Capítulo 22
Quando eu disse a Phil que estava grávida, ele simplesmente se levantou de minha cama e foi embora.
Fiquei parada no meio do meu quarto sem saber o que fazer ou pensar.
- Phil acabou de sair. - Diz Alice entrando em meu quarto. - O que aconteceu?
- Eu também gostaria de saber. - Digo suspirando. - Ele simplesmente saiu sem me dizer nada.
- Eu mato aquele estúpido. - Diz Ali fechando os punhos.
Meu pai entra no quarto, caminha até mim e me abraça.
- Me perdoe meu bem. - Pede. - Acho que estraguei tudo.
- Claro que não papai. - Digo beijando seu rosto. - Acho que ele ficou chocado com a notícia. Precisa de tempo para digerir a informação, assim como foi comigo.
- Espero que seja isso mesmo. - Diz Ali.
- Alice relaxa. - Sorrio. - Você anda muito estressadinha.
Alice me encara com irritação fingida, mas logo sorri para mim.
- Minha filha, o dia que você tiver quatro crianças chorando em seus ouvidos, você saberá que meu extresse não é atoa. - Retruca. - Graças a Deus Soph já é adulta como ela mesmo diz.
- Só espero ser uma boa mãe. - Digo.
- Você será. - Diz papai beijando meu rosto com carinho. - Tanto quanto sua mãe foi, ou ainda melhor.
- Eu gostaria que ela estivesse aqui para conhecer meu bebê. - Digo triste.
- Ela sempre estará meu bem... - Papai aperta minhas mãos de leve. - No seu coração. - Diz - Ela teria orgulho de você, então seja uma boa mãe para seu bebê, como ela foi para você.
- Eu te amo. - O abraço forte.
- Eu também te amo minha Khate. - Diz.
Meus olhos se enchem de lágrimas. Estou tão molenga ultimamente, sinto vontade de chorar por qualquer coisa.
- Eu também me amo. - Diz Alice sorrindo para mim.
- Cale a boca Alice! - Digo.
- Deixa eu ajudar Clarissa com as crianças. - Diz papai.
- Obrigada Sebastian. - Agradece Alice.
- Não precisa agradecer menina. - Diz sorrindo. - É um prazer.
Caminho até minha cama e me jogo nela de bruços. Uns segundos depois sinto o cochão se afundar ao meu lado.
- No que está pensando? - Pergunta Alice deitando ao meu lado.
- Será que ele irá me odiar? - Pergunto. - Será que ele vai achar que fiz de propósito?
- Se ele achar isso é um burro. - Balbucia. - Se ele for um idiota, não se deixe abalar, curta sua felicidade ao máximo e aproveite cada momento com seu bebê.
- Nem sei porque me importo com a opinião dele. - Digo bufando.
- Porque ele é o pai de seu bebê. - Retruca Alice. - E você o ama, mesmo não assumindo.
- Merda! - Passo as mãos pelo rosto.
Por que tem que ser tudo tão difícil? Por que a vida não é simples?
- Quando vocês dois se derem uma chance, e assumirem o que sente um pelo outro. - Diz. - Encontrarão a felicidade.
- Por que tem tanta certeza disso? - Pergunto revirando os olhos.
- Porque, por mais que eu tenha perdoado Matt cedo demais, encontrei tudo que sempre busquei ao seu lado. - Sorri abertamente. - Uma família que amo mais que tudo, carinho e até a confiança que ele quebrou um dia foi restaurada. E você entrou em minha vida por causa dele. - Diz. - Ganhei uma família e uma irmã que amarei pelo resto de minha vida. Então assuma o que sente e lute se for preciso, mas não deixe a felicidade escapar por entre seus dedos, poderá se arrepender amargamente por isso, ou não... Mas nunca saberá se não tentar.
Alice tem toda razão. Meu medo sempre me atrapalha a continuar com minha vida. Vivi tanto tempo amargurada atoa, que acabei esquecendo de viver, e acabei me afogando em meu sofrimento.
- Você se arrepende de algo que fez no passado? - Pergunto.
- Eu poderia ter sido uma filha melhor. - Diz. - Passei tanto tempo estudando e trabalhando que acabei deixando minha mãe de lado, mesmo sem querer. - Sorri triste. - Me arrependo de não haver dito mais vezes o quanto eu a amava, e o quanto ela era importante para mim.
Meus olhos se enchem de lágrimas, pois sei do que ela está falando, pois sinto o mesmo.
- E Matt? - Pergunto.
- Em relação a ele não me arrependo de haver o perdoado, pois eu não teria tido todo amor que tenho hoje. - Sorri feliz.
- Eu queria ter a sua força. - Digo.
- Você tem. - Diz. - Até mais que eu, pois não sei se suportaria passar por tudo que você passou. - Aperta minha mão de leve. - Você é uma guerreira minha amiga, então não pense por um segundo sequer que você é fraca.
- Eu já disse que te amo hoje? - Pergunto sorrindo.
- Hoje ainda não. - Sorri abertamente, enquanto bagunça meu cabelo.
- Pois eu te amo. - Digo.
- Eu sei. - Diz convencida.
Alguém bate na porta de meu quarto interrompendo nossa conversa.
- Pode entrar! - Grito.
A porta se abre e Phil adentra meu quarto.
Ficamos todos em silêncio por uns segundos, por fim ele diz:
- Posso conversar com você? - Pergunta.
- Sim. - Digo simplesmente.
Alice se levanta de minha cama sem dizer nada, apenas sorri para mim com carinho. Logo em seguida deixa o quarto em silêncio.
Me levanto com calma, e fico esperando Phil dizer algo.
- Quanto tempo? - Pergunta, depois de uma eternidade em silêncio.
- 2 meses e 2 semanas. - Digo.
- Já faz quantos dias que você descobriu?
- Duas semanas.
Phil volta a ficar em silêncio enquanto me encara.
Não sei o que pensar, pois suas feições não mudam por um segundo sequer.
- Por que não me contou quando descobriu? - Pergunta.
- Estava tentando achar a melhor forma, mas não encontrei. - Digo suspirando. - E para falar a verdade achei que você iria dizer que o filho não é seu, ou não iria quere-lo.
Phil sorri, mas não é um sorriso de alegria ou malicioso. É de raiva contida.
- Eu sei que o que disse para você naquele dia foi baixo e rude de minha parte. - Diz. - E não tem desculpas para o que fiz, mas eu estava tão apavorado por sentimentos que surgiram em mim, nunca me senti preso a uma mulher como me sinto com você. Nunca quis tanto uma mulher ao meu lado quanto quero você, mas isso me assusta profundamente. - Balbucia. - Eu tinha minha vida planejada. Nunca me ligar a uma pessoa, nunca amar ou me casar, e nunca ter filhos. Seria sempre eu curtindo minha vida como eu sempre fiz, mas aí você chegou... sempre tão rude comigo, não me dando liberdade, nunca usou sua beleza comigo para ganhar algo na empresa. Estava sempre me ignorando, e isso me irritava profundamente...
- Não precisa... - Tento dizer algo mas ele me corta.
- Apenas me escute ok?
- Tudo bem. - Digo sorrindo fraco.
Phil caminha lentamente até mim, me encara com seu olhos grandes e azuis.
- No começo eu pensei que era meu orgulho ferido por suas rejeições. - Sorri abertamente. - Mas conforme o tempo foi passando eu percebi que não era só isso, havia algo mais que eu não sabia explicar e ainda não sei. - Diz. - Você me fez desejar coisas que eu nunca quis em toda minha vida Khate. Me fez repensar minha vida até então perfeita. Todas as outras ficam tão sem graça perto de você. Por mais que eu seja um idiota, você sempre olhou para mim e não meu dinheiro.
