IV
- Me desculpe, eu... - Pera, eu conhecia aquele cheiro. Aquele perfume era o meu favorito e no mesmo instante, eu me senti embriagada sem ao menos ter ingerido uma gota de álcool. O calor de sua pele incendiou cada pedacinho do meu corpo e qualquer pessoa, por mais longe que estivesse, perceberia o efeito que ele ainda tinha sobre mim, e eu esperava que ele tivesse notado toda a minha reação - Alex! - sinto minha voz fracassar. Seu cabelos estavam cortados e apenas alguns cachos emolduravam o seu rosto, o que me fez pensar que a pessoa do restaurante não era ele. Ainda preferia ele com todos aquele emaranhando de cabelos encaracolados que me fascinavam. Dei um leve sorriso sem saber se o motivo era o fato de estarmos tão perto ou pelas lembranças.
Seus olhos estava firmes em mim e sua testa estava levemente franzida. Engoli seco, pois sua expressão não era a das melhores. Senti minha respiração ficar pesada, e meu coração parecia querer sair pela boca e ia ao seu destino: Alex. Aliás, acho que ele nunca saiu de lá. Eu só precisava conseguir o coração de Alex de volta. "Espera! Eu não posso querer Alex. Seria injusto". desesperei-me por pensar que minhas chances haviam se esgotado e minha pálpebras o sentiram, dando sinal de vida, que com forças do além eu tentei disfarçar.
- Não sabia que estava de volta, Elizabeth - ele diz secamente, se afastando de mim, sem desfranzir o cenho e muito menos deixar de me olhar. Meu coração estava apertado e lutava contra ele mesmo para não gritar ou simplesmente se esconder.
- Eu cheguei... - limpei a garganta por as palavras quase não saíram - Eu voltei há uma semana.
- Por que? - incomodava o jeito como falava sem mudar a sua reação, parecia mais um robô do que o Alex. Sua pergunta me surpreendeu. A tonalidade desdenhada fez meu sangue ferver, mas não era de raiva, mas medo. O que eu mais temia, estava prestes a acontecer.
- Como assim? Todo mundo sabia que era provisório o meu tempo na Alemanha. Eu voltaria mais cedo ou mais tarde.
- Pra que? A Alemanha não era algo tão almejado, poderia ter ficado por lá - seus lábios se movimentavam timidamente e minha presença certamente não o deixava confortável.
- Largar tudo assim, sem pensar bem...
- Não foi exatamente isso que você fez? - Alex me interrompe.
- É diferente - engulo seco.
- Tanto faz - da de ombros. - ele finalmente se move olhando para o nada e passa a mãos sobre os seus cabelos, agora tão curto.
- Alex! - o chamo, mas antes que ele esbanjasse qualquer reação um limpar de garganta se faz entre nós, o que me faz estremecer.
- Liza! - Franz me chama e eu fico completamente sem reação. Meus olhos intercalam os movimentos ora em Franz, ora em Alex. Não foi assim que eu planejava esse momento, se é que em algum momento eu havia planejado alguma coisa.
- Oi - digo mais num sussurro sem conseguir esconder meu desconforto.
- Estava te procurando. Não vai me apresentar a seu amigo? - Franz pergunta inocentemente.
Fiquei em silêncio por alguns segundos tentando absorver sua pergunta, mas eu estava era em busca da resposta. O que eu diria? "Esse é o Alex, Franz, o famoso Alex". Não seria uma má ideia, aliás, o que mais eu poderia dizer além disso?
- Eu também estava te procurando, engraçado - tento desconversar e dou um sorriso completamente forçado e novamente o silêncio se forma. Alex e Franz se entreolharam e eu rezei para que Alex saísse de lá, mas ele não o fez. Talvez quisesse confirmar algo que seus pensamentos tentavam ligar.
- E então, Engel?
- Claro, esse é o... o...
- Alex - Alex estende a sua mão a Franz. Alex não o olha de forma amigável, pelo contrario, a sua expressão de alguns minutos atrás continua a mesma enquanto Franz, encara a mão de Alex desfazendo lentamente seu sorriso. Não estava frio, mas eu podia sentir meu corpo inteiro tremer. Franz me encarou por milésimos de segundo e eu desviei o olhar. Com muito custo ele corresponde o aperto de mãos de Alex, e se apresenta.
- Franz, namorado de Liza. - os dois estavam com as mãos firmes. Eu me recusava a olhar a feição de seus rostos, desviava a minha atenção sempre que possível, mas meu subconsciente estava concentrada na cena ao meu lado.
Alex mordia o maxilar e eu sabia que ele estava nervoso. Era possível olhar que as mãos de ambos estavam vermelhas.
- Namorado - pronunciou Alex debochado. Isso iria acabar comigo e neste exato momento eu queria ter o dom de poder me teletransportar, eu precisava fazer alguma coisa ou eles iriam acabar se matando.
- Franz? - chamo para que ele desvisse a sua atenção a mim e relutantemente ele relaxou as mãos e se dirigiu a mim. Alex me olha e depois olha pra Franz, engole seco e sai em direção ao bar. Eu não queria, mas meus olhos insistiam em acompanhar seus movimentos. E então caio em mim lembrando de Franz.
- Achei que ele não viria Elizabeth - Ótimo, Franz estava bravo e eu sabia perfeitamente só por ter me chamado pelo nome.
- Eu também não sabia que ele viria. Foi uma surpresa a todos - digo tentando forçadamente liberar o ar que me sufocava.
- O que vocês conversaram?
- Praticamente nada. Você chegou bem na hora.
- E se eu não tivesse chegado essa conversa perduraria por um bom tempo, não é mesmo? - Ele estava irritadíssimo e eu nem sabia como contornar toda essa situação.
- Franz, por favor. Podemos conversar sobre isso uma outra hora. Eu não fiz nada, por Deus - ele respira fundo e cerra os punhos.
- Tá certo. Não quero estragar sua formatura. - Sua voz ainda estava rígida, mas estava menos tenso.
- Onde você estava? Foi a valsa dos formandos e eu não te achei - tento ser o mais doce possível.
- Fui usar o toillet, a fila estava imensa. Desculpa por não ter dançado com você. - havia pesar em suas palavras e eu não queria vê-lo naquele estado.
Eu sabia perfeitamente que não ficaria por isso mesmo. Ainda faltava algumas horas para a festa acabar e eu havia prometido ficar até o final. Eu precisava beber e aproveitando que Alex não estava mais lá, pedi logo um dose de tequila. Sabia perfeitamente o efeito que tal bebida tinha sobre mim, mas era o melhor remédio naquele momento e, portanto, eu estava pouco me importando da dor de cabeça do dia seguinte. Dor de cabeça maior eu presenciei a pouco.
Eu sentia a bebida fazer efeito e eu consegui aproveitar o máximo possível da música e Franz ficou do meu lado o tempo todo, talvez mais para "marcar território" do que para aproveitar o momento comigo. Eu tentava animá-lo, mas ele era difícil. Tentava sorrir e não pensar em Alex, mas ainda assim era em vão, porque sempre que possível eu procurava por ele e os via em meio a movimentação das pessoas. Por mais que meu coração estivesse despedaçado eu precisava encontrar algum jeito de ocupar minha cabeça e não padecer.
Meus amigos, se é que ainda posso chamá-los assim, estavam conversando com Alex que bebia um whisky, e algumas vezes, seus olhos vinham em minha direção, mas eu não poderia corresponder, não com Franz na minha frente. " O que eu estava fazendo com Franz?". Eu não queria machucá-lo, mas porque eu sempre tenho que fazer isso com as pessoas. Primeiro era falta de amor, e agora? Talvez eu não tivesse errada em dizer que o amor era algo que machucava ou eu não sabia administrá-lo e esse seria o meu maior pecado com uma penitência eterna. Eu feria a mim mesma e as pessoas a minha volta e talvez todos tivessem mesmo razão, eu não deveria ter voltado. Estavam todos melhores sem mim. E eu? Estava melhor sem eles? Não era isso que eu queria levar para o meu futuro? Encarei pela última vez a cena em que eu não me encaixava mais e não tive menos vontade de dançar, pelo contrário. Era hora de ir embora. Seria assim, sem se despedir, mesmo.
Minha vontade era chorar. Chorar de raiva, chorar por ser tão fraca e por se lamentar. O caminho inteiro foi de extremo silêncio. Franz estava concentrado na direção e a única voz que ele ouvia era a do GPS.
Franz foi direito se deitar, ele estava nervoso e uma discussão aquela hora não seria nada bom. Pressionei os lábios sentindo-me totalmente culpada e triste por ele. Depositei minha bolsa na mesa e decidi contemplar a noite. Dormir me faria sonhar e isso era a última coisa que eu queria. Sonhar . Sentei-me na cadeira da sacada, tirei os sapatos e abracei meus joelhos os encolhendo contra meu corpo. Fechei os olhos e respirei fundo sentindo o choro se acumular em minha garganta, mas não impedi que ele se formasse. Eu tinha perdido praticamente todo mundo e eu me sentia a garotinha desprotegida de alguns anos atrás que chorava nos arredores da escola. Lutei tanto tempo para nunca mais me entregar desse jeito e nesse momento eu me sentia uma criança novamente.
Olhei para o céu e levantei-me. Eu queria gritar, eu precisava gritar. Afinal, isso era só o começo do que estava por vir. Mas eu permaneci calada, embora a minha cabeça insistia em pedir ajuda.
"Ei universo, destino, ou seja lá o que for, colabore comigo, por favor. Me dê algum chance e me ajude, estou totalmente perdida. Tentarei não decepcioná-lo, agradecida".
O efeito das tequilas deveriam estar ainda pela minha corrente sanguínea pra eu chegar ao ponto de pedir àquilo que eu não acreditei por um bom tempo, ajuda. Mas quando você encontra desespero e se vê perdida, começa a apelar para aquilo que lhe resta. É necessário uma base que te sustente pra que a queda não seja tão brusca. Ri ironicamente da minha atitude e percebi que era melhor me deitar e rezar para que não viesse a sonhar.
O sol não foi nem um pouco comedido em invadir o quarto. Abri um olho e em seguida o outro com certa dificuldade. Assim que os raios solares foram de encontro às minhas vistas a ressaca resolveu me dar bom dia. Dei um leve gemido de dor e esfrego os olhos como se quisesse acordá-los. Sinto um vazio na cama e percebo que Franz não estava ao meu lado e estranhei. Ele sempre me esperava acordar e... Claro, ele estava chateado, irritado ou seja lá o que estava lhe afetando, eu só sei que eu não queria ter aquela conversa logo de manhã. Minha cabeça latejava e eu senti que precisava urgentemente de um café e de um bom banho.
Levantei-me e fui escovar meus dentes antes de se dirigir a mesa. Tomei um banho bem quente pra tirar o peso que invadia meu corpo. Assim que saí, encontro Franz com seu note book e uma xícara de café ao seu lado. Ele está concentrado na tela e nem sequer percebe minha presença.
- Bom dia! - digo sentando ao seu lado. Ele não me responde. - Por que não me esperou para tomarmos café juntos? - novamente o silêncio. Eu já estava ficando irritada, odiava ser ignorada. Respirei fundo e fui até a cozinha. Maravilha, meu namorado havia feito apenas o café suficiente a uma pessoa, então tive que preparar eu mesma o meu café.
Voltei a me sentar ao seu lado. O barulho de cada tecla sendo tocada eram como marteladas em minha cabeça e a falta de comunicação me deixava ainda mais tensa.
- Franz Muller, sprich mit mir, bitte¹ - gritei com raiva e então sua atenção finalmente estava em mim.
- Estou ocupado, resolvendo um trabalho. Preciso entregá-lo o quanto antes - ele diz e logo se vira novamente ao seu notebook.
- Isso se chama trabalho, ou você está irritado pelo o que aconteceu ontem? - ele me olha de soslaio, mas não diz nada - Ótimo, não quer conversar, melhor pra mim - Levanto-me e vou saindo, mas ele fecha a tela de seu computador e levanta indo em minha direção.
