Alguém me doe uma mãe?
Dia de uma mãe estranha,
Dia de uma mãe que desconheço.
É o amor materno que a vida me tirou?
Então foi isso?
Eu que mereço?
Uma mãe feita pra adoração
E um tal carinho...
Não me restou uma aí?
Realmente estou sozinho?
Meu coração infantil nem entende,
Meu coração, ás vezes, bate a mil.
Todos somos iguais e merecemos conforto,
Não é mãe?
Pátria amada Brasil!
Desconheço tal amor,
Mas conheço o escuro como ninguém.
Em cada buraco achei mães,
Mas filhos elas já tem.
Tentaram me dar essa tal atenção,
Doeu.
Um carinho estranho que
Doía minha pele,
Doía o coração da moça que já não tinha mais leite
E sempre era pega chorando.
Mais uma vez me separei dos meus  adotivos irmãos,
Fui escolhido pelo destino para tomar meu rumo.
Eu nunca o achei...
Andei,
Andei,
Caí
E andei,
Até meu estômago não aguentar de tanto vazio.
Nos trate com mais amor minha mãe!
Pátria amada Brasil!
Acho lindo os filhos que ainda tem suas famílias,
Que todas as noites são protegidos e beijados.
Sinto inveja sim, confesso,
Mas deles nada tiraria!
Só aguardo ansiosamente o amor...
Uma esperança,
Um prato de comida...
Um sorriso,
Uma esmolinha.
Só quero saber quem me tirou o tal direito à vida!
Trate com mais amor, "mainha"
Seus milhares de filhos que se escondem no escuro...
Seus milhares de filhos que morrem sem uma família!
Que são explorados pelo mundo
E sentem o mesmo vazio!
Nos trate com mais amor minha mãe,
Pátria amada Brasil!

Autora: NicolleSirne