sabia que tinha como encaixar o kung-fu. — Jungkook engoliu em seco e tentou firmar o olhar de volta. Jimin gargalhou e soltou seu queixo, arrumando a franja bagunçada brevemente para trás da orelha dele.

— Meu mestre gosta de praticar junto ao nascer do sol, então eu faço antes do colégio.

— Mas a aula já é tão cedo... Que horas você acorda?

— 04:30, que aí dá tempo de ficar bem lindo antes de ir para o treino às 05:00. Ele vai até às 06:00 e então eu volto pra casa, tomo banho e café da manhã com meus pais. Depois é o que você já sabe, colégio e tudo mais... Por que está tão interessado assim no meu cronograma, gracinha? — Voltou a provocar, inclinando-se em direção a Jungkook, que esperou um cheiro de morango que não veio. Jimin não estava de gloss. — Quer passar mais horas comigo, é?

Jungkook suspirou com a aproximação, tentando manter-se firme. Ele tinha que se acostumar logo com o jeito do Jimin, não queria ser uma presa tão fácil assim. Além disso, talvez aquilo fosse uma oportunidade. Por mais que Jimin parecesse ter sempre uma resposta pronta para qualquer coisa que falasse, ele pelo menos o ouvia, e saber que alguém dava algum tipo de atenção às palavras que ainda não vinham com naturalidade, meio enferrujadas, era legal.

— Só penso se você não tá gastando horas demais comigo — respondeu. E era verdade. Eles nem ao menos eram amigos e, mesmo assim, Jimin compartilhava seu dia quase inteiramente com ele.

— Chame de investimento. — Jimin segurou o queixo de Jungkook com a ponta dos dedos novamente, dando um sorriso. — Sou muito dedicado mesmo ao meu ódio pelo Hoseok.

— O que ele te fez, no final das contas?

— Não te interessa, gracinha. E sabe o que interessa? — perguntou e Jungkook ficou em silêncio, esperando a resposta porque não fazia a mínima ideia de qual seria. Nunca sabia o que esperar dele. Jimin apontou para os cadernos apoiados na mesa do caixa. — Estudar. Posso ser perfeito, mas isso não me dá o poder de criar mais tempo, você sabe. Esses inconvenientes de ser um reles mortal.

— Acho que a humanidade estaria em apuros se você fosse imortal mesmo — Jungkook concordou.

— Que besteira, não preciso de imortalidade para que me vejam como ameaça! — Jimin gargalhou antes de abrir um dos cadernos de Jungkook nas últimas páginas. — Mas vamos pensar no seu plano de estudos primeiro, gracinha, para nós estudarmos esperto... Me diz, quais são as matérias que você tem mais dificuldade?

Em poucos minutos, as últimas folhas do caderno de Jungkook estavam preenchidas com detalhes sobre os próximos dias de estudo, com foco na maldita física na qual era tão ruim. Ficou impressionado ao ver a letra caprichosa de Jimin em um lugar que não fosse um bilhetinho, parecia ainda mais elegante. Só faltou a caneta brilhosa rosa, que foi substituída por uma preta. Sem cheiro.

Porém, a parte mais impressionante era que, pela primeira vez, parecia factível ir bem nos estudos. Será que Jimin estava iludindo-o? Não poderia ser fácil daquele jeito... Sinceramente, a forma que ele começou a explicar corrente elétrica a fazia parecer tão simples que se sentia um bobo por não ter entendido antes. Quando externou esse pensamento, só recebeu um "é difícil entender quando o professor não tem intenção de fazer com que a gente entenda" de volta de Jimin. Talvez aquilo fizesse sentido.

Como esperado, fizeram algumas pausas para Jungkook atender clientes e Jimin, enquanto isso, ocupava-se em organizar as prateleiras. O de fios rosa achava aquilo um tanto quanto curioso, porque nunca pensou que organizaria prateleiras de uma loja e era uma experiência... interessante. Achava satisfatório deixar tudo arrumadinho.

Às 20:00, Jungkook observava Jimin acenar e sair da loja, deixando apenas o som do sininho da porta para trás e uma sensação enorme de tédio no bailarino agora que estava sozinho. Jimin era tão chamativo e tão imponente que o vazio que ficava quando ele não compartilhava mais o ambiente chegava a ser palpável. Apesar do tédio, Jungkook continuou estudando, porque Jimin considerou aquele tempo no planejamento dos seus estudos também.

Jungkook ficou impressionado com a quantidade de tópicos que era possível estudar em quatro horas, mesmo com suas pausas para atender os clientes e repor o estoque dos produtos comprados. Também nunca havia percebido que passava tantas horas lá dentro. Talvez cansado demais para ver o tempo passar.

Nunca se sentiu especialmente só enquanto trabalhava, acostumado com o vazio que engolia a própria existência. Acostumado até demais. Mas daquela vez, limpar o chão da loja vazia, rodeado por um silêncio quase ensurdecedor das ruas escuras e desertas da área residencial da cidade de interior, foi estranhamente doloroso.

A rotina com a qual estava acostumado incomodava. Desligar as luzes da loja, fechar o estabelecimento e caminhar no escuro até a própria casa, na qual também não encontrava luz. Comer o pão, tomar o banho, deitar-se na cama e olhar para o teto. Felizmente, a estranheza não durou muito, pois como usual, foi subjugado pelo próprio cansaço e dormiu rapidamente.

-💋-

No dia seguinte tentou assistir às aulas mesmo com sono, teimoso e averso à ideia de dormir descaradamente. Porém no intervalo recebeu um "bilhetinho do coração" de Jimin, que ameaçava suas bolas caso não dormisse. Nada fora do normal, Jungkook até permitiu-se dar um sorriso antes de apoiar a cabeça na mesa, garantindo que o professor não lhe enxergaria. Ser quase invisível era bom naquelas horas.

Dormiu pesado a aula inteira, tão pesado que apenas acordou com um cutucão. Encontrou Jimin com uma expressão de pura revolta e foi empurrado contra sua cadeira. A cabeça de Jungkook girava, confusa e assustada.

— Vê se não pega minha caneta de novo! Foda-se se ela estava no chão, eu te quebro na porrada na próxima! — Jimin falou em alto e bom som, quase gritando, antes de jogar os cabelos cor de rosa para trás e sair batendo os pés, o som das plataformas altas ecoando na sala.

Jungkook pegou sua mochila e levantou, ainda completamente desnorteado. O que tinha acontecido? Ao observar a sala vazia, percebeu que a aula tinha chegado ao final, mas... por que Jimin tinha gritado? Claro, Jimin adorava provocar e ameaçar, porém Jungkook sabia que ele gostava de fazê-lo com a voz mansa; o sorriso mordaz no rosto sendo o único que revelava as intenções das palavras ácidas.

Mesmo assim, foi até a esquina do dia anterior, encontrando Jimin sentado no mesmo muro do estacionamento, folheando um livro diferente, plácido. Ergueu os olhos pequenos e delineados para Jungkook antes de parar a leitura e levantar-se para começarem a caminhar.

— Você não tá puto? — Jungkook perguntou por via das dúvidas, mas acompanhava os passos de Jimin em direção à casa acolhedora, ficando lado a lado com ele.

— Estou, sim — Jimin respondeu, mas o tom de voz parecia despreocupado. — Não acredito que ninguém fez o favor de te acordar! Bando de inúteis sem iniciativa do caralho.

— Ah... — Jungkook ficou sem palavras, achando um tanto inesperada a revolta de Jimin. — É por isso que você tá puto?

— Sim, sim, que preguiça do povo da escola. — Fez uma careta. — Sei que você também é meio bunda mole que nem eles, gracinha, mas vai ter que pedir para alguém te acordar no final das aulas.

— Por que você mesmo não me acorda?

— Quer ser acordado aos gritos toda vez? — Jimin devolveu.

— Por que você gritou comigo? — Jungkook insistiu naquilo, novamente estranhando o comportamento de Jimin.

— Queria um carinho no rostinho, é? — Jimin parou de andar para inclinar-se na direção de Jungkook, acariciando as bochechas do mais alto com as pontas dos dedos e as unhas longas, o sorriso zombeteiro de sempre estampado nos lábios. Jungkook refletiu que fazia tempo que não sentia o cheiro do gloss de morango do Jimin. Deu uma sensação estranha de familiaridade. — Ou que eu murmurasse no seu ouvido bem macio... "Acorda, gracinha"?

— Jimin, você sabe que não foi isso que te perguntei. — Devolveu com seriedade e um olhar firme. Jimin riu um pouco com a evolução da coragem dele e afastou-se, voltando a andar.

— Se eu te acordasse normalmente, já iriam suspeitar que você faz parte da minha facção. Quer mesmo que isso aconteça?

— Bem, se sua facção for de balé, não chega a ser uma completa mentira. — Jungkook deu de ombros.

Jimin parou de andar e Jungkook achou que ia ser alvo de provocações novamente, porém espantou-se ao ver Jimin tentar prender um riso que logo desmanchou-se em uma gargalhada alta e gostosa. Tão pura, tão sincera, que Jungkook achou estar vendo aquele menininho sorridente dos porta-retratos ao lado da TV.

— Ai, gracinha, vou ter que confessar que acho que é o primeiro segmento de facção que eu realmente fui com a cara. Podemos oficializar então?

— O quê? — Jungkook perguntou, perdido demais na leveza da expressão do outro.

— Nossa suposta facção de balé.

»»🩰««

Sou só eu, ou vocês também adoram quando a fanfic menciona o título dela?? Eu fico hfsklhfldkfhkjs apesar da minoria das minhas fanfics ter isso hjfasl

Espero muito que tenham gostado aaaaaaaaa!! Eu já disse, mas amo amo esses jikook, a dinâmica deles é tudo pra mim, aff, meu casalzinho de confortoooo

Qual foi a cena favorita de vocês? A minha é eles estudando juntos, afffff

Como sempre, mto mto obrigada a todo mundo que , faz comentários lindos, vota e surta comigo lá na hashtag #EstrelandoOCoadjuvante (sou a @callmeikus no twitter também, se quiserem me procurar!)

MUITO STREAM EM BUTTER!

Beijinhos de luz e amo vocês! Até 04/06 às 19:00!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro