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Capítulo 11 - Carta de Eliel

Querida Avó Renata, você e meu avô sempre foram meus melhores amigos, eu estou lhe escrevendo para desabafar.

Você sempre foi a pessoa que me aconselhava a respeito de relacionamentos e agora você não está mais aqui. Eu sinto muito a sua falta, esses quatro meses tem sido insuportáveis sem a senhora.

Aconteceu muitas coisas nessas últimas semanas. Eu preciso lhe contar, eu espero que onde você esteja, possa ler essa carta.

Eu tenho uma melhor amiga agora.

Ela é incrível. O nome dela é Charlotte Marly, ela tem 17 anos, quando a vi pela primeira vez ela estava com uma calça leagge rosa, parecia uma menininha, não imaginei que se tornaríamos tão amigos, já faz um mês que nos conhecemos.

Eu sei que faz pouco tempo, mas nos vemos quase todos os dias agora. Ela é descontraída, tem responsabilidade mas leva tudo numa boa. Ela é leve sabe? Ela sorri o tempo todo. Mas foi esse jeito diferente dela, que nos fez amigos, e eu posso dizer que tenho um carinho enorme por ela. Ela é diferente das outras pessoas, que eu conheço.

Nesse último dia, Charlotte pediu que eu apresentasse a cidade de Paraty a família, acho que foi mais Alice, a mãe dela que queria mesmo. Seus pais e irmãos também foram, eu preferia que Fernanda, a irmã mais velha
não fosse, eu sinto que ela me olha com reprovação, como se tivesse inúmeros motivos para me odiar ou ser melhor do que eu, mas não tive muita sorte.

Charlotte estava de saia jeans e uma blusa de gola alta e manga, já que o dia estava um pouco frio, Fernanda usava uma calça jeans e um sobretudo marrom, Daniel vestia uma jaqueta preta. Eu não me lembro exatamente qual era a cor do vestido da Sra. Marly, e muito menos da roupa de Fausto um homem sério e calado que tem uma aversão por opinar.

— Pronta para conhecer Paraty?

Ela deu um sorriso torto e desanimado, o que me fez perceber de cara que iríamos começar com o lado irritante dela.

— É claro, fui eu que pedi isso não?

Ela perguntou azeda.

— Como não estaria animada?

— Vai ser massa!

Ouvi a voz de Daniel cortar o começo da minha resposta, com animação e um tom no final, uma pontinha de sarcasmo indecifrável.

— Afinal, eu nunca vi Paraty.

Fernanda se chegou perto da irmã, e com olhar vi que ela dizia que queria falar com ela, e que obviamente não me queria por perto. Eu desacelerei o passo e fiquei conversando com Daniel, alguns passos atrás delas.

Vovó, provavelmente a senhora deve estar se perguntando porque estou lhe contando isso, mas você vai entender, espere um pouco.

O ônibus demorou um pouco, e enquanto esperávamos, eu conversava com a Sra. Marly, e dava uma olhada para Fernanda e Charlotte discretamente, sempre que fazia, lá estava Nanda me encarando.

Eu daria tudo para saber o que elas conversavam, Charlotte estava com uma expressão que eu nunca a havia visto.

E eu me preocupava com ela.

— Ei, acho que aquele é o busão!

Daniel apontava para dois pontos amarelos ao longe, era um farol de ônibus. Dei sinal ao ônibus que parou, assim que entramos, o ônibus voltou para pista, Nanda se sentou em um banco e esperou a irmã, Charlotte sorriu, graças a Deus, seu humor estava melhor.

Olhou para onde eu estava sentado, um banco a frente, voltou se a irmã.

— Vou me sentar com o Eliel, está bem Nanda?

Fernanda fez uma careta, brincalhona.

— Vai me deixar?

— Só um pouco.

— Charlotte bateu a mão na cabeça de Fernanda, em cumplicidade.

— Ele vai me dizer o nome dos locais.

Ela se jogou no banco, enquanto Daniel sentava do lado da outra irmã atrás de
nós.

— Nossa! Não tem absolutamente nada verde por aqui.

Ela disse desanimada, apontando casas e mais casas.

— Que sem graça!

— Eu te disse, Lotte. O verde só está nos lugares preservados, nada mais.

— E aquele, qual é o nome do lugar?

Apontou para várias casas pequenas, uma do lado da outra, todas coloridas e muito bem feitas.

— É o condomínio São Roque. É um lugar muito bonito, por dentro.

