Derrotado, era assim que Jellal se encontrava no momento. Havia planejado um dia perfeito ao lado de Erza, iria leva-la para um piquenique e logo depois para um parque de diversões já que ficara sabendo que no dia iriam soltar alguns fogos em comemoração ao aniversário do parque. E nesse momento ele pediria em namoro, já que estavam saindo a algum tempo. Mas tudo deu errado no final, ele foi rejeitado de uma maneira que ficaria marcado em sua vida para sempre... "Você é muito grudento, não gosto de caras como você para um relacionamento" foram essas palavras que ela havia lhe dito após seu pedido de namoro.

Maldita hora que aquela ruiva de corpo escultural entrou em sua confeitaria, afim de comer um bolo de morango, tinha se apaixonado a primeira vista pela garota e quando percebeu já tinha convidado a mesma para sair. E foi assim durante um tempo até o fatídico dia que fora rejeitado. Okay, que já achou um tanto incrível a mesma ter aceitado sair consigo, pois não era o homem mais apresentável do universo.

Jellal não se via como um homem grudento, ele se achava romântico e preocupado─ um tanto até demais. ─ Erza trabalhava como juíza para casos penais, era algo muito perigos, mas ela não se abalava nem um pouco por ameaçava. Então ele acaba por se preocupar com o bem-estar dela, mesmo achando que muitas vezes achava que era ela que dava medo em todos.

Talvez ele não fizesse o tipo de rapaz com quem Erza se interessaria. Quem ele queria enganar? No requisito amor, ele tinha um azar que nem mesmo um trevo de quatro filhas, poderia ajudá-lo. Não entendia, como podia ser tão azarado, e as mulheres não gostavam mais de homens românticos?

Estava triste e muito chateado, mas precisava cuidar de sua loja havia clientes e encomendas que precisavam de sua atenção. Estava na cozinha um tanto desanimado enquanto preparava um bolo para colocar na vitrine. Evitava demonstrar que estava muito triste para os funcionários ─ odiava perguntas ─ então sofria em seu apartamento.

─ Se continuar nessa moleza o bolo nunca irá para a vitrine ─ uma voz chamou a atenção do confeiteiro.

─ Eu sei Lucy, mas estou desanimado ─ tentando não demonstrar sua tristeza para a outra. ─ Você sabe como eu fico depois de uma rejeição.

Lucy era a melhor amiga de Jellal. Loira de cabelos curtos, cortados recentemente para facilitar no serviço. Olhos castanhos que lembravam muito uma cor semelhante ao mel e claro um corpo esbelto. Ela trabalhava com ele na confeitaria, haviam se conhecido na faculdade ela estava fazendo administração e ele fazia gastronomia na época.

Depois Jellal focou em confeitaria, enquanto Lucy se especificou melhor para focar em lojas e varejo. Sua amizade não deixou de existir só aumentou, ambos contavam tudo um para o outro. Então Lucy, sabia muito bem de todas as rejeições.

Ambos haviam juntando suas economias e aberto aquele estabelecimento, enquanto Lucy cuidava dos negócios financeiros e o caixa Jellal cuidava dos doces e na organização dos pedidos para entrega. No local havia também uma garota trabalhando, ela ainda estudava, mas Jellal havia dado um emprego de meio período ao ver como a garota tinha potencial. Wendy era uma menina gentil e animada de cabelos azulados que estava no último ano do colégio, mas assim como Jellal queria muito entrar no ramo da confeitaria

─ Qual é Jellal, ela não merecia você ─ disse aproximando do amigo. ─ Vamos fique animado, já, já vamos abrir a loja e não quero ver os clientes fofocando sobre sua vida. Sabe como nem sempre você consegue segurar sua expressão depressiva.

─ Todas, você quer dizer então! Pois Erza não é a primeira que faz esse tipo de coisa comigo ─ suspiro cansado. ─ Qual o problema comigo afinal?

