Prólogo
Destino...
De acordo com o dicionário destino é um conjunto de fatores que conduz a vida com base na ordem natural das coisas. Mas eu pergunto, como distingui-lo de uma simples coincidência?
A vida toda eu acreditei nessa pequena palavra de sete letras, três sílabas, e um milhão de caminhos possíveis. E quando você finalmente acha que seguiu o caminho certo, aparece do nada um flecha te mostrando um outro percurso e por mais que você tente desviar, parece que há uma força superior te impulsionando para não fazer aquilo. Mas quando tudo anda perfeitamente bem, tudo se encaixa nos mínimos detalhes, você pensa: "É o destino, me conduzindo para o caminho o qual eu devo seguir". E daí, quando você menos espera, você está numa rota completamente diferente e é capaz inclusive, de cair num poço sem fundo, em que você desce por longos dias e depois de um tempo, alguém aparece tendo misericórdia de você e te ajuda a subir novamente, para que? Sim, para quando menos esperar estar lá, no fundo do poço novamente.
É como encontrar várias vezes com uma mesma pessoa em situações distintas e completamente absurdas. Ou pensar nessa pessoa e encontrá-la exatamente do jeito como pensou. Se você chutou destino, ótimo, você é normal, mas provavelmente assim como eu, um iludido.
Porque tudo pode ser, e na maioria das vezes é, mera coincidência.
Não é que o destino não exista, ele até pode existir, mas depois de tantas vezes andando e se decepcionando a gente acaba desistindo e quando ele finalmente te mostra o lugar certo, você desconfia, acha que é mais uma pegadinha da vida e é controlada por um sentimento denominado medo.
Dizem que tudo acontece na hora que tem que acontecer, a chamada, hora certa. Mas e como saber que a hora certa chegou? Santo Deus como ir a um encontro marcado se a outra pessoa desconhece a data e a hora do evento? O local então, nem se fala.
Seria mais fácil se uma voz dissesse quando fosse o tempo certo. Mas não, a vida gosta de te desafiar. Tem pessoas que ainda insistem e falam: siga o seu coração. Só que quantas vezes meu coração já não se enganou? Quantas vezes eu achei que era para ser e não foi? Quantas vezes eu pensei que fosse dar certo e no final, deu tudo errado.
E se pudéssemos prever o futuro? Seria tudo tão mais fácil, certo? Era o que eu pensava, até o dia em que me contaram o final de um filme e eu desanimei em ver. A surpresa é muito mais emocionante por mais aterrorizante que ela possa ser. O desconhecido é muito mais atraente mesmo as pessoas tendo um receio absurdo por ele.
Não teria a mesma graça. Não teria o mesmo palpitar do coração e nem mesmo a tremura nas pernas. Aquele frio na barriga que parece estarmos descendo uma montanha-russa com as mãos ao alto e gritando loucamente. Não teria graça os acasos, o esbarrar sem querer na rua.
A verdade é que cada obstáculo, cada circunstância, cada decepção, sobe e desce, cada acaso e cada coincidência, faz parte do seu destino. É como se a vida lhe ensinasse a caminhar, se ela lhe preparasse para lidar com algo de extrema importância. E por mais que você seja relutante em aceitar, ela sempre te dará uma segunda chance, aliás, enquanto o seu coração ainda bater, você tem todas as oportunidades do mundo, de recomeçar ou simplesmente dar a continuidade a sua história.
No meu caso, eu teria que começar tudo de novo. Uma nova história, mesmo acreditando pertencer a outra. Não haveria uma segunda chance, até porque todas elas já foram extintas. Quem sabe não era isso exatamente deveria ter acontecido? Talvez quem eu achei que fosse pra ser não era. Talvez Alex cruzou o meu caminho para me ensinar a amar novamente e fosse pagina virada no momento em que cumpriu sua missão.
E como seria voltar ao Brasil e encontrar todas as pessoas que eram meus amigos? Eram, porque não sei mais se posso intulá-las assim, pois depois dos últimos acontecimentos, isolei-me completamente. Não mandei mais mensagens e nem entrei em contato. Precisava curtir o meu tempo, superar todas a minha dor e decidi me desvencilhar de tudo que me lembrasse o encaracolado, inclusive me esconder das noites de lua cheia. Franz de certo modo me ajudou, mas ainda assim, em um instante ou outro eu me via buscando por Alex.
Queria poder mudar tudo aquilo. Voltar no tempo e fazer diferente, mas o que tá feito não pode ser alterado, pode ser consertado. Abrir o coração a essa altura estava me agonizando, porque pra mim, quando você se expõe, acaba sendo vulnerável e as pessoas não pensam duas vezes antes de te atingir independente da forma como fazem isso. Quando você se desliga desse mundo, ninguém pode machucar aquilo que não existe, ou pelo menos, você acreditou que não existisse, mas isso é uma coisa que o resto do mundo não precisa saber, desde que seu interior não saia machucado.
Como será dizer às pessoas o que você sente? Admitir que sente é uma coisa, conseguir dizer nesse momento, frente a frente, isso sim é como pular de um precipício. Seria tão mais fácil se nós não esperássemos ser correspondidos, que a ideia de reciprocidade fosse mera teoria, mas não, temos a necessidade de querer algo em troca do nosso coração, do nosso amor. E o pior, é que não contentes, continuamos a fazer de tudo para conseguir a consideração que creiamos merecer, mudando nosso modo de ser para agradar os outro, e então, valer a pena sentir tudo o que sente. Ficamos mendigando atenção, carinho, amor. E isso é o pior de tudo. Como suportar a rejeição? E quando você for a parte não correspondente, como mostrar que agora tudo é diferente? Como será provar todo seu amor, aqueles o qual você renegou? Merecerei eu, uma segunda chance?
Retornar nunca foi tão difícil. Retornar nunca me fez ter tanta vontade de continuar a seguir em frente.
...
Oiii pessoas, como vão? Saudades de vocês.
Esse é o prólogo do segundo livro de "No tempo certo", o que acharam? Só pra avisar que eu não sumi de vez, pelo contrário. O livro entretanto, será efetivamente publicado a partir do dia 06/06 com capítulo todas as segundas feiras. Por enquanto esse será o dia de postagem, mas tentarei incluir mais um dia...
Bem, é isso, vejo vocês em breve.
Beijinhoooos
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