04
Loki e eu estávamos sentados em uma mesa de restaurante a meia hora e praticamente não trocamos nenhuma palavra nem nada, ele comia a sua comida como se não estivesse notando a minha presença.
Se ele ia ficar assim o tempo todo porque me trouxe então? Não faz questão da minha presença, mas me fez vir aqui. Talvez quisesse que eu contemplasse a beleza estupidamente natural que ele tem, já que Loki é incrivelmente bonito apesar de ser um idiota e imbecil.
— O que foi? – largou o seu garfo e me encarou.
— O que foi o que? – perguntei de volta sem entender o motivo da pergunta.
— Porque está me encarando desse jeito? Perdeu alguma coisa no meu rosto por acaso?
Quando ele terminou de falar percebi finalmente que enquanto pensava fiquei observando ele enquanto comia como se nem notasse a minha presença.
— Se sabia que não ia falar comigo porque me trouxe para comer com você? Para que eu tenha uma indigestão?
Ele revirou os olhos.
— Não é suposto a gente se conhecer? – sua fala me fez dar uma gargalhada alta, ele me olhou sem entender.
— Sério?
— Qual é a graça?
— Tudo bem – falei mais para mim do que para ele. — Já teve alguma namorada na sua vida? – ele ia responder, mas eu o interrompi — Mulheres com quem ficou uma noite e depois descartou não, namorada de pelo menos 3 ou 6 meses.
— Nunca precisei ficar com uma mulher por tanto tempo – deu de ombros.
— Isso explica o seu comportamento – murmurei. — Loki olha, a gente não precisa ser inimigos e nem amigos se tu não quiseres. A única coisa que quero é que a nossa convivência seja ao menos...suportável, me entendeu?
Ele ficou calado só me olhando falar, como se estivesse absorvendo todas as minhas palavras.
— Nos conhecemos a dois dias e a única coisa que fazemos é brigar, querendo ou não vamos casar daqui um mês precisamos nos entender.
— Ellen... — disse tão suavemente meu nome como nunca antes. — Vou dar um desafio para você, para nós dois se posso assim dizer.
— Qual?
— Faça eu te amar.
— Que?
— Faça com que eu te ame profundamente, faça com que você seja o meu amor verdadeiro.
Sorri de leve antes de responder.
— Amor nenhum se obriga Loki, quando a pessoa ama as coisas simplesmente acontecem, não há uma maneira para fazer com que você me ame verdadeiramente porque o amor deve ser natural e tudo só vai acontecer quando você quiser que aconteça simples assim.
— Então não vai me ajudar? – perguntou parecendo não gostar muito da minha resposta.
— Infelizmente eu não tenho como te ajudar com isso – falei. — Você é o único que pode fazer isso, se quiser me amar realmente.
O rosto de Loki mudou completamente, eu não sabia que a minha resposta faria ele ficar daquele jeito, ele parecia com raiva. Mas para minha surpresa ele não disse nada, Loki ficou calado toda a metade do almoço que tivemos, ficamos quase meia hora e ele não dizia absolutamente nada.
Como ele quer que eu faça ele me amar? Loki realmente não sabe como é que funcionam as coisas do coração para me propor uma coisa assim, mas porque ele fez essa proposta para mim? Não é como se eu quisesse me apaixonar pelo Loki, ele parece alguém bem instável e eu não quero isso para mim.
— Se pretendia não falar mais comigo era só me levar para casa – falei vendo o silêncio que reinava sobre nós. Mesmo assim ele não respondeu continuou comendo sua comida como se eu não estivesse presente. — Tudo bem então – peguei minhas coisas e sai do restaurante em direção a saída do restaurante.
LOKI
A resposta de Ellen me deixou com raiva, dela não, de mim mesmo por sequer pensar em propor que ela fizesse eu a amar.
Esse foi o meu jeito de tentar que a nossa convivência fosse o mais normal possivel, mas parece que Ellen não está disposta nem a fazer com que eu a ame. E também o combinado é eu ficar aqui na terra até encontrar o verdadeiro amor, então era bem mais fácil que a Ellen fizesse eu a amar e quando isso acontecesse eu poderia voltar para Asgard, de onde eu nunca devia ter saido.
Mesmo não sabendo Ellen estragou o meu plano.
Depois que ela se levantou e saiu do restaurante, paguei a conta e fui atrás dela mesmo sendo a última coisa que eu queria estar fazendo. Mas para a minha surpresa quando avistei ela estava entrando em um carro preto que deu partida imediatamente após ela subir e fechar a porta.
Como ela se atreveu?
Subi imediatamente no meu carro e dirigi atrás deles. Ellen vai me pagar por essa vergonha, ela vai me pagar!
Terráquea insolente!
Como se não bastasse me deixar sozinho no restaurante ainda entra no carro de não sei quem? Se eu tivesse meus poderes você ia se arrepender Ellen.
Que parte de "nao trair" explícito no contrato ela não entendeu?
O carro parou na porta da sua casa por sorte e quando vi quem saiu com ela do carro quis bater em mim mesmo na hora, minha cabeça doeu na hora.
Isso só pode ser alguma brincadeira com a minha cara, não tem outra explicação.
Eles desceram do carro parecendo muito entretidos com a conversa que estavam tendo e aquilo já havia me irritado como nunca.
De onde esses dois se conhecem?
Desci do carro fazendo eles olharem para mim assim que bati a porta do carro com força. Ellen cruzou os braços e Thor veio na minha direção.
— Irmão! – me deu um abraço como se tivesse ficado anos sem me ver.
— O que faz aqui? – tirei suas mãos de mim nada feliz em vê-lo.
— Espera, irmão? – Ellen questionou.
— Sim, Loki é o meu irmão mais novo...
— Adotado..
— Mas eu amo do mesmo jeito – sorriu sarcástico. — E Ellen de onde conhece o Loki?
— Ele é o meu noivo... – Ellen respondeu sem vontade revirando os olhos e de seguida olhando para o chão.
— Nãoooo! – Thor disse sarcástico escondendo um sorriso que tenho a certeza que vai sair daqui a pouco só para me irritar. — Não me diga Ellen...
Como se esse maldito desgraçado não soubesse.
— Não acredito que Odin fez isso! – falei irritado.
Não acredito que Odin mandou Thor para me vigiar, já não basta ele não deixar que eu faça algo sem que o seu nariz esteja incluso? Porque motivo Thor está aqui? Ou será que...
Respirei fundo e tentei falar o mais calmo possível.
— Vem, a gente precisa conversar – puxei ele num canto deixando ele sem entender absolutamente nada.
— Me fala o que veio fazer aqui... por acaso... por acaso Odin mandou você me buscar e me levar de volta para Asgard?
— Que?! – Thor deu uma gargalhada alta que me fez ver que Odin nunca faria isso. — Claro que não, conhece muito bem Odin ele não volta atrás quando toma uma decisão.
Cada minuto que passa minha certeza de que o Thor me irrita só está aumentando.
— Alguém me explica o que está acontecendo aqui? – Eu e Thor nos viramos automaticamente na direção de Ellen depois de ouvir sua voz fina.
Andei até ela e parei na sua frente de braços cruzados.
— Você me deixou sozinho naquele restaurante, entrou no carro de um estranho e trouxe ele para a sua casa, é isso o que está acontecendo.
— Pelo que entendi ele é o seu irmão – me encarou cruzando os braços na mesma posição que eu. — E além disso ele é o Thor e pertence aos vingadores, conhece nê? Os maiores heróis da terra e...
— Não importa! – minha voz saiu mais alta do que imaginei. — Me deixou naquele restaurante como se eu fosse um idiota!
— Você é um idiota!
Thor riu alto, olhei para ele por dois segundos fazendo seu sorriso morrer na hora e levantar os braços em forma de rendição.
— O nosso contrato é explícito sobre traição...
— E entrar no carro do seu irmão é considerado traição? Se organiza Loki.
Essa garota consegue me tirar do serio com poucas palavras. Respirei fundo tentando ignorar a raiva que estava sentindo sem sucesso, por isso dei as costas e entrei no meu carro o mais rápido possível e sai de lá.
Eu não sou uma pessoa boa, sou uma pessoa má, não tenho sentimentos de amor por absolutamente ninguém, então é melhor eu me afastar por um tempo dessa insolente ou vou acabar por cometer uma loucura.
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