C A P Í T U L O IX
Thomas Crentown não acreditou na mãe quando ela disse que realizaria uma confraternização social em sua homenagem.
Na verdade ele não acreditava até agora.
Estava mais do que óbvio para Lord Crentown que os motivos da mãe eram um pouco maiores. É claro que ela estava extasiada com a volta do filho para Londres, mas a comemoração na casa de campo deles em Pembroville tinha outros objetivos. O primeiro era manter a influencia social naquela temporada em Londres, já que a família não planejava realizar nenhum baile durante aquele período. O segundo era conseguir um marido para Heather. E o terceiro uma esposa para Thomas.
Ele havia retornado à Inglaterra por várias razões, mas o principal era para poder cuidar dos negócios da família pessoalmente. O problema era que na mente casamenteira de Lady Crentown ele estava em uma sedenta busca por uma esposa.
Não que ele não estivesse. Quer dizer, ele não estava, mas caso encontrasse uma mulher que se adequasse a seus critérios não iria hesitar em pedi-la em casamento. Lord Crentown tinha vinte e sete anos, não tinha filhos e era o único herdeiro direto que o antigo conde havia deixado. Ele não era egoísta ao ponto de não se casar. Se ele, por Deus, viesse a falecer antes de deixar um herdeiro toda a fortuna da família seria direcionada à um primo distante, que vivia há bons quilômetros de Londres e nunca havia dado as caras. Assim sua mãe e irmã ficariam desamparadas.
Ele não era um romântico. Não acreditava que encontraria o amor de sua vida e que no primeiro olhar se apaixonariam. Não achava que quando a beijasse sentiria algo diferente e seu coração começaria a palpitar. Thomas, afinal, só queria uma boa esposa que fosse educada, bonita e soubesse lidar com crianças. As coisas não precisavam ser tão complicadas. Era simples. Definitivamente sua mãe não precisava encher o salão de sua propriedade com mulher para que ele escolhesse uma.
— Olá Thomas! — Heather sorriu.
— Lady Katherine Abbey. — Lord Crentown fez uma mesura, ignorando completamente a irmã. — É um prazer revê-la.
— Está ocupado? — Lady Heather pairou ao seu lado.
Thomas estava sentado em uma das poltronas na extremidade direita do salão. Eles já haviam jantado e agora socializavam no andar debaixo. Ou melhor, alguns socializavam. Lord Crentown estava sozinho.
— Não, não estou — ele respondeu.
— Ótimo. Katherine e eu passaremos a noite toda com você.
Heather sorriu e sentou-se ao lado do irmão. Katherine ainda estava um pouco confusa então apenas seguiu a amiga e sentou-se ao lado dela. Ela mordeu os lábios e ajeitou seu vestido azul quartzo na poltrona.
— A noite toda? — Thomas estreitou os olhos. A noite toda parecia muito tempo.
— Não toda, Lord Crentown. — Katherine apressou-se em dizer — Apenas enquanto isso durar.
— Até quando todos irem dormir — Heather acrescentou.
Ele estreitou os olhos. Ao lado deles havia uma sacada aberta por onde eventualmente entrava uma brisa mais forte que balançava os cabelos avermelhado dos Crentown e fazia com os pelos de Katherine se eriçassem. Entretanto, ao lado de fora a lua brilhava tão majestosamente que ninguém teria coragem de fechar a sacada. Naquela noite em especial seu brilho estava tão intenso que em comparação com ela as luzes das velas espalhadas pelo salão mal o iluminavam.
A lua iluminava de uma maneira descomunal os olhos azuis de Katherine.
— Certo... — Lord Crentown ainda estava confuso com a repentina aproximação da irmã e de sua fiel escudeira — Eu poderia perguntar o porquê do inesperado desejo de passar um tempo comigo?
— Nós adoramos sua companhia, oras! Sempre é muito bom passar um tempo com minhas duas pessoas favoritas. — Heather respondeu.
— Não acredito em nenhuma palavra que disse.
— Lady Meredith quer que toquemos hoje — Katherine confessou.
Thomas deu ombros.
