C A P Í T U L O XXIV
Katherine estava esperando por aquilo. Ela tomou banho mais cedo, colocou sua roupa de dormir e deitou-se em sua cama, mas não ousou fechar os olhos.
Ela viria.
Era claro que Cecile viria. Fazia parte do ritual. Lady Katherine iria se casar no dia seguinte, então a mãe deveria ter uma conversa com ela sobre aquele assunto. Foi assim com a prima Pamela há uma semana e com Penelope no ano passado. Hadassa também havia garantido que sua mentora fora a própria mãe, sendo assim, era dever moral da marquesa-viúva estar ali prestando apoio à filha.
A questão era que ela estava demorando e Katherine estava ficando impaciente. Suas pernas não paravam quietas, ela não parava de olhar para a porta e não conseguia se concentrar na leitura. Lia um parágrafo, mas quando iniciava o outro percebia que não havia absorvido nada do anterior e tinha que reiniciar a leitura. Fora assim por várias vezes. Ela havia prometido a si mesma que já estava quase desistindo quando finalmente bateram em sua porta.
Kate montou o cenário perfeito. Fingiu que estava bocejando, apagou uma das velas e concentrou-se no livro, para depois liberar a entrada da mãe. Ela queria parecer desinteressada. Não queria parecer uma maníaca que só pensava em receber detalhes sórdidos sobre o casamento e sua parte boa. Digo. Uma das partes boas. Claramente existem várias outras.
— Com licença, meu amor. — A mãe abriu a porta.
Katherine sorriu aparentando estar um pouco sonolenta. Seu sorriso desapareceu quando percebeu que a mãe não estava sozinha. Logo atrás dela Lady Abbey entrava com um sorriso diabólico. Cecile sentou-se na beira da cama de Katherine. Millicent ficou um pouco confusa, olhou para os lados, tentou sentar-se ao pé da penteadeira, mas a cadeira estava ocupada com alguns sapatos, acabou por fim ao lado da sogra.
— Está ocupada, anjinho? — Cecile acariciou as bochechas da filha.
— Apenas lendo.
— Nós viemos conversar sobre... Hum, sua noite de núpcias, e consequentemente, seus futuros filhos. Creio que deva dar algumas instruções, mas receio que não sou muito boa nisso então trouxe Lady Abbey.
Millicent sorriu. Katherine chegou a estremecer.
— Olá.
Cecile concordou com a cabeça. A filha fechou o livro e o colocou sobre o criado mudo — sem nem ao menos fazer questão de marcar a página — e assentiu, esperando as instruções. E esperou.
— Então... — Katherine disse depois de quase dois minutos de completo silêncio — Comecem...
Todas fitaram Lady Cecile. Teoricamente era seu papel falar, além de que, era a mais experiente de todas. Foi casada por mais de vinte anos e tinha cinco filhos. Claramente era a mais apta para falar sobre o assunto.
— Diga! — Katherine implorou.
— Eu disse que ela era curiosa — Millicent olhou para a sogra.
Katherine revirou os olhos. Millie deu de ombros. Cecile iniciou.
— Como você deve saber você e seu marido devem consumar a relação de vocês na noite de núpcias. Será um momento especial entre os dois e você deve, acima de tudo, relaxar e confiar em seu marido.
— Entendo.
— Fico feliz.
— Mas como exatamente isso vai acontecer?
— Certo... Veja bem... Acontece... Bem, assim.... — Lady Cecile começou a balbuciar — O homem tem... Uma parte, certo?
Katherine não sabia se deveria concordar com aquilo. Ele tinha ou não tinha? Se mãe não parecia muito certa de suas afirmações como Kate poderia estar?
— Vejamos... Essa parte que ele tem as mulheres não tem.
— Certo. Compreendo até aqui.
— Então quando vocês... Hum, estão na cama.
— Não precisa ser necessariamente na cama — Lady Abbey sentiu a necessidade de reforçar.
Cecile a olhou ultrajada, mas decidiu ignorar. Ela não poderia perder o foco de sua conversa com a filha.
— Como eu ia dizendo... O homem com essa parte... Bem, vocês... É um tanto complicado, na verdade...
— Mamãe. — Katherine chamou, impaciente — Vamos logo com isso. Qual o ponto?
— Millicent! — A mãe bradou — Explique você. Eu não consigo.
Lady Abbey estreitou as sobrancelhas. Sua intenção nunca foi ir ali para realmente ajudar. Ela estava em sua cama folheando alguns editais de Londres quando recebeu o convite de acompanhar Lady Cecile e considerou que poderia ser uma boa ideia. Seria divertido assistir aquilo, mas não contribuir para o constrangimento. Ela queria apenas... Observar.
Ela rangeu os dentes e olhou para a sogra com o mais completo desespero. Não fazia parte de seu plano.
— Lady Cecile, você é a mãe. Não sei o que dizer.
— Você veio para me ajudar.
— Mas essa não era minha intenção de fato. Eu queria rir de vocês.
— Você é a marquesa. Elas são sua responsabilidade também.
Katherine revirou os olhos e cruzou os braços. Aquilo estava levando mais tempo do que ela havia imaginado.
— De pensar que você ainda passará por isso mais três vezes. — Murmurou.
— Vá, Millicent. Explique para Kate.
— Certo... — Concordou. Em seguida coçou a garganta e encarou a noiva: — Sabe a parte que seu marido tem? Ele vai coloca-la em você.
A respiração de Lady Katherine parou por um instante. E por ventura a de Cecile também.
— Não, não, não! — A mãe exclamou.
— Não?! — Katherine estava confusa.
— Não?! — Millicent irritada.
Cecile fitou a nora.
— Olhe as palavras que usou! Você não pode dizer as coisas dessa forma. Tem que ser mais cuidadosa! Esse é um assunto delicado e minha filha uma donzela.
— Mas oras! — Lady Abbey levantou-se, ultrajada — A filha é sua, Lady Cecile! Não é obrigação minha dar conselhos nupciais para ela. Com licença!
Ela saiu do quarto pisando forte. Katherine se encolheu na cama agarrando-se aos lençóis. Aquilo não estava ocorrendo exatamente da maneira como havia planejado. Ela preferia estar dormindo.
— Ela é impossível. Deveríamos ter casado Arthur com a moça de Bath. — Cecile abanou no ar. — Onde estávamos mesmo?
— Sobre a parte na outra parte.
Cecile ruborizou.
— Isso.
Katherine esperou mais detalhes. Eles não vieram. Assim, ela decidiu ajudar a mãe. Aproximou-se de Cecile com cuidado e sentou-se ao seu lado. Olhou para ela. A matriarca podia não ter jeito para isso, mas Kate via em seu olhar que a mãe tinha a melhor das intenções e isso era o suficiente.
— Na verdade eu já sabia algumas coisas. A prima Evangeline não é muito discreta, assim como Hadassa e Regina. Ás vezes as criadas também. E quando surgiu aquele problema entre Millicent e Arthur eu consegui entender melhor. Eu só fui poupada dos detalhes.
— Thomas nunca tentou nada com você, certo?
— Ele não seria capaz.
— E Neval?
— Ele era covarde demais até mesmo para isso.
— Quero o seu bem apenas, meu amor. Sei que ás vezes é difícil acreditar, mas eu te amo.
— Sei que ama, mamãe. Você está aqui. A maioria das mulheres que nós conhecemos nem faria questão de conversar com a filha. Quando eu tiver meus filhos tentarei ser uma mãe como a senhora. Que ás vezes erra, se estressa, é rígida, mas no fundo só quer o nosso bem.
— Oh, Kate! Você sempre foi minha preciosidade. Seu pai estaria muito orgulhoso de você.
Lady Katherine afogou-se nos cabelos da mãe.
— Te amo muito. Papai e as meninas também.
— Nós também te amamos.
— Espero que no casamento da próxima você já esteja melhor com as explicações.
— É questão de pratica. Quando Beverly se casar já vou ser profissional.
— Beverly? Ela é muito apaixonadinha. Se casará na primeira temporada, quer ver?
— Katherine! Ela vai se casar quando encontrar um bom homem, assim como as irmãs.
Kate sorriu, atirando-se no travesseiro.
— Ser um bom homem é fundamental, mamãe. Mas suportar elas é indispensável.
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— Você está feia. — Odelia disse para a irmã.
— Mamãe! — Beverly cruzou os braços — Olhe Odelia. Ela está sendo má novamente.
— Estou apenas dizendo a verdade. Quer que eu minta? Certo. — Ela sorriu — Oh, Deus. Como você está maravilhosa, Beverly.
A menor engoliu o choro. Lady Florence, que até então apenas observava a paisagem pela janela da carruagem, olhou para a caçula com condolência. Seus olhos azuis brilhavam de ternura.
— Não dê ouvido á ela, Beverly. Odelia só está brava porque você vai levar as alianças ao altar e ela não. — Florence explicou. — Você nunca esteve tão bonita. Eu garanto.
— Obrigada. — Beverly sorriu — Odelia sente-se mal, pois entre nós três ela é a mais chata. E mais feia.
