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P R Ó L O G O

Se os fins de fato justificassem os meios, Katherine estava feliz em permanecer em seu quarto pelo maior tempo possível, fingindo estar com uma fortíssima dor de cabeça.

Ela tinha pés tortos. Definitivamente.

Durante os ensaios do dia anterior ela havia pisado nos pés de Arthur seis vezes, errado a sequencia três vezes e caído uma outra. Tudo isso em uma única dança.

Agora Lady Katherine recusava-se a dançar no baile de casamento de seu irmão. Ela já havia sido humilhada na dança durante os últimos três anos, desde que debutara em Londres, agora ela já não poderia mais se sujeitar a passar essa vergonha, principalmente na frente de todos os parentes e amigos de sua família.

— Jane — Kate suplicou em baixo de seus cobertores — Venha aqui, por favor.

A governanta se assustou. A Srta. Foster, que preparava a roupa que Lady Katherine usaria no dia seguinte, pensava que a outra estava dormindo. Ela aproximou-se da cama um pouco desconfiada e, por fim, abaixou-se para perto de sua pupila.

— Oh, Deus! — Jane colocou as mãos na testa de Katherine medindo sua temperatura. — Não se martirize, minha querida. Eu vou buscar água. Você não parece estar nada bem.

Se Lady Katherine não tinha dotes artísticos para a música nem para a dança, certamente ela tinha ao menos alguns para o teatro. Havia cerca de três cobertores em cima dela — mesmo estando no verão — e sua expressão de sofrimento chegava gerar pena. Ela parecia terrivelmente doente.

— Não, não! — Lady Katherine impediu a governanta — Por favor, Jane. Escute-me. Você precisa me ajudar.

A Srta. Foster estreitou os olhos. Ela olhou para Katherine por alguns segundos antes de por fim concordar.

— Sim, milady. O que precisa?

— Preciso que você, minha amada e fiel amiga, diga para mamãe que eu não posso dançar no baile de casamento amanhã. Minha cabeça lateja de tanta dor que sinto.

Jane cruzou os braços. Ela enviou para Kate um olhar repreensivo que foi devidamente ignorado. A Srta. Foster era governanta da família desde os dezoito anos. Agora ela tinha vinte e cinco e sua pupila mais velha, Katherine, dezenove. Durante todos esses anos Katherine e Jane desenvolveram uma amizade muito forte. Um companheirismo que assemelhava a Srta. Foster à uma irmã mais velha, não uma empregada. Assim a governanta conhecia Lady Katherine muito bem. Bem demais para cair em suas artimanhas.

Porém, como sempre muito sensata, ela apenas disse:

— É o casamento de seu irmão.

— Sim, sim Jane! — Katherine sentou-se na cama. Seus pés descalços estavam inquietos. — Eu nunca faltaria no casamento de meu irmão. Jamais pense isso. A questão é que não estou em boas condições de dançar.

— Dançar não, mas participar da cerimônia sim? — Jane tentou.

— Sim. Não estou em condições para dançar, mas do resto posso participar perfeitamente.

A Srta. Foster não acreditou em nenhuma palavra que Katherine disse.

— Eu adoraria vê-la dançar. Tenho certeza de que seria magnifico. — Jane deu ombros e voltou para seus afazeres.

— Ah, minhas costas! Elas doem tanto! — Lady Katherine atirou-se para traz.

Certo. Ela também não tinha muitos dotes para o teatro.

— Não era sua cabeça, Katherine? — Jane arqueou uma sobrancelha.

— Meu corpo inteiro dói! — Ela prosseguiu com seu martírio — Só estou indo porque amo Arthur. Preciso assistir ao seu casamento.

— Se você diz. — A Srta. Foster assentiu — Porém eu ainda estou certa de que sua dança seria esplêndida.

A expressão de Katherine endureceu. Ela virou-se para o lado contrário de Jane, dando costas à ela, e cobriu-se até a cabeça, evitando qualquer contato visual.

— Sou um desastre, Jane. Não preciso que minta para tentar, em vão, me alegrar. Eu já sei que sou péssima e que continuarei assim até o fim de minha vida.

A Srta. Foster suspirou. Sentou-se ao lado de Lady Katherine. Com uma mão segurou a mão de Kate e com a outra, acariciou seus cabelos castanho-claros. O toque de Jane era gentil. Tranquilizador. Sua voz apesar de não ser meiga, demonstrava compreensão e cuidado. Jane Foster era a pessoa mais confiável que Katherine conhecia e seria eternamente grata por tê-la todos os dias ao seu lado.

