Capítulo 2
Lisa ficara tocada com o rapaz. Ela sentia uma conexão que não sabia de onde vinha. Sentia em cada célula do seu ser que precisava conhecê-lo, descobrir mais sobre ele. Seus gostos, seus pensamentos, suas crenças, sua forma de ver o mundo. Queria mergulhar a fundo no seu eu por dentro.
E foi exatamente isso que ela deu um jeito de fazer. Decidiu que no dia seguinte iria acordar antes do nascer do sol e iria procura-lo no jardim. Algo lhe dizia que ele estaria ali.
Passou o resto do dia inquieta e muito pensativa. Quando a noite chegou tratou de ir deitar cedo, para estar disposta no outro dia. Afinal teria que acordar antes do sol nascer. Colocou seu despertador para as 05:30 e se ajeitou em seus lençóis.
O tempo foi passando e o sono não vinha. Virava de um lado para outro na cama e nada do sono vir. A ansiedade estava batendo. E ficou assim por horas, olhando para o teto, tentando encontrar o sono. Até que uma hora o cansaço bateu e ela adormeceu.
Ainda bem que ela tinha posto o despertador, pois sem ele, não teria levantado no dia seguinte. Acordou num pulo, pois levou um susto e quase o tacou na parede. Mas aí ela se lembrou que queria acordar cedo.
Ela se espreguiçou lentamente e saiu da cama, antes que essa a chamasse e fosse irresistível. Foi para o banheiro, que fica dentro de seu quarto e tomou um banho bem demorado. Enquanto se lavava colocava seus pensamentos em ordem e espantava a preguiça. Nada como um bom banho para colocar a mente em ordem.
Após o banho pegou uma toalha felpuda na cor rosa bebê e enrolou em volta de seu corpo e voltou para seu quarto. Agora era a hora de escolher o que vestir. E isso nessas horas poderia ser um pouco complicado, pois quando estamos nervosas, parece que nada fica bom.
Lisa dirigiu-se ao seu closet, abriu a porta e entrou. Para ela aquilo era parte de sua rotina, para meros mortais como nós, aquilo seria do tamanho de uma casa. O lugar era enorme. Era o legítimo guarda roupa de uma princesa. Era um corredor enorme cheio de armários e gavetas e alguns espelhos. Quando acabava o corredor com as roupas mais lindas que alguém poderia ter, ao fundo havia um tapete bem fofinho, onde Lisa adorava dançar e ao fim um sofá que ia de ponta a ponta da parede. Era o legítimo sonho de consumo de toda mulher. As paredes entram brancas e os armários eram de madeira na cor marrom, mas o mais incrível era que a maioria se abria ao toque de um botão. Ela levou um tempo para se acostumar com todos os botões, mas com o tempo fica muito prático e rápido.
Mas voltando a roupa que ela usaria, a moça optou por uma vestimenta simples, para não impactar o rapaz demais. Pois se ela chegasse com uma de suas roupas de princesas, certamente, ela não estaria amigável, e ele se sentiria desconfortável. E era tudo que ela não queria.
Ela vestiu uma saia florida e colocou uma regata branca lisa, com um casaquinho leve combinando com a saia. E em seus pés calçou uma sandália. Estava com um visual simples, confortável e que não a prejudicaria ao andar pelo jardim.
Assim que estava pronta, Lisa olhou pela janela de seu quarto na esperança de ver o rapaz. mas não viu nada. Mas isso não a desanimou. Seguiu em frente com seu plano e tratou de se colocar em marcha para chegar até o jardim.
Ela levou alguns minutos para sair de sua casa, que parecia mais um palácio de tão enorme que era. E assim chegou em frente ao jardim. O jardim era gigantesco e quando ela era menor adorava correr por entre as flores que havia ali. Ele era enfileirados por diversos canteiros gigantes e em cada canteiro era um tipo de flor diferente. Mas muitos eram de rosas, cada uma de uma cor diferente. Ela não sabia de quem fora essa ideia, mas aquilo dava um certo charme ao jardim. Bem no centro do jardim, havia um chariz enorme, que durante o dia refletia as luzes do sol em suas águas.
O chafariz era composto de uma pequeno lago como base e uma estátua de uma fada no centro que jorrava agua para cima, caindo no lago embaixo. Em volta do lago, era rodeado por um banco, onde as pessoas sentavam para escutar o barulhinho da água-corrente.
Ela adorava sentar ali e ficar lendo, mesmo que o banco fosse um pouco duro, se sentia em paz naquele lugar. E ao pensar em tudo isso, ela se deu conta que um sentimento de nostalgia bateu nela, pois já fazia algum tempo que não ia naquele lugar. Andava apenas em seu quarto, lendo milhões de livros e fugindo dos amigos de seu pai. Estava na hora de mudar aquilo.
Quando voltou de seus pensamentos, percebeu um vulto se mexendo perto do lago e ao olhar melhor, se deu conta de que era ele. Agora era o momento de conhecê-lo e se apresentar.
Seu coração estava disparado no peito e sentia que seu estômago estava cheio de borboletas.
Mas ela queria aquilo e apesar de todos essas demonstrações de seu corpo, ela iria se apresentar.Então tratou de se colocar em marcha e foi indo, passo por passo, sempre pensado é agora, eu vou conseguir. E assim quando viu estava frente a frente com seu futuro amigo.
O rapaz ao vê-la ficou perplexo e paralisado no lugar. Ele não estava esperando companhia aquela hora da manhã, muito menos da filha do patrão. Além disso estava envergonhado por suas roupas simples e imundas, de tanto revirar a terra.
— Olá! Me chamo, Elizabeth! Mas pode me chamar de Lisa - ela se adiantou e estendeu a mão para cumprimenta-lo
— Olá, me chamo Evans - o rapaz não estendeu a mão, ao contrário guardou no bolso, estava inseguro e não queria sujar a moça
— Pelo visto você trabalha em nosso jardim, não posso dizer que ele está lindo e maravilhoso - Lis estava nervosa e não sabia como puxar assunto.
-Sim, sou um dos jardineiros dessa casa e como adoro esse jardim, venho todos os dias de manhã cedo cuidar das flores. - o rapaz não sabia porque havia dito aquilo, apenas tinha saído de seus lábios
Lisa sorriu para Evans e chegou mais próximo dele.
— Que bom que gosta desse lugar. Quando eu era criança costumava vir sempre aqui, porém ultimamente ando bastante tempo dentro de casa. Tenho que mudar esse hábito. Se aceitar minha companhia, passarei a vir de manhã e te acompanhar enquanto cuida das plantas. Quem sabe assim eu não aprenda um pouco mais sobre elas.
Evans abriu um largo sorrido torto. Ele não esperava essa resposta. Pensava que a filha do patrão fosse uma princesinha que não sabia fazer nada. Aquilo o surpreendera realmente e por esse motivo ficou feliz em concordar. Por isso assentiu a Elizabeth, indicando sua resposta.
Ele tratou de seguir com seu trabalho e enquanto isso a moça o seguia por todos lados fazendo milhões de perguntas. Normalmente ele ficaria irritado, mas por alguma estranha razão ele estava se sentindo confortável ao seu lado e adorando ensinar e mostrar o que fazia.
E assim o relógio foi passando e quando se deram conta o sol já estava nascendo. E eles descobriram que ambos amavam assistir o nascer de um novo dia, por isso pararam o que estavam fazendo e passaram a assistir o espetáculo que todos os dias a Terra lhe dava.
Ao terminar de levantar o sol, Lisa pediu licença e informou que precisava entrar em sua casa. Ela foi embora pro seu quarto. E estava imensamente feliz. Ganhara alguém para conversar. Alguém com quem se sentia a vontade de ser ela mesma e falar o que pensava. Foram poucos instantes que passaram juntos, mas ela gostou da companhia de Evans. E já estava na espera para vê-lo no dia seguinte no mesmo lugar. Ela sentia que aquilo era o começo de uma grande amizade.
Que acharam desse capítulo? Confesso que estou surpresa comigo mesma por ter escrito um capítulo com mais de 1k de palavras, fazia tempo que isso não ocorria.
Espero que tenham gostado. E já estou sentindo que dois serão meus novos amores.
Veremos no que tudo isso irá dar.
Beijos de Luz e espero que todo mundo esteja em casa e seguro. E quem não puder estar espero que esteja bem e se cuidando.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro