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Epílogo

Estou sentada no meio do salão de festa, tentando fugir da hora da dança.

Sou a irmã da noiva, ocupo um lugar especial na festa e estou linda para ser modesta, não mais linda que Fernanda em seu excepcional vestido branco, seu marido, o Ricardo, está sorrindo, afinal conquistar a Fernanda não é para qualquer homem.

Ele e Fernanda se conheceram em um Centro de Apoio a Depressão. Os dois estavam doentes e acabaram se tornando amigos, hoje em dia, nenhum dos dois frequenta mais o centro.

Sorrio.

Gostaria que Lucas estivesse aqui, mas faz tempo que ele se foi.

Já se faz dez anos que Lucas disse que queria conversar comigo, e nós nos sentamos na varanda da casa dele relembrando várias coisas. Ele me fez lembrar uma promessa que nós dois fizemos a muito tempo atrás, quando dissemos que iriamos morrer juntos.

Lucas disse que a partir daquele momento, eu estava livre daquela promessa, pois ele já havia vivido muito e eu ainda tinha muito a viver. Eu chorei junto com ele sem entender ao certo o porquê daquela conversa, no dia seguinte seus olhos não se abriram e seu coração resolveu parar de bater.

Já se faz dez anos que minha vida é a mesma coisa, todo mundo seguiu em frente.

Fernanda se casou, Alice está namorando e eu estou parada, pensando no que eu poderia ter feito para mudar as coisas, mas hoje é dia de festa, não quero ficar triste pensando nessas coisas.

Eu levanto de onde estou, e vou ver Fernanda desfilando linda pelo salão. Ela sorri e cumprimenta os convidados, tira fotos. Ela está feliz e penso que eu deveria aprender lidar com o meu passado como ela.

Aproximo-me dos noivos que estão mais tranqüilos e começo uma conversa, estão todos felizes. Às vezes no meio de toda essa felicidade, eu me sinto uma intrusa, minha irmã me cutuca para que eu preste atenção em algo, mas não estou entendendo:

— Ele veio, Lotte.

Nanda disse como se explicasse tudo, e eu olho em volta para o salão com mais de 500 convidados.

— Ele quem?

Pergunto, mas Fernanda sai para cumprimentar sem me responder e quando eu vejo de quem ela está falando, eu tomo um susto, meu coração acelera e percebo que ele tem a mesma capacidade de mexer comigo que antes.

E fazia dez anos que eu não via aquele homem, ele deve ter 31 anos agora, está com a expressão mais madura, quando Nanda disse que ia o convidar, eu tinha certeza que ele não viria. Fazia anos que ele morava em outra cidade.

Não me mexi, em algum momento eu teria que o cumprimentar ou vice-versa, e isso não mudaria em nada, o fato dele ter uma esposa do lado dele e que eu era a única presa num passado. Eu vivia no meu próprio castigo.

Eliel me viu após alguns segundos, ele acenou e me dirigiu um sorriso.

Era tudo o que eu teria naquela noite do homem que um dia já esteve rodando comigo naquele mesmo salão. Tentei me consolar com a ideia de que ele já havia me amado algum dia.

Eu acenei e sorri, levemente, enquanto queria poder abraça-lo.

Dentro de mim, eu sabia que precisava fazer como a Fernanda e Alice, superar e deixar o passador ir.

Mas como eu poderia? Eu estava viva e não deveria estar. Eu vendi minha vida pela minha alma, se eu tomei a alma de volta, e era o que eu esperava quando rompi com o trato. Por que eu não estava morta então?

Tento não focar, mas meu olhar espia volta e meia para Eliel e a esposa. Tenho um aperto no peito, era pra ser eu se eu não tivesse feito tudo aquilo, mas fico confusa porque se eu não tivesse feito tudo isso, provavelmente eu seria a madrinha do pai de Eliel.

Sinto que estou a ponto de gritar, quando me retiro para a varanda do espaço. Respiro fundo, sinto minhas mãos tremerem. Engulo umas lágrimas, não faz sentido chorar, já se passou uma década.

Estou olhando o horizonte imerso em pensamentos quando pulo ao ouvir a voz dele tão perto.

—Charlotte?

Não me viro. Acho que perdi o controle do meu corpo.

—Desculpa... é Katherine? Não sei como devo chamá-la.

—É Charlotte.

Respondo ainda sem me virar, não tinha como voltar e falar para as pessoas que eu havia mudado de nome. Era mais fácil manter o nome Charlotte.

—Pois então, Charlotte?

Eu me viro sem saber ao certo o que vou ver.

Os traços deles estão mais maduros, ele não tem mais o rosto jovial, nem os olhos tão inocentes quanto antes. O cabelo dele estava diferente.  Ele tinha algumas rugas de expressão. Ele sorriu quando viu eu me virar.

A esposa também parecia extremamente gentil, estava com uma expressão cordial. Ela sabia sobre mim? O que ele tinha contado?

Ela tinha cabelos loiros escuros curtos, e estava com um belo vestido laranja claro. Ela sorriu pra mim.

—Maria, essa é a Charlotte, uma velha conhecida.

Agora eu sou uma velha conhecida. Decadente o que eu acabo me tornando na vida das pessoas.

—Charlotte, essa é Maria, minha esposa.

Eu a cumprimento da melhor forma, ela não tinha culpa de nada. Eu estraguei tudo.

—É um prazer Charlotte, você está linda.

Ela diz e em seguida se vira para o marido:

—Vou buscar alguma bebida, fique a vontade amor.

Ela sai, aquilo definitivamente foi combinado.

Ela me deixou a sós com ele. Tenho certeza.

—Por que você não vai com ela?

Pergunto, quase que transparecendo uma mágoa que não quero na voz.

—Porque ela sabe que quero falar com você, e por isso ela nos deixou a sós.

Eu faço que sim com a cabeça mas ainda não entendo, só que também não tenho nada para falar. Parece que quando você tem muita coisa pra falar é quando definitivamente não aparece nada que seja de fato útil.

—Ela é linda e muito compreensiva pelo visto pra te deixar a sós com a ex esposa por livre e espontânea vontade.

—Sim, ela é um amor.

Ele diz. Algo nas palavras dele mostra o desconforto. Ele deve estar tão confuso quanto eu, mas bom ele está ali. Ele que me procurou, então devia ter algo a falar.

—Eu não iria vir.

Ele afirma, olhando para o chão. Ele ainda tem essa mania, não consegui tirar isso dele.

—Mas algo me incomodou pra que eu viesse porque seria uma oportunidade pra falar com você.

—Falar comigo?

A voz quase não sai.

—Eu orei, e olha, eu admito que não sei nada sobre Deus. Sobre a vida. Sobre os mistérios, e mesma que a minha religião diga que não existe encarnação, eu torço para que tenha.
Porque eu queria... eu quero... poder reviver com você. Mas de uma maneira certa e não do jeito que vivemos. Eu não confio em você nessa vida, queria que tivesse outra pra eu poder confiar, pra que eu não lembrasse, e mesmo que eu lembrasse, que já não tivesse passado tanto tempo e tanta coisa. Demorei anos pra achar que eu poderia engolir o orgulho e te dizer isso que eu vim te dizer, mas, não consegui. Agora eu to aqui, e Lotte...

Quando ele usou meu apelido algo se desfez. As lágrimas desceram, e o coração era como se partisse.

—Eu queria te rever em alguma outra vida. Eu torço pra que isso exista independente das minhas crenças, porque é difícil demais entender que tudo já foi. Eu queria te dizer que a Maria sabe de tudo, é por isso que ela me deixou aqui, porque eu a amo sim, mas nunca escondi que você tinha um espaço aqui. Um pedaço seu que nunca vai embora. E Deus me pediu... eu não sei se foi Deus, eu me confundo agora, eu não tenho tanta certeza de como Ele é e como Ele fala. Mas eu acho que foi ele que me mandou aqui pra dizer que eu te perdoo. E que você não precisa se torturar por isso. E que eu te amo, e que desejo que você ache essa paz que tá procurando. Pelo menos é isso que eu ouvi, ou acho que ouvi ele me dizer. Então desculpa por não ter dito isso antes, eu tbm precisava de tempo.

Tanta coisa eu tinha pra dizer.

Tanta coisa engasgada.

—Obrigada. Se não foi Deus, foi algo com os mesmos conhecimentos que ele tem sobre mim.

Ele tinha umas lágrimas teimosas.

—Eliel, posso te pedir uma coisa?

Ele afirma com a cabeça.

—Me da um abraço.

Ele da de ombros e vem rápido até mim, me aperta com toda força que parece ter. Quando ele se afasta, eu digo quase sem enxergar pelas lágrimas:

—Isso me tirou um peso da alma, vou torcer para que exista uma vida a mais pra nós.

Ele sorri. Um sorriso triste.

—Preciso ir até Maria, adeus Lotte.

Ele se vai, e eu quase que vejo tudo passar em câmera lenta. Agora estou em paz. Triste, mas calma.

Abraço Fernanda, digo que a amo quantas vezes posso.

É como se tudo fosse passando por mim mas eu não estivesse ali. Tudo dói mas parece em seu lugar. A tarde, chego em casa e deito na primeira poltrona que vejo.

Fecho os olhos. Sinto uma paz, meus olhos pesam, e me vem à certeza que aquilo foi o que eu precisava fazer.

Ve-lo a última vez.

— Obrigada Deus.

Digo e fecho os olhos, agora sinto que o momento chegou, sei que nunca mais vou voltar a abri-los.

Fim.

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