— Kate. — A Srta. Foster prendeu os próprios cabelos loiros e reluzentes atrás da orelha — Eu tenho certeza que tudo que você faz, assim como você, é completamente incrível. Você é a garota mais especial que eu conheci em toda minha vida.

Katherine riu e fungou, tentando segurar as lágrimas. Não era fácil estar em sua situação. Sua mãe, suas irmãs, seu irmão, todos cobravam muito dela. Cobravam que ela soubesse cantar, tocar e principalmente dançar, mas ela era péssima em tudo. Era até patético ver a Srta. Foster, uma mulher educada e com uma beleza verdadeiramente arrebatadora, elogiar tanto Lady Katherine. Sua governanta era ótima ao piano, com música, e se pudesse dançar em bailes, seria ótima também. O problema é que o destino não proporcionou coisas desse porte para ela. Ela era uma governanta, e apesar de já ter sido pedida em casamento por homens de sua classe social, ela preferia estar ao lado dos Abbey.

— Eu imploro. Não minta para mim, Jane. — Katherine murmurou.

— Eu nunca ousaria fazer isso. Sabe o quanto te quero bem.

Lady Katherine suspirou. Aquilo já estava ficando sentimental demais. Ela parecia uma idiota fazendo tanto drama por causa de uma dança. Ela não queria aborrecer a Srta. Foster e nem a si mesma.

— Obrigada, Jane. — Disse por fim — Porém eu mantenho minha decisão. Não vou dançar.

A governanta apenas suspirou.

— Como desejar, milady.

🕎🕎🕎

Arthur iria se casar.

Lord Abbey, marquês de Mansfield, aos vinte e seis anos de idade estava prestes a unir-se para sempre com uma mulher que nunca havia visto em toda sua vida.

E isso era simplesmente assustador.

Seu pai, o antigo marquês, havia falecido há pouco mais de quatro anos. Poucos dias depois de subitamente adoecer, ele morreu trazendo muita tristeza para toda sua família. Arthur, seu único filho do sexo masculino, herdou todas suas terras e o mais importante, seu título de marquês. Só que havia um triste problema ali, eles não tinham primos do sexo masculino de primeiro grau, e o novo Lord Abbey não tinha filhos, assim ele deveria se casar o mais rápido possível, a não ser que desejassem perder tudo para um primo distante caso algo acontecesse com Arthur.

Mas ainda havia uma questão. Ele deveria se casar com quem?

Apesar de serem uma família de títulos e posses os Abbey já tiveram dias melhores. O antigo marquês havia contraído muitas dividas e acabou perdendo uma grande e importante propriedade na região de Manchester, que por estar em uma posição estratégica, eles precisavam reaver o mais rápido possível. Assim, quando Albert Bundighan, um magnata e o novo dono das terras colocou a propriedade no dote de sua única filha, o antigo marquês já havia se interessado pela oportunidade.

Arthur teria uma esposa, em seguida seus herdeiros, reaveria as posses de Manchester e sua noiva, que apesar de muito rica não vinha de uma família com títulos, seria uma marquesa. Um casamento por conveniência que agradaria igualmente ambas as partes.

— Você está suando, Arthur. — Katherine secou a testa de seu irmão com um lencinho. — Acalme-se.

O marquês afastou-se um pouco bambo. Suas mãos tremiam e seus pés não paravam quietos por um único segundo. E ele estava verde.

Oh, não!

— Eu estou calmo. — Arthur não era bom com mentiras.

O irmão de Lady Katherine parecia apavorado. Lord Abbey, apesar de sua posição importante, ainda era jovem e nem de longe um marquês imponente. Suas feições eram joviais, os cabelos brilhavam em um tom de loiro, ele era alto e com alguns músculos. Vestia um terno deslumbrante, escolhido pela mãe e que se encaixou perfeitamente nele. Era encantador. Sem dúvida. Exceto pelo fato de estar verde.

— Eu vou me casar, Kate! Tenho direito de estar nervoso... — Ele deu pulinhos de inquietude — Eu não sei o que me espera.

Katherine assentiu. Ela alisou seu vestido de um tom forte de rosa e começou a cantarolar. Não para acalmar o irmão, claramente, já que o efeito era inverso. Cantarolou só porque queria mesmo. Ela parou quando recebeu o olhar repreensivo de Arthur.

— Aposto que ela é maravilhosa. Você vai gostar dela, tenho certeza.

— Ótimo — Lord Abbey resmungou — Mas caso ela não goste de mim?

Lady Katherino o fitou. Ela não esperava que a preocupação de Lord Abbey fosse com ele mesmo. Geralmente os homens escolhiam suas esposas não por um sentimento reciproco, mas sim por beleza, dons e dinheiro. É verdade que Arthur sempre foi um pouco inseguro consigo mesmo. Sentiu desde pequeno a pressão de seus pais para ser o melhor em tudo, afinal, algum dia seria o marquês. Era uma criança bondosa, por vezes de frágil psique e saúde, mas acima de tudo, muito amoroso com a família. Apesar disso, parecia surreal sua preocupação com alguém que nem mesmo conhecia.

— Mamãe disse que ela é bonita. — Katherine deu ombros — Eu não a vi, então não sei se é verdade.

Eles nem tocaram no assunto de ser gentil. Ela deveria ser gentil. Moças eram gentis, por natureza, Lady Cecile dizia. Nas cartas trocadas entre os Bundighan e os Abbey a jovem foi descrita milimetricamente. Todas suas habilidades, sua aparência, e acima de tudo, sua personalidade. Classificaram-na como educada, inteligente e muito paciente. Ninguém sabia se era verdade, afinal, teriam que confiar apenas no papel. Mas torciam para que sim.

— Mamãe disse o mesmo da filha do Sr. Grettel e nós dois sabemos que não é verdade.

Lady Katherine riu. Era verdade. A filha do Sr. Grettel não era nada bonita. Ela tocou no ombro do irmão e o trouxe para um discreto — mas sincero — abraço. E por Deus, como ele precisava daquilo! Katherine não era boa com cravo, nem com piano, violino e muito menos dançando, porém ela tinha sem dúvida um talento, acalmar o irmão com apenas um toque.

Arthur assentiu. Ele respirou fundo e encarou a porta da igreja. Que Deus o abençoasse! Que sua esposa além de bela fosse carinhosa, atenciosa e o amasse.

— Aproveite o dia, irmãozinho. Tenho certeza de que independente do que acontecer todos nós ficaremos felizes. Nós te amamos muito e agora à ela também.

Lord Abbey sorriu. Katherine, não perdendo a oportunidade de provocar, antes de sair, disse:

— Mesmo que ela se pareça com a filha do Sr. Grettel.

🕎🕎🕎

Definitivamente a noiva não se parecia com a Srta. Grettel.

Millicent Bundighan era alta, quase do tamanho do noivo, e ficava esplêndida com os cabelos negros presos em um penteado no topo de sua cabeça. Seu vestido estendia-se ao chão em uma comprida cauda e seu rosto visivelmente pálido estava encoberto pelo véu branco. Mesmo assim durante toda a cerimonia, Arthur não conseguiu parar de fitar aqueles olhos. Olhos que não eram nem verdes, nem castanhos. Estavam na linha tênue entre os dois.

Lord Abbey apenas pôde vê-la com clareza no fim da cerimônia quando ergueu seu véu e depositou um singelo beijo em sua testa. A noiva enrubesceu, mas sua vermelhidão foi perceptível apenas para o noivo, que sorriu para ela. Seu sorriso foi recíproco, mesmo que em seguida, Millicent desviasse o olhar e fitasse todo o salão que de pé, saudava o casal.

— Acabou? — Katherine sussurrou para Jane que secava algumas lágrimas. A governanta havia trazido um estoque de lenços.

— Sim, Kate, acabou — a governanta cochichou — Agora iremos para festa em vossa propriedade.

— Ai! Ui! Ai! — Lady Katherine imediatamente atirou-se no banco da igreja — Minha cabeça voltou subitamente a doer! Oh, Deus!

Jane arqueou uma sobrancelha. Katherine continuou.

— Por favor, Jane.

— Sim? — Srta. Foster indagou sem se importar muito.

— Quando chegar irei direto para meu quarto. Faça-me o favor de avisar para minha mãe, sim?

A Srta. Foster, que sabia muito bem que a mínima tentativa de tentar ao menos argumentar seria uma luta em vão, apenas assentiu.

— Como desejar, milady.

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