Capítulo 05 - Família
11 meses mais tarde...
Gustavo admirou o rosto da garotinha adormecida que acabara de acomodar no berço. Ela era tão linda! Sua princesinha Rafaela.
Sorriu ao sentir Cristina abraçando-o por trás, apoiando o rosto no meio de suas omoplatas.
— Não é justo. Eu a carreguei por nove meses na barriga e ela nasceu igual a você. Até os olhos são cor-de-mel.
— Shhh... não faz barulho, por favor. Sei que minha princesa precisa da mãe o tempo todo, mas eu quero um tempinho pra mim também — ele sussurrou.
Ela o soltou e eles saíram do quarto, fechando a porta atrás de si. Foram juntos ao quarto do Vitor, chamar o Juliano para dormir e dar boa noite aos dois. Eles jogavam videogame, como sempre.
Cristina tentou mudar isso, mas a única concessão que conseguiu foi que os meninos deveriam se separar pelo menos uma hora antes de dormir e cada um ler um livro em seus respectivos quartos.
Ela arrastou Juliano pela mão depois de dar um beijo de boa noite no Vitor, que lia Os Miseráveis, versão infanto-juvenil adaptada, então foi acomodar Juliano em seu quarto, dessa vez com o livro O Pequeno Príncipe.
— Eu queria ler Harry Potter! — o menino resmungou.
— Já falei que Harry Potter é para as horas de descanso do fim de semana, não antes de dormir, Juliano.
— Mas mamãe, o Cedrico e o Harry pegaram a Taça Tribruxo, tô curioso pra saber onde eles foram parar!
— Mais um motivo pra ler durante o dia, ou você vai ter pesadelos.
— Mamãe! Não pode me dar spoiler!
— Não tô dando spoiler, apenas prevenindo. Amanhã é feriado, você pode terminar o Cálice de Fogo, mas agora vai ler O Pequeno Príncipe.
— Tá bom, tá bom.
Ela riu da cara emburrada do filho e beijou sua bochecha. Gustavo entrou atrás dela e deu boa noite ao Juliano também, então ambos foram para o quarto do casal.
Cristina olhou para a cama e deu um sorriso ao lembrar de sua primeira vez (de novo) com Gustavo depois de dezesseis anos longe um do outro. Naquela noite estavam tão excitados que não usaram proteção, e apesar do que os desinformados pensam, coito interrompido não é um método seguro para evitar gravidez.
A consequência de suas loucuras sexuais estava agora dormindo, tinha as feições, o cabelo e os olhos idênticos ao pai, bochechas sempre rosadas e já estava com dois meses de nascida. A bem da verdade, eles nunca se arrependeram disso, pois Rafaela foi feita com amor.
Contudo, a vida de mãe com bebê recém-nascido é complicada, a começar pelo fato de que a filha dormia durante quase todo o dia, mas à noite, bem no meio do sono profundo, acordava seus pais aos berros e só dormia depois de uma ou duas horas mamando.
Gustavo estava celibatário desde que se completara o oitavo mês de gestação de Cristina, quando sua barriga estava enorme, ela sentia muitas dores e indisposição, e Rafaela poderia nascer a qualquer momento. Depois do parto, Cristina passou pelo puerpério, período que só quem é mãe entende o quão difícil é.
Ele ajudava como podia quando não estava trabalhando, mas ela estava o tempo todo cansada, então mesmo depois de duas semanas após o período mais complicado acabar, eles ainda não tinham voltado às atividades de um casal.
Não que não houvesse vontade, mas Gustavo se controlava porque ela quase sempre adormecia assim que conseguia deitar na cama. Bem, naquela noite esperava acabar com o tempo sem sentir sua esposa.
Esposa.
Ele sorriu ao pensar nela assim. Na verdade, eles só se casaram naquele dia, pois apesar de ele a ter pedido em casamento tão logo descobriram a gravidez, Cristina foi resistente, recusou o pedido dizendo que estavam muito bem como estavam, sem precisar casar. Ele ficou chateado por um tempo, até perceber que o real motivo para ela não aceitar era medo.
É claro, seu casamento com o pai de Juliano, apesar de não ter sido violento no sentido de ela ser agredida por ele, foi tóxico e abusivo em todos os outros aspectos, principalmente o psicológico, e ela foi muito apaixonada por ele, então era compreensível que tivesse medo de as coisas entre eles mudarem depois de casar.
— Por que você tá sorrindo assim? — ela perguntou, curiosa.
— Porque estou aqui, com você, minha esposa — falou a última palavra com orgulho, ao que ela revirou os olhos.
— Eu já era tua antes de assinar um documento, não entendo qual a diferença.
— A diferença é que eu posso comprovar que você é minha e eu sou teu, legalmente falando. — Beijou o dedo anelar esquerdo dela e o chupou levemente. — E pra mim foi emocionante colocar essa aliança no teu dedo.
Ela sorriu, lembrando de como ele praticamente gritou o "sim" diante do juiz de paz e de suas famílias.
Foi um casamento simples, no jardim da propriedade que passara a ser seu lar e de Juliano desde que ela foi morar com Gustavo no quinto mês de gestação. A cerimônia em si foi rápida, algumas palavras sobre amor, fidelidade e compromisso, a troca de alianças e o beijo dos noivos.
A cerimônia começou às quatro da tarde e a mãe de Gustavo falou algo sobre Cristina ser uma das raras mulheres na história da humanidade que não se atrasou para o próprio casamento.
Depois disso teve um verdadeiro banquete, a festa se estendeu somente até oito e meia, pois Cristina precisava passar muito tempo amamentando a filha e não queria festejar até tarde, preferia comemorar sozinha com Gustavo.
— Tecnicamente, essa é a nossa noite de núpcias — ele murmurou, sugando o lóbulo de sua orelha e apalpando seus seios.
Ela não falou, apenas gemeu e virou de costas pra ele, rebolando o traseiro na ereção do marido. Sabia que ele adorava isso e ouvir seus gemidos a fazia se sentir a mulher mais sexy do mundo.
Ainda de costas, acariciou o pau dele e o tirou da cueca. Gustavo estava louco de tesão, segurava o quadril de Cristina, acariciando suas nádegas redondas e firmes. Novamente subiu as mãos pelo corpo dela, puxando junto a camisola, que foi jogada em algum lugar do quarto.
Brincou com os mamilos rígidos entre o polegar e o indicador de cada mão, atacando o pescoço da mulher com voracidade. Uma das mãos continuou acariciando os seios, enquanto a outra desceu e foi massagear a intimidade feminina por cima da minúscula calcinha de renda.
— Quero fazer uma coisa que você não me deixa fazer desde os oito meses de gestação — ele murmurou.
— Eu também quero você dentro de mim, amor — ela gemeu.
— Não é isso... Quer dizer, não é só isso.
Ele a conduziu até a cama e empilhou alguns travesseiros para que ela deitasse de bruços, apoiando o quadril nos travesseiros, de joelhos na cama e o resto do corpo deitado sobre o colchão, assim seu traseiro ficava empinado no ar, à mercê dele. Tirou a calcinha dela e acariciou com os dedos o que tanto gostava.
Cristina estava tão molhada, louca para senti-lo, mas não foi penetrada logo como esperava, o que sentiu foi a língua dele passeando sobre suas dobras, procurando o ponto parecendo um botão duro que a fazia tremer de excitação.
— Oh, meu... aaah, aaah... Eu pensei... pensei que você queria, oooooh!
— Eu quero... — Ele a lambeu uma última vez. — Mas você não me deixou fazer isso assim por muito tempo, amor. Senti falta.
Ela murmurou palavras incoerentes e gemeu quando o sentiu penetrando-a lentamente.
— Mais, Tav... Mais forte, por favor.
Ele continuou brincando, lento, e ela quase podia ouvir sua risada. Começou a ficar irritada, ele iria provocar assim depois de tanto tempo sem fazerem sexo?
Olhou-o por cima do ombro, fúria e desejo mesclados nas írises escuras.
— Quero mais forte, agora, Tav!
Dessa vez ele riu alto e olhou para o corpo da mulher que amava.
— Sua ordem... meu orgulho em cumprir, querida — gemeu, rouco.
Segurou sua cintura e bateu o quadril mais forte contra ela, até que o prazer atingiu aos dois com força avassaladora, fazendo-os estremecer, agarrados.
Aquela foi só a primeira da noite.
A primeira vez de muitas como marido e mulher, e eles esperavam que fosse assim pelo resto de suas vidas.
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