Desfecho: hora do show!!!
Com a ideia de que tinha deixado a garota, mas deixado de uma forma menos terrível, corri para chegar a tempo na apresentação. Imaginei que, como já passava das 22h25, fosse chegar alguns minutos atrasados. Mas essa é a parte boa de ser um diferencial no grupo: todos me aguardavam, como na primeira apresentação que fizemos para um público além da escola.
Cheguei às 22h30min na escada em que encontrei Tamara, lancei um olhar para o degrau em que trocamos a primeira ideia, sorri, mas atento parecer o menos bobo possível, passei a mão no cabelo e corri para a porta principal. Havia dois seguranças no local, que me barraram assim que me viram quase entrar derrubando as portas.
Estava tão apressado que nem me dei conta do quanto as pessoas estariam bem vestidas dentro daquele salão. E eu também estava, de certa forma, até havia conseguido uma roupa social com o meu irmão.
Mas não se tratava apenas da roupa. As pessoas estavam arrumadas e armadas.
Esperavam uma orquestra amadora, mas com jovens elegantes e bem vestidos, com os cabelos mais calmos, penso eu, e com uma cara de quem chegou pontualmente no lugar, e não atrasado, com os sapatos cobertos por areia, que caiu da minha canela.
O primeiro olhar que recebi me fez enxergar tudo isso, mas não conseguiu me tirar do palco. Cheguei atrasado, mas estavam no meu aguardo.
Muitos dos que ali estavam tocavam violino, e tão bem quanto eu, isso posso afirmar. Mas, é aquele lance que disse no início: temos o nosso diferencial. Eu não era melhor ou mais importante do que os demais, mas eu tinha algo que me fazia ser uma parte importante dentro da orquestra. Um membro para um corpo que ansiava por estar completo!
— Você chegou! Aleluia! — Sussurrou o maestro da orquestra, que logo foi se posicionando para nos comandar.
Por incrível que pareça a primeira música que tocaríamos na noite era "My Heart Will Go On", e eu sorri quando abri minha partitura e ela estava lá, esperando para ser tocada. Não pensei que quisessem escutar algo assim no natal, mas lembrei de que aquela noite, antes de ser de natal, ou de qualquer outra coisa, também era uma noite de amor, e de música. E eu toquei com muito amor, disso podem ter certeza.
Amor na cabeça, nos toques, no som, no coração... Na alma!
Viva a música, o amor, os eternos apaixonados, mas viva também o natal, que nunca deixa de ser uma bela melodia.
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