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Momento Três

— Como você se chama? — Perguntei.

Estávamos caminhando lentamente, mas já estávamos até um pouco distantes do salão. Acho que aquela coisa de "quando estamos com uma boa companhia perdemos a noção do tempo, ou das coisas, é real".

— Tamara. E você?

— Legal! Um nome não tão conhecido, mas legal.

Ela sorriu, e eu pensei: se focar apenas no nome dela vou acabar falando alguma merda que vai me custar mais alguns neurônios mais tarde.

— O meu é de cara um dos nomes mais comuns. Não tem nada de raro ou especial. E é Luís. Eu me chamo Luís Henrique!

— Legal! Mas vou discordar com o final do seu discurso. Como pode ter me dito que as minhas fotos eram especiais porque nenhum fotografo tirava foto da mesma forma, e isso me tornava "necessária" dentro do salão, e dizer agora que o seu nome não é tão especial porque é "comum"? Não acredita que existe algo que torna você um "Luís" raro?

E mais uma vez aquela garota me deixou sem palavras. Eu admiro, admiro a estranha mania que algumas pessoas têm de dizer coisas assim, que nos fazem pensar que somos contraditórios até quando pensamos estar sendo coerentes.

— Tá, você me pegou! Eu sou extremamente contraditório. Mas não é de propósito. Digo, é bem mais fácil eu falar para alguém que existe algo de especial naquilo que faz, ainda que possa ser a coisa que mais é feita em todo o universo, do que admitir para mim mesmo que esse conceito também é válido na minha vida.

— Relaxa, todos somos assim. Nesse ponto não existe particularidade. Às vezes não enxergar a beleza que existe dentro de nós, e alguém precisa parar no meio da escada que estamos tentando subir só para nos lembrar disso, do quanto somos especiais naquilo que fazemos e escolhemos fazer na vida.

Aquele papo reflexivo estava acabando comigo, porque eu estava curtindo, mas estava temendo. Temendo por saber que, depois de tudo, eu voltaria para casa, mais tarde, pensando na foto que não tirei do Tony Abreu, e desconsiderando, de forma não intencional, tudo o que vivi na noite. Eu tinha raiva, às vezes. Raiva por sempre querer tanto uma coisa, a ponto de desvalorizar outras que são tão importantes quanto.

Tamara e eu caminhamos durante algum tempo pela cidade iluminada. A noite estava tão bela quanto a minha companhia, que usava um vestidinho vermelho meio rodado da cintura para baixo. Os seus braços estavam descobertos, assim como a parte acima do seu busto. Ela tinha um sinal no pescoço, um sinal bem saliente, devo admitir.

— Acredita que eu moro aqui desde que me entendo por gente e nunca cruzei o outro lado da cidade?

Ela fez esse questionamento quando estávamos nos aproximando de uma divisória. Uma avenida que divide duas realidades extremas em Santa Mônica. De um lado o caminho que leva para a parte mais "apagada" na história do lugar, e era a parte mais divertida. Do outro o que direcionava os turistas ao lado "certo" da história de Santa Mônica, uma terrinha no interior do Brasil.

Eu olhei para os dois lados como quem se vê diante de um verdadeiro dilema. E eu tinha um. Como poderia ser um guia para a Tamara seguindo rumo ao lugar que desconheço? Se pisei na parte mais chique da cidade foram umas duas vezes vendendo alguma coisa. Não tinha tantas opções indo por lá.

Mas ainda existia a parte escura, que estava mais iluminada do que qualquer coisa já vista, e não muito diferente do que costuma estar ao longo do ano. A verdade é que as pessoas não enxergam o verdadeiro feche de luz que existe em Santa Mônica. É do lado mais excluído que vem a animação da região, e eu tenho orgulho de, ao menos dessa vez, estar do lado errado, para muitos, e mais certo para mim.

— Mora no centro? — Perguntei, mas já sabia qual era a resposta.

Nunca vi Tamara na comunidade, como ela poderia estar invisível aos meus olhos? Não, ela não pertencia àquele lugar.

— Infelizmente. No centro do mundo que não me permite ver nada além do óbvio. Não acha isso horrível? Ser tão livre, porém, presa ao mesmo tempo? Eu odeio ver tudo tão dividido, como se vivêssemos dentro do Titanic.

— E ele afundou...

— Exatamente. Afundamos a cada dia que passa, e os botes continuam não sendo para todos!

Eu não podia fugir daquilo, da reflexão, de estar conversando com alguém que não se importava com o lugar ao qual pertencíamos, ou melhor, que até se importava, mas não pensando dessa forma, da forma que todos pensam, estando de um ou do outro lado.

As horas passaram bem depressa, diga-se de passagem. Acabamos não seguindo por lado nenhum. Evitamos escolher o caminho: ou um, ou outro, e optamos por descer um pequeno morro de terra que dava para a praia, e essa sim é a parte em que todos nos encontramos, nos encaixamos, independente de para qual lado vamos após deixar este lugar.

Tamara estava com os braços abertos, parada bem no meio da praia. O vento levava o seu cabelo, e ela estava sorrindo. Sorrindo para a vida, e para um estranho que estava paralisado admirando a paisagem.

— Vai ficar aí feito bobo ou vai me acompanhar nessa ventura às 22h20 de uma noite de natal?

Aquela doce voz ecoou em meus ouvidos, e eu fui arrancada daquele momento delicioso por uma cena que começou a passar em minha cabeça.

— Droga! — Disse pegando os sapatos sociais, que já havia retirado momentos antes de pisar na areia da praia, e me apressando para correr e tentar chegar a tempo no salão.

— Aonde vai? — A menina exclamou, mas eu não tinha tempo para dar explicações.

Deixei Tamara plantada no meio da praia, pensei que aquilo era um absurdo. Quem já se viu abrir mão de uma companhia tão especial em uma noite tão importante? Mas por grau de importância eu também deveria levar em consideração outras coisas, como a apresentação para a qual me preparo a mais de um mês.

— Eu sinto muito, tenho que ir, — Gritei tentando me equilibrar enquanto andava e calçava os sapatos.

Parei um pouco acima do morro de terra, já na parte da calçada, lancei um olhar para Tamara, que estava sem entender toda aquela situação, e dei um até logo diferente. Ergui as mãos e apenas gesticulei com os lábios: eu te encontro. Acredito que ela tenha captado a mensagem, pois sorriu enquanto acenou. 


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