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Capítulo 01 - Tristeza no olhar

Cristina sentia o vento forte em seu rosto e o cheiro da maresia. Estava em uma praia de areia branquinha e a água do mar era escura, turva.

O horizonte mostrava pesadas nuvens cinzentas que subiam, algumas já começando a cobrir o sol. Logo iria chover.

A morena de curtos cabelos cacheados andava descalça pela praia, sentindo a água gelada que vez ou outra molhava seus pés. Na mão direita tinha um par de sandálias de borracha e na outra virava a chave do carro.

Avistou uma grande árvore de galhos retorcidos, cujo tronco estava caído no solo, como um banco feito pela própria natureza, embranquecido pelo sal do mar, fazendo-a deduzir que ficava submerso quando a maré subia.

Encaminhou-se ao tronco, onde sentou, e dirigiu o olhar para as águas revoltas do mar, mais um prenúncio de que uma forte chuva estava por vir. Os olhos castanhos estavam enevoados pela tristeza e os lábios carnudos tremiam, acompanhando o turbilhão de pensamentos que se agitava em sua mente confusa.

Sentiu uma pontada no peito quando uma lembrança dolorosa a invadiu.

Jonas em toda a sua nudez, a pele branca e o torso de músculos definidos, os ombros fortes e uma camada de suor escorrendo pela fronte. Seu rosto estava contorcido pelo prazer e ele se movimentava com força, gemendo alto e falando obscenidades, olhando diretamente para o traseiro empinado da loira em quem ele fazia sexo anal.

Uma lágrima solitária escorreu pela face de Cristina enquanto ela balançava a cabeça, como se o movimento fosse dissipar a lembrança da traição do seu marido com a professora de seu filho.Ela puxou o cordão de prata pendurado em seu pescoço e pegou entre os dedos a aliança de ouro onde se via o nome de Jonas escrito em seu interior. Sua aliança de casamento. A mesma aliança que ela usou durante doze anos.

Procurou o fecho do cordão e o abriu para tirar a aliança dali. Girou-a entre os dedos, pensando em tudo que aconteceu quando Jonas percebeu que ela chegara em casa e o flagrara transando com a loira de bunda grande no sofá de sua sala. A mesma mulher que ela via uma vez ao mês para falar sobre o progresso de seu filho Juliano na escola.

A reação de Cristina foi pegar a bota de trabalho de Jonas, que ficava perto da porta, e dar com ela nas costas do traidor com toda a força que conseguiu, e com a mesma bota bateu na cabeça da mulher. A confusão estava armada.

Gritos foram ouvidos, xingamentos, acusações, mas de tudo que foi falado, a morena jamais esqueceria do momento em que seu marido lhe deu um tapa na face e depois segurou seu queixo com força, balançando-o, enquanto dizia:

— A culpa é tua! Se não fosse tão cheia de frescura e me desse o que eu preciso, não iria procurar na rua!

Naquele momento Cristina ainda estava atordoada pela bofetada que levou. Em treze anos de relacionamento, desde que se conheceram em uma festa, Jonas jamais havia levantado a mão para bater nela.

Enquanto a loira procurava suas roupas e se vestia apressadamente, Jonas continuava segurando Cristina pelo queixo, acusando-a de não ser suficiente para um homem cheio de virilidade como ele.

— Você é insossa, nem sabe trepar direito. Se frequentasse uma academia pra ficar gostosa, mas nem pra isso presta. Só pensa em trabalho, só quer cuidar do Juliano e esquece que tem um homem pra satisfazer. Olha pra você, Cristina!

Ele a puxou até a frente de um grande espelho que ficava no corredor que levava aos quartos, ainda segurando seu queixo, que doía pela força com que ele a segurava.

— Olha isso! Esses cachos bagunçados, essas gorduras na barriga, as celulites na bunda! Você gasta todo o dinheiro que ganha com comida, materiais escolares e roupas para o Juliano em vez de separar dinheiro para ir a um salão cuidar da aparência. Se fizesse isso, teu marido não olharia para outras na rua.

A essa altura, Cristina chorava sem parar, sentindo-se humilhada. Aquele homem que a olhava pelo espelho, o rosto tomado pelo desprezo, não podia ser o mesmo por quem se apaixonou aos vinte e um anos, o pai de seu filho de dez anos, o único homem com quem esteve nos últimos treze anos. Não podia ser o mesmo homem que chamava de marido.

Mas Jonas ainda não estava satisfeito em traí-la e humilhá-la, ele parecia sentir prazer em também pisar na sua autoestima.

— Do que adianta ter esse peitão se não sabe nem usar pra masturbar meu pau? Do que adianta ter esse bundão, se não me deixa te comer como eu gosto? É por isso que eu fui meter naquela delícia lá na sala, que me dá com prazer! Você não serve pra nada, então eu vou continuar comendo quem eu quiser e não é você que vai querer botar moral em mim!

— Até porque moral é a última coisa que você teria! — ela falou amargurada.

— Cala a boca, vagabunda! — E deu outro bofetão no rosto da morena, que caiu, sentindo a visão turva. — Eu vou levar a gostosa em casa pra terminar o que você interrompeu e quero tudo arrumado quando voltar!

Ele se vestiu e saiu com a amante, mas não entrou naquela casa novamente enquanto ela estava ali, pois Cristina chamou a polícia e denunciou a agressão. Naquela noite ela ligou para sua mãe, pedindo para que pegasse seu filho no treino de futebol e o levasse para passar o fim de semana em sua casa, pois não queria que o menino visse seu rosto machucado.

Quando Jonas voltou, a polícia o esperava. Ele foi preso, Cristina deu entrada no divórcio e no processo para ter a guarda total do filho. Ela pediu proteção contra ele e o juiz estabeleceu que estaria proibido de se aproximar dela a uma distância de cem metros, no entanto, depois de sair da prisão sob fiança por ser réu primário, ele foi permitido de ver o filho com o acompanhamento de um responsável da família dela, por apenas duas horas aos fins de semana.

A casa onde moravam foi avaliada, junto com todos os móveis e aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, e ele comprou a sua metade para continuar morando ali. Como ambos tinham seus carros, Cristina o levou e se mudou com o filho para um apartamento de dois quartos que comprou com boa parte do valor da casa que recebeu do ex-marido através de um advogado.

Obviamente o garoto foi transferido de escola e passou a ter acompanhamento psicológico para superar o divórcio dos pais e o fato de perder quase totalmente o convívio com o pai, que parecia o menos abalado com tudo.

Agora, seis meses mais tarde, Cristina estava cansada de tudo. Refizera sua vida como podia, mas ainda era difícil superar as decepções e a mágoa.

Ela olhou mais uma vez para a aliança que mexia entre seus dedos e suspirou.Precisava de um recomeço. Precisava se livrar de uma vez de tudo que a ligava ao passado.Foi por isso que ela levantou daquele tronco e andou até a beira do mar.

Ela olhou as nuvens escuras cada vez mais altas, cobrindo a luz do sol e esfriando tudo ao redor. Andou até que a água alcançasse abaixo de seu joelho, depois puxou o braço para trás e o projetou para frente, arremessando a aliança com toda a sua força para o mais longe que podia, para que fosse levada pelas ondas e se perdesse no mar.

Nunca mais carregaria consigo algo que o pai do seu filho houvesse lhe dado.Quando voltou para o carro, estacionado na orla que circundava a praia, as gotas de chuva já estavam grossas, deixando manchas escuras em seu vestido leve de estampas florais, acima de seus joelhos.

A morena entrou no carro e dirigiu até seu apartamento, sentindo-se leve depois de se livrar daquela aliança, mas ainda havia algo que sabia que não conseguiria mudar tão rapidamente.Sabia que teria que superar a si mesma para mudar o que todos viam quando olhavam para ela: seu olhar.

