Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

C A P Í T U L O XIX

Katherine acordou com um grito.

Alto, agudo e estridente. Em outras ocasiões isso teria a assustado completamente, mas hoje era um dia a parte. Hoje era dia vinte e um. Aniversário de Florence Abbey.

E aparentemente ela havia acordado. 

Felizmente a maior parte dos convidados dos Abbey havia partido no dia anterior e então eles haviam sido poupados de um despertar não muito funcional. As únicas pessoas que permaneciam na casa além do ramo direto dos Abbey eram a família de Titia Mary, Titia Gemina, duas amigas de Florence, os condes de Werpthol e claro, os Crentown. É claro que Katherine não deixaria Heather ir embora tão cedo.

Thomas era um ser a parte. Ele estava incluso no pacote de melhor amiga que Katherine teve que adquirir.

— Provavelmente seremos mais uma vez torturadas pelo terrível cronograma de aniversário de minha irmã. — Katherine deixava claro para Lady Heather antes que ela se surpreendesse — Esse ano ela decidiu incluir algumas brincadeiras novas, além dos clássicos esconde-esconde, caça tesouro e espete a vareta em Lady Beverly.

— Não vamos mais espetar Beverly? — Heather parecia decepcionada. 

— Ah, certamente vamos. Porém creio que também teremos algo relacionado à pintura facial.

— Será divertido.

— Claro que sim. — Kate concordou. — Bem, pelo menos na medida de que sempre é.

As duas desciam para tomar o desjejum. Era maravilhoso ver a casa tão calma assim. Sem sujeira, sem conversas e sem pessoas. Elas estavam de fato desfrutando a calmaria no campo. Ao lado de fora o sol brilhava com intensidade, os pássaros cantavam e a brisa de verão balançava o topo das árvores que derrubavam tenras flores coloridas. Era magnifico.

— Como você pode ser TÃO insensível, Pamela?! — Florence dramatizou em sua cadeira. — Como uma simples frase tem tamanho impacto em uma manhã que deveria ser tão esplêndida quanto essa?

Katherine sentou-se ao lado da prima Primrose que cochichou os esclarecimentos em seu ouvido assim que Kate chegou. Heather estava mais interessada nos doces. Haviam colocado seu recheio favorito: baunilha.

— Pamela esqueceu o aniversário de Florence e ela está surtando — Prim sussurrou — Está sendo divertido.

Katherine estreitou os olhos. Como Pamela havia feito essa proeza?

— Como alguém consegue esquecer o aniversário de Florence se isso foi a única coisa que ela falou durante a semana inteira?

— Ela de fato não esqueceu, mas nós achamos que seria interessante ver Florence irritada. Não quero ofender, porém ás vezes ficar no campo é tedioso. Isso é um bom entretenimento.

Agora Lady Florence começara a ameaçar a prima com um pedaço de bacon.

Primrose mordeu os lábios. Seu cabelo era de um louro escuro tão único que quando suas madeixas entravam em contato com o sol elas exibiam um tom cinzento, assim como seus olhos. Pamela por outro lado tinha muito mais cor. Seus cabelos eram negros e sua pele bronzeada, como de uma mediterrânea. Ela não parecia muito preocupada com o bacon, pois assim que Florence o aproximou de seu rosto para assusta-la, ela mordeu.

— Meu bacon!

Titia Mary pestanejou há algumas cadeiras.

— Não é para começar a comer ainda, Pamela! Esqueceu-se de seus bons modos?

Ela cruzou os braços.

— Florence estava me oferecendo. Não se pode negar nada de uma aniversariante, não é mesmo?

Odelia olhou para Pamela.

— Lembre-me de no meu aniversário te pedir cinco mil libras.

Beverly — que tentava furtivamente pegar alguns doces — olhou para a irmã. Ela havia acordado há pouco tempo então seus cabelos estavam soltos sem qualquer penteado.

— O que você faria com cinco mil libras?

Odelia deu de ombros.

— Investimentos.

Katherine tinha medo de quais investimentos Odelia faria. Ela até perguntaria, mas decidiu prestar atenção na escadaria. Alguém estava descendo-a. As únicas pessoas que faltavam à mesa eram Lady Abbey, Titia Gemina e Lord Crentown. Aparentemente Arthur havia se levantado antes da esposa aquela manhã. Provavelmente nem tinham dormido no mesmo quarto. Katherine não sabia exatamente o porquê disso, mas tinha plena certeza de que um marido e sua esposa deveriam dormir juntos.

