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C A P Í T U L O X

Katherine nunca viu muita importância em se criar cronogramas.

Até aquele momento.

Por alguma razão praticamente todos convidados decidiram ir embora ao mesmo tempo. Além de causar um congestionamento gigantesco de carruagens na entrada da propriedade isso também causou um déficit de criados. Em outras palavras, Lady Katherine não encontrou ninguém disposto a ajuda-la a carregar suas malas até o andar debaixo.

Ela tinha trazido duas malas grandes e uma de mão. Carregar a primeira até que foi simples. Ela arrastou o objeto pelo assoalho dos Crentown, deixou que ele despencasse sem querer escada abaixo, e por fim, o levou até o hall e deixou ali enquanto subia para buscar as outras duas.

A questão é que nessa outra mala havia coisas que não poderiam despencar pela escada novamente. Dois frascos de perfume, um porta-joias cheio e até um vaso e uma xícara que ela havia decorado durante as atividades da condessa.

Lady Katherine não estava disposta a fazer mais duas caminhadas. Ela levaria as duas malas de uma vez nem que isso fosse a última coisa que fizesse em toda sua vida. Mas é claro que antes de tentar ela espiou o corredor para ter certeza de que não havia mesmo um criado, lacaio ou até mesmo uma aia para ajuda-la. O problema é que ela estava alojada próxima a família enquanto todos os funcionários estavam na ala dos convidados.

Não importava. Ela segurou a mala de mão em um braço e pegou com o outro a bagagem maior. Assim ela conseguiu andar um bom caminho. Cerca de dois passos até chegar à porta.

Pronto. Estava exausta. Virou-se novamente em direção ao quarto e decidiu tentar a primeira tática que fez com a outra mala. Arrasta-la.

— Precisa de ajuda? — Uma voz surgiu do além.

— Sim! — Katherine quase gritou.

Só que quando soltou a bagagem e voltou-se para a origem da voz, surpreendeu-se. Não se tratava um criado e ela deveria ter reconhecido, mas na euforia nem raciocinou. Ela estava tão apressada em conseguir chegar ao andar debaixo que nem ao menos havia percebido que se tratava do próprio Lord Crentown.

Imediatamente enrubesceu-se. 

— Oh, Lord Crentown. Perdão. Eu não havia encontrado criado algum.

E com uma facilidade imensa ele pegou a mala maior com uma só mão.

— Não, sem problemas Lady Katherine, eu faço questão de ajuda-la. Tanto que eu a procurei nos jardins há pouco tempo.

Kate voltou até sua cama para pegar seu chapéu, mas não desviou o olhar dele. Ela estreitou os olhos um pouco confusa.

— Posso ajuda-lo em algo, milorde?

— Não, não. — Thomas apressou-se em dizer — Eu apenas queria me despedir e dizer que foi um prazer conhecê-la.

— Ah. — Katherine limpou a garganta. — Foi um prazer conhece-lo também.

Ela nem sabia se deveria dizer algo mais. Era uma situação um tanto desconfortável. Não porque ela supostamente tinha algo contra ele, mas Lady Katherine não esperava que o irmão de sua amiga houvesse sinceramente apreciado sua presença. Em sua opinião ele não parecia especialmente inclinado a ela no dia do jantar quando passaram relativo tempo juntos.

— Podemos descer? — Ela indagou.

— Sim, sim — Crentown apontou para a escrivaria ao lado da porta — Não esqueça. Creio que esse envelope seja seu.

Katherine estreitou os olhos. Ela pensou que havia guardado a carta de Arthur em sua mala ontem à noite, após a ler novamente. Não se lembrava de tê-la deixado em cima da escrivaria, exceto, se fosse uma nova que ela ainda não tinha lido. Ela caminhou até o local e pegou o papel em mãos, contatando que ainda estava lacrado e com um selo desconhecido, logo não era nem de sua família nem dos Crentown.

Katherine estava curiosa. Não havia nenhum escrito no envelope além do endereço redigido.

— Essa eu não tinha visto — declarou — deve ter chegado pela manhã.