Ela sabia que tinha tristeza no olhar.

Cristina já havia chegado em casa e tomado um banho quando ouviu seu celular tocar. Ao olhar a tela, viu um número desconhecido, mas pensando que poderia ser o treinador de futebol do seu filho, resolveu atender.

— Alô, quem fala?

— Boa tarde, aqui é o pai do Vitor, colega do Juliano, gostaria de falar com a dona Cristina, mãe dele. — A voz do outro lado da linha era grave e macia, causou um arrepio em Cristina.— Sou eu mesma, pode falar.

— É que hoje é meu aniversário e o Vitor perguntou se poderia levar o coleguinha para o churrasco que vou fazer daqui a pouco. É claro que eu disse que teria que pedir sua permissão.Cristina pensou por um momento. Não gostava que seu filho fosse para lugares desconhecidos com pessoas estranhas.

— Ah, parabéns, senhor...

— Gustavo — ele completou. — Não precisa usar o "senhor", por favor.

— Então, Gustavo, é que o Juliano foi para o treino de futebol, então não tem roupa para trocar.

— Isso não é problema, ele pode tomar um banho na minha casa e pegar emprestado alguma roupa do Vitor. Ou você pode vir e trazer uma roupa limpa pra ele, será muito bem-vinda à minha festa, são poucos convidados, prometo que ninguém vai lhe perturbar.

A morena mordeu o lábio inferior, procurando uma forma de escapar do convite inesperado de forma delicada.

— Bom... sua mulher não vai se incomodar de ter uma estranha na sua festa? Não quero causar problemas.

Houve uma pausa na ligação, então ele disse:

— Minha esposa não está mais entre nós... ela está em companhia dos anjos agora.Cristina ficou penalizada pela dor na voz bonita.

— Por favor, me desculpe, eu não fazia ideia.

— Tudo bem, infelizmente essas coisas acontecem. Então, qual sua resposta para o meu convite?

Ela engoliu em seco e decidiu que era hora de sair um pouco e tentar se divertir, mesmo sem conhecer ninguém. Pelo menos seu filho ficaria feliz.

— Ah, está bem, eu vou levar roupas para o Juliano. Apenas me mande o endereço, por favor.

— É claro.

Ele falou o endereço e o horário enquanto ela anotava, depois se despediram e ela foi escolher uma roupa. Optou por um vestido preto com estampa de flores rosas na altura do joelho, que valorizava seu busto e a curva acentuada do seu quadril, fazendo sua cintura parecer menor, mesmo que ela não fosse considerada magra.

Fez uma leve maquiagem, aspergiu um perfume doce e calçou um salto preto de plataforma. Lembrou-se de seu ex-marido dizendo que saltos plataforma eram pouco femininos, por isso não gostava que ela os usasse. Dando de ombros, decidiu que faria o que bem quisesse, pois aprendeu que se amar devia vir primeiro do que amar outras pessoas. Ela gostava desse salto e iria usá-lo sim.

Uma hora mais tarde, já arrumada e com uma roupa limpa de Juliano na bolsa, Cristina entrou no carro e partiu rumo ao endereço que Gustavo lhe passou.

Ficou pensando no nome dele durante todo o caminho, pois lhe lembrava um namorado por quem ela foi muito apaixonada quando tinha dezoito anos e com quem perdeu a virgindade, mas que precisou ir embora com a mãe para uma cidade distante de Ubatuba, a cidade litorânea onde Cristina morava.

Ela tinha passado anos sofrendo, com saudade dele, sem conseguir esquecê-lo, até conhecer Jonas, o loiro encantador que a fez sentir de novo. Isso até partir seu coração e pisar nos cacos.Sacudiu a cabeça negativamente, dizendo a si mesma para esquecer isso. Jonas não merecia sequer um pensamento dela.

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