Ela se afastou, seus olhos vagaram pelas casas que passavam rapidamente, eu vi aqueles claros e perfeitos olhos caírem em uma expressão fantasmagórica.

Nesse exato momento, o ônibus chegava no nosso ponto, eu cheguei perto do ouvido dela, e sussurrei:

— Lotte, estamos chegando.

Ela se levantou, suspirou fundo e sorriu para alguém no final do ônibus, olhei e era apenas os pais dela.

Descemos do ônibus, no bairro da Barra Grande, um dos locais mais comercializados de Paraty, Charlotte andou ao meu lado em silêncio, enquanto Alice apontava tudo com cordialidade, sempre elogiando, como se tudo aquilo fosse novo para ela, de certa forma eu até achei inusitado uma moça que disse ter vivido sua vida inteira numa cidade grande, achar aquilo novo.

Para mim não fazia sentido, Paraty é uma cidade pequena que recebe as inovações um pouco depois das cidades maiores.

Mas Alice, não parava de dizer: "É lindo", "Que incrível!", e por aí a fora.

Entramos num sítio, com piscina natural e algumas árvores espalhadas pelo lugar.

— Pronto.

Me dirigi a Charlotte.

— Aqui tem verde.

Fernanda observava curiosa.

— A Charlotte gosta de mato, e isso é ridículo!

Eu ri, não por achar engraçado, mas por ver que Fernanda falou comigo pelo menos uma vez sem ser rude.

Nanda me ajudou uma vez, e foi comigo e Charlotte até a delegacia mas ela mal falou comigo e muito menos fazia questão de fazê-lo. Nesse dia eu não apresentei a cidade a nenhuma das duas, porque a mãe queria ir conosco, então achei melhor que fossem todos juntos.

— Mas esse verde é projetado, são árvores muito certinhas e tudo mais. Eu não gosto!

Eu dei de ombros.

— É impossível te agradar.

— Esqueça a Charlotte.

A Sra. Marly falou suspirando.

— Isso aqui é lindo!

Agora, consigo me lembrar, Alice estava com um vestido floral, que esvoaçava junto com o vento. Alice tinha razão, o lugar é lindo, você chegou a conhecer, vó:  é um lugar grande, como um parque grande, haviam árvores em fileiras pelo lugar e se via o chão verde. Tinha uma piscina mais ou menos natural no lado esquerdo do sítio e alguns bancos de pedra pelo meio das árvores, dezenas de canteiros com vários tipos de flores espalhados por todos os lugares.

Charlotte tentou se explicar.

— Eu não disse que é feio, só que não é natural.

— A piscina é! Galera, vamos cair!

Daniel de repente, já estava com roupas de banho e se jogou com tudo na água. Eu ouvi alguns risinhos de Fernanda, e Alice o repreendendo, porque não podia se jogar assim, algo sobre choque térmico.

Fausto pela primeira vez no dia, se pronunciou, pedindo para que ela deixasse o menino se divertir. Confesso que me surpreendi por ele ter falado.

Fiquei pasmo por alguns segundos, quando voltei para a realidade percebi que Charlotte tinha se afastado.

Suspirei fundo e fui atrás dela.

—Charlotte pare com esse mau humor pelo amor de Deus!

Minha amiga recuou e olhou para mim, repentinamente surpresa pelo modo
como falei.

—O quê?

—Você está insuportável hoje!

Logo me arrependi das minhas palavras, quando percebi seu olhar baixo, pela primeira vez vi minha amiga com olheiras.

— Desculpa, só que eu não posso te ajudar se você fica... assim... desse jeito.

Ela parecia irritada e cansada, pude ouvir seu suspiro, antes de falar:

— Você é um idiota!

Surpreso com as palavras dela, confesso que não esperava, soltei uma gargalhada.

—Do que você está rindo?

Charlotte perguntou irritada.

—Não esperava isso.

Ela balançou a cabeça em negativa.

—Como eu fui gostar de você, Eliel?

Ela perguntou como se falasse consigo mesma, eu apenas ri. No começo eu não percebi do que ela estava falando, se não, eu teria agido de uma forma totalmente diferente.

—Porque eu sou incrível!

Ela olhou incrédula e saiu andando rápido, para longe da própria família.

Eu a segui, nesse ponto percebi que havia algo errado na atitude dela, e não era apenas mau humor.

—Ei, Lotte!

Parei ela, puxando seu ombro.

—O que está acontecendo? Somos amigos não somos? Me conte!

Ela olhou para os lados, estávamos mais afastados agora, minha amiga pareceu satisfeita por não ter ninguém por perto, parecia nervosa;

—Eu preciso fazer uma coisa.

