- Não vai embora Khate. - Pede Pedro tristonho.

- Preciso ir meu bem. - Digo. - Mas logo eu volto para te ver.

- Promete? - Pergunta.

- Prometo. - Digo sorrindo.

Pedro e eu nos tornamos grandes amigos nesse tempo que fiquei na casa de meu pai.

Ele é um garoto excepcional, com um coração enorme para uma criança de 8 anos.

Pedro já até me contou que uma garota o beijou no rosto, ficou todo vermelho quando me falou seu segredo.

Tenho que ter uma conversa com essa garota, mostrar para ela minha coleção de facas.

Sou uma pessoa ciumenta com quem me importo. Se ferir um dos meus, fere a mim.

Sorrio igual uma boba. Estou pensando em ameaçar uma criança se  machucar meu garotão. Acho que os hormônios estão me deixando doida.

Pedro deita sua cabeça em meu braço, e me abraça.

- Você podia me levar para ficar com você. - Diz sorrindo.

- Deixe sua mãe escutar você falando isso. - Digo.

- Eu já escutei. - Diz Clarissa fingindo irritação.

Pedro sorri para ela com meiguice exagerada.

- Posso mamãe? - Pede. - Só por uns dias.

- Você está estudando Pedro. - Diz. - Se esqueceu?

- Esqueci. - Balbucia triste.

- Prometo te levar comigo assim que você estiver livre da escola. - Digo. - Se sua mãe permitir é claro.

- A senhora deixa mamãe? - Pede animado.

- Claro. - Sorri. - Se não for incomodar Khate.

- Não irá me incomodar. - Digo. - Ficarei muito feliz em passar alguns dias com esse moleque.

- Não sou moleque. - Diz emburrado.

- É o que então? - Pergunta Clarissa.

- Sou um homem. - Responde.

Começo a fazer cócegas em Pedro, ele gargalha alto e me pede para parar.

- Só se você me der um beijo. - Digo sorrindo.

- Eu dou. - Diz ofegante.

Pedro beija meu rosto com carinho e me abraça forte.

- Vou sentir sua falta pequeno homem. - Digo suspirando cansada. 

- Também sentirei a sua. - Diz.

- Nada de tristeza gente. - Diz Clarissa. - Até parece que moramos longe.

Me acostumei a dormir com Pedro, tenho certeza que irei estranhar minha cama sem ele ao meu lado.

- Você vem no meu aniversário? - Pergunta.

- Claro que venho. - Digo bagunçando seus cabelos. - O que você quer de presente?

- Deixa eu pensar... - Diz. - Não sei.

- Que tal eu te levar ao cinema, ir á algum parque, depois comer um monte de comidas cheias de calorias. Digo. - Não conta essa última parte a sua mãe. - Cochicho.

- Eu escutei isso. - Diz Clarissa.

Pedro sorri cúmplice para mim

- Feito. - Diz baixinho.

Clarissa sorri para mim. Tenho que admitir que ela é uma mulher incrível como papai diz, é uma mãe maravilhosa para Pedro, e cuida muito bem de meu pai.

É claro que tem pouco tempo que a conheço, mas já foi o suficiente para saber que ela e meu pai se amam de verdade. Tenho que admitir que ele encontrou uma mulher tão boa quanto minha mãe.

- Khate Alice chegou. - Diz papai.

- Tem um monte de crianças para você brincar agora. - Digo a Pedro.
- Um monte mesmo.

Me levanto rápido, e ajeito meus cabelos que estão bagunçados.

Pedro pega minha mão e me puxa em direção a sala.

Levo um susto enorme ao me deparar com Philip parado no meio da sala da casa de meu pai.

- Titia. - Oliver corre em minha direção com os braços estendidos.

- Oi meu docinho. - Pego Oliver em meus braços e beijo seu rostinho.

Sophia também vem até mim, envolve os braços em minha cintura, e olha para mim com os olhos grandes e claros.

- Estavam com saudades? - Pergunto.

- Sim.

Alice vem até mim e me abraça. Tenta pegar Oliver mas ele não quer me largar.

- Garoto teimoso. - Diz sorrindo. - Tudo isso é saudade de sua tia?

Oliver bate as mãos enquanto sorri.

- Voltei a ser tia agora? - Pergunto.

- Sim. - Sorri. - Por enquanto.

- Cadê Matt, e as trigêmeas?

- Matt não pode vir. - Diz. -Teve uma reunião importante de última hora. Então Philip me trouxe. - Balbucia. - As garotas estão na casa de Mary.

Apresento papai e Clarissa a Alice, e Philip. Pedro está escondido atrás da mãe envergonhado.

Depois da apresentação Phil volta em silêncio para o canto da sala. Deixo Alice e o resto conversando e caminho até ele.

- Olá Philip. - Digo. Phil não parece saber nada ainda sobre minha grávides, ele não saberia fingir tão bem.

- Olá Khate. - Sorri fraco. - Como você está?

- Estou muito -"grávida" - Bem obrigada.

- Alice me contou que você aceitou o emprego. - Diz.

- Sim aceitei. - Sorrio. - Emília está se saindo bem?

- Por incrível que pareça ela está se saindo muito bem. - Diz sorrindo. - A secretaria de Matt a ajudou bastante, ela pegou o ritmo rápido. Ainda é muito tímida nas reuniões, mas já está se acostumando.