- Continua Phil está emocionante! - Grita Alice do outro lado da porta.
Phil revira os olhos com irritação e vai até a porta de meu quarto e a abre.
Ali estava com a orelha grudada na porta, levou um susto e quase caiu quando Phil a abriu.
Alice tem a cara de pau de corar envergonhada.
- Alice se você quer escutar atrás da porta, não grite. - Digo sorrindo. - Ou saberão que você está cheretando.
- Eu não resisti. - Diz sorrindo abertamente. - Eu já escutei o suficiente, vou deixa-los a sós agora.
Dizendo isso fecha a porta novamente. Phil passa as mãos pelos cabelos bagunçados.
A porta se abre novamente, e Ali coloca a cabeça para dentro do quarto.
- Só mais uma coisa... - Balbucia. - Eu não sabia que você era tão sensível Phil.
- Cale a boca Alice! - Diz irritado.
- Olha como fala comigo. - O repreende. - Sou uma dama. - Sorri. - Então como eu estava dizendo... Você foi bem até agora, então não estrague o resto da conversa.
- Tudo bem senhora Clark. - Diz Phil revirando os olhos.
- Amo voc...
Phil vai até a porta e fecha na cara de Alice, não a deixando terminar a frase.
- Isso foi rude de sua parte. - Digo me sentando em minha cama.
- Eu sei. - Diz sorrindo.
Phil senta ao meu lado e fica olhando para a parede.
- O que ia dizer quando fomos interrompidos? - Pergunto.
- Eu ia lhe dizer que, por mas que eu seja um estúpido, não sou um homem sem coração capaz de rejeitar uma criança. - Diz sério. - Também não iria lhe acusar dizendo que o bebê não é meu, pois sei que é.
- O que quer dizer com isso? - Pergunto confusa.
- Estou extremamente assustado. - Diz sorrindo tenso. - Não fazia parte de meus planos ser pai, mas já que aconteceu, farei o melhor para ser um bom pai, e dar tudo o que for preciso a meu filho.
- Você sumiu sem dizer nada. - Digo. - Acabei pensando o pior.
- Só precisei de um tempo para pensar sozinho. - Sorri fraco. - Não é todo dia que se descobre que será pai.
Sorrio para Phil, me senti exatamente assim. Para dizer bem a verdade, foi um choque ainda maior, pois eu pensava que não podia ter filhos.
- Levei um susto enorme no início. - Digo. - Passei boa parte de minha vida achando que era estéril, que quando a médica me disse que estava grávida, achei que era engano.
- Eu desconfiava que você não podia ter filhos. - Diz. - Desde a nossa conversa na empresa. Mas nunca me atrevi a perguntar, pois é um assunto delicado.
- A única que sabia era Alice. - Sorrio. - Ela sempre me faz contar tudo sobre mim, até mesmo os meus segredos mais profundos. Não sei como ela faz isso. - Digo. - Papai descobriu somente quando soube que estava grávida.
- Não contou a ele? - Pergunta de Olhos arregalados.
- Não. - Suspiro. - Ele ficou chateado comigo por ter passado por tudo sozinha.
- É compreensivo. - Diz Phil sério.
- Eu sei. - Retruco. - Errei em esconder algo tão sério dele.
Phil vem até mim e me envolve em um abraço apertado.
Meu corpo fica tenso, me assusto com sua atitude carinhosa, mas logo em seguida acabo relaxando em seus braços.
- Quero que sejamos uma família. - Diz Phil de repente, fazendo meu coração saltar.
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Bom dia amores.
Tudo bem com vocês?
Amanhã postarei o capítulos do ponto de vista de Phil.
Ele foi tão fofo neste capítulo 😍
Até me deu uma vontade enorme de perdoa-lo, mas acho que deve sofrer um pouco mais.
Espero que gostem do capítulo novo, até o próximo. 😍⚘❤
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