Ela começou a falar com a voz trêmula.

—Mas é só porque eu não aguento mais. Você está me confundindo e eu odeio me sentir assim.

Quando ela disse aquilo, eu confesso que não entendi, não fazia o menor sentido
para mim. Charlotte suspirou, acho que pela milésima vez naquele dia me deixando
curioso.

—Eliel, independente do que eu te fale ou faça, promete que vamos continuar sendo amigos?

Eu assenti começando a pirar.

—Sim, fale.

Minha amiga estava em um estado crítico, ela mordia os lábios, coçava a cabeça, mexia nas mãos.

—Você também não vai me achar vulgar?

Eu sorri, e neguei com a cabeça.

—Claro que não.

Ela sorriu, eu pude perceber seus lábios trêmulos, ela respirou fundo e de uma forma inesperável andou até a mim.

Charlotte é alguns centímetros mais baixa do que eu, portanto quando ficou próxima de mim, seu olhar ficou por baixo. Ela me encarou por um bom tempo até que finalmente resolveu fazer o que pretendia.

Puxou meu rosto até o dela e foi quando eu entendi. Posso parecer um pouco estúpido por não ter entendido antes, mas não é algo que eu imaginava por parte dela.

Meu coração acelerou a mil por hora, e eu senti minha mão começar a tremer. Os lábios dela encostaram nos meus, e retribui, naqueles segundos eu retribui. Puxei a cintura dela para perto de mim.

Não pensei em absolutamente nada, caso tenha pensado, não me lembro.

Quando resolvi pensar foi que lembrei que Charlotte era minha amiga, aquilo não era certo.

Estávamos misturando as coisas.

—Charlotte, não.

Sussurrei afastando ela delicadamente.

Lotte me olhou envergonhada, suas mãos encostaram nos próprios lábios por um
momento.

Foi quando provavelmente ela entendeu minhas palavras, eu havia dito não. Não. Ela respirou fundo lentamente, como se estivesse dizendo a si mesma, que estava tudo bem.

—Charlotte, somos amigos...

Me interrompi ao ver a expressão dela, em sua feição tinha escrito o que ela pensava; dava para ver que tinha uma angústia por perceber que eu não gostava dela dessa forma porém Lotte tentava ser forte, ela fazia um esforço para não ser fraca. Para mostrar que entendia.
Para não chorar.

—Oh Deus!

Eu estremeci de medo e a abracei. Apertei forte.

—Charlotte, eu não imaginava, eu não sabia...

Eu percebi que fiz Charlotte chorar, não pelas palavras, e sim pelo abraço que tinha a deixado livre e confortável.

Ela sentiu que eu não ia me importar se ela chorasse e foi o que fez. Eu fiz o que pude, mas não tinha nada para fazer.

—Eu estava me sentindo tão triste e você foi tão gentil, Eliel. Você é calmo e sensível, isso me impressionou, não teve como eu não me apaixonar.

Eu não disse nada, não porque eu não quis, vó, mas porque eu não sabia o que
dizer.

Charlotte é uma das meninas mais espetaculares que eu conheço, contanto eu
tinha me tornado muito amigo. Acabei desligando esse lado sentimental para ela.

Agora estou muito confuso, mesmo as vezes achando que não me sinto apaixonado, não paro de pensar nesse beijo.

Aquele dia, continuamos passeando até a tarde e agimos como amigos porque combinamos que nada mudaria. Foi o que eu tinha prometido antes.

Eu me despedi dela normalmente.

Depois a encontrei no discipulado pois eu estava encarregado de ensinar ela algumas doutrinas bíblicas, dei aula para ela no dia seguinte, agi de uma forma estranha, num tanto fria, até eu mesmo percebi. O problema é que não me concentrei na palavra e no estudo que era pra dar.

E sim em descobrir.

Estou com medo de perder Charlotte, só que agora eu não sei como, eu disse que iríamos ser amigos, só que tenho medo de ter feito errado.

O que eu faço agora vó?

Já faz alguns dias que não falo com minha amiga e nem com ninguém porque quero apenas pensar.

Escrevi essa carta como um desabafo, já que não estou afim de falar com ninguém nem mesmo com meu melhor amigo, meu avô.

Estou orando.

Oro muito mas Deus não me responde, e se o fez, eu não entendi.

Foi bom falar com você de verdade, vó, não espero que você leia isso tudo mas espero que Deus de alguma forma te passe. Isso me consola.

Tenho fé.
Com amor Eliel.

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