— Quando você vai entender que eu não sou seu inimigo? – Thor segurou meus ombros na intenção de me fazer olhar em seu rosto, mas não fiz.

— Não é meu inimigo? – o encarei com toda raiva e ressentimento que sentia por ele. — Você nunca me deixou ser eu e mostrar o que sei fazer, eu sempre vivi a sua sombra. Sempre vi você como um adversário, isso não vai mudar.

— Irmão...

— Não me chame de irmão, eu não sou seu irmão!

— Já chega! – a voz de Odin ecoou no lugar, fazendo com que as portas de madeira fizessem uma barulho capaz de percebermos que ele estava chegando.

Nos viramos na direção da porta, enquanto Odin caminhava na nossa direção.

— Tem noção do que acabou de fazer? – Odin parou na minha frente. — Você...

— Quase destruiu Asgard – interrompi Odin terminando de falar a sua frase. — E daí?

— E daí é que já passou dos limites, Loki, o que fez foi muito grave!

— Destrui uma cidadezinha, é muito grave assim? – perguntei em tom de deboche.

— Foi só uma cidadezinha graças ao Thor, porque se não fosse ele Asgard inteira estaria destruída por uma birra!

— Thor, Thor, Thor, Thor, é só isso que importa para você, e eu pai? – o encarei com raiva. — Eu importo nessa história toda?

— Claro, você é meu filho!

— Adotado! – respirei fundo.

— Eu e Friga cuidamos de você, isso não faz diferença.

— Isso sempre fez diferença para você, Odin, eu sempre senti essa diferença – falei baixo a última frase pois não quis que eles ouvissem.

— Você nunca vai entender.

— Entender o que, a sua indiferença?

— Loki, você é o seu único inimigo aqui, você se destrói sem ajuda nenhuma – Thor disse. — Nós só queremos seu bem, nós amamos você, Asgard é sua casa, esse é o lugar que te viu crescer, como pode pensar em destruir ela? Essa é a nossa casa.

— Blá blá blá, quero que todos me deixem em paz, qualquer lugar seria melhor do que ficar aqui com vocês.

— Ok, foi você que pediu – Odin levantou seu ceptro e apontou para mim, me fazendo temer o que podia sair de sua boca.

— O que está fazendo? – perguntei sentindo um pouco de medo. — Não vai me matar, pois não?

— Que besteira, porque eu te mataria? Eu só vou realizar o seu desejo de viver em outro lugar.

— O que quer dizer com isso?

— Eu, Odin, retiro todos os poderes que você, Loki, possui, apartir de hoje você será um ser comum, um ser... como dizem mesmo? – perguntou como se quisesse lembrar do nome.

— Humano, ser humano – Thor completou.

— Isso, um ser humano. Você vai para a terra e não poderá voltar para Asgard até descobrir o amor verdadeiro.

— Que piada – gargalhei. — Eu vivendo na terra com aquele monte de gente estúpida? Eu não vou!

— Você vai, meu filho. E lembra, poderá voltar quando descobrir o amor verdadeiro, quando se deixar amar e também amar alguém.

— Não pode fazer isso! – tentei sair dali, mas não funcionou era como se meus pés estivessem colados ao chão.

— Espero que entenda, isso é para o seu bem – uma luz enorme me invadiu, uma sensação de estar flutuando por alguns minutos e quando alcancei a superfície estava na porta de uma casa.

Me olhei de baixo para cima e não reconheci nem as roupas que estava vestindo, que eram uma calça preta e uma camisa que nunca vi na vida.

Maldito seja, Odin!

A porta na minha frente se abriu, quando vi quem era nem quis acreditar.

— Hela? – perguntei confuso. Ela simplesmente abriu um sorriso acolhedor, me abraçou e me puxou para dentro da casa.

Hela estava muito diferente daquilo que eu imaginava, suas roupas eram como a de humanos, sua maquiagem estava diferente e ela... ela não era ela, não podia ser ela!

— Não acreditei quando Odin disse que viria, senta aqui – me fez sentar no sofá. — Quer beber alguma coisa?

Espera...

O que está acontecendo aqui?

— Hela, o que está fazendo aqui? – perguntei desnorteado. — Como assim está aqui na terra? Isso é alguma piada?

Ela sorriu, uma coisa que ela dificilmente fazia.

— Odin me mandou para aqui com a história de que só voltaria se descobrisse o amor verdadeiro, e não é que descobri? Me casei e estou muito feliz vivendo aqui, na terra – respondeu me fazendo ficar de boca aberta.

Hela odiava a terra, ela assim como eu não amava ninguém.

— Não acredito nessa história, você amando? – me levantei do sofá. — Você matou muita gente, quase matou o Thor e eu, arrancou um olho do Thor, como assim está amando?

— Você vai entender querido, não se preocupe – sorriu novamente.

— A gente achava que você estava presa em algum lugar... o Odin está obrigando você a ficar aqui?

— Eu escolhi ficar.

— Escolheu ficar? Me poupe Hela, quem escolheria ficar nesse lixo galáctico? Essa é a nossa chance, a gente pode dominar o mundo, o universo se nos unirmos...

— Já não faço isso, é cansativo demais. Porque não escolhe ficar e se apaixonar como Odin quer?

— Eu não faço o que Odin quer – cruzei os braços.

— Pois bem, sua noiva vai chegar daqui a pouco, é melhor irmos preparando tudo o que vai dizer...

Acho que não entendi bem.

— Espera, noiva?

— Sim, eu arranjei uma noiva para você.

Olhei incrédulo para ela.

— Quem disse que eu quero isso?

— Olha – ae aproximou de mim e pegou minhas mãos. — A condição para que volte para Asgard é que ame, tente pelo menos fazer isso até porque se isso não acontecer você vai viver aqui para sempre contra a sua vontade.

— Tem que haver alguma forma de voltar, eu não posso viver aqui!

— Acha que eu ainda não tentei? Eu tentei de todas as maneiras voltar e me vingar de Odin, se eu que sou cem vezes mais poderosa que você não achei uma forma, imagina você...

Ela está certa.

— Ainda quer se vingar?

— Agora não. Eu e Odin estamos nos dando uma oportunidade como pai e filha.

— Que comovente – falei irônico.

— E além disso, eu posso ir e voltar de Asgard quando bem entender, eu achei o amor verdadeiro.

— Para com essa treta de amor verdadeiro, já está me irritando.

— Não tem alternativas.

Eu sei.

— E quem é a privilegiada?

— Privilegiada ou azarada – sorriu.

Sério, não estou habituado a ver Hela sorrindo tantas vezes, ainda é estranho para mim.

— Vai conhecer ela daqui algumas horas.

— O que eu precisarei fazer?

— Só não seja você – riu e foi em direção de algum lugar da casa.

Não ser eu?

— Helaaa, volta aqui – fui atrás dela correndo.

Como assim não ser eu?

***

Gente, o livro está no início então tenham paciência por favor que eu farei os possíveis para atualizar a história sempre que der.

Obrigada e espero que gostem.