- Fico feliz que ela esteja se saindo bem. - Digo feliz. - Obrigada por dar essa chance a ela.

- Não precisa agradecer. - Diz sorrindo abertamente. - Acho que acabei ganhando na história, pois ela depois de você está sendo minha melhor secretária. 

Fico me perguntando se Phil tentou seduzi-lá, acho que ficou bem estampado em minha cara pois Phil diz:

- Posso ser um cafajeste Khate... - Diz com irritação. - Mas não seduzo garotinhas, você deveria saber disso.

Meu coração se acelera, não sei se foi de alívio ou outra coisa.

- Desculpe. - Peço envergonhada.

Phil pode ser um cachorro sem vergonha, mas ele nunca se envolveria com uma mulher se ele souber que ela é de menor.

- Tudo bem. - Diz por fim.

- Venham. - Nos chama papai. - Agora irão experimentar minha famosa lasanha.

Meu pai é tão enjoado, que expulsou Clarissa e eu da cozinha. Ele gosta de inventar os pratos que prepara, e gosta de fazer isso sozinho.

Nos sentamos a mesa, enquanto papai começa servir as crianças primeiro. Oliver está animado no colo de Alice, enquanto ela conversa com Clarissa. Pedro e Sophia estão conversando animadamente como se conhecem a muito tempo.

- Pai quer ajuda? - Pergunto.

- Não meu bem. - Diz sorrindo.

Phil sentou em minha frente e está me encarando. Me mexo desconfortável em minha cadeira, ser observada assim é desconcertante.

- Pare de ficar me encarando Phil. - Cochicho.

- Você está linda. - Diz sorrindo galanteador.

- Mentiroso. - Digo fingindo irritação.

- Parece ter algo em você... - Diz confuso. - Não sei o que é, mas irei descobrir.

Minhas mãos estão trêmulas, tento engolir a saliva, mas parece que se formou uma bola em minha garganta.

- Você está bem? - Pergunta preocupado. - Está pálida.

- Estou ótima. - Forço um sorriso.

Papai coloca o prato em minha frente.
Está tão cheio, que daria para mim comer umas quatro vezes.

- Pai. - Digo sorrindo. - Vou virar uma bolota desse jeito.

- Você precisa comer por dois agora. - Diz na maior inocência.

Todos ficam em silêncio e me encaram. Papai me pede desculpas baixinho, mas acho que todos ouviram.

- Comer por dois? - Pergunta Phil confuso.

Corto um pedaço grande da lasanha e enfio dentro de minha boca.

- Essa lasanha está uma delícia. - Digo com a boca cheia.

- Está perfeita. - Diz Alice sorrindo para mim.

Phil não pergunta nada, mas vejo que ele ainda está desconfiando de algo.

O cheiro da lasanha começa a me dar enjoo.

- Agora não por favor. - Murmuro baixinho.

Acho que papai percebe que não estou muito bem, se levanta de seu lugar e sai da sala de jantar. Alguns segundos depois ele volta com um copo de água na mão e me entrega.

- Obrigada. - Sorrio fraco.

- Essa foi a melhor lasanha que já comi em toda minha vida. - Diz Phil.

- Obrigada meu jovem. - Papai sorri.

Tenho certeza que Phil já ganhou um ponto com ele por elogiar sua comida.

- Esse segredo morre aqui, se minha mãe souber que eu disse isso, ela me mata. - Diz Phil sorrindo. - Não irá comer Khate?

- Já estou satisfeita. - Digo.

- Mas você mal tocou em sua lasanha. - Diz.

Estou ficando ainda mas enjoada. Bebo um pouco de água para ver se melhora, mas é em vão, parece que ficou ainda pior.

- Com licença. - Peço.

Me levanto rápido, e corro para o banheiro de meu quarto.

Me jogo no chão, perto da privada e vomito mais uma vez.

Alguém segura meus cabelos, nem olho para trás para ver quem é, e continuo a fazer ânsia.

- Droga. - Resmungo.

- Está melhor? - Pergunta Alice.

- Não aguento mais vomitar. - Digo me levantando.

Vou até a pia e jogo água em meu rosto.

- Se Phil for um homem esperto já sabe sobre o bebê. - Cochicha Alice.

- Espero que ele seja burro. - Digo sorrindo.

Alice gargalha, enquanto voltamos para meu quarto.

Me assusto, pois Phil está sentado em minha cama.

- Boa sorte minha amiga. - Diz Alice.

- Não me deixe. - Peço. - Não se atreva a me deixar sozinha com ele. - Cochicho. - Lembra que você me disse que queria estar junto quando eu contasse a ele?

- Vocês duas sabem que estou escutando tudo, não sabem? - Pergunta Phil sem expressão fácial.

- Esse é um momento entre vocês dois. - Diz Alice indo até a porta de meu quarto. - Você sabe que te mato, se disser algo estúpido Phil. Então fique esperto. - Dito isso fecha a porta atrás de si.

Ficamos nos encarando em silêncio por um longo tempo.

- Você está grávida Khate? - Pergunta.

- Sim. - Digo com a voz trêmula.

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Bom dia amores.

Tudo bem com vocês?

Qual será a reação de Phil? Será um idiota, ou será um pai presente?
Surpresas 😂😂😂😂😂😂😂😂

Espero que gostem do capítulo novo, até o próximo. ⚘😍❤