— Pode ler agora se desejar, Lady Katherine. Não tenho pressa. Estou em seu tempo.

— Obrigada. — Ela agradeceu. — Prometo que serei rápida.

Thomas Crentown assentiu e ela abriu o envelope.

Lady Katherine Abbey,

Por favor, permita que quando regressar à Londres eu possa visita-la. Preciso olhar em seus olhos e pedir perdão. Preciso fazer um pedido. Eu a imploro que pense com todo seu coração a respeito.

Atenciosamente, Neval Rodger.

Jesus. Ela quase quis vomitar. Passou tantos dias sem pensar nele, fazendo o possível para afastar sua lembrança de sua mente quando de repente ele a escreve. E escreve um bilhete tão enigmático quanto esse. Mesmo depois de ter fechado novamente o papel dentro envelope e o abraçado contra seu peito, as palavras de Neval ainda escoavam em sua mente.

Preciso fazer um pedido.

Ela ainda o amava? Depois de tudo que ele havia feito será que no fundo Katherine ainda o amava? Seu coração ainda batia forte ao ouvir seu nome? Sim. Disso ela tinha certeza. Será que aquela sensação de borboletas no estomago e falta de ar se tornaria real assim que o visse novamente? Ela queria que não, mas temia que sim.

Neval podia ter se arrependido. Provavelmente ele estava arrependido. E por Deus, se ele a amava antes, com certeza ainda a ama. O que teve com a Srta. Foster provavelmente fora um descuido, afinal, era a Srta. Foster. Quem resistiria a ela? Uma bela mulher, educada, sorridente, com belos olhos azuis, um corpo escultural e cabelos loiros e radiantes. A própria Katherine mesmo depois do que havia acontecido não conseguia odiar Jane Foster. Jane era uma pessoa impossível de ser odiada e se fosse o caso, talvez ela até compreende-se o que havia acontecido com o Sr. Rodger.

Não compreendia? Jesus, ela tinha que se esforçar para compreender. Não era oficial, é claro, mas ele havia sugerido em seu texto que queria pedir sua mão em casamento. Se ele a pedisse em casamento Lady Katherine não sabia se teria capacidade de nega-lo. Tudo o que ela havia feito em Londres durante seus últimos três anos era procurar um marido e não havia encontrado. Deveria ser Rodger. Não teria outra pessoa.

Se não fosse o amado Neval, quem seria o homem de sua vida?

— Lord Crentown. — Katherine chamou.

— Sim?

— Creio que podemos ir.

Thomas a analisou.

— Você está bem?

— Estou. — Mentiu.

— Desculpe minha curiosidade, mas era uma carta de sua família? Talvez relacionada à recuperação seu irmão...

— Não, não. — Katherine colocou seu chapéu — Era de um rapaz. Um rapaz que eu conheço de Londres.

Lord Crentown ergueu a mala novamente.

— Compreendo. — Respondeu com frieza.

O que ele compreendia?

— Vamos. Já devem estar a esperando.

— Oh, quase ia me esquecendo! — Ela saltitou até a cama. — Minha mala de mão. Aqui. — Katherine a pegou — Estou indo em meu tempo.

Ele não expressou nenhuma reação.

— Se me permite dizer o seu tempo é um pouco devagar.

Em outros casos Lady Katherine rido do comentário, mas dessa vez ela não fez. Ele não foi pronunciado com uma pitada de humor, em tom de provocação nem mesmo com uma ironia cômica. Lord Crentown de repente parecia ter perdido o bom humor que exalava há poucos minutos.

— Perdão — Katherine murmurou — Estou descendo.

Thomas carregou com facilidade sua bagagem até o hall. No andar debaixo eles encontraram alguns criados que ajudavam a levar as malas para as carruagens e então Lady Katherine agradeceu pela ajuda e se despediu do anfitrião normalmente. Ele não se estendeu com os cumprimentos, apenas desejou uma boa viagem e voltou em direção aos corredores da casa.

Kate estava entusiasmada. Em breve encontraria o irmão em uma estalagem na estrada e os dois seguiriam juntos até Londres. Sua aia que iria acompanha-la na volta até havia sido dispensada para dar privacidade aos irmãos mesmo que Lady Cecile houvesse insistido que ela era necessária para auxiliar, já que Arthur ainda estava um pouco debilitado, mas Katherine não considerou que a ajuda de uma moça de dezessete anos, um pouco míope e de cerca de 1m55cm fosse de extrema necessidade.

— Adeus, Kate! — Regina gritou há bons metros de distância de Lady Katherine — Bom noivado!

Tudo estava ocorrendo bem demais para ser verdade.

Katherine desistiu de entrar em sua carruagem naquele momento para ir até Regina Backford que recuava alguns passos conforme a outra se aproximava. Era o mais prudente a fazer já que Lady Katherine só faltava voar no pescoço da amiga ao julgar por sua expressão e pelo rubor de suas bochechas.

— De que diabo de noivado você está falando?— Lady Katherine rangeu os dentes — Você leu minha carta?!

A viscondessa fez uma careta de dor.

— Você está praguejando, Katherine? — Ofendida ela levou as mãos ao peito.

Katherine só não a atacou porque havia testemunhas e ainda a restava um pouco de bom-senso.

— Não sei de que carta está falando — Regina completou.

— Não importa. — Katherine deu ombros — Agora pare de espalhar para todos que eu estou noiva, pois eu não estou!

— Está me chamando de fofoqueira?

— Você acabou de gritar para metade de Londres que eu estou noiva!

— Não acho que metade de Londres caiba aqui...

— Ah. Basta! — Katherine virou-se — Adeus Lady Backford. Até breve!

Regina deu de ombros.

Katherine voltou bufando para sua carruagem. Ela entrou dispensando a ajuda do cocheiro e logo embarcou, em direção ao encontro do irmão, e em seguida, para Londres.

🕎🕎🕎

Lady Katherine dormiu.

Assim que a carruagem começou a andar ela sentiu uma vertigem de sono invadir seu corpo e antes mesmo que saíssem do vilarejo ela já estava com os olhos fechados. Estava tão exausta de todos esses dias que passara na casa dos Crentown que nem ao menos sonhou. Dormiu como uma pedra, ignorando todo o balanço da carruagem e barulhos externos. Ela só acordou minutos depois quando o cocheiro abriu a porta e avisou que parariam para almoçar em uma estalagem na estrada.

E claro, encontraria o irmão.

Apesar de estar faminta — já que não comia nada desde o desjejum — ela não se importou com a comida. Adentrou na estalagem com uma velocidade surpreendente e foi à procura de Lord Abbey. No local haviam outros convidados da condessa-viúva que também estava retornando para Londres, além dos hospedes instalados na pousada, então não estava sendo fácil encontra-lo. Para todo lado que Katherine olhava havia uma pessoa, mas ninguém era Arthur.

Por fim ela foi comer. Sentou-se a mesa com Lady Flemming, explicou porque estava sem sua acompanhante e foi obrigada a ouvir o quanto aquilo era inadequado, já que ela ainda não estava com Lord Abbey. De repente a fome de Lady Katherine desapareceu.

Ela voltou abatida para sua carruagem. O cocheiro nem estava pronto para sair quando ela retornou. Era um rapaz que havia sido contratado para a família há pouco tempo e essa era a primeira viagem que ele conduzia para os Abbey. Apoiado com as costas na carruagem ele bebia e comia uma pequena cortesia da estalagem enquanto conversava com os outros condutores. Eles pareciam estar tão à vontade conversando e comendo que nem perceberam a aproximação silenciosa de Lady Katherine.

Ela tossiu.

O homem se assustou. Imediatamente deixou seu copo no chão, colocou novamente seu chapéu com o emblema de seus patrões e fez uma mesura para Lady Katherine.

— Milady. — Ele tomou sua frente para abrir a porta — Não a vi, perdão.

— Sem problemas Sr... — Ela estreitou os olhos tentando se lembrar do sobrenome dele.

— Gillian. — O cocheiro completou.

— Certo. Sr. Gillian. Eu me adiantei. Não precisa ter pressa para partir, pode comer a vontade — ela acenou no ar — Nem mesmo meu irmão está aqui.

O Sr. Gillian limpou a garganta.

— Perdão milady... — Gillian subiu um degrau da carruagem e puxou a porta — Lady Katherine aqui está Lord Abbey, vosso irmão.

Katherine perdeu o ar. Ela só não caiu para trás porque tinha consciência que encher seu vestido de barro só iria atrasar seu encontro com o irmão.

— Arthur! — Ela gritou com uma empolgação surpreendente — Oh, Deus! Você está bem?

Katherine entrou na carruagem em um pulo. Ela nem mesmo precisou da ajuda do cocheiro. Na verdade ele não teve nem teve tempo. Quando ele estava estendendo a mão para ajuda-la ela já estava fechando a porta, já dentro do veículo.

Arthur sorriu. Sorriu daquela maneira que só ele sabia sorrir.

Nesse momento uma parte de seu coração ficou mais leve. Katherine temia, acima de tudo, que quando visse o irmão não o reconhecesse mais. Mas quando o viu, por Deus, seu mundo acalmou-se. Ela temia que seu rosto estivesse deformado, que ele não conseguisse falar e seu olhar inspirasse pena, porém aquilo estava muito longe de acontecer. Ele parecia bem. Não ótimo, mas ao menos bem. Bem o suficiente para sorrir de uma maneira que somente Arthur Abbey sabia fazer.

— Ei irmãzinha.

Katherine o abraçou.

Bem, aquilo não foi exatamente um abraço. Katherine pulou em cima do irmão e o apertou com tanta emoção que só se deu conta do que estava fazendo quando o irmão arquejou. Imediatamente ela saiu de cima dele e atirou-se no outro sofá, bem à frente dele na carruagem.

— Por Deus, Arthur! Você está bem? Eu o machuquei?

— Não se preocupe — Lord Abbey fez uma careta e acenou no ar — É só minha barriga. A lateral ainda está um pouco sensível pela pancada, mas nada para se preocupar.

Katherine engoliu seco. Ela o fitou, preocupada. Aparentemente ele estava bem, mas ela não havia considerado o fato de que a maior parte de seu corpo estava coberta por suas roupas. Ela não sabia que fraturas ele teriam embaixo do traje. E tinha medo de descobrir.

— Ah, não importa o que passou! — Ela exclamou — Você está aqui, irmão. Só Deus sabe o quanto senti sua falta e o quanto rezei para que você ficasse bem. Eu mal posso acreditar que você está aqui. Oh... Eu...

Katherine não aguentou. Deixou que algumas lágrimas caíssem de seus olhos. Ela não costumava ceder a vergonha, pelo menos não quando estava perto do irmão, mas dessa vez ela não resistiu ao impulso de cobrir o rosto, escondendo suas lágrimas. Arthur a consolou. Acariciou suas costas com batidinhas enquanto dizia palavras carinhosas, reforçando o fato de que agora tudo estava bem. Ele estava bem.

— Ah, Kate... — Arthur suspirou — Não chore. Eu estou vivo e certamente o pior já passou.

— Arthur! — Ela limpou as lágrimas — Por alguns momentos eu pensei... Oh, Senhor, eu pensei que iria perdê-lo. E meu coração nunca doeu tanto. Eu pedi tantas vezes para mamãe para visita-lo, mas nem ela foi. Pobrezinha, mamãe não teria coragem de vê-lo.

— Eu também não gostaria que ela me visse tão debilitado. — Arthur afirmou — Por isso disse que só retornaria para casa quando tivesse a certeza de que estava totalmente recuperado. Quer dizer, quase totalmente.

— Ainda dói? — Katherine indagou curiosa.

— Sim, mas só quando encostam. Exceto isso estou ótimo. Eu até já cavalguei, acredita? — Ele arqueou uma sobrancelha — Explorei partes nunca antes vistas de nossa propriedade.

— Você é louco.

— Não exagere.

— Você não estava sozinho, estava?

— Storm estava comigo.

— O cavalo não conta, Arthur. — Katherine bufou.

Ela nunca foi uma pessoa muito sensata, mas sem dúvida entre os dois ela era mais. Não que seu irmão fosse um rapaz irresponsável, ele de fato não era, mas às vezes ele parecia não medir o perigo de alguma situação. Era confiante demais nos próprios atributos.

— Isso não importa agora. — Lord Abbey cortou o assunto e com um sorriso, continuou — Como estão as coisas em Londres? Mamãe e as meninas estão bem?

— Sim. Estamos todas ótimas. Agora que Lady Abbey está cuidando da casa mamãe está até mais calma. Ela não tem tantas preocupações com os criados e que tudo fique em ordem.

Lord Abbey estreitou os olhos. A carruagem finalmente começou a andar e consequentemente eles começaram a balançar um pouco. Em breve eles poderiam apostar quem seria o primeiro a ficar enjoado.

— Mamãe abriu mão com tanta facilidade de governar a casa? —Arthur não achava que isso correspondia a personalidade da mãe.

— Bem... — Lady Katherine suspirou — Ela fez o que deveria ser feito. É claro que muitas coisas ainda ficam para sua responsabilidade, afinal, ela toma conta de nossa casa há quase trinta anos — Kate estendeu os pés colocando-os em cima do banco em que o irmão sentava — Mas Lady Abbey está desempenhando seu papel da maneira correta. Ela sabe o deve ser feito.

Apesar de não conhecer de fato a esposa — ele apenas há viu uma vez, em seu casamento, e com um véu tampando seu rosto a maior parte do tempo — Arthur estava extremamente interessado em sua figura. Mesmo antes do casamento ele já falava muito sobre ela. Ele comentava sobre detalhes ocultos na pintura que recebeu dela, sobre seu talento com o violoncelo e sobre como estava ansioso para vê-la. Era a mulher que iria passar o resto de sua vida e ele nunca havia a visto. Nunca havia sentido seu cheiro, visto seus olhos, nem ao menos lido uma carta sua. A curiosidade o consumia por inteiro.

E quando finalmente se casou, ergueu o véu e deu de cara com aqueles olhos verdes-acastanhados completamente hipnotizantes... Não pôde estar com ela. Um infortúnio com as rédeas dos cavalos fez com que a carruagem despencasse metros abaixo de uma ladeira e os separassem por mais tempo ainda. E Arthur pensou nela. Pensou em como estaria vivendo sem o marido e sozinha com a nova família em Londres.

— Como ela é? — Perguntou por fim.

Katherine estreitou os olhos.

— Lady Abbey? Hum. Ela é agradável.

O sorriso de Arthur desapareceu. Quase que com desdém ele apoiou sua testa no vidro e olhou para fora, fitando a imensidão vazia dos campos ingleses.

— Certo — resmungou — Já sei que ela é uma pessoa horrível.

Lady Katherine bufou. Ela cruzou os braços e olhou para fora também, visivelmente irritada.

— Humpf! Eu não disse isso.

— Katherine. Eu te conheço há quase vinte anos — Arthur respondeu com normalidade na voz — Eu sei quando o seu agradável não quer dizer realmente agradável.

— Oh. — Kate cedeu — Hum, vejamos... Ela...Hum...

O irmão a fitou com uma paciência admirável.

— Ela tem uma personalidade forte. — Katherine disse por fim.

— Uma personalidade forte?

— Sim.

— É uma definição um pouco vaga...

— Ela é inteligente e sabe como agir adequadamente. Só que ás vezes acaba se exaltando e sendo um pouco indelicada comigo e com as meninas. Até com mamãe. — Katherine gesticulou — Mas no fundo é uma moça maravilhosa. Ela só não está acostumada com... Com tantas pessoas. Ela cresceu sem irmãos, você sabe.

— A Srta. Foster deve estar se esforçando para controlar as nossas irmãs perto dela — Arthur riu.

Se Katherine já estava abatida antes agora seu estado piorou. Ela voltou para a posição inicial, com a cabeça apoiada no vidro e acompanhou o caminho do lado de fora. Campos vazios, o sol brilhando forte e há alguns bons metros uma casinha solitária perto de uma plantação. Katherine apenas não queria pensar em Jane. Não agora perto do irmão.

— Kate... — Arthur chamou.

Ela virou mais anda a cabeça em direção a estrada. Ela não estava interessada em ver plantações de trigo, mas precisava fingir que estava, a não ser que quisesse que o irmão percebesse que seus olhos estavam marejados.

— Katherine... — Ele voltou a chamar, só que dessa vez, com mais intensidade.

Os olhos de Lady Katherine ficaram mais marejados ainda. Ela piscou. Uma lágrima desceu por sua bochecha direita.

— Katherine olhe para mim!

Ela olhou. Os olhos azuis lacrimejando e as bochechas mais uma vez vermelhas. O coração apertado. O irmão a encarava completamente alheio ao que estava acontecendo e a cada milésimo de segundo em que passavam em silêncio o nó que se formava em sua garganta aumentava. Ela havia prometido para si mesma que não iria chorar de novo, mas quando alguém a confrontava diretamente sobre o que houve ela não aguentava. Não aguentava ter que contar o que havia acontecido.

— Está tudo bem? — Lord Abbey perguntou, mesmo que a resposta fosse óbvia.

Katherine fungou.

— Eu disse algo que não devia? Eu realmente não estou entendendo...

— A Srta. Foster e eu não estamos passando por um bom momento.

— Você brigou com Jane de novo? — Arthur fez uma careta — Por que dessa vez? Ela guardou seus brincos no lugar errado? Deixou que Beverly passasse seu perfume? Ou não fez o dever de História Greco-Romana para você?

— Lembra do Sr. Rodger? — Katherine perguntou rispidamente.

Era claro que Arthur se lembrava de Rodger. Ele não se esqueceria nunca de um homem que estava flertando com a irmã.

— Não me diga que vocês vão...

— Jane e ele se beijaram. E o pior de tudo isso foi que eu vi com meus dois olhos. Isso um pouco antes de ir para a casa de campo dos Crentown. Desde então você acredita que a Srta. Foster não me escreveu uma única carta? Com certeza se ela quisesse poderia fazer com que chegasse até mim. Eu recebi duas quando estava hospedada lá.

— Talvez ela não tivesse conseguido permissão para enviar. Mamãe pode não ter deixado. — Arthur sugeriu e com convicção seguiu: — Certamente ela está arrependida. Estamos falando da Srta. Foster. A relação das duas é maior do que profissional.

— Mamãe não sabe do que aconteceu, apenas Millicent. — Katherine suspirou — Lady Abbey — corrigiu — Se mamãe soubesse ela com certeza tomaria uma decisão que prejudicaria a Srta. Foster e apesar de o que ela ter feito ser imperdoável, ela ainda é a Srta. Foster. Ela precisa de nós.

— Já o Sr. Rodger é um desgraçado.

Katherine não ralhou. 

Era verdade.

•••
Oi, oi gente. Algumas coisas: eu sei que disse que postaria pelo menos uma vez por semana, mas eu sinceramente não sei se estou cumprindo o cronograma. Tem muita coisa acontecendo na minha vida e que estão tomando muito meu tempo. Esse capítulo por exemplo estou postando de madrugada e acho que nem tem leitor online. Então me perdoem qualquer coisa, mas prometo que farei o possível para manter ao menos esse ritmo.

Além de reforçar, claro, que o apoio e feedback de vocês é muito importante, não apenas para saber o que estão achando dessa história específica, mas da escrita em geral. Isso quer dizer, basicamente, se tem algum leitor fantasma escondido nas sombras a hora de aparecer é agora :)))

Enfim, não quero me prolongar mais do que já me prolonguei aqui. É isto. Adoro vocês e um beijão!!! 😚

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