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Capitulo 3


Lucas tinha um dever á cumprir, mas ele sabia que seria impossível realizar todos seus sonhos sozinhos. Por mais que dissesse que não, sua velhice e seus problemas de saúde lhe impediam de agir em muitas situações.

Tinha sido bom voltar para sua casa, havia lhe dado tempo para pensar e decidir que ele não era sozinho, ele tinha uma família e dessa família tinha um neto que poderia chamar de melhor amigo, Eliel.

Durante o tempo que o esperava chegar, seus olhos percorriam os móveis. os livros que acumulavam poeiras, e pensou que Renata não iria gostar nada disso se visse. Os livros eram de Lucas, Renata nunca tinha sido fã de ler mas ela odiava a poeira. E ela fazia questão de sempre deixar o livro brilhando já que segundo ela, Lucas era um relaxado. Ele sorriu ao se lembrar.

- Vovô?

Eliel chamou interrompendo as lembranças, batendo no portão e o abrindo em seguida, como de costume, o portão sempre ficava aberto.

- Que bom que veio!

- Sempre venho, Eliel disse atravessando o quintal, como você está hoje?

- Senta aqui, meu filho.

Lucas apontou um lugar na poltrona ao lado da sua rede, dizendo em seguida que se encontrava bem. Como sempre, Eliel fazia uma sessão de perguntas sobre o estado do avô.

Assim que houve uma pausa, Lucas disse para Eliel:

- Meu filho, preciso te pedir um favor... - Sobre o que? Se eu puder ajudar.

- Preciso te contar uma história...

Tudo aconteceu num Domingo, Lucas nunca se esqueceu, mesmo depois de setenta anos. As imagens daquele dia lhe voltavam a memória em todos os seus sonhos, todos os detalhes eram recobrados noite após noite.

Foi depois da Escola Bíblica Dominical, a lição que eles haviam estudado naquela aula falava sobre José e seus sonhos, história narrada em Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, e depois de entregar as bençãos, o Pastor os chamou para conversarem sobre o assunto que causava tantos problemas. Lucas mal conseguia pensar naquele dia, sua ansiedade beirava o abismo e ele não parava de dizer a si mesmo que de alguma forma ele não deveria estar no meio de tudo aquilo. E era verdade, Lucas estava ali porque sabia da verdade, mas nunca se envolveu em nenhum dos acontecimentos, era apenas um coadjuvante.

Maldita verdade, pensava Lucas sempre que recordava aquela manhã de tantos anos atrás.
Os três jovens, Lucas, Katherine e Renata haviam sido amigos até Renata e Lucas começarem a namorar, o namoro dos dois ia bem, porém, Renata começou a ter ciúmes da amizade de Katherine com Lucas. Esse ciúme sem motivo a levou a inventar que Kathy andava falando mal do pastor dizendo que a jovem inventava calúnias sobre a vida pessoal dele. Já que Renata e Katherine sempre foram amigas uma da outra, e andavam juntas é obvio que todas as pessoas acreditaram mesmo que a menina estava fazendo isso. Com essa bomba correndo o Pastor começou a ser malfalado por metade da comunidade que se aproveitou da situação e a outra parte apedrejava Katherine. Renata quase escapou do assunto, mas é claro que teve alguém que denunciou o começo da história e não a deixou sair impune.

Então a história se desenrolou da seguinte forma: Kathy está sendo acusada de caluniar o Pastor por metade dos membros que agora a odeiam, e a outra metade dos membros que não gostavam do líder se aproveitou da calúnia para o acusarem de verdade e Renata está sendo a que revelou a falsidade de sua melhor "amiga" ou inventou uma mentira digna de castigo.

E Lucas o que tem a ver com isso?

Pois é, ele não tinha nada a ver com o problema, porém, ele era o namorado de Renata e o melhor amigo de Kathy. Não havia dúvidas de que ele conhecia a verdade melhor do que ninguém, afinal era quem ouvia as duas, por isso o Pastor o chamou para ajudá-lo a resolver aquela situação.

—Vamos a secretaria, por favor—Pediu o homem de terno e gravata com os cabelos começando a ficarem grisalhos, mas que ainda sim era muito charmoso — lá é melhor para conversarmos.

Kathy se levantou de onde estava sentada e sorriu tranquila para Lucas, se sentia segura de sua inocência. Já Renata suspirou fundo nervosa, e ao olhá-lo se entregou na própria culpa, tinha medo da verdade, pois esta a condenava. Os dois se olharam e quem os conhecesse bem, veria a cumplicidade no olhar um do outro. Katherine não percebeu nada, apenas dirigiu-se até a secretaria a tempo de deixar Renata suplicar:

—Lucas você sabe o que vai acontecer se meu pai descobrir que fui eu? — Os olhos dela cheios de medo o enfrentaram – Meu pai admira muito o Pr. Samuel, se ele descobrir que fui eu... Vai fica irado e...

Ela parou para procurar a as palavras certas.

—Eu não sei o que pode acontecer, amor.
Lucas sabia que nada sério aconteceria, ele bem sabia o quanto Renata era exagerada, o pai dela, o Sr. Pereira, era muito apegado a religião, e também amava muito a filha, o pior que poderia acontecer é ele achar que a menina precisava de uma educação feminina e então a mandasse para junto da mãe na França, aliás era isso que ele disse a filha que faria. Ele olhou para a namorada e percebeu o quanto estava apaixonado, não queria perdê-la, se decidiu e respondeu:

—Vai dar tudo certo, Rê.

Ela sorriu confiante, e então foram até onde o Pastor os esperava.

Assim que passaram a porta, já viram Katherine sentada em frente ao Pr. Samuel. Lucas achou engraçado como Kathy agia, sempre estava sorrindo mesmo que o mundo estivesse desabando sobre ela:

—Tenho que sorrir, pois sei que Deus é justo. – dizia ela sempre que ele perguntava o motivo dela ser assim, o que levou Lucas a pensar "tomara que Ele seja justo com você, minha amiga". O pastor olhou para os jovens e disse:

—Sente se, Renata e Lucas —pediu o homem de Deus, estendendo a mão para os assentos — tome lugar junto com Katherine.

O casal logo obedeceu tomando os assentos e tendo postura formal diante do reverendo, que vendo que todos já estavam confortáveis, respirou fundo e começou a falar enquanto entrelaçava as próprias mãos:

—As senhoritas sabem porque eu as chamei aqui não é? —As duas assentiram permitindo que ele logo continuasse —Então já conversei com Lucas qual é motivo dele estar aqui, como vocês sabem surgiu um grande problema na igreja na última semana, devido ao fato de um boato que a Srta. Renata inventou ou uma verdade que ela mesmo revelou, para as pessoas erradas — o reverendo olhou pausadamente para Renata que abaixou a cabeça como se estivesse envergonhada — Que envolve a Srta. Katherine...

—Kathy por favor — interrompeu a jovem incomodada com aquela formalidade e o clima frio que pairava no ar, ela sempre havia sido amiga do pastor, portanto não gostava mesmo daquilo, ele olhou duro para dentro dos olhos castanhos da menina com o coração apertado pois sempre gostou muito de Katherine, mas ser pastor era assim, tinha vezes que era necessário ser duro para corrigir, enfim respondeu:

—Desculpe Katherine, mas eu prefiro chamar você pelo nome do que pelo apelido, não me sinto intimo o suficiente enquanto as coisas não se resolvem.

Katherine não se abalou com essas palavras, se mostrava muito confiante, afinal ela era inocente e confiava de olhos fechados em Lucas.

—Então para sabermos quem é inocente, nada melhor do que começarmos logo com isso.—Kathy retrucou com grande determinação — vamos resolver logo, eu não aguento mais!

O Pr. Samuel ficou admirado com tanta petulância em uma menina daquele tamanho, quase chegou a sorrir, em sua concepção acreditava que era impossível ter sido ela o local de origem daquela confusão.

—Por favor, Kathy nos conte a sua versão então –Kathy concordou com a cabeça e começou a narrar cada detalhe da história que conhecia, sobre como ouviu o boato sobre o pastor e a maneira que descobriu que estava envolvida no assunto até a decepção de saber que sua amiga era a que tinha inventado tudo isso — eu me lembro — disse ela — que saí correndo para contar a ela e ao Lucas, e ela fingiu dizendo que não acreditava nisso, que isso era ridículo, eu a considerava minha irmã, estou realmente decepcionada...

—Isso é mentira! — Exclamou Renata a interrompendo. — Kathy, você sabe que é mentira, se eu errei em alguma coisa foi em comentar com outras pessoas e não primeiramente com o Pastor sobre o que você andava afirmando.

—Por que você está fazendo isso, Renata? – Katherine perguntou segurando as lágrimas.—Você sabe muito bem da verdade! Eu não entendo o que eu te fiz para ficar com tamanha raiva de mim.

— Meninas — Lucas interveio pela primeira vez com a voz bem calma.— Por favor vamos conversar em harmonia, não é assim que vamos resolver nada. Rê, respeite a hora dela falar e ela respeitará a sua, continue Kathy.

E assim Lucas se virou pra a amiga demonstrando que tinha muito interesse no que ela estava falando, e ela sorriu. O sorriso dela era tão profundo— mesmo sendo apenas um leve sorriso que se percebia no canto da boca —que o jovem se sentiu culpado pelo que pensava em fazer. Aquele frio na barriga nasceu e a inquietação também, fazendo o querer fugir dali. Sair correndo para um lugar sossegado, onde ninguém o encontrasse, mas não era possível. Olhou pro rosto de sua conselheira mais uma vez e se sentiu tranquilo, Katherine sempre passava paz e tranquilidade a ele.

—Tudo certo, eu já terminei.—ela disse a Lucas.—É a sua vez, Renata. Renata se arrumou na cadeira, olhou para o pastor e contou sua versão. Lucas ficou impressionado com tudo que sua namorada contou, ela mentia muito bem ou realmente estava desesperada pra não ir para a França. Primeiramente disse que Kathy havia ficado chateada por algum motivo com o pastor e então uma vez disse isso, afirmou também que Katherine falava muito mal do pastor e depois disse que a mesma ficou muito feliz quando percebeu que metade das pessoas começaram a acreditar nela.

—Foi horrível, ver ela se mostrando desse jeito.—Renata terminou de dizer.— Eu não sabia o que fazer.

Lucas se virou para observar Katherine, ela olhava Renata em choque, então quando ele menos esperava, o reverendo disse:

—Estou muito triste com o que estou ouvindo, realmente não sei em quem acreditar. É muito difícil para mim.

O Pastor fechou os olhos, procurando a solução ou talvez pedindo a Deus que lhe desse uma, então, de repente seus olhos se abriram e pararam em Lucas, com voz quebrada suplicou:

—Nos conte a verdade, Lucas.

Lucas sentiu o coração acelerar, a respiração aumentar e todo corpo sentir frio até isso lhe causar tremores. O que ele ia fazer agora?

Não podia escolher entre sua namorada e sua melhor amiga, então pensou em algo melhor, algo mais fácil de se escolher: entre a mentira e a verdade. Ele sabia. Sempre soube. Cresceu com o conceito de que a verdade sempre seria o certo, mas, mesmo assim, ainda era difícil.

Lembrou de Renata sorrindo, dizendo que o amava, os planos que só realizariam se estivessem juntos. Se ela fosse pra tão longe, se atravessasse o oceano e tivesse que ir para a Europa, como realizariam?

Por outro lado se lembrou de Kathy, tão alegre, sorridente, inteligente e sempre tão disposta a se arriscar por um amigo, mas como seu melhor amigo também conhecia o lado frágil, sonhador, ingênuo e as vezes tão necessitado de que alguém se importasse com ela. Estava com tanto medo de sua escolha, mas ele sabia que se Kathy soubesse que sua felicidade seria apagada se Renata fosse embora, sua própria amiga diria que ela era culpada de todas as calunias.

Estava decidido.

—Então—começou ele a dizer, percebendo que o rosto de suas duas amadas se iluminavam confiantes, Katherine mesmo já abria seu sorriso.—Por mais que eu ame Kathy de todo meu coração, não posso deixar que uma pessoa inocente pague pelo erro do verdadeiro culpado. Kathy está mentindo e Renata não pode pagar por isso, mesmo que ela tenha errado em espalhar isso... acho que... esse foi seu único erro.

As feições de repente mudaram.

Renata sorriu aliviada.

O rosto do Pr. Samuel se contraiu em decepção.

E Katherine? Seus olhos imediatamente encheram de água, e sua boca se
ressecou em questão de poucos segundos. Sua feição dizia tanta coisa para Lucas. Mostrava decepção, tristeza, e uma mistura de sentimentos indecifráveis no entanto teve algo no olhar dela, naquele instante, que fez Lucas se arrepender de imediato da sua escolha. Ele não sabia o que era, mas nunca tinha visto Katherine daquele jeito, ela mordeu os lábios para não chorar.

—Por que está fazendo isso, Lucas? Por que está mentindo? Eu não entendo— Kathy começou a questionar atropelando todas as palavras. —Por que está destruindo a nossa amizade?

