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IX


As palavras de Alex me perturbaram a noite inteira. Seria possível que eu fosse tão ruim a esse ponto? Seria possível que Alex me odiasse tanto? Ou como ele mesmo disse fosse indiferente a mim? Mas e toda aquela encenação? E toda aquela conversa sobre olhar para sua esposa e procurar por mim? Todas essas palavras me vinham a mente e se contradiziam o tempo todo e eu não sei por qual delas eu preferia acreditar. O fato dele pensar em mim deixa as coisas tão mais confusas e o fato de eu ser indiferente a ele a tornam mais fáceis, mas torturantes. 

Enquanto isso, eu me perguntava o motivo pelo qual ele tinha ido ao escritório.Eu queria ajudar de alguma forma, mostrar que eu tenho um coração agora e que eu posso ajudá-lo, mesmo que fosse só na amizade. Agradecer por tudo que ele fez e por ter me mostrado o que é amar novamente, por mais que as coisas tivessem tomado rumos distintos eu teria que aceitar isso o quanto antes e meu coração teria que aprender a amar outra pessoa e deixar Alex apenas nas memórias.

Não conseguia dormir. Encarava o teto me sentindo um pouco sufocada. Franz dormia feito um anjo ao meu lado e eu o invejava por isso, porque eu queria dormir a ter que me submeter a tantas perguntas sem respostas. Eu queria ter que dormir a ter um aperto no coração toda vez que eu via Franz ao meu lado.

Juntei-me ao seu corpo e me aconcheguei em seu colo, deitando-me em seu peito. Por um momento desejei ter dois corações ou que as coisas pudessem se ajeitar cada uma em seu lugar num passe de mágica. 

O despertador tocou de pressa. Talvez eu precisasse de um cochilo de mais alguma horas, mas infelizmente não poderia completá-lo. Preparei o meu café e fui em direção a um bom banho para dar início ao meu dia. Só queria me concentrar em meus clientes e esquecer o fato de que eu poderia ver o Alex mais vezes no trabalho.Com certeza ele daria um jeito de conversar com Doutor Philips sem comparecer ao escritório, até porque o assunto entre eles era de total sigilo. Reviro os olhos ao me lembrar o quanto aquilo era totalmente desnecessário.

Franz acorda logo em seguida no momento em que eu já estou sentada tomando meu café. Ele chega e deposita um beijo em minha testa indo se sentar ao meu lado. 

- Dormiu bem, Engel?

- Não como eu gostaria. Fui dormir tarde demais e acordei cedo demais. Devo estar com olheiras terríveis.

- Está maravilhosa. Se quiser posso lhe fazer outra massagem - ele sorri presunçoso.

- Agora não. Sabe onde isso irá acabar. 

- E não é bom ? Dizem que ajuda a tirar o estresse, a dor de cabeça.

- Faz bem para um monte de coisas, eu sei, mas agora não é o momento - seguro em sua mão.

- Aquele cliente irá no escritório hoje? - ele pergunta dando um gole em seu café.

- Acredito que não. Eu nem sei mais se ele irá

- Como assim?

- Ele pediu sigilo ao doutor e como eu estou dividindo a sala dele provisoriamente, acredito que não nos veremos mais, mas não quero falar sobre ele. 

- Desculpa - ele pede.

- Tudo bem, você só está preocupado, mas fique tranquilo ele estava nervoso. Se de repente ele aparecer por lá não manteremos contato - tento confortá-lo.

- Certo, é bom que ele mantenha distância mesmo - Franz faz tom de ameaça.

- Bobo. 

 Termino de me arruma,r pego minhas coisas indo em direção a porta, mas antes dou um último beijo em Franz.

- Tchau. Fique bem - desejei sinceramente.

- Tchau Engel, eu te amo - ele diz e eu fico sem reação por um instante.

- Se cuida - abro a porta e saio. Fecho-a e apoio minhas costas sobre ela completamente sufocada. O que me confortava é que eu ainda não estava acostumada a dizer essas palavras a ninguém e eu esperava que Franz não pensasse nada além do que deveria, por mais verdadeiro que fosse.

Abri o portão do elevador e soltei todo o ar que me consumia. Entrei no carro colocando minhas pastas nos banco de trás, dei partida e fui em direção ao escritório pensando se eu o encontraria ou não. 

Se a curiosidade realmente matou o gato a essa altura os gatos estavam em extinção porque eu queria a todo custo saber o que estava acontecendo com o encaracolado. Brigava comigo mesma por querer isso, mas era quase incontrolável.

"Você não tem nada a ver com Alex e Alex não tem nada a ver com você". "A vida dele não lhe interesse, favor cuide da sua, Elizabeth, que não está muito organizada". "Lembre-se, você é indiferente para o Alex e ele deve ser indiferente pra você também".

Essas últimas palavras doeram, mas dizem que dor é aprendizagem, então talvez estivesse funcionando. Repeti todas aquelas frases até chegar no trabalho mesmo sabendo que mantras não funcionavam comigo, mas se palavras realmente tiverem poder, algum dia eles funcionariam.

 Estacionei um pouco a frente do escritório e enfrentei aquela imensa escadaria. Eu pediria uma grande indenização se depois de alguns anos trabalhando aqui eu não ganhasse um belo de um bumbum e lindas pernas por esse sobe e desce. 

Cheguei no último degrau completamente sem fôlego e com minhas pernas latejando, já que saltos não eram muito apropriados para uma escada com 20 degraus. 

- Ufa! - exclamei logo que cheguei, mas infelizmente eu lembrei que havia deixado minhas pastas no carro e uivei internamente. Contei até dez e me virei para começar a descer. Estava na metade do caminho quando meu celular vibra e eu o pego para ler a mensagem.

"Precisamos conversar, beijos, papai"

Preparei-me para responder e fui descendo as escadas. Ok, uma palavra digitada e um degrau descido, tudo perfeito se eu não fosse Elizabeth, a pessoa mais sem coordenação no mundo. Eu tinha que dar um passo falso e tropeçar indo de cara no chão, mas ao invés do chão eu fui de cara em um belo par de olhos verdes. Ele segurava meus braços e eu me apoiava nele. Meu coração já estava chamando a escola de samba e minhas pernas estavam mais frágeis do que nunca. Cada parte do meu corpo se arrepiou e estávamos tão próximos que eu conseguia sentir sua respiração que assim como a minha estava desregulada, talvez um pouco mais por ter descido as escadas. Alex tinha o cenho franzido e encarava os meus lábios desesperados. Desci o último degrau que ainda me restava tentando me ajeitar do melhor jeito possível, e meu corpo foi de encontro com o dele.

Era possível sentir o quanto ele estava desconfortável e o quanto ele me queria. Eu estava perdendo todas as minhas forças, a minha boca estava seca e a dele estava irresistível o que me fez engolir seco. Limpei a garganta tentando me recompor e ele colocou uma de suas mãos em meu rosto, fechei os olhos e abaixei a cabeça. Involuntariamente eu segurei sua mão e abri os olhos. Ele estava sorrindo e eu não entendi o porquê. Senti minha cabeça rodar a 360° por toda essa confusão.

- Talvez minha mãe tivesse razão. É impossível ser só coisa da minha cabeça.

- Do que está falando Alex? - tirei a sua mão rapidamente e abaixei meu vestido mais para conter o nervoso do que para arrumá-lo. Olhei para os lados um pouco constrangida por pensar que alguém poderia ter nos vistos em uma cena bonita nos filmes, mas constrangedora em público.

- Eu não posso dizer. Não agora pelo menos. - ele continua com um sorriso bobo no rosto e eu franzo o cenho sem entender nada.

- Por que está sorrindo? Por que está falando desse jeito comigo? Ontem você... você - eu não conseguia dizer ou iria começar a chorar.

- Está tudo bem, eu sei que agi como um idiota, me desculpa. 

- Você não pode dizer coisas terríveis e depois agir como se nada tivesse acontecido. 

Ele agora tem os olhos firmes e sérios.

- Me desculpa. São tantas coisas acontecendo. - ele me olhou conturbado, mas com os olhos ainda compenetrados.

- O que houve Alex? Me conta, talvez eu posso ajudá-lo - o encaracolado engoliu seco e ficou em silêncio por alguns segundos.

- Não precisa se preocupar Liza.

- Liza? - sorrio de lado e confusa.

- O que foi?

- Desde que cheguei você só se me chama por Elizabeth.

- Nem percebi - sorrindo com os olhos perdidos ele fala.

- Vai me contar ou não? - passa a mãos nos cabelos e encara o nada por alguns instantes.

- Você está com tempo?

- Estou, eu vim mais cedo pra arrumar alguns papéis e ajeitar algumas coisas. Acredito que o Doutor Philips não tenha chegado, eu só vou pegar alguns papéis que esqueci no carro e já volto.    

Saí indo em direção ao carro e antes de abrir a porta eu respirei fundo e passei as mãos pelo meu pescoço completamente confusa e meio tonta pelo o que quase acabara de acontecer. Abri a porta e peguei as pastas rapidamente, e quando viro, Alex ainda está parado no primeiro degrau e me encarando com um sorriso fofo. Balancei a cabeça desviando qualquer pensamento sem pudor que pudesse entrar em minha mente. 

- Vamos ? - sorri pra ele que me acompanhou.

- Como foi que começou a trabalhar aqui? - estava concentrada em meu passos não por cuidado, mas para disfarçar meu estado por estar lado a lado com Alex. Mas ele achou melhor quebrar o silencio.

- Bem, eu comecei a fazer estágio aqui logo que voltamos do acampamento. Minha prima indicou Doutor Philips para fazer a entrevista para o trabalho, lembra? 

- Claro, eu sabia que aquele rosto no data show era familiar, caramba! Que coincidência, agora estamos juntos aqui.

- Coincidências é o que mais acontece com a gente - soltei e me arrependi logo em seguida.

- Nunca tinha reparado, mas já que tocou no assunto, nós estudamos na mesma sala, fizemos trabalho juntos, nos encontramos na cervejada, você começou a trabalhar na empresa da minha mãe e fez estágio onde a Becker's fez um belo serviço. Alguns chamariam isso de destino, o que você acha? - ele pergunta e para de andar. Eu queria continuar andando, mas fui obrigada a parar. Ele esperava por uma resposta, mas eu não a tinha.

- Eu...eu...

- Já sei, você não acredita em destino - ao contrário do que eu pensei ele não parecia decepcionado.

- É que... - vejo o nada procurando por alguma palavra - Se fosse destino você e eu... - balanço a cabeça - Nós...

- Estaríamos juntos? - ele completa.

- É... talvez - olho para o chão sentindo o vento tocar meus cabelos e algumas mechas insistirem em cobrir meu rosto. Não conseguia olhar para ele.

- Quem sabe o que pode acontecer daqui pra frente. Talvez ele queira nos dar uma segunda chance - Alex continua andando e me deixa pra trás completamente sem reação.

Eu preferi não dizer nada. Aquele Alex não parecia o mesmo de ontem e alguma coisa estava acontecendo, mas eu não podia saber o motivo. Seria contra as regras. Minhas regras, diga-se de passagem e rompê-las talvez não estivesse no protocolo.

- Você está me dizendo a Becker's planejados está indo a falência? - pergunto totalmente aflita e desesperada quando Alex me solta essa bomba.

- Você é mais desesperada do que eu - ele ri e eu me encolho na cadeira ainda assutada.

- Como não estar preocupada Alex, eu criei um grande afeto por aquela empresa e eu sei o quanto ela é especial para você. E Sarah, claro, Sarah também, ela deve estar arrasada.

- Eu também achei que estivesse, mas ela aparenta estar muito bem.

- E você?

- Eu? Não vou negar que estou preocupado. Diante dos últimos acontecimentos a minha cabeça está a mil.

- Últimos acontecimentos? Tem mais além da empresa?

Ele olha pra mim com os olhos arregalados e um pouco confuso.

- Ah, não. É só que... é muita coisa para se resolver pra ajudar a empresa - seu jeito não me convenceu e eu lhe lancei um olhar desconfiada, mas não quis entrar em detalhes.

- E o que o Doutor Philips disse? 

- Eu marquei uma reunião com a fornecedora daqui um mês para tentarmos um acordo.

- Certo, eu vou com você - eu estava decidida. Ele se levanta aflito.

- Não precisa Liza. Por favor. Doutor Philips estará lá.

- E daí, talvez eu posso ajudar e algum coisa. Sei lá. - ele sorri novamente e eu não entendo todo esse sorriso em seu rosto. Ele parecia estar tramando alguma coisa e eu definitivamente estava com medo. Alex volta a sentar e segura minhas mãos fazendo um leve carinho nelas o que me causa grandes arrepios.

- Eu agradeço a sua preocupação, mas Jhony te mataria se te visse lá e não seria muito bom.

Suspiro derrotada porque de certa forma ele tinha razão.

- Tudo bem, mas me mantenha informada, por favor - ele concordou com a cabeça.

- Alex, você está aí?  - Doutor Philips entra na sala e estende a mão para cumprimentar Alex.

- Desculpa Doutor, na verdade eu vim falar com o Doutor Eduardo dessa vez. Mas aproveitando que o senhor está aqui só gostaria de te informar que a reunião com a fornecedora foi marcada.

- Claro, me manda um e-mail e nós acertamos os detalhes.

- Obrigado - Alex agradece ao Doutor Philips.

- A gente se vê Elizabeth - ele pisca pra mim e sai e eu retribuo com um sorriso confuso.

- Não sabia que vocês se conheciam.

- É uma longa história. Estudamos juntos e trabalhamos juntos.

- Oh, me lembro vagamente de você ter me comentado isso quando veio para a entrevista. Você deve saber que a... esquece eu não posso dizer.

- Que a empresa está passando por dificuldades. - o doutor consentiu perturbado - Não se preocupe ele acabou me contando.

- Que mundo pequeno não é mesmo? Quer dizer, se fomos ligar os fatos são muitas coincidências.

- São - respondo lembrando das palavras de Alex." Quem sabe o que pode acontecer daqui pra frente. Talvez ele queira nos dar uma segunda chance" - Mas, me conta, toda essa situação tem solução, não tem?

- Vai ser bem difícil, mas não será impossível. Eles terão que conter bastante os gatos e estudar qualquer tipo de investimento, ou a dívida será grande.

- Certo. Tem alguma outra empresa no meio? Algum problema além desse?

- Por que a pergunta?

- Eu sei lá, por qual outro motivo ele procuraria o Doutor Eduardo se não for pra pedir um indenização?

- Liza, meu irmão trabalha com família também - ele me lembra.

- Tá, mas... Espera. Família? Não, não pode ser. Deve ser alguma coisa relacionada com o pai dele, mas que eu saiba Charles está bem. Ou será que ele piorou e está pensando em fazer um testamento?

- Liza? Você está bem? - Doutor Philips pergunta, pois eu estava totalmente desconcentrada.

- Estou, estou bem sim.

A verdade é que eu não estava. Se ele estivesse separando isso explicaria muita coisa e o porque desse tratamento doce e repentino. Comecei a me desesperar, eu não sei o que estava se passando na cabeça de Alex, mas eu não queria ser pivô de um divórcio. Eu poderia me concentrar na possibilidade de ser o pai dele, mas isso seria horrível. 

Lembrei-me que papai havia me mandado uma mensagem e eu tinha esquecido de responder. Peguei o celular e comecei a respondê-lo tentando me distrair por alguns segundos.

"O que houve, pai? Está tudo bem?"

A mensagem veio logo em seguida.

"Está sim, minha filha. Só gostaria de convidar você e o Franz para jantar aqui, hoje. Gostaria que conhecesse a Marta"

Papai queria que eu conhecesse sua nova namorada e eu não sei se eu estaria pronta. As madrastas das minhas histórias eram sempre más e interesseiras, mas se pensar pelo lado de que papai não tem muito dinheiro e que eu já sou bem adulta pra acreditar nisso, eu deveria encarar os fatos. Acho que no fundo eu esperava que meus pais fossem se acertar, mas é lembrar de mamãe e saber que era impossível e afinal, Walter merecia ser feliz. Um pouco contrariada acabei confirmando.

O relógio já estava marcando meio dia. Só restava eu em minha sala e já estava arrumando minhas coisas para ir embora. Na saída, acabo encontrando Alex na sala de espera.

- Liza - ele se levanta e vem em minha direção.

- O que faz aqui ainda? Achei que já tivesse ido.

- Eu ia, mas... Queria te convidar para um almoço.

- O que ? - perguntei querendo confirmar que havia ouvido corretamente.

- Almoço. Você...Por acaso já tem outros planos?

- Han... eu... é... Não, mas... não acho que Franz vai gostar da ideia.

- Oh Franz, verdade - ele coça a nuca. - Mas, não acho que ele vá se importar se sairmos só para um almoço. Um almoço... entre velhos amigos.

- Velhos amigos? - ironizo a pergunta franzindo o cenho enquanto Alex tem as mãos no bolso da calça e parece um pouco nervoso - sinto muito Alex eu...

- Certo - ele diz decepcionado e sai pela porta andando de costas - Mas é só um almoço - ele insiste mais uma vez e me arrança um leve riso.

.................................

- Você vem aqui com sua esposa? - pergunto querendo confirmar se era ele mesmo naquele dia e ter certeza sobre os meus pensamentos. Ele larga o garfo sobre o prato e termina de mastigar. Mandei uma mensagem para Franz avisando que eu não almoçaria em casa. O compensaria depois, de algum jeito.

- Eu e minha esposa? Han, certo. Algumas vezes nós viemos almoçar aqui sim. E você e Franz?

- Uma vez. Logo que cheguei - dou um gole no meu refrigerante - E seu filho, como ele é?

- Ele é uma graça, você tem que conhecê-lo. É tão esperto - ele diz com um brilho nos olhos apaixonante. Ele tem os olhos castanhos como os de Flávia. Ele é a cara dela. 

- Por que não leva eles em algum almoço que fizermos com nossos amigos? - ele fica sério e limpa a garganta algumas vezes.

- Miguel dá muito trabalho e Flávia é bem caseira. 

- Poderia marcar alguma coisa em sua casa, então. Quero dizer, se Flávia não se importar. - percebi certo desconforto em Alex e resolvi não tocar mais no assunto.

- Quem sabe um dia, mas o que pretende fazer?Você sempre teve tudo planejado? - ele mudou de assunto.

- Estou fazendo minha especialização e já pretendo logo em seguida fazer um mestrado e um doutorado. 

- E dessa vez, entra o casar e o ter filhos? - ele pergunta e percebo certa dificuldade em engolir.

- Sabe que eu nunca fui muito de pensar em ter uma família, mas... - dou novamente um gole em minha bebida, eu não sabia a certo o que dizer e nem onde ele queria chegar com tudo aquilo - eu estou namorando, isso é uma consequência natural, eu acho. - Alex não pronunciou mais nenhuma palavra depois desse último assunto e um silencio se instalou entre nós. Suas atitudes me impressionavam não de um jeito bom, mas estranho. - E seu pai?

- Ele está bem. Nós estamos conversando mais, conheci minha irmã mais nova, uma graça de menina. Eu ligo pra ele algumas vezes, e ele vem em casa visitar o neto.

- Fico feliz que vocês tenham se acertado.

- E você e sua mãe?

- Eu já desisti. Acredito que ela não tenha solução, infelizmente.  Eu tento uma aproximação, mas parece que ela se esquiva cada vez mais.

- Eu sinto muito. 

- Tudo bem, eu já me acostumei - dou de ombros.

- A comida da Alemanha é boa? - agradeci internamente por ele ter mudado de assunto.

- Sim. Não é tão diferente daqui.

- Espero que não tenha acabado com o macarrão de lá - ele zomba.

Faço cara culpada.

- Claro que não. Quero dizer, só um pouquinho. - rio

- E você continua parecendo uma criança comendo.

- E você continua sujando a sua camisa.

- Mentira. Você está brincando - ele ri desconfiado.

- Oh, juro que não estou. Olhe você mesmo - uma vontade imensa de rir me vem.

- Você está rindo Liza, está me obrigando a olhar pra me fazer de idiota, eu não vou olhar - ele ri.

- Bem - sento-me ao seu lado um pouco constrangida já que estávamos um de frente ao outro e pego um guardanapo - Você não deveria duvidar de mim. - começo a esfregar sua camisa bem em cima da pequena mancha vermelha que ali estava. Era possível perceber seus olhos compenetrados e eu não poderia desviar minha atenção da mancha. Eu sabia que aquele verde intenso era uma perdição e eu não resistiria facilmente.

- É só lavar um pouco com água e sabão, e depois secar com secador de cabelo. Posso deixar minha camisa com você se quiser. - ele sussurra

Paro por um instante de esfregar a região, agora completamente, totalmente e inteiramente confusa, eu estava. Lembranças do momento em que o vi sem camisa pela primeira vez vieram a tona. Balancei a cabeça e larguei o guardanapo na mesa. 

- Acho melhor irmos embora - tentei parecer o mais tranquila possível, mesmo sentindo meu sangue ferver.

- Certo - Alex consentiu desconfortável.


A caminho de casa eu tentava prestar atenção no trânsito enrolando o máximo que eu podia. Pela primeira vez eu não estava me importando que o trânsito estava o caos e o quanto as pessoas eram mal educadas. Eu queria apenas não pensar no que havia acontecido hoje, e esquecer que Alex existisse por alguns segundos, mas era em vão.

Tudo estava desconexo e se eu não tive ligada aos últimos acontecimentos eu diria até que ele estaria flertando comigo, mas por que? Ontem mesmo ele me disse coisas horríveis e hoje está tão gentil. Ele é casado e tem um filho que ama muito. Talvez estivesse preocupado com a empresa e encontrou em mim alguém para desabafar. Mas e toda aquela história de procurar por Doutor Eduardo? Toda a situação da empresa ainda estava no começo, e ao que tudo indica, por enquanto não havia o que se falar em reparação, o pai dele estava bem, e o casamento... Uma pessoa que não leva a família para sair com os amigos, é estranho. Tudo bem que ele se afastou por minha casa, mas agora que ele estava de volta, por que não trazê-los também? É algum outro problema, qualquer outro, teria que ser outro.

Franz, era nele que eu tinha que me concentrar. Ele seria o caminho certo e assim como eu disse a Alex a sequência natural seria eu casar e ter filhos assim como ele. Não era justo ele seguir a vida dele e eu ficar presa num amor não correspondido. Eu tinha que aprender a amar Franz, ele era um boa pessoa, me faria feliz e tudo ficaria bem. Tinha que ficar. Senti meu peito encher e de novo as imagens de nós dois vinham invadir a minha consciência. Para o Alex eu tinha que ser a Liza de antes, fingir que eu não sentia nada.

...

Olá amores, demorou mas saiu. Estou tão ansiosa com essa estória que se eu pudesse escreveria um capítulo por dia, mas o tempo é malvado.

Espero que tenham gostado do capítulo de hoje...

Beijoooos 

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