— Eu adoraria vê-las tocar. Minha mãe comentou como os dotes musicais de Heather evoluíram nesses últimos anos.
— Como o senhor disse, Lord Crentown, os dotes de Lady Heather evoluíram. Os meus, por outro lado, parecem fazer o caminho contrário. Eles regrediram.
— Vocês poderiam dançar então. — Thomas insistiu — Não vejo por que duas jovens ficariam presas á mim durante uma noite tão divertida quanto esta.
A viscondessa Backford havia acabado de derrubar vinho no conde de Bolkshire. Realmente a noite estava muito divertida.
Lady Katherine chegou a ficar rubra apenas com a menção de Lord Crentown. Bastava que alguém dissesse a palavra dançar para que sua visão ficasse turva, suas mãos começassem a tremer e seu rosto ficasse tão vermelho quanto o cabelo de Heather. Ela não iria dançar. Nem se alguém a arrastasse para o centro do salão. Desde o inicio da temporada ela não havia pisado nem uma vez na pista de dança e se dependesse dela seria assim até o momento de sua morte. Ela nunca mais iria dançar. Não depois de toda humilhação que havia sofrido na temporada passada.
Ela foi por diversas vezes o assunto principal de rodas de conversa. A piada principal. Havia caído uma vez, pisado no pé de duques, condes, viscondes e se tivesse dançado com o rei, teria pisado no pé dele também. Além de ser desengonçada. Sentada ali, ao lado dos anfitriões com um sorriso estampado no rosto ela era linda. Porém quando começava a valsar tudo mudava.
— Não vamos dançar. — Foi tudo o que falou.
— Katherine não dança. Não adianta. — Heather cochichou para o irmão, mas como era indiscreta, claro que Katherine ouviu. Em seguida, voltou a falar no tom normal. — Não há escapatória, Thomas Crentown. Hoje durante as atividades vespertinas eu disse para mamãe que havia prometido para você que iríamos fazê-lo companhia durante o baile.
— Você prometeu?
— Thomas, eu prometo que Katherine e eu o faremos companhia durante o baile. — Heather suspirou — Sim. Prometi.
Lady Katherine engoliu seco.
Thomas inclinou-se sobre a irmã para poder falar diretamente com Katherine.
— Eu sinto muito. Será uma longa noite já que eu não sou um homem interessante.
Heather revirou os olhos.
— Você é tímido, mas quando esquece sua postura recatada até que nos diverte. Nós podemos conversar sobre...
— Mamãe. — Thomas falou.
— Não, mamãe não. O que falaríamos sobre ela?
— Mamãe está vindo. — Ele afirmou — Boa sorte para todos nós.
— Heather! — Lady Meredith Crentown estava entusiasmada — Vamos. Você tocará piano. Liam Henderson acabou de mencionar para sua prima que ele adora piano.
— Para Penelope?
— Regina.
Lady Heather bufou. Era culpa da viscondessa que não podia escutar uma informação que já saia espalhando para todos, por mais banal que fosse, como por exemplo, uma estúpida preferencia musical. Agora ela teria que submeter-se a uma torturante sessão ao piano apenas para impressionar um homem que ela não queria impressionar e que certamente não quer impressionado.
Heather levantou-se. Com demasiada má vontade arrumou suas mangas bufantes, abaixou o decote do vestido bem na altura certa e despediu-se da amiga — e do irmão — ao mesmo tempo em que se desculpava pela situação na qual havia a deixado. Katherine apenas sorriu e agradeceu pelo esforço que a amiga estava fazendo para que ela não precisasse dançar e tocar. Caso alguém pedisse para que ela cantasse com certeza Heather também conseguiria impedir.
Kate assistiu a amiga seguir a mãe até o outro salão com o piano. Aos poucos a figura graciosa de uma jovem ruiva usando um não favorável tom de laranja desapareceu. Ela deveria começar a apostar em cores que divergissem mais dos tons de sua pele e de seu cabelo. Talvez roxo ou azul. Dificilmente sua pele ou seu cabelo ficariam azuis. Ou roxos.
— Sua mãe está bem decidida em fazer com que Heather demonstre seus dotes artísticos — Katherine comentou relaxando na poltrona. Ela estava salva por um tempo.
— Ela quer casá-la. — Thomas respondeu a resposta mais óbvia que alguém poderia dizer. Era óbvio que estavam tentando casa-la. Todo mundo estava tentando casar todo mundo ali. — Pobre Heather.
— Pobre de nós. Minha mãe também tem esse objetivo. Por isso estou aqui.
Thomas a fitou. Seus olhos verdes assumiam um tom hipnotizante a luz do luar.
— Lady Katherine não está noiva?
Katherine estreitou os olhos. Quem a dera estar noiva. Se ela estivesse noiva vários conflitos internos e externos na casa Abbey não existiriam.
— Não, Lord Crentown. Não estou de forma alguma noiva.
— Perdão. — Ele umedeceu os lábios. Katherine estava prestes a dizer que ele não precisava se desculpar, quando o homem prosseguiu. — Regina Backford havia dito que a milady estava noiva do Sr. Rodger, mas eu devo ter entendido errado. Talvez o noivado não tenha sido oficializado e a viscondessa tenha dito demais... De novo.
— O noivado não foi e nem será oficializado porque ele não existe. — Katherine retrucou — O Sr. Rodger e eu não iremos nos casar de forma alguma. Nunca!
— Perdão. — Thomas voltou a repetir. Mesmo que o seu perdão dessa vez estivesse repleto de dúvida e curiosidade.
A vermelhidão no rosto de Katherine havia retornado.
Thomas estava com uma imensa vontade de fazer um comentário sarcástico. Ele até estava sorrindo e por Deus, Katherine não tinha ideia da razão.
— Você está rindo?
— Sim. — Thomas foi sincero. — Perdão. — Ele repetiu pela terceira vez.
— Está rindo porque não vou me casar?
— Estou rindo por sua reação — confessou — Você chegou a gritar quando negou o noivado.
— Perdão. — Dessa vez foi Katherine quem disse.
— Não tem o Sr. Rodger em boas graças?
Nem em graça alguma.
— Não. — Ela disse.
Katherine pensou em mentir, afinal, é o que certamente deveria fazer. Era indiscreto confessar que tinha desavenças com alguém na posição que ela estava no momento, porém ela foi confrontada diretamente e não conseguia mentir. Não sobre aquilo. Por que ela faria isso?
— Certo. — Thomas assentiu.
Katherine estreitou os olhos. Eles eram amigos?
Jesus. Ela estaria falando mal de alguém para seu próprio amigo?
Se alguém fizesse isso para ela com Heather certamente Katherine ficaria fora de si.
— Eu também não tenho muita afinidade com ele, se quer saber. — Thomas comentou.
— Vocês se conhecem há muito tempo?
— De Cambridge. — Lord Crentown ajeitou o colarinho do paletó. — Não estávamos no mesmo ano, mas tínhamos alguns amigos em comum. Não a julgo por isso.
Lady Katherine resistiu à vontade de sorrir e entregar para ele um crachá dizendo que ele era oficialmente membro da Sociedade Secreta de Adversos à Neval Rodger. Thomas era um Crentown. Irmão de Heather. Ele não a decepcionaria.
Em seguida eles ficaram em silêncio.
Os músicos contratados eram maravilhosos e quando Katherine fechou seus olhos ela se sentiu imersa em um mundo fantástico. Ela adorava música. Não gostava de tocar, mas poderia ficar horas escutando uma orquestra, um par de violinos ou até mesmo uma solitária flauta. A melodia era tão contagiante que seus pés não resistiam ao ritmo e batiam no chão no mesmo tom da sinfonia.
— Você tem certeza de que não quer dançar? — Lord Crentown observava os pés de Katherine.
— Eu nunca tive tanta certeza de algo em toda minha vida. — Respondeu. — O senhor está me convidando para uma dança?
— Você é amiga de minha irmã — ele deu ombros.
— Obrigada pelo convite, Lord Crentown — Katherine curvou a cabeça em agradecimento. — Porém meus dotes artísticos não se estendem para a dança.
— Nem para o piano — ele lembrou.
Katherine na verdade não tinha dotes artísticos.
— Não sou uma eximia dançarina. Minha mãe até tentou fazer-me apresentar no casamento de meu irmão, mas não foi possível. Assim felizmente estou conseguindo passar a temporada longe da pista de dança.
— No casamento de seu irmão? — Thomas perguntou, visivelmente confuso.
Katherine não sabia se Lord Crentown era amigo ou ao menos conhecia Arthur. Eles tinham quase a mesma idade e como Arthur conhecia o Sr. Rodger de Cambridge e Thomas também, era provável que os dois ao menos houvessem se encontrado alguma vez. A questão, porém, era se ele tinha conhecimento do que havia acontecido recentemente com Lord Abbey.
— Meu irmão casou-se há quase um mês. — Lady Katherine explicou. Falar sobre aquele assunto a fazia perder energia. — Mas durante a ida para as comemorações ele acabou sofrendo um acidente. A carruagem tombou e ele se machucou, por isso o evento foi cancelado e eu não tive a oportunidade de dançar.
Lord Crentown a fitou. Seu olhar era o mais típico de todos quando o assunto era o acidente de Arthur. Um olhar de pena que Katherine odiava. Ninguém merecia ser motivo de pena de ninguém, nem ela, nem seu irmão. E quando a olhavam dessa forma ela se lembrava mediatamente do quão terrível era a situação que seu irmão estava.
— Sinto muito — ele murmurou.
— Eu dançaria cem vezes se isso o fizesse ficar bem, Lord Crentown — Katherine disse — Porém infelizmente não há nada a fazer. Quem somos nós para interferir na vontade divina?
— E quem é Deus para interferir na vontade dos homens?
— Oras! — Katherine escorou-se na poltrona e fitou o salão, mas não o respondeu. Ela respirou fundo e prosseguiu de maneira otimista para o próprio bem. — O que importa é que logo ele estará conosco em Londres. Não é saudável voltar ao passado para se lembrar de tragédias.
— Não mesmo — concordou.
— Minha prioridade é sempre olhar para o futuro! — Lady Katherine não parava de falar. — Não podemos pensar apenas no que nos faz mal.
— Sim — concordou novamente.
— Minha vida seria feita de melancolia se eu apenas ficasse me lamentando pelo o que já aconteceu. Prefiro esquecer o passado.
— Lady Katherine. — Thomas a interrompeu e voltou a pronunciar-se com sua típica polidez — Estou certo de que é importante superar nossas dores do passado, assim como de vez em quando devemos nos lembrar de como e porque estamos aqui. Quem nós somos hoje é consequência de nosso passado.
Kate permaneceu estática e com os olhos pousados nos casais valsando na pista de dança. Danisha Collins estava parada no meio do salão com cerca de quatro rapazes em volta querendo reservar uma dança com ela. Ela ria, tentava ir com calma e garantia que no final, todos eles dançariam com ela e eles se divertiriam muito. Katherine queria ser como ela. Bonita, talentosa e amada.
Ela podia ouvir Thomas, mas não vê-lo. Ela nem ao menos queria. Sua voz ecoando em sua mente... Bem, isso já era o bastante.
— Apenas sabemos que de fato superamos algo, não quando o esquecemos, mas sim quando olhamos para o passado e sabemos que conseguimos seguir em frente apesar de tudo.
— Eu perdi meu pai há quatro anos. — Katherine disse. Não sabia o porquê, mas disse.
— Dez. — Thomas afirmou.
Ele já estava há dez anos sem o pai.
Há dez anos Thomas Crentown era o Conde de Scarbury.
— Foi torturante! — Heather exclamou.
A irmã mais nova de Thomas apareceu de supetão. Ninguém a viu se aproximando, eles apenas se deram conta da presença dela quando Lady Heather atirou-se na poltrona do meio e deixou escapar um suspiro alto. Ela sorria, mas Katherine supôs que era de alivio por ter escapado, não por felicidade.
— Foi torturante. Eu toquei bem, mas Liam Henderson não sabe ser discreto. Ele me julgou assim que me sentei à frente do piano. Humpf! — Ela cruzou os braços — Se ele se acha tão bom por que ele mesmo não tocou? Não gosto desse tipo dele. Ele é muito... Cheio de si.
— Certamente — Thomas disse apenas para prestar apoio moral à irmã.
Katherine assentiu.
— Ele é um dos melhores partidos dessa temporada. Rico, bonito... — Katherine interrompeu-se por um segundo. — Na verdade só rico e bonito mesmo.
— Sobre o que vocês conversavam?
— Nada de importante. — Lord Crentown assentiu.
— Oh, claro. — Heather sorriu — Olhem! Estão trazendo sanduíches. Vamos pegar alguns.
— Não estou com fome, Heather — Katherine piscou.
— Bem, eu estou. Então você pode pegar um sanduíche para você e depois dar para mim.
~~
O dia seguinte sucedeu-se normalmente.
Quase.
Dessa vez Katherine havia optado por acordar mais cedo, assim, tendo mais tempo para preparar-se para o desjejum. Enquanto ela tentava descobrir qual brinco usar naquela manhã — o prateado ou o com uma pérola — ouviu um barulho na porta. Era uma criada entregando-a uma carta lacrada com um selo que com certeza ela conhecia. Era o selo de sua própria família.
Mas quando Katherine constatou de quem era a letra... Por Deus, ela quis desmaiar.
Querida Irmã,
Fico imensamente feliz, pois depois de muito tempo consegui voltar a escrever. Eu estou bem! Um pouco dolorido, é verdade, mas completamente grato por estar vivo e principalmente por estar apto para voltar para casa.
Não vou me estender com minhas palavras, pois tenho certeza que teremos muito tempo para conversar pessoalmente já que viajaremos juntos até Londres. Em uma carta que mamãe escreveu eu soube que você está atualmente em Pembroville, não muito longe daqui, e como voltaremos para casa no mesmo dia eu não perderia a oportunidade de fazê-la companhia.
Espero que se divirta nesses dias no campo. Sempre que tive oportunidade aproveitei meus dias de recuperação ao ar livre. Lembro-a, estou bem. E desejo que você também esteja, com muito amor,
Lord Abbey — também conhecido como Arthur, seu irmão favorito.
Por mais que Lady Katherine estivesse se divertindo na casa de campo dos Crentown o que ela mais queria era que terça-feira chegasse logo para que ela pudesse voltar para casa na companhia do irmão.
Eles tinham um histórico de viagens de longa distancia em carruagens. Tanto que em certa altura da vida Lady Cecile até proibiu que eles ficassem no mesmo veículo para evitar maiores conflitos. Eles brigavam, derrubavam comida, tinta, bebidas e até mesmo alpiste no chão, nos estofados e na mãe, criavam brincadeiras completamente malucas e se sentavam na janela com a carruagem em movimento. Tudo isso para não ficarem entediados durante o percurso.
Atualmente Cecile não precisava mais se preocupar com os filhos mais velhos tentando pular do veículo em movimento, mas ela ainda tinha três filhas relativamente pequenas que ás vezes decidiam seguir o exemplo dos irmãos mais velhos e transformavam o caminho em uma verdadeira bagunça. E era maravilhoso. Mesmo que momentaneamente Katherine quisesse atirar as irmãs para fora da carruagem, em Londres ela sentia falta desses momentos.
Não que Lady Katherine planejasse reviver esses antigos momentos com Arthur. Só se ele quisesse, é claro. Sua prioridade era apenas abraça-lo e passar o maior tempo possível ao seu lado. Ela apenas o queria, independente da maneira.
Com um entusiasmo contagiante ela saltitou até a sala de jantar. Sentou-se ao lado de Heather, cumprimentou Regina Backford com alegria e até ofereceu para a Srta. Farnsworth o melhor pedaço do bolo. Nada acabaria com sua alegria naquele dia.
Ela estava decidida.
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