Ela começou a chorar como um bebê que tinha fome. Lucas se desesperou e a abraçou, enquanto o pastor e Renata apenas observavam inquieto.

Com raiva da traição, Kathy se revoltou com tal força que o empurrou, fazendo Lucas cair no chão, ele ficou com medo de não conseguir reverter aquilo que estava acontecendo e suspirou de alívio quando o pastor tomou uma atitude:

—Basta! Tudo com ordem e decência! — Ele impôs autoridade na voz.—Todos pagarão pelos seus erros!

Lucas se levantou do chão, se sentindo meio anestesiado enquanto Pr. Samuel continuava falando:

— Conversarei com as duas a sós sobre esse assunto, acho melhor que seja assim daqui em diante.

Renata assentiu parecendo conformada, Katherine suspirou irritada e virou o rosto para não olhar ninguém enquanto limpava algumas lágrimas teimosas.

O pastor abaixou a cabeça dando um leve suspiro, demonstrando o quanto era difícil fazer aquilo e pediu.
—Quero conversar com Katherine a sós primeiro, por favor jovens poderiam dar licença?

Lucas concordou e saiu, Renata foi logo atrás dele. Mas Lucas ao sair fez um gesto do qual se arrependeria pelo resto da vida, ele se virou e olhou para Katherine que o encarava com o olhar cheio de decepção e raiva. Aquele olhar para ele, doeu muito. Ele nunca tinha a visto com tanta raiva

Ele viu Katherine depois apenas nos cultos e na escola, se lembrava perfeitamente quando em um culto de ensino a jovem recebeu seis meses de disciplina, e Renata apenas dois meses, observava que chorava muito, percebia suas olheiras quando a observava na escola. Ele tentou falar com ela inúmeras vezes, mas ela vivia protegida por seu pai nos cultos, que se visse alguma aproximação dele já armava o ataque, na escola conseguiu duas oportunidades, e em uma ela despejou toda sua tristeza e decepção, ele tentou acalmá-la mas ela não aceitou desculpas nem qualquer coisa semelhante e na segunda vez, Katherine já não tinha mais aquele brilho do Espirito Santo, e ele sentiu falta da tristeza e da decepção, pois o que agora dominava era ódio e raiva, em suas palavras:

—Você me decepcionou, Lucas! Era meu melhor amigo, em quem eu confiava, que partilhava as coisas espirituais e desse mundo comigo, eu colocaria meu corpo inteiro no fogo por você, para te ajudar! Mas quando eu precisei, que você apenas contasse a verdade por mim, o que você fez?—Ela parou como se esperasse a resposta, que é obvio não viria.—Você preferiu uma namorada que nem está mais com você. Por que terminou com ela, Lucas? Não era tudo que o você queria?

Kathy continuou gritando mas Lucas só estava pensando em como destruíra uma amizade tão linda, por um namoro que ele havia dado um fim exatamente porque já não conseguia olhar para Renata sem se lembrar do que havia acontecido, seria melhor ter contado a verdade.

Então ele foi fazer isso, duas semanas depois do acontecido procurou seu pastor. O reverendo ficou perplexo pela forma que foi enganado e imediatamente mandou chamar Kathy para pedir desculpas, no entanto era tarde demais. A única coisa que ela deixou foi uma carta a qual citava o velho amigo, apenas no final com as seguintes palavras:

"E pra você meu querido Lucas, deixo apenas essas palavras. Eu voltarei."

Lucas já havia chegado a pensar, que aquilo era um perdão.

Uma promessa de uma amiga a qual o amava muito.

Sempre que passava por qualquer coisa que o lembrasse de Katherine, ele expirava e adquiria confiança, pensava que estava a esperando. Ele se lembrava do sorriso dela, era uma das poucas coisas que a memória velha não roubara dele.

Esperou toda sua vida a volta dela.

O fato é que ele teve uma vida boa, se reconciliou com Renata, teve bons filhos e bons netos mas Kathy não participou de nada disso, absolutamente nada.

Tudo que lhe restava era respirar fundo e tentar entender porque ela nunca havia voltado.

—Sim, eu entendi.
Eliel apertou a mão do seu avô de alguma forma sentindo suas sensações se tornarem estranhas. Nunca havia visto seu avô falando sobre algo tão pessoal e abrindo seu coração daquela forma.

—Vou fazer de tudo para encontrar Katherine, vovô... alguma notícia...

Lucas sorriu, algumas lágrimas lhe cobriam os olhos, ele apenas assentiu e devolveu o aperto.

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