─ Mau gosto, você só procura mulher que não lhe dá o devido valor ─Lucy respondeu um pouco irritada.

─ Eu não tenho mau gosto Lucy! ─ vendo a amiga que ficou emburrada por aquelas palavras.

─ Mas para mim parece ter, já que não é a primeira vez que você arruma uma louca para "namorar" ─ fazendo aspas com as mãos. ─ Você sempre procura meninas briguentas e nem um pouco normais, na faculdade você tentou namorar uma menina que lutava com espada como diversão em locais perigosos! E no colégio quando.... ─ se preparava para comentar o seu incrível histórico de: Mulheres estranhas na qual Jellal já se envolvera. Quando fora interrompida.

─ Okay, eu admito que eu me interesso por garotas estranhas, mas eu já tentei com garotas delicadas, já tentei garota de todo tipo... – ficou emburrado. ─ Eu devo ser gay e não estou sabendo.

─ Elas só não gostavam de você na mesma proporção. Sabe você devia parar de procurar e deixar que as coisas aconteçam naturalmente, pare de tenta forçar algo apenas por ver alguém atraente, deixe o tempo lhe ajudar a encontrar a pessoa certa ─ disse dando as costas, enquanto segurava no batente da porta. ─ Eu vou abrir a loja, espero que tire essa expressão de derrotado, a menos que queira que aquelas velhas fofoquem sobre sua vida.

─Ta, ta ─ vendo a amiga se virar para mostrar a língua e logo sumindo de sua vista.

Jellal então pensou nas palavras da amiga, seria ele o errado naquilo tudo? Afinal ele sempre fora um pouco ansioso quando o assunto era conversar com alguma garota, ainda mais se ela era bonita. Nunca parou para conversar antes, conhecer a pessoa de fato e a personalidade que a garota possuía, o que resultava em pessoas com ideias completamente diferentesEncarou a porta aonde Lucy havia saído, e abriu um sorriso, iria seguir o conselho da amiga e deixar de ser tão ansioso.

Com isso os dias foram passando, Jellal havia parado de tentar algo com qualquer garota atraente que entrava em sua loja, ele não iria mais cair naqueles joguinhos e acabar se machucando. E com isso ele começou a notar outra pessoa. Estava sempre tão ocupado notando outras mulheres, que nunca havia notado sua melhor amiga. E ficara surpreso consigo mesmo por isso, como nunca havia percebido como Lucy era linda a ponto de fazer os rapazes a rondearem?

Ficou curioso com aquilo e acabou por observar Lucy mais frequentemente, mesmo tendo uma amizade longa nunca havia notado as manias da amiga, o jeito que ela coçava a cabeça sempre que uma senhora lhe elogiava. A maneira de como ela colocava a mão na boca para evitar rir de um jeito estranho ─ que lembrava muito uma foca─ o que ele achava completamente adorável.

E quando foi perceber já estava começando a se apaixonar pela amiga, aquilo lhe deixou um pouco nervoso, afinal, ele conhecia Lucy desde sempre, praticamente, já que não gostava de lembrar da época do colégio. Arrependia-se por ter contato para Lucy suas aventuras no colégio, estavam marcadas para sempre em sua vida já que ela usava isso para sempre zoar com sua cara.

Agora Jellal se encontrava em um dilema de tentar algo com a amiga e dar tudo errado, não conseguira perder Lucy daquela forma e não a vê-la mais em sua vida, ela já era algo insubstituível que não haveria como achar outra igual. Sem contar a loja, como faria para encara-la todos os dias caso recebesse uma rejeição?!

Jellal estava disposto a esquecer daquele sentimento, mas ao ver inúmeros rapazes darem em cima da amiga ou até mesmo passarem seus telefones, ele decidiu agir, pois não suportaria vê-la junto a outro homem que não fosse ele. Ele começou a chamá-la para sair depois do expediente com a desculpa que eles não faziam mais nada. Antes eles costumavam sair para se divertir ─ como amigos ─ só que depois da loja, dificilmente faziam isso, principalmente por conta de Jellal que sempre andava com um par de saia novos. Sem conta que as amizades de ambos não saiam juntas.

Começou a convida-la para os mais diversos locais que conhecia, queria ficar o mais próximo de Lucy. Queria ver se com isso ele realmente estava apaixonado, ou era só mais um sentimento passageiro. Só que não demorou muito para notar que estava completamente apaixonado por ela. Tentava a todo custo não transparecer para que Lucy não notasse seu comportamento estranho.

Lucy não parecia notar aquele tipo de comportamento, era isso que Jellal achava já que ela nunca comentava nada, apenas ficava aproveitando os passeios que eles estavam fazendo ao longo dos dias. Entretanto ele viu que não podia mais ficar apenas saindo daquela maneira, queria poder beija-la, e o medo de pensar que ela fizesse isso com outro piorava seu nervosismo.

Depois de muito pensar, ele havia decido que contaria seus sentimentos a Lucy, estava cansado daqueles joguinhos e não suportava mais ficar saindo como amigo. Ele estava planejando um local para contar seus sentimentos, mas fora surpreendido quando Lucy o convidou para ir ao mesmo parque aonde Erza o havia rejeitado, aquilo não era sua primeira opção, mas acabou aceitando se declarar naquele lugar novamente.

Por coincidência o parque teria mais uma vez um show de fogos, aquilo deixou Jellal irritado, já estava ficando ridículo em como parecia que o destino estava brincando consigo. Ele estava um tanto nervoso já que tinha medo de que a mesma coisa se repetisse, já estava na hora dos fogos e ele e Lucy estava na roda gigante para que pudessem ver melhor os fogos.

─ Neh, Jellal ─ Lucy falou calma encarando o céu. ─ Esses dias foram muito divertidos fazia tempo que não saiamos assim.

─ Sim, foram divertidos ─ abrindo um sorriso triste olhando para a amada que ainda olhava para o céu. ─ Lucy eu...

─ Sabe, eu meio que sempre gostei de você ─ Lucy começou a falar sem desviar seu olhar. ─ Mas achei que nunca teria chance, já que você nunca me deu bola, achei que havia esquecido esse sentimento... A algum tempo, mas percebi ao longo de nossos encontros que ainda sinto algo por você, eu não devia estar falando.... Não quero que as coisas fiquem estranhas conosco no trabalho, muito menos em sua amizade, então apenas esqueça tudo bem?!

─ Não ─ fazendo com que Lucy virasse para encara-lo, um tanto surpresa pela resposta. ─ Eu chamei você pra sair no início, pois estava interessado em você, e ao longo dos dias esse sentimento tem aumentado e eu fiquei com medo de que você pudesse me rejeitar por não fazer seu tipo. Ainda mais por você ter me chamando para esse parque maldito ─ disse rosnando irritado, escutando a risada de foca da amiga.

─ Todos merecem uma segunda chance ─ disse com um pequeno sorriso. ─ Nada melhor, que uma declaração no mesmo lugar que você tomou um fora. Os fogos já vão começar ─ escutou uma pessoa anunciando logo abaixo.

─ Que se danem os fogos ─ Jellal disse puxando Lucy para um beijo.

De início, Lucy ficou surpresa com aquela atitude, mas depois sorriu e fechou os olhos aproveitando o beijo, ela colocou suas mãos no peito do rapaz, enquanto sentia seu cabelo ser um tanto puxado pelas mãos fortes. Estavam em completa sintonia, como se o mundo exterior não pudesse atrapalha-los daquele momento. Os fogos que estouraram no céu, pareciam apenas melhorar todo o ambiente.

─ Quer ser minha namorada? ─ perguntou se afastando enquanto dava um sorriso bobo.

─ Eu adoraria – Lucy falou voltando a beija-lo.

Não importa o quanto demore, todos tem uma segunda chance.