— Pelo menos não fui eu que pisei nos pés de Lady Flemming no ultimo sarau. Duas vezes!
— Ela colocou os pés embaixo dos meus. E daí? Você derrubou limonada na mesa.
Katherine suspirou. Ela atirou a cabeça para trás, cansada. O balanço da carruagem já estava deixando-a enjoada e ela não queria vomitar em seu vestido de noiva. Ele era bonito demais para isso e ela não achava que poderia salva a renda se algo do porte acontecesse.
— Mamãe, porque elas tiveram que vir na carruagem conosco? Arthur e Millicent estão sozinhos e eu sou a noiva. Não posso entrar na Igreja querendo enforcar crianças.
— Ah, Katherine. São suas irmãs. Aproveite os últimos minutos em que vocês dividem o sobrenome. Aproveite os últimos minutos em que vocês são as Irmãs Abbey.
— Ela ainda terá o nosso sobrenome quando se casar — Florence disse — Só acrescentará o do marido.
— E continuará sendo nossa irmã. — Odelia completou.
— Quero comer bolo. — Beverly resmungou.
Lady Katherine olhou para as irmãs. Odelia moveu-se no banco e pisou, sem querer, a barra do vestido de Katherine.
— Odelia, tem barro no seu sapato! — Kate puxou o vestido para longe da irmã.
— Eu sei. — Garantiu. — Eu pulei em uma poça de lama.
— Por quê? — Florence estreitou os olhos.
— Eu estava entediada. — Ela deu ombros.
— Mamãe, é serio. — Katherine implorou — Mande-as com Arthur e Millicent. Pelo menos uma. Estou ficando mais nervosa ainda.
— Não, Katherine. Eles são casados.
— E que problema há nisso? Casados não podem andar em uma carruagem com outras pessoas?
— É que eles estão se beijando. — Beverly disse. — Nós não podemos ver essas coisas.
— E ela começa com as nojeiras... — Lady Odelia resmungou.
— Ah, Lia. Beijos não são nojentos. Eles são a expressão do mais puro e verdadeiro sentimento: o amor. — Florence sorriu — Quando duas pessoas se amam é inevitável querer demonstrar todo esse carinho.
— Descobriu isso como? Beijando seu travesseiro?
Florence chutou Odelia. Odelia quis chutar Florence, mas acertou Beverly. As três começaram a se chutar freneticamente sem nenhum alvo principal, apenas aproveitando o momento para incomodar as irmãs e deixar marcas de lama nos vestidos novos. Katherine olhou para a mãe como se não acreditasse que a menor delas já tinha onze anos.
Lady Cecile estava prestes a gentilmente gritar com as filhas quando a carruagem parou. Consequentemente o coração de Katherine também. O momento de tensão foi tão grande que até as meninas pararam com as brincadeiras. Um silêncio mortal e ensurdecedor invadiu a carruagem. A tensão espalhou-se. Lady Cecile tocou nas mãos da filha, que inevitavelmente, tremiam.
A porta foi aberta. Era Arthur. Lady Abbey estava há alguns passos atrás dele, vestindo pela primeira vez uma peça rosa, e com os cabelos elegantemente presos no topo da cabeça — mesmo que estivessem um tanto bagunçados, mas ao julgar pelos lábios inchados, era compreensível. Ela estava serena, olhando afetivamente para Katherine ainda dentro da carruagem. O olhar dela acalmou um pouco o coração da noiva.
Lord Abbey também estava nervoso. Estava nervoso pela irmã. Pela irmãzinha. Ele ainda tinha outras três, mas com Katherine era diferente. Eles eram mais próximos e ela era a primeira a estar se casando. Ele era o homem da família e havia se colocado em uma posição de lamentar que sua irmã estivesse prestes a responder a outro homem. Por outro lado, estava feliz, pois ela estava feliz. Lembrava-se de seu casamento, do nervosismo e de que foi a própria Katherine que o acalmou antes de caminhar para o altar.
Hoje não poderia ser diferente. Eles iriam inverter os papéis. Ele iria ser o porto-seguro da irmã.
A mãe saiu da carruagem e era hora das menores descerem também. Florence e Odelia entrariam como as damas de honra e precisavam se preparar. Mais tarde entraria Beverly carregando as alianças — que Katherine nem havia visto ainda, mas acreditava que seriam lindas. Elas ainda iriam se ver, mas cada uma fez questão de conversar rapidamente com a irmã.
— Katherine, desejo que tudo saia bem. — Beverly beijou a bochecha da irmã. — E eu vou fazer tudo certo. Eu prometo que ensaiei e não vou errar. Tudo isso, pois te amo.
Lady Katherine sorriu.
— Eu sei que sim. Fique tranquila. Você será maravilhosa.
E ela desceu. Em seguida Odelia chegou. Ela ficou em silêncio por alguns segundos, apenas fitando a irmã com um sorriso tímido no rosto. Ela era rápida com respostas afiadas, mas tinha dificuldade na hora de expressar-se. Katherine não estava preocupada com isso. Pelas irmãs ela teria todo o tempo do mundo.
— Eu... Eu te amo. E vou sentir muito a sua falta. — Ela olhou para os pés — Eu sei que ás vezes sou bem chata, mas...
— Você é incrível. — Kate sorriu.
— Boa sorte. — Odelia beijou a testa da irmã — Que você seja muito feliz a partir de agora. Só tente não se esquecer de nós.
Katherine riu. Era claro que ela não faria isso. Ela nunca se esqueceria de qualquer fração do sorriso de qualquer uma das irmãs.
Era a vez de Florence. A mais velha, a mais sábia, a mais talentosa e a mais dramática. Ela sentou-se a frente de Katherine, para poder fita-la melhor, e sentir mais confortável. Katherine não pôde deixar de observar como ela havia crescido e como estava bonita e radiante. Se ela quisesse, teria um futuro brilhante em Londres.
— Você alcançou o objetivo de todos os mortais, Kate. Parabéns. — Ela sorriu.
Katherine estreitou os olhos.
— Casar-me?
— Encontrar o amor verdadeiro. — Florence sorriu fraco — E depois de tudo aparentemente dar errado. Eu poderia dizer que você é sortuda, mas estaria sendo injusta. Você merece tudo de bom que há nesse planeta.
Lady Katherine sorriu. Ela pegou nas mãos úmidas e macias da irmã que descansavam sobre seu vestido mostarda. Florence apertou as mãos da irmã e as levou a boca, depositando um fraternal e carinhoso beijo ali. Em seguida levantou-se, atirando-se nela em um abraço.
— Ah, Florence. Olhe para você. É a garota mais genial daqui, você também vai encontrar o seu.
— Desculpe-me pela maneira como te tratei aquele dia... Quando descobri que Jane havia ido embora. Eu não pensei no seu lado. Não pensei que você havia sido traída, eu sou egoísta e pensei apenas no que a Srta. Foster significava para mim, não nos seus sentimentos. Melhorarei isso como pessoa. Procurarei pensar mais nos outros, eu prometo.
— Shiu. — Katherine levou seus dedos aos lábios da irmã — Está tudo bem. Vamos esquecer tudo isso. O de ruim fica no passado. A partir de hoje, com minha vida com Thomas...
— Que só haja felicidades! — Florence completou. — E você tem os meus melhores votos.
Lady Katherine sorriu.
— Eu te amo. — Florence completou, já saindo da carruagem. — Adeus! Boa sorte e olhe onde pisa.
— Eu também te amo. Amo todas vocês!
As irmãs Abbey caminharam até a entrada da Igreja, preparando-se para a entrada, e obviamente, fofocando sem parar. Restou apenas Arthur, que prontamente estendeu o braço para a irmã e a ajudou a descer da carruagem com cuidado. Aparentemente neste dia a sorte estava do lado de Katherine, pois como um milagre divino ela não tropeçou em seu espalhafatoso vestido de nova, ela apenas desceu com cuidado e admirou por alguns segundos a imponente construção a sua frente.
Uma igreja antiga e que Katherine já havia ido várias vezes, porém dessa vez era diferente. Ela iria se casar, ela seria a noiva e dentro de alguns instantes sua vida mudaria para sempre. Kate não conseguia lidar. Enquanto caminhavam apertou o braço do irmão com mais intensidade. Lord Abbey chegou a rir.
— Você está nervosa? — Ele perguntou.
— Apavorada.
Ele assentiu.
— Assim como eu pensei. — Sorriu — Fico feliz.
— Por me ver apavorada?
— Em papéis invertidos. Há alguns meses eu estava passando por exatamente a mesma coisa.
— E eu, obviamente, estava ao seu lado prestando todo o apoio moral.
— Sim. — Arthur concordou com a cabeça — Assim como eu estou fazendo agora.
— Eu não tenho tanta certeza disso.
Eles se acomodaram há alguns metros da porta. Katherine não conseguia ver com exatidão como as coisas estavam lá dentro, mas ao menos teve um deslumbre dos convidados e do caminho que a levaria até o altar. Seu coração quase pulou de seu peito.
— Eu estou prestando apoio a você. Não sou tolo. Eu sei como esse momento é e será importante para você. — Lord Abbey segurou as mãos da irmã com firmeza — Lembra-se de como eu estava apavorado no dia de meu casamento? Um mínimo detalhe me assustava, mas olhe agora, tudo está perfeitamente bem. Foi nesse dia que selei a união com uma das pessoas mais importantes de minha vida.
— Sim. — Katherine assentiu — A partir de hoje assumirei responsabilidades novas. A partir de hoje eu terei uma vida nova, mas é claro, sem esquecer-me da antiga.
— Será doloroso em alguns momentos lembrar de tudo o que você deixou para trás, não duvide disso. — Arthur trouxe as mãos da irmã para mais perto dele. Ela também se aproximou, olhando para baixo. — Mas mesmo assim, tudo valerá a pena. Quando você ama a pessoa com quem se casou tudo é diferente. Você ficará feliz em saber que faz parte de uma família, sempre fará, mas está caminhando para construir a sua.
— E você a ama? — Katherine perguntou, mesmo já imaginando a resposta.
— É claro, — Arthur afirmou — não tenho dúvida alguma sobre isso.
Ela sorriu. Era claro que ele a amava. Ele a amava desde o primeiro momento em que a viu no altar. Desde que ele se casou o sentido de sua existência era amar e venerar Millicent Abbey.
— E olhe que eu não a escolhi como minha esposa. Poderia ser qualquer uma, Katherine, mas não, foi ela. Como se o destino tivesse dado um jeito de coloca-la em minha vida, mesmo dois estando tão longe um do outro. — Lord Abbey suspirou — Eu sei que você pode achar besteira, mas eu acredito nisso. Acredito que as coisas aconteçam por um motivo e serei eternamente grato por Millicent ser o meu.
Lady Katherine sorriu. O que poderia dizer? O irmão faria qualquer coisa pela esposa. E por mais que ela não demonstrasse muito, ela certamente também faria.
— O meu destino se chama festa de aniversário de Florence — Katherine riu — Se não fosse por isso eu não estaria aqui.
Arthur olhou para a irmã com um olhar de reprovação. Ele nunca iria superar que ela havia sido pega com Thomas. Porém ele logo se recuperou. Não conseguia ficar bravo com ela em seu casamento. Tudo estava bem agora. Ele sorriu.
— Ah, estaria sim. Se você o ama uma hora ou outra estariam aqui.
— Sim, só que iria demorar. — Ela concordou — E eu sou impaciente.
— Sim, percebe-se. Olhe seus pés.
Inquietos. Mais inquietos do que nunca.
Ela estava prestes a defender-se quando foram chamados. Ladies Florence e Odelia Abbey posicionaram-se na frente dos irmãos e entraram na igreja, cada uma carregando um belo buquê com flores cor-de-rosa. Todos os convidados levantaram-se para apreciar a entrada da noiva, lado a lado com o irmão, em passos lentos e confiantes.
As irmãs menores estavam lindas, sem duvidas, mas Katherine com seu buquê de lírios era portadora de uma beleza inestimável. O cabelo caindo em cascata, o vestido branco com vários detalhes em predaria e joias brilhantes enfeitando seu corpo a faziam o esplendor em pessoa. Ela brilhava, brilhava intensamente, radiando beleza e felicidade, porém com certeza não brilhava tanto quanto os olhos de Thomas Crentown ao assistir a noiva se aproximar.
Ele olhou para ela desamparado. Seus olhares se encontraram em um turbilhão de emoções. Eles estavam felizes. Estavam verdadeiramente felizes por estarem ali agora e não importava os meios que os tivessem levado até o altar. As orações começaram, a cerimonia corria, mas o olhar apaixonado dos noivos não desviava. Katherine não podia parar de apreciar a imensidão dos olhos verdes de Thomas e Thomas não podia piscar enquanto mantinha os olhos no sorriso de Katherine.
Ela apenas olhou para o padre quando aquelas palavras não podiam mais esperar em sua boca. Com entusiasmo, em meio a quietude da igreja, ela clamou:
— Eu aceito.
•••
Oi, oi!
Acho que esse capítulo é uma mistura de vergonha alheia + onwwt, que fofos. Só queria passar aqui pra dar oi mesmo, já que não dou ás caras nas notas há um tempinho, e reforçar: deixem o votinho e deixem comentários! Isso importa muito e me deixa muito feliz. ♡
Obrigada pelo apoio e lembrem que ainda tem muita história pela frente. Até breve meus amores, um beijão.
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