Seu cão também é gay ?
Um cão pequeno andava pela rua, seu pelo era uma pelagem clara, mas devido a sujeira estava um tanto empoeirado. Ele não possuía um nome, afinal ninguém havia lhe dado, nem mesmo sua mãe, já que não se lembrava da mesma.
A única coisa que lembrava era de estar sozinho e que precisava se virar, odiava e muito os humanos, afinal sempre que se aproximava de um era recebido por chutes e até mesmo alguns outros objetos. Escutava várias ofensas e isso de certa forma o incomodava.
No início ele queria ser acolhido e cuidado por algum humano, ele via alguns cães em coleiras sendo felizes caminhando ao lado dos humanos ele realmente queria uma vida assim. Só que os humanos demonstraram que seus sonhos estavam longe de acontecer, então ele sempre os evitava, afim de não se machucar mais.
Um barulho alto de trovão fez com que ele se assustasse, odiava aquele barulho alto, mesmo sendo um cão corajoso, aquilo era demais para si. Entrou em um lugar para se esconder do barulho, mas o mesmo não era coberto, então uma chuva forte começou a cair, só que ele estava com medo de sair do local pelos barulhos do trovão.
— Oh pobrezinho, você está bem? — uma voz falou próxima do cão, que já começara a rosnar e caminhar pra trás, mesmo não tendo muito espaço. Estava encurralado, era um péssimo momento para ser achado por um humano. — Calma, eu não vou machucá-lo.
O humano tentou tocar o cão que latiu, junto ao rosnado, tentando morder o garoto que acabou recolhendo o braço. Viu o mesmo fazer uma careta com aquilo, um tanto assustada. Ele estava com um guarda-chuva grande e agachado, para que pudesse interagir com o pequeno animal.
Então um barulho ainda mais forte de trovão suou, fazendo o pequeno cão entrar em pânico, a ponto de não perceber os braços do humano em volta de si. Ele nem se importou, tentou ao máximo se esconder entre as roupas do humano.
Ele estava assustado, não queria ter sido tão facilmente pego assim, mas ele estava com medo daquele temível barulho, então acabou cedendo. Só que isso podia ter custado sua vida, sabia que seria maltratado e judiado novamente, já que era a única coisa que humanos faziam. Ele foi levado até um local, provavelmente a casa do humano.
Foi levado até um lugar, na qual ele não sabia o que era, viu o homem ainda lhe segurar com cuidado. Enquanto ele enchia um local com água. Depois, ele foi em outro cômodo pegar algum tipo de pano e voltar para o local com a água.
Foi colocado na água quente, no começo ele começou a latir desconfortável com aquilo, não entendendo o que estava acontecendo. Só que a água estava tão quente e tão gostosa, que aos poucos foi relaxando. Sentia o humano passar a mão em si, fazendo algumas espumas, parecia uma massagem.
Queria latir e morder, só que estava tão bom tudo aquilo, que acabou cedendo. O problema foi tirá-lo do local, ele se recusava, até mesmo mordeu o humano, pois não aceitava sair da água quente, mas depois de muito insistir, o humano tinha conseguido tirá-lo do local e enrolado naquele pano, onde começou a ser secado.
Quando acabou o humano lhe soltou, o pequeno cão analisou tudo a sua volta, tudo aquilo era novo para si, não conhecia nada, afinal por qual motivo estava ali?
— Essa é minha casa, eu sou Izuku Midoriya — disse o humano, se agachando em sua frente. — Hmmm, vou chamá-lo de Kacchan, o que acha?
O cão piscou com aquilo, aquilo era o que ele estava pensando? Ele teria um lar, era isso?
Queria poder ficar feliz com a notícia, mas ainda assim, não confiava plenamente no humano, então se virou ignorando o mesmo.
— Kacchan, eu vou sair para comprar algumas coisas pra você, tente não destruir a casa, certo? — falou indo em direção a porta novamente.
O cão apenas olhava, não entendeu muito bem o que o humano quis dizer com aquilo, afinal ele não precisava de nada, ele só não queria apanhar novamente de um humano, sem ter feito nada. Ele achou melhor então olhar a casa por completo, ver as rotas de fuga, caso algo viesse acontecer. Nunca tinha entrado em uma casa humana antes, então estava bem curioso.
Olhou em todos os cômodos, não achando nada de mais nos locais, achou que uma casa humana era bem mais interessante. Foi até o local onde estava no início, então começou a pular em cima dos locais, para ver se algum era confortável.
Ele pulou no sofá, mesmo não sabendo o que aquilo era, achando o mesmo bem confortável, ainda mais o que tinha em cima do mesmo, que eram almofadas, então ele começou a querer se enfiar dentro do sofá, afim de ver se lá dentro era mais confortável.
Mas um grande trovão soou, fazendo-o latir assustado e começar a correr pela casa, estava procurando algum lugar para que pudesse novamente se esconder. A cada novo barulho ele latia assustado e corria, não achando nenhum lugar. Acabou indo para o quarto e ficou embaixo da cama, achando que estaria seguro ali embaixo.
Estava assustado e com medo, ele poderia investigar a casa muito mais, só que tinha medo de ficar sozinho, então preferia deixar pra mais tarde. Não soube quanto tempo ficou ali escutando os trovões, mas quando escutou novamente o humano, correu na direção da sua voz assustado.
— Me desculpe, você tem medo de trovão — Izuku pegou o cão que tremia no colo, o coitado estava bem amedrontado. — Eu comprei tudo pra você, vamos na cozinha pra eu te mostrar, também vou mostrar a casa toda e o que você pode fazer e o que não pode.
Depois daquele dia, as coisas voltaram ao normal para o cachorro, que ainda tentava evitar o humano, assim como ainda tentava constantemente morde-lo, pois ainda não confiava no mesmo. Só que Izuku estava longe de desistir, ele sabia que algo de ruim devia ter acontecido com o pequeno, já que ele odiava tanto assim sua presença, talvez algum humano tinha lhe machucado muito.
Aos poucos Kacchan foi cedendo, pois via o quanto aquele humano era dedicado e parecia querer cuidar de si, claro que quando foi levado no veterinário seu ódio voltou dobrado. Tudo isso levou um mês, depois o cachorro já estava amando seu dono e o protegia de tudo, sem contar que sempre ajudava o mesmo. Tinha memorizado tudo que o garoto precisava e sempre perdia, quando estava atrasado.
Kacchan gostava de Izuku, os demais humanos ele latia e atacava, até para outros cachorros ele latia, tudo para que seu humano ficasse protegido. Se sentia um ótimo cão de guarda. Afinal sem ele, seu humano estaria desprotegido naquele mundo cruel, então o protegia o quanto podia quando o acompanhava. O cão adorava passear, nunca pensou que uma coleira fosse tão boa, se sentia tão especial e amado, recebendo mimos e presente de Izuku, estava tão feliz ao lado do mesmo. Mas claro que tudo que é bom dura pouco.
— Izuku! — uma voz falou, fazendo seu humano parar e sorrir, aquilo não era bom sinal, já estava irritado. Só ele podia receber sorrisos de seu humano.
— Eiji — falou o esverdeado se aproximando do ruivo e dando um selinho no mesmo. ─Também veio trazer seu cão pra passear?
— É o Deku está bem inquieto esses dias — falou apontando pro cão ao seu lado.
O mesmo era grande, provavelmente do tamanho de um pastor alemão, sua coloração era um verde tão denso que lembrava o preto, só que quando o mesmo estava no sol era possível ver o pelo esverdeado. Assim como seus belos olhos.
Seu dono lhe chamava de Deku, que queria dizer inútil, pelo fato do cachorro ser grande e ter uma cara de "sou a coisa mais fofa do mundo, me ame", ele era super dócil e sempre queria carinho, era bem carente quando queria. E não tão importante, ele era gay e namorava um cachorro que tinha o dobro de seu tamanho, amigo dos dois rapazes.
— Grrrr — rosnava em direção ao humano de cabelos vermelhos e ao cachorro esverdeado que lhe encarava feliz.
— Olha seu cachorro pode ser bravo, mas meu Deku consegue acalmar tudo, acredita que eu consegui prender um cara, pois ele ficou ocupado de mais alisando meu cachorro? — Kirishima falou fazendo o namorado rir. — Tô' falando sério, ele é um cão de guarda diferenciado, ele prende os outros sendo essa coisa fofa maravilhosa — falou se agachando e apertando o rosto do cão que lambeu sua mão.
— Ele é uma gracinha mesmo, mas Kacchan é assim com qualquer coisa viva, ele late até pra lagartas — disse com um bico. — Mas logo mais ele gosta do Deku, tenho certeza. Já penso eles namorando? Assim como nós?
— Nossa, não, Bakugou me mata, ele não para de me xingar pois "eu fiz o cão dele vira gay" — falou revirando os olhos. — Juro, eu acho que ele quer casar os cachorros, dizendo que ele tem que assumi a responsabilidade e blá blá blá.
— Tenho medo do Katsuki sendo pai um dia — Izuku disso vendo o namorado concordar. — Que tal um café? Nunca saímos com nossos cachorros, seria um bom treino aí depois podemos passar em Katsuki e informar que seu cachorro agora tem dono — disse divertido fazendo o namorado rir.
— Você vai dizer a ele, ou você simplesmente joga essa coisinha pequena destruidora em cima, bicho não para de me encarar com ódio. Quando a gente transar eu vou botar uma música pra não escutar ele latindo na porta — falou escutando o namorado gargalhar alto. — Tô falando sério, ele está tentando avançar pra cima de mim, desde que eu cheguei.
Deku não parecia muito ligar pelos insultos e xingamentos que o pequeno falava a sua frente, ele se aproximou vendo o outro avançar tentando lhe morder e bater com suas patas, como um bom cão de guarda. Ele simplesmente lambeu o rosto do pequeno que ficou em choque.
— O meu deus a baba de gayzisse pegou o meu cachorro, o que faremos agora? Quem poderá salvar meu pobre cãozinho? — disse em falso drama.
— Cala a boca, para de zoar meu cão viado, que caraio — disse empurrando Izuku que riu e logo pegou a mão do mesmo. — Vamos logo, antes que eu te deixe aí sozinho por ficar tirando uma com a minha cara.
O dia do casal tinha sido muito bom, tirando os momentos do pequeno Kacchan surtando, mas Deku sempre arrumava um jeito de manter o mesmo quieto, seja ficando em cima do pequeno ou colocando a cabeça sobre o corpo do pequeno.
No fim Kacchan tinha caído nos encantos do cão esverdeado, que não ligava pelas mordidas, insultos, xingamentos e nada de ruim que vinha do pequeno. Fazendo o cão se cansar de tentar lutar, deixando o esverdeado invadir seu espaço pessoal, menos Kirishima, ele ainda odiava o humano por tocar em seu humano.
O casal se dirigiu a casa de Bakugou, amigo de infância de Izuku, que apresentou Kirishima a ele, no fim o rapaz tinha sido o cupido dos dois. Izuku estava feliz que seu cão parecia mais sociável com outros animais, bem pelo menos com Deku, só esperava ver como seria o encontro com Red.
— Então os putos resolveram vim, junto com esse cão destruidor de lares — Bakugou falou abrindo a porta e encarando Deku que abanava o rabo todo feliz. — E esse é a desgraça que já me atacou quando fui te visitar —Escutando um rosnado do pequeno cão que lhe encarava.
— A não chame ele assim, se te deixa feliz ele tentou me matar também — Kirishima falou vendo o amigo lhe encarar com tédio.
Escutaram um barulho, vendo um enorme cão com pelagem avermelhada se aproximar, seu pelo era bem arrepiado, um contraste perto de Deku que pareciam macios. O cão viu o esverdeado e ficara todo feliz, indo na direção do mesmo. Só que um cão menor entrou na sua frente e começou a rosnar, impedindo que o cão maior se aproximasse.
— Ai meu deus, meu cão é ou não é o cão viado mais desejado desse bairro? — Kirishima falava com orgulho, quem diria que seu cão seria tão popular assim — Tô me sentindo um pai orgulhoso, meu cão vai pegar os novinhos tudo desse parque.
— Mas que porra é essa, o que esse projeto de cachorro está fazendo? — Bakugou estava puto, já não basta seu cão ser gay, ele também seria corno? Ele jamais ia aceita isso. — O caraio, meu cão não vai ser corno, vaza com essa coisa daqui!
— Kacchan, o Red não vai fazer mal pro Deku — Izuku falava pro seu cão que parecia não ligar.
A única vantagem era que já estavam dentro da casa, pois se tivessem fora, certamente estariam chamando atenção por ter dois cães brigando por um, uma coisa bem incomum de ser ver, tanto quanto 3 cães gays no mesmo ambiente.
— Nossa, Deku, você parece que nem liga pelo o que está rolando aqui — Kirishima encara seu cão, que estava deitado, completamente jogado, encarnado o mesmo. — Se está sendo disputado, eles querendo seu cu ou sei lá e você aí todo lindo e fofo, puta que pariu, você é maravilhoso eu te amo — Ele agachou e começou a fazer carinho e abraçar o cachorro.
— Não se xinga a porra de um cachorro assim, seu merda — Bakugou falava puto, aquela situação era patética, dois cães brigando por outro.
— Deku, faça alguma coisa, por favor — Izuku se aproximou do namorado que ainda fazia carinho no chão, afinal seu cachorro e Red estavam quase entrando em um conflito mortal.
Deku pareceu entender o humano e se levantou, sendo observado donos, ele se aproximou dos dois cães que pararam de se estranhar para olharem o esverdeado, ambos tinham as caldas balançando animadamente.
Deku então se aproximou de Kacchan o pegando pelo pescoço com cuidado, fazendo o cão protestar um pouco, mas logo parar já que achava que era vitorioso, fazendo o cão avermelhado choramingar. Então o cão esverdeado esfregou o corpo no mesmo e o empurrou no chão com suas patas, então deitou em cima do avermelhado e soltou Kacchan que logo subiu em cima de si, se acomodando.
— Meu cachorro é muito foda, olha isso, pra que ter um se ele pode ter dois? — Kirishima falava quase chorando de tanto orgulho.
— Que se foda, cansei dessa merda, vou fazer café — Bakugou falou, saindo enquanto xingava toda a situação, seu cão havia aceitado dividir o namorado, aquilo era um absurdo! Nunca devia te convidado aqueles dois para lhe visitarem, agora teria que aguentar também aquele protótipo de cachorro em sua casa.
Bem, pelo menos os cachorros estavam felizes, principalmente Deku.
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