- Claro. Pra que ter que entrar no assunto do seu ex namoradinho se você pode muito bem fingir que nada aconteceu.
- Franz, nada aconteceu. Nada. E quando eu digo nada, é nada - está me ouvindo bem.
- Não aconteceu por que? Eu atrapalhei alguma coisa? - suas perguntas eram irônicas e ao que parecia estava querendo em provocar.
Coloco a mão na testa e olho para Franz.
- Não aconteceu nada porque eu estou namorado e ele esta casado. O que você quer? Que destruamos nossos relacionamentos e assumimos o que sentimos um pelo outro e ficaremos felizes para sempre, é isso? - Franz se encolheu em seu próprio corpo e eu pude notar que seus olhos estavam vermelhos, foi então que eu percebi o que tinha acabado de dizer. - Franz, eu não quis dizer isso
- Mas disse - ele se vira e apoias as duas mãos na mesa ficando de costas a mim. tento tocá-lo de algum jeito, mas eu sei que isso só aumentaria a raiva dele.
- Franz... - digo receosa - Alex e eu somos passado. Tomamos rumos diferentes em nossa vida. E tudo isso por culpa minha. Ele não anda mais com os amigos e nem vai a empresa que ele tanto adora. Além de tudo ele... ele está casado, tem um filho, e eu tenho um namorado especial, carinhoso. O que aconteceu entre mim e o Alex foi muito forte, mas passou. "Não passou não, pera ele tem um filho e esposa, porque ele estava sozinho ontem"? Você sabia desde o início quando me pediu em namoro que os meu sentimentos por ele eram muito fortes e mesmo assim quis tentar.
Ele respira fundo e se vira ficando de frente a mim.
- Você ainda gosta dele? Seja sincera.
Eu fraquejei com sua pergunta. Eu não podia enganá-lo. Ele não merecia isso. Meus olhos se pesaram e minha cabeça resolver se contorcer.
- Se eu dissesse que não fiquei mexida, eu estaria mentindo - o olho com medo de sua reação.
- E o que eu estou fazendo aqui? Por que sou eu e não ele que está desempenhando o papel de eu namorado? Por um simples status. Você mais do que ninguém sabe, que filho nenhum prende alguém num relacionamento. - ele bufa de tanto pesar.
- Franz, eu gosto muito de você, acredite.
- Gosta. Mas não ama.
- Eu posso aprender - sorrio esperançosa sentindo as lágrimas invadirem meu rosto.
- Não se aprende a amar. Só... Se ama.
- Franz, por favor. Eu lhe imploro, não tome uma atitude precipitada. Eu não quero te ver sofrer. Eu prometo que vou ser uma namorada mais carinhosa e vou esquecer Alex de uma vez. Mas não diga que vai desistir de mim. - eu soluçava. Apesar de tudo Franz era uma pessoa incrível e eu brigava comigo mesmo por ter levado tudo isso a esse ponto. Eu precisava dele, seja como amigo ou como namorado. Aproximo-me dele e enlaço minhas mãos em seu pescoço. E dou lhe um selinho - Por favor, não desista de nós - dou-lhe outro selinho.
- Liza, não... - eu insistia e ele tentava ser forte. Mas o "Liza", o entregava dizendo que ele não demoraria muito em ceder. e foi o que aconteceu. Ele enlaçou minha cintura e prensou nos lábios. Ele me beijava desesperado como se quisesse me dizer que também era bom o suficiente pra mim. Eu me entreguei o máximo que eu podia, estava na hora de seguir em frente e não remexer outras vez no passado.
Nada melhor que uma briga terminar em sexo pra aliviar as tensões e reafirmar os sentimentos. Não deveria ser muito difícil me apaixonar por Franz, aliás, ele tinha 1,90 de altura, um corpo todo engomado, um sorriso radiante, sem falar em todo o seu jeito carinhoso. Olhei para ele e dei um sorriso satisfeita, mesmo ainda estando confusa.
Meu celular apita e levanto-me cuidadosamente para não acordar Franz.
"Poderia ao menos ter avisado que iria embora".
"Precisamos conversar. Por favor. É importante. Prometo me explicar".
A mensagem não veio de imediato. Eu precisava desabafar com alguém. Após 5 minutos de muita aflição, a mensagem chega.
"Nos encontra daqui uma hora no shopping".
Sorri esperançosa. E ri pelo local cominado. Minhas amigas adoravam um shopping como local de desabafo.
Arrumei-me apressadamente e dei um beijo em Franz, mandando uma mensagem a ele avisando que ia sair, pra que ele lesse depois e me ligasse em seguida.
O shopping estava lotado, mesmo sendo Domingo, os estabelecimentos estava tomados por uma multidão. Subi as escadas rolante indo a parte superior do shopping e fui até o restaurante combinado. As meninas estavam na área externa e eu me juntei a elas, timidamente.
- Como vai, Liza? Sente-se - Kate estendeu sua mão até o lugar vago.
- Eu estou bem. Quero dizer, na medida do possível - respondo me sentando.
- Quer beber alguma coisa? Por favor, sem álcool de preferência - brincou Sam.
- Eu me contento com um suco de laranja - sorrio.
Sam chama o garçom pedindo o meu suco e logo volta a me encarar.
- E então? O que quer tanto conversar? - Back pergunta.
Estava me sentindo num total julgamento. Talvez se fossem juízes eu não me sentiria tão intimidada.
- Eu... Eu... Queria me desculpar. Sei que não fui uma boa amiga durante um bom tempo, ora por não acreditar no amor, ora por acreditar, mas não saber como agir. Desculpa, por ter sumido - senti minha voz fraquejar e limpei a garganta tentando recuperá-la.
- Pode nos explicar o motivo de seu sumiço? - Perguntou Kate.
- Claro - Acenei com a cabeça - Durante todo esse tempo que eu estive na Alemanha muita coisa mudou. Aprendi muito mais do que eu imaginava, e consegui admitir a mim mesma que eu amava. Que o amor existia e então eu finalmente havia conseguido acreditar, não só isso, mas a enxergar que ele estava ao meu lado o tempo todo. Sei que muitos me julgam por ter abandonado Alex daquela maneira e eu não culpo ninguém por isso, mas... O que eu poderia fazer? Não podia oferecer amor ao Alex quando eu mesma não acreditava em tal sentimento. Eu não conseguiria acordar todos os dias e vê-lo tendo fantasmas de insegurança me assombrando constantemente e achando que ele iria me trair ou me abandonar assim como Bill. Doeu mais em mim em dizer adeus. Mas depois, eu percebi que o sentimento era verdadeiro. O tempo todo foi verdadeiro e que e o amava intensamente desde o primeiro momento. Eu consegui voltar no tempo e sentir toda a dor que ele sentiu naquele momento e então, eu entendi que alguém que sofreu como ele sofreu, jamais iria embora. Não pela sua vontade. Eu estava disposta a largar tudo e ir atrás dele, dizer a ele tudo o que eu sentia e que daria um chance a nós. Prometeria ficar ao lado dele e nunca mais negar de seus beijos nem abraços ou carícias porque todo aquele tempo, foi uma tortura ficar longe dele. E então vem a grande notícia de que ele iria se casar. Era como se tudo fosse em vão. Como se mais uma vez o amor tivesse virado as costas pra mim no momento em que eu tentei dar uma chance a ele. Eu voltaria ser a Liza insensível num piscar de olhos se eu quisesse, mas eu não conseguia. Eu estava desatada. Eu precisava de um tempo distante de tudo e de todos pra que eu pudesse por a minha cabeça e meus sentimentos outra vez no lugar. Eu tinha que seguir a diante sem olhar para trás porque senão eu iria me remoer um pouco a cada dia por ter deixado Alex e todas as pessoas que eu amava pra trás. Eu não deixei de pensar em vocês um minuto sequer. Franz apareceu e colocou um pouco de cor em minha vida. Ele me ajudou a caminhar e a rir nos momentos de dor. Ele acabou se apaixonando por mim e eu disse a ele que meu coração ainda estava preenchido, mas ele quis insistir. Em alguns momentos acreditei que podia esquecer Alex, mas eu o chama as noites e procurava por ele em Franz. E ontem, quando eu vi o Alex depois de tanto tempo, percebi que ainda o amo. Mesmo que seja tarde demais o efeito que ele tem sobre mim continua o mesmo e ainda mais intenso. Briguei com Franz hoje de manhã, porque eu disse a ele que o Alex ainda mexia comigo, e mais um vez eu estou machucando pessoas que são importantes pra mim e eu não quero isso. Mas eu acho que estou perdida. Não sei por onde começar, não sei como agir, nem o que fazer. É como se eu tivesse sido jogada nesse mundo e o universo me dissesse "Se vira". Eu... - não consegui terminar de dizer, pois minhas palavras estavam sendo substituídas por soluços. Não sabia dizer em qual momento eu havia começado a chorar, mas eu sabia que tinha os olhos fixos de minhas amigas em mim a todo instante.
Um silêncio se fez. Eu estava ficando constrangida por estar tão vulnerável. Com toda certeza, nenhuma dela presenciou em nenhum momento uma Liza tão frágil. Sam estava do meu lado e segurou uma de minhas mãos e pude notar seus olhos vermelhos.
- Liza, eu não sei nem o que dizer. Estou surpresa, nunca a vi nesses estado.
- Certo. Desculpa o que eu vou te dizer Liza, mas você está pagando o preço, pela sua falta de amor. Não pense que vai ser fácil, porque não vai. Você vai ter que ser forte o suficiente pra conseguir encarar tudo isso. Nada do que você disse justifica o que você fez, mas eu entendo a sua atitude. Não saberia também como me comportar diante de uma situação como essa. Cada um se comporta de um jeito perante os problemas que a vida nos dá, só não podemos ser fracos e desistir de tudo, e isso, Liza, você já tem doutorado. Talvez está na hora de parar de se lamentar pelas coisas que aconteceram com você e pensar nas que estão por acontecer. Você tem que se mostrar forte, não só se mostrar, tem que ser. Agir conforme você deseja agir e não pensando que vai voltar a viver o seu passado. Por Deus Liza, passado é passado e quem vive disso é museu. Viva o presente e tente deixá-lo mais agradável para que no seu futuro, você não continue sendo a mesma Liza, com medo, fria, fechada para o amor. Está na hora de você começar a agir. Nada será igual ao seu passado se você não deixar que fosse, e isso nunca vai acontecer se você continuar fugindo. Quanto ao Alex, eu sinto muito. Eu torcia muito para que vocês dessem certo, mas infelizmente as coisas não saíram assim. Só quero que você saiba que por mais que estamos magoadas com você, continua sendo nossa amiga. Poxa, você me apresentou ao Mat, aconselhou e foi ombro de nós três inúmeras vezes quando choramos por causa dos rapazes. E quero deixar claro que talvez você não saiba, mas você pode contar conosco, porque nós não somos as suas amigas do passado, somo de verdade. E prova disso, é que se depender de mim, eu vou te dar ainda muitos tapas na cara, não literalmente, embora eu tenha vontade, mas pra você para de andar sempre olhando pra trás. Ok. Agora se levante e me dá um abraço - Kate se levantou com os braços estendidos. Eu chorava feito uma criança e sem pensar duas vezes eu a abracei com as meninas vindo logo em seguida em uma abraço coletivo.
As palavras de Kate, não foram doces, mas foram extremamente importantes. Eu precisava de um conselho assim, precisava que alguém me acordasse pra vida e e me fizesse enxergar o que tinha feito de errado todo esse tempo. Estava na hora de mudar também nas atitudes.
...
Um capitulo na quinta como prometido. Prometo também que os próximos capítulos serão mais animados. Será que Liza vai conseguir mudar? Teremos muitas surpresas ainda, mas eu quero saber de vocês, Alex ou Franz? Ainda é muito cedo para decidir? Ou é team Alex forever? Estou louca pra saber.
É isso meus amores, beijinhos e até segunda.
¹ Sprich mit mir, bitte - Fale comigo, por favor
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