Por fim tratava-se de Lord Crentown. Ele cumprimentou todos da mesa e sentou-se ao lado da irmã que ainda estava tão hipnotizada pelos doces quanto Beverly. Era claro que assim que liberassem o desjejum elas teriam uma disputa acirrada pelo bolinho com morangos.

— Lord Crentown. — Florence chamou.

Thomas assentiu.

— Sim?

Lady Florence também assentiu. Ela sorriu de maneira igualmente radiante e assustadora. Lady Heather teve que cutucar o irmão discretamente por baixo da mesa para ele dar-se conta do erro gigantesco que estava prestes a cometer. Thomas, felizmente, compreendeu o recado.

— Ah, claro! Perdão Lady Florence, eu ainda estou um pouco sonolento. — Ele fez uma mesura com a cabeça. — Desejo-a um ótimo aniversário! Que milady possa desfrutar muito bem deste dia.

Beverly sorriu. Estava tão entusiasmada que quase subiu em cima da mesa para ficar mais próxima de Thomas.

— Lord Crentown irá participar das atividades esta tarde conosco?!

— Atividades? — Thomas indagou.

— Esconde-esconde, caça ao tesouro, espete a vareta em Lady Beverly... — Ela respondeu — Ainda estou tentando mudar a última. Ou substituir Lady Beverly por Lady Odelia.

Odelia revirou os olhos.

— Sem chance.

— De qualquer forma será muito divertido! — Beverly garantiu.

Lord Crentown não tinha certeza se deveria dar credibilidade para uma garota de onze anos. Florence o fitava com um sorriso simpático enquanto Odelia parecia querer alertá-lo de algo com o olhar. Fazendo o possível para não dar esperanças para nenhuma das garotas ele disse:

— Farei o possível. Temo que eu não seja muito bom nessas atividades.

— Não se preocupe, Lord Crentown. Elas são adoráveis e foram criadas com muito esmero. Eu apreciaria muito a sua presença. — Florence assentiu — Sua irmã, inclusive, foi a campeã em espetar Beverly no ano passado.

Thomas não sabia exatamente se deveria parabenizar a irmã por espetar uma garotinha com um graveto, mas de qualquer forma não foi preciso. Lady Abbey e Tia Gemina finalmente chegaram na sala. Demonstrando muita sensatez, ambas cumprimentaram todos os convidados e felicitaram Lady Florence — que estava adorando ter o ego alimentado. Em seguida sentaram-se para que pudesse dar-se inicio ao desjejum.

Lady Heather conseguiu o bolinho com morangos.

— Será uma longa tarde, Heather. — Kate declarou apenas para a amiga enquanto pegava um pouco da torta de framboesa. — Mal posso esperar para ver se será terrível ou maravilhosa.

— Será divertida. Eu sempre quis ver mais uma vez meu irmão brincando de se esconder. Será impagável.

Discretamente Katherine observou Lord Crentown. Definitivamente ela não conseguia imagina-lo nas atividades de sua irmã.

— Você realmente acha que ele irá participar?

— Por vontade própria? Obviamente não. — Ela deu ombros — Mas eu posso ser uma garota bem persuasiva, Katherine. Você não perde por esperar.

Kate se encolheu.

— Não mesmo.

🕎🕎🕎

Assim que Lord Crentown desceu para os jardins ele desejou profundamente voltar para dentro da casa.

Lady Primrose estava atirada no gramado. Havia tinta para todo o lado. E desenhado no rosto de Odelia tinha algo que provavelmente deveria ser uma abelha. Ou talvez uma árvore. A questão era que ele nunca, jamais, em hipótese alguma perdoaria a irmãzinha por trazê-lo até aquele campo de tortura.

— Heather, podemos fazer um acordo, sim? — Ele tentou — Se você ser minha cúmplice agora eu deixo que você volte para Londres no banco de frente para o condutor.

Heather deu ombros. Katherine acenou para eles.

— Não tenho problemas com enjoos, Thommy. Sinto muito, mas aparentemente teremos que comparecer as atividades de Lady Florence.

Eles chegaram até Katherine. Ela parecia preocupada.

— Primrose está há cerca de dez minutos no chão. Eu não sei o que aconteceu, mas desconfio que Beverly tenha revidado depois que foi espetada. Isso iria acontecer uma hora ou outra, eu tentei alertar Florence.

Heather pareceu decepcionada.

— Perdemos a primeira atividade? Oras. Eu era a campeã!

— Tente novamente ano que vem. Tenho certeza de poucas coisas, mas uma delas é que Lady Primrose não será uma competidora quando Florence fizer quinze anos.

Finalmente a prima sentou-se no gramado. Seu rosto estava vermelho e seus olhos vagavam à procura de Beverly que provavelmente havia decidido que seria uma boa ideia começar o esconde-esconde mais cedo esse ano.

— Mas que maravilha! — Florence aproximou-se com um sorriso imenso — Meus ruivos favoritos de toda Grã-Bretanha estão aqui.

Lady Katherine estreitou os olhos.

— Quantas pessoas ruivas nós conhecemos?

Florence ignorou a irmã.

— Lord Crentown, sinta-se a vontade. Dentro de poucos minutos começaremos o esconde-esconde. Só iremos esperar que... — Lady Florence sorriu amarelo — Que Primrose se recupere adequadamente. Esse ano Beverly não gostou muito da brincadeira com os gravetos. Uma lástima! Era minha favorita...

— Eu participarei? — Thomas perguntou com uma pontinha de esperança de ser dispensado.

— Claro, sem dúvida! Será o participante de honra.

— Qual será a minha vantagem?

— Lord Crentown irá... Hum... — Florence pensou — Será o primeiro a procurar! Olhe. Uma bela vantagem.

Heather riu.

— Boa sorte.

— Irei beber um pouco de minha limonada antes de começarmos. Katherine, por favor, se aqueça. Você sabe que não é muito boa.

Florence saltitou para longe. Katherine bufou.

— Provarei para ela que sou uma boa concorrente.

— No esconde-esconde?! —Thomas parecia incrédulo com toda aquela situação.

Lady Heather sorriu. Sendo amiga de Katherine há tantos anos ela já era uma veterana nos jogos dos Abbey. Ela sabia que não era apenas uma simples brincadeira de esconde-esconde. Aquelas quatro filhas do marquês poderiam ser cruéis quando desafiadas.

— Elas levam bastante a sério essa brincadeira, Thomas. — A irmã explicou — Katherine se transforma em uma ave silenciosa tentando despistar as irmãs. Ou pelo menos tenta.

— Esse ano eu irei me superar.

— Você não tem dezenove anos? — Lord Crentown indagou.

Katherine deu ombros.

— É triste que um homem como você não consiga aproveitar os pequenos prazeres da vida.

Certo. Agora Thomas estava se sentindo ofendido.

— Como disse, Lady Katherine?

— É triste que um homem como você não consiga aproveitar os pequenos prazeres da vida. — Repetiu — Não há nada mais importante para mim do que passar bons momentos com minha família e com meus amigos. Apesar de não ser exatamente minha atividade favorita é o aniversário de minha irmã e eu valorizo em demasia a relação que temos e como esses minutos de devaneios podem se transformar em diversão.

— Está tentando dizer de uma forma educada que me considera chato?

— Não estou preocupada em dizer isso de uma forma educada, Lord Crentown. — Katherine sorriu. Heather não percebeu, mas Thomas notou que o sorriso que ela assumiu era nitidamente provocativo. — Porém talvez chato não seja exatamente a palavra certa. Eu diria que você é apenas enfadonho demais.

— Enfadonho demais?!

Heather riu. Ela não podia discordar de Lady Katherine.

— Pois você está completamente enganada! — Thomas afirmou — Mostrarei para vocês como eu sei me divertir e ''aproveitar os pequenos prazeres da vida''.

Katherine deu ombros e sorriu de maneira vitoriosa para Heather. É claro que elas haviam conseguido. A irmã quase deu pulinhos de felicidade quando ele finalmente cedeu as brincadeiras enquanto Katherine continuava olhando-o com o mesmo olhar debochado que beirava a provocação.

— Magnífico. — Heather cochichou ao ouvido de Katherine.

— Por favor, peço que venham todos aqui! — A voz estridente de Florence chamou.

A aniversariante estava há alguns metros em cima de uma cadeira. Os convidados reuniram-se em volta dela. Suas amigas Abigail e Meredith estavam ao seu lado, como fiéis escudeiras, enquanto o resto dos parentes mantinha uma distância segura de Lady Florence. Abigail era uma garotinha loira e aparentemente tímida, devia ter mais ou menos seus quatorze ou quinze anos, assim como Meredith que ao contrário da amiga, tinha cabelos escuros e parecia bastante segura de si.

Florence sorriu.

— Creio que todos aqui conheçam as regras do esconde-esconde. Um de nós contará e o primeiro que for encontrado será o próximo procurador. Os lugares permitidos são apenas nos jardins e no inicio do bosque, desde que não saia muito da trilha. É estritamente proibido se esconder dentro de casa. Não queremos acidentes com as criadas como aconteceu no ano passado.

Não mesmo. Katherine ainda conseguia se lembrar da pobre Rose gritando, pois derrubou uma chaleira cheia de chá em seu vestido após esbarrar sem querer com alguma das irmãs Abbey — a culpada nunca se entregou. Pelo menos Florence estava mais sensata esse ano. Depois de Primrose se contorcer no chão talvez houvesse mudanças na brincadeira de espetar Beverly para o próximo ano também.

Lady Florence continuou. Ela alisou seu vestido cor-de-rosa cheio de laços — e que em breve estaria bem sujo — e colocou atrás da orelha uma mecha de seu cabelo castanho claro que insistia em escapar de suas presilhas de borboletas. Abigail gentilmente ajudou a amiga a prender o cabelo antes que ela continuasse com seu discurso.

— O objetivo é voltar até aquela árvore — Florence apontou — Antes que o procurador o encontre. Lord Crentown foi muito gentil em se oferecer para ser o primeiro procurador então deixarei que ele faça as honras esse ano.

Todos assentiram. Lord Crentown sorriu amistosamente para os convidados mesmo que no fundo desejasse sair correndo dali. Mas ele provaria para todos — principalmente para Katherine — que poderia permitir-se divertir ao menos uma vez na vida.

Diferente de Lady Abbey que se sentava ao lado das senhoras. Titia Mary, Titia Gemina, Lady Cecile e Lady Abbey. Mulheres muito parecidas, exceto, pela diferença de quase trinta anos. Arthur diferente da esposa não perderia a oportunidade de passar um bom tempo com as irmãs, principalmente com Florence em seu aniversário, já que juntos eles eram mestres em esconderijos. As irmãs mais novas estavam quase grudadas nele. Beverly segurava em seu pulso com medo de ele fugir e Odelia o olhava furtivamente, como se tentasse descobrir com o olhar onde ele pretendia se esconder de Lord Crentown.

— É importante lembrar de que todos devem manter o respeito e as boas maneiras! — Cecile lembrou em um tom ameaçador.

A aniversariante revirou os olhos. Meros detalhes.

— Blá, blá, blá. Espero que todos estejam preparados! — Florence sorriu. O sorriso murchou assim que fixou os olhos na prima. — Primrose onde pensa que está indo?

— Sentar-me em alguma cadeira. Minhas costas doem.

— Você tem dezoito anos, não oitenta.

— Sua irmã me bateu com um graveto! — Defendeu-se — Farei companhia para Lady Abbey.

Millicent sorriu fraco. Ela já tinha companhia até demais.

Florence cruzou os braços.

— Mimi, vamos brincar! Será que não poderei ter a honra da companhia de Lady Abbey em meu aniversário?

— Temo que não. — Millicent deu ombros.

Primrose sorriu. Florence ficou irritada.

Talvez em outra rodada. — Lady Abbey disse sem querer dar esperanças. — Passarei um tempo com a acidentada Lady Primrose antes.

Sem ter o que fazer, Florence assentiu. Não iria se estressar em seu próprio aniversário.

Arthur fitou a esposa por um tempo e ela retribuiu seu olhar. Eram olhares silenciosos, mas completamente expressivos. Ele queria que ela estivesse lá, correndo e brincando com a família deles. Oras! Era sim deles. Agora ela era sua esposa. As meninas não eram suas irmãs de sangue, mas eram de casamento. Ele desejava que a esposa tivesse tanta estima por elas quanto ele tinha. Não duvidava que Millicent as quisesse bem, porém desejava que demonstrasse mais isso, mesmo que não fosse da personalidade dela correr pelo gramado. Seria um ato de consideração. E Millicent... Bem, ela queria que ele pedisse para ela participar. Se ele pedisse ela não hesitaria. O mínimo que desejava naquele instante era um pouco da atenção do marido. Era sentir-se ao menos por um tempo que sua presença importava para ele e ele a queria consigo.

Mas ele não disse nada. Ficou em silêncio, apenas a olhando e Millicent não gostou disso. Sentiu-se mal, envergonhada, como se ele estivesse a rejeitando mais uma vez. Já a rejeitara todos os dias na cama e agora fazia isso em público para que toda família visse que eles não estavam bem. E não estavam. As tias deveriam saber. Cecile deveria ter contado. Até a doce-amarga Prim deveria saber. Lady Abbey desviou o olhar no mesmo instante que corou. Ela iniciou uma conversa de escape com a prima.

Florence fez Lord Crentown abraçar uma árvore.

— Tampe os olhos. Conte até trinta de maneira compassada. — Ela disse compassada de uma maneira compassada — Não tenha pressa. Se eu sentir que não se foram trinta segundos o farei contar de novo. Depois disso vá nos procurar.

Thomas fez uma careta.

— Estou mesmo seguindo ordem de uma garota de treze anos?

— Quatorze. — Respondeu de maneira séria. — Agora comece!

Certo. Silenciosamente Lord Crentown iniciou sua contagem. Um, dois, três, quatro...Maldição! Ele não tinha que provar nada para Heather e muito menos para Katherine. O que ele estava mesmo fazendo ali? Cinco, seis, sete, oito... ''É triste que um homem como você não consiga aproveitar os pequenos prazeres da vida'' Ah, por favor! O que Katherine sabia sobre a vida dele? Nove, dez, onze, doze, treze... Na verdade muita coisa. Talvez não sobre sua vida em si, mas sobre quem ele era. Ele havia sido fraco com ela mais de uma vez. Conversou sobre seus sentimentos quando caminharam com Zeus, mostrou-se enciumado com Neval Rodger há duas noites e o mais importante... Havia deixado-a beijá-lo. Quer dizer, ele a correspondeu. Deixou-se ser consumido pelo desejo, pressionou o corpo dela contra o seu a tomou seus lábios de forma ardente. Nem de longe uma maneira adequada para beijar uma dama — havia como beijar uma dama de maneira inadequada? — mas só Thomas sabia como ele precisava daquele beijo. Como ele precisava sentir seu corpo, seus lábios, seu calor.

Sete, oito, nove... Onde ele estava mesmo?

Sim, definitivamente. Ele desejava Lady Katherine. Como não podia? Era impossível pelo menos para ele não cair de amores por seus traços. Seus olhos profundos, seu sorriso estonteante, a silhueta inocente e seu desastre natural. Ela era naturalmente desastrada e desprovida de muitas graças, mas não a da sedução. Ele era um homem e considerava completamente aceitável que se sentisse sexualmente atraído por uma mulher jovem e bonita como Katherine.

O problema era quando seus sentimentos começavam a se confundir. O que aconteceu várias vezes desde que a conheceu. Por vezes Thomas não sabia se a desejava como mulher ou se a desejava como Katherine. Era normal ter fantasias com ela, mas não sentir seu coração acelerar sempre que se encontravam frente a frente ou explodir de ciúmes apenas por vê-la com o maldito Sr. Rodger. Como esse rapaz era estúpido! Como deixou uma mulher daqueles escapar?

Mas bem, nada Thomas poderia fazer em relação a isso. Algumas coisas estavam bem claras para ele: Katherine era a melhor amiga de sua irmã e não o queria. Por que ela iria querer Lord Crentown? Ela já havia deixado claro que gostava de homens de mais atitude, mais prepotentes... Mais libertinos. Thomas sabia que não tinha uma aparência desagradável aos olhos da maioria das pessoas, mas também tinha total conhecimento que não era como Neval ou os outros caras de sua estirpe. Ele não conseguia fazer com que as mulheres se derretessem de amores por ele apenas levantando uma sobrancelha, pedindo uma dança ou sussurrando algum elogio malicioso em seu ouvido. Ele nem ao menos era ousado o suficiente para fazer isso. Mas se fosse... Ah, ele diria para Katherine como ela ficava linda com aquele vestido azul claro caindo sobre seu corpo perfeitamente, como amava o decote que deixava perfeitamente amostra a curva de seus seios e como era agradecido a Deus por aquela brisa que ao soprar seu vestido marcava perfeitamente suas curvas.

Mas ele não podia fazer isso. Não tinha coragem e muito menos uma oportunidade. Ela provavelmente correria e gritaria por socorro. Era uma moça solteira, jovem e supostamente de extrema inocência — mesmo que ele tivesse duvidas sobre até onde ela e Neval chegaram com seu relacionamento, não achava que ela tivesse sido corrompida de qualquer forma. Maldição! Ele sentia-se enfurecido apenas por imagina-la com ele. Ela beijou Thomas. Será que fez isso, pois já tinha outras experiências? Será que os lábios que tocaram os seus, antes já haviam tocado outro homem? Ele não queria saber a resposta. Não aguentaria. Não queria nem pensar em vê-la com outro homem que não fosse ele.

Certo. Talvez Thomas estivesse apaixonado. Apaixonado por uma mulher que não podia ter por ser a melhor amiga de sua irmã e por que seus sentimentos não eram nada recíprocos. Pronto! Ele estava no fundo do poço.

E apaixonado.

— Lord Crentown. — Millicent chamou há alguns metros.

— Sim?

Ela sorriu maliciosamente e olhou em direção os jardins que estavam vazios.

— Tenho certeza que já se passaram bem mais do que trinta segundos. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro