♥Capítulo 4♥
O trajeto da minha casa até a casa de Owen deveria ter durado dez, doze minutos no máximo. Mas eu claramente escolhi o percurso mais longo. Também dirigi feito uma velhinha de oitenta anos, portanto, demorei vinte minutos para chegar até aqui.
Estaciono em frente à sua garagem e ainda dentro do carro, me inclino sobre o banco do passageiro e observo o seu gramado descuidado. É evidente que cortar a grama não foi uma das preocupações de Owen no último mês. O jardim de Josi, que antecede a varanda da casa, também está abandonado e eu me recordo que as suas roseiras sempre foram tão lindas.
Essa falta de cuidado evidencia o seu luto e imediatamente me deixa triste. A casa em estilo clássico americano, parece ter saído de um filme de romance. A fachada em bege claro com telhado marrom, uma pequena escada em madeira branca. Portas e janelas também brancas, pintadas com esmero. A parte do piso que antecede a grande garagem é de cimento, separada do gramado por um caminho em pedras e flores amarelas; que agora estão murchas e feias.
Nas poucas vezes em que passei em frente a essa casa com a minha mãe, tudo aqui estava impecável e limpo. Agora é desolador. Como um quadro antes colorido que lentamente perde suas cores e sua vida.
Respiro longamente antes de sair do carro, dando a volta para recolher as travessas que ficaram no banco do passageiro. Elas estão pesadas porque minha mãe não poupou esforços e cozinhou para Owen como se precisasse alimentar um pequeno batalhão. É impossível que ele possa comer isso tudo sozinho. A comida provavelmente acabará no lixo e a constatação é triste.
Deixo as travessas sobre o capô enquanto fecho o carro e enrosco o chaveiro entre os dedos. Então seguro fortemente as travessas e começo a andar.
Minhas pernas agora parecem serem feitas de um material elástico, que mal possibilita os meus passos; mas me mantenho caminhando até a varanda, subindo de forma robótica os poucos degraus até a porta. Paro e encaro a madeira branca, tentando ouvir algum som interno. Qualquer sinal da presença de Owen, mas tudo parece mortalmente silencioso.
Exalo outra vez. Parece que esqueço de respirar por alguns segundos, então me lembro de encher os pulmões de ar porque preciso disso para viver. É patético sentir-me a ponto de um colapso apenas por estar diante da porta fechada dos Marshall, mas o sentimento é inevitável, eu garanto.
Após um minuto somente encarando a porta, toco a campainha. O som estridente me atinge e me assusta enquanto vacilo em meus pés e minhas mãos transpiram sob o vidro quente da travessa de lasanha. No primeiro instante, ninguém me atende. Respiro e toco a campainha mais uma vez, deixando que meu dedo indicador a pressione um segundo a mais que a primeira vez.
Ouço um murmurar do lado de dentro e não sei o que de fato estava esperando, mas é como ser atingida em meu estômago quando Owen abre a porta e me encara. Sou arrebatada por sua beleza logo de cara e perco todo o ar. Tudo em mim vacila ao seu olhar e é necessário reforçar o meu agarre sobre as travessas em minha mão, para não derrubá-las no chão.
— Hum... oi. — Eu balbucio tão deslumbrada quanto uma fã ao encontrar o seu ídolo pela primeira vez e o constrangimento preenche as minhas bochechas. No mesmo instante tenho vontade de sair do meu corpo e chutar a minha canela, mas é tarde demais.
— Oi. — Ele murmura com hesitação, cerrando os olhos como se estivesse se esforçando para se lembrar de mim e por fim não fosse capaz de fazê-lo. Isso se reflete claramente em sua expressão confusão.
— Oi... — repito, porque de repente já não sei mais o que dizer.
— Eu te conheço? — ele questiona, ainda me analisando com cuidado. — Me desculpe se não me recordo, minha memória tem estado péssima.
Sacudo a cabeça em negativa, mas ao abrir a boca para verbalizar minha resposta, percebo que talvez tenha perdido o dom da fala. Isso é tão deprimente.
Desviando os olhos dos seus, encarando seu queixo e a barba curta que cobre essa parte do rosto. Então fito sua camiseta branca, é quando percebo a aliança dourada pendendo de um cordão e descansando em seu peito.
Será que é a aliança de Josi? Ela não deveria ter sido enterrada com ela?
— Sou Savanah Foster e não, nós não nos conhecemos. — Digo, orgulhosa por manter a minha voz linear desta vez. — Minha mãe é Lilian Foster e ela fez o jantar para você.
O resto da explicação fica com o elevar dos meus braços, mostrando as travessas com comida e um encolher de ombros desajeitado.
Só aceite a comida, por favor. É o que quero gritar em seu rosto.
— Lilian? — ele parece tentar associar o nome à pessoa, enquanto coça o queixo e um sorriso triste nasce em seus belos lábios. — Ela é uma das mulheres da igreja?
— Sim. — Respondo, como se a pequena palavra custasse muito para ser proferida. — Ela é sim.
— Ok... — seus ombros se elevam enquanto ele me dá passagem, se afastando da porta e mostrando o caminho.
Para quê? Meu coração se acelera.
Eu não posso entrar nesta casa, de jeito nenhum.
— Eu não preciso entrar — rio, nervosa. — Só aceite a comida, por favor. Minha mãe cozinhou com muito carinho.
— Eu sei que sim. — Ele refuta, roubando a travessa no topo. Mas ainda insistindo para que eu entre.
Dou um pequeno e hesitante passo, quase com medo de sair do meu lugar e aceitar o seu convite para entrar. Obviamente o meu cérebro sabe que essa é uma péssima ideia, a mais terrível que já povoou a minha mente antes e luta para evitar que eu cometa essa sandice.
Dou mais um passo hesitante, então vejo a garrafa de cerveja na outra mão de Owen e percebo que por esse motivo ele não pode segurar todas as travessas.
— Só me ajude a levar a comida para dentro, por favor. — Ele pede como se lesse meus pensamentos.
Concordo com um leve aceno de cabeça e passo por ele. Minhas pernas ainda são como geleia, ou será que é o chão que se parece com cimento recém feito? Seja lá o que for, o chão sob os meus pés não é nada firme e caminhar pelo seu hall de entrada e posteriormente pela sua sala, demanda um tremendo esforço da minha parte.
Exalo quando vejo a porta sendo fechada, meus olhos triplicam de tamanho ao mesmo tempo em que as batidas do meu coração se descompassam além do normal. Não me sinto nada bem e sei que talvez esteja prestes a cair dura e morrer coberta com o molho à bolonhesa da minha mãe. Owen passa por mim com rapidez e eu o sigo abobalhada, andando pela sua sala e indo em direção à cozinha.
É um cômodo pequeno, com móveis em madeira escura e eletrodomésticos antigos, porém conservados e bonito. O toque feminino está nos detalhes, como a toalha em patchwork em tons vermelhos que cobre a mesa da cozinha. Ou no pano de prato floral enroscado no gancho ao lado da pia. Nas mudinhas de margaridas em vasinhos rosas, no parapeito da janela. Na cortina. Nas canecas divertidas que ocupam uma prateleira do armário.
Parece que tudo aqui lembra Josi Steal e eu sequer cheguei a conviver com ela. Agora imagino o quão terrível deva ser para Owen acordar todos os dias e olhar ao redor, recordando dias que ao longo do tempo serão apenas borrões tristes. Se eu fosse ele, me mudaria de casa.
— Onde posso colocar tudo? — pergunto, elevando as travessas.
— Coloque em cima da mesa, por favor.
— Ok.
Faço o que ele pede e com muito cuidado, descanso as travessas sobre a mesa. Então de repente não sei o que fazer com os meus braços vazios, giro o corpo com a intenção de me despedir rapidamente de Owen, mas o seu olhar me prende. Ele tem tanto domínio sobre mim e sequer faz ideia disso.
— Espero que goste de tudo. — Digo, meio perdida.
— O cheiro está divino. — Ele sorri.
— Sim, minha mãe é uma grande cozinheira.
— Acho que no último mês provei a comida de quase todas as mulheres da igreja de Fort Dodge.
— Eu imagino. — Suspiro, enxugando discretamente as minhas mãos suadas na lateral do meu vestido. Os olhos de Owen me analisam e parece que as mãos voltam a suar um segundo depois.
— Sinto-me péssimo por ainda não me recordar de você, ou da sua mãe. — Ele confessa, levando a cerveja à boca.
Observo tudo parada em meu lugar, sentindo inveja da garrafa que toca brevemente os seus lábios. Quando sair daqui marcarei uma terapia. Eu realmente preciso de alguma ajuda médica.
— Sou Savanah Foster — eu repito com uma calma que me custa um grande esforço. — Filha de Lilian Foster, a dona do antiquário em frente à igreja.
— A dona do antiquário? — ele repete, surpreso.
— Sim, ela mesma.
— Nossa, Josi amava aquele lugar. — Owen relembra, sorrindo melancolicamente. O nome da esposa trazendo um brilho diferente aos seus olhos. — Vários dos nossos móveis foram comprados lá, ela costumava dizer que nossa casa era Vintage.
— Hum, isso é legal — torço as mãos à frente do corpo em desconforto. Estou tentada a voltar a segurar as tigelas para ocupar meus dedos nervosos.
— Sua mãe é uma boa mulher. — Ele recita quando parece finalmente se recordar dela.
— Ela é muito caridosa! — exclamo com um pequeno sorriso.
Ele concorda com um elevar de queixo, bebendo mais um pouco da sua cerveja. Provavelmente o meu olhar insistente em sua direção faça parecer que invejo a sua cerveja gelada, mas a verdade que o meu ciúme pela garrafa que toca os seus lábios tem outra razão.
Sou deprimente, eu sei. Não tenha pena de mim.
— Que educação a minha... — ele tosse, sem jeito. — Não te ofereci nada para beber.
— Eu não quero nada, obrigada. — Replico com a mesma falta de jeito, desviando o olhar no mesmo instante.
— Eu insisto, o que você gosta?
— Nada, isso não é necessário.
— Por favor, faça-me companhia. — Ele insiste, elevando a sua cerveja no ar enquanto abre a geladeira e me encara: — Gosta de cerveja?
— Eu gosto, mas eu não deveria...
Eu definitivamente não deveria, Deus é testemunha.
Vá embora enquanto é tempo, Savanah; minha mente grita de forma a me ensurdecer. Mas eu não me mexo, eu não reluto, não argumento, não faço nada. E quando Owen me estende uma garrafa de cerveja gelada, sorrindo de lado, eu a aceito sem objeções, consciente de que essa provavelmente será a minha pior decisão na vida.
Elevo a garrafa de cerveja até a minha boca e sorvo um longo e demorado gole da bebida maltada e gelada. Essa já é a minha terceira garrafa. Veja bem, eu sei que não deveria fazer isso, sim, eu sei, mas aparentemente não posso me preocupar o bastante para não fazê-lo mesmo assim. Sou um caso perdido da pior espécie, essa é a verdade.
— Josi não gostava de cervejas. — Owen me diz, como se a informação fosse de fato crucial. Aceno com a garrafa ainda em meus lábios e ele continua: — Ela preferia vinho, os doces e suaves eram os seus favoritos.
— Ela era uma flor delicada. — Pontuo, me preocupando em não soar com ironia porque essa não é a minha intenção de fato.
— Ela era... — ele suspira, saudoso.
— Sente muita a falta dela? — essa é uma pergunta retórica e estúpida, a saudade está marcada em seus olhos.
Faz exatas três horas que estou sentada neste sofá em couro, coberto com uma colcha em patchwork azul e cinza — aparentemente, Josi amava costurar retalhos — vendo os álbuns de fotos de Owen. Eu também ouvi histórias demais, algumas é provável que eu nem devesse ter escutado. Mas Owen quer falar e eu lhe emprestei os meus ombros para que chorasse sobre eles. De forma figurativa, isso é óbvio.
— Como se ela fosse o ar e eu estivesse sem respirar há mais de mil anos. — Ele responde, cabisbaixo, coçando a barba cerrada em seu queixo. — Às vezes acho que morrei de saudades.
— Eu imagino. — Digo ao suspirar. — Vocês estavam juntos há tanto tempo, perdê-la certamente foi avassalador.
— Dilacerante, essa palavra descreve bem.
— Eu me lembro de vocês dois na escola. — Conto, pousando a minha garrafa vazia no chão aos meus pés. — Eu sempre imaginei que ficariam juntos até que a...
Não consigo proferir o restante da frase e deixo as palavras voarem entre nós. Parece cruel e doloroso recitá-las agora.
— Que nós ficaríamos juntos até que a morte nos separasse. — Owen recita por mim.
— É... — exalo, mordendo os lábios e olhando para o lado. — Eu deveria ir embora, já está tarde.
— Eu não me recordo de você na escola. — Owen me diz, ignorando a minha frase anterior.
— Não estudamos juntos, sou alguns anos mais nova que você e Josi. — Explico com calma, voltando a encará-lo.
— Ainda assim — suas pálpebras baixam sutilmente e ele me escrutina sob os cílios longos. — Eu conheço todo mundo em Fort Dodge e conhecia todo mundo na escola. Por que não me lembro de você?
Porque estava ocupado demais amando Josi Steal, isso tornava todas as garotas invisíveis; inclusive eu.
— Eu era a garota tímida na mesa ao fundo — digo, encolhendo os ombros. — Nunca estive sob os holofotes como vocês.
Ele ri, não argumentando porque seria inútil. É verdade que Owen foi a estrela da escola desde que eu possa me lembrar e mesmo após isso, todos na cidade o tratavam como uma celebridade. Até hoje é assim e duvido que isso mude algum dia. Ele parece perfeito demais para possuir alguma mácula capaz de roubar o seu posto de herói de Fort Dodge.
Quando a sua risada baixa cessa, seu olhar para em mim e estremeço sutilmente, dando-me por fim, conta do quanto minha presença aqui é errada. Sinto-me uma intrusa, aproveitando-me da carência de um homem enlutado. É óbvio que eu não invadi a sua casa, mas de repente não faz diferença uma coisa ou outra. Owen jamais teria aberto a porta e me convidado a entrar se não estivesse fora do seu juízo.
Ele mesmo enfatizou milhares de vezes, eu sou apenas uma estranha... uma estranha.
— Eu deveria ir — digo, roboticamente, já fazendo menção de me levantar.
— Fique mais um pouco. — Ele pede, quase suplicante. — Faz semanas que eu não converso com ninguém e sinceramente...
A frase não é encerrada porque sua voz falha, inundada com a mais latente emoção que já ouvi de alguém. Sua cabeça abaixa, enquanto ele esfrega o rosto em um gesto exasperado, rude. Então eu ouço o choro e a minha primeira reação a ele é de repulsa. Eu só quero correr porta afora e me livrar de todo esse drama. Mas eu não consigo. Eu sou humana, tenho sentimentos, compaixão e bem; estamos falando de Owen Marshall. Como posso ignorar seu choro? Sua dor?
Eu me aproximo com tanto receio, tocando as suas costas e esfregando-a suavemente para consolá-lo de alguma forma. Diante de toda a dramaticidade da situação, a única coisa estranha é o saltitar indesejado do meu coração.
— Parece que estou enlouquecendo. — Ele completa, ainda em um sussurro.
— Isso é normal, a solidão traz esse sentimento; mas passará. — Eu o conforto, sem nem mesmo saber o que estou dizendo. Eu nunca vivi um grande amor como o seu, então como posso saber que passará? Talvez não passe, talvez ele se sinta triste e inconsolável até o fim dos seus dias.
Continuo acariciando as suas costas enquanto ele chora baixinho, o rosto escondido entre as mãos. Eu não sei o que fazer, além de permanecer aqui ao seu lado. Palavras são vazias em momentos assim e eu não quero enchê-lo com um discurso motivacional agora. Se existe uma única cura para um coração partido como o de Owen, essa cura é o tempo.
Muitos minutos se passam e quando o seu choro cessa por fim, minha mão também interrompe o deslizar sobre a sua camiseta. Puxo o meu braço rapidamente, ficando ao lado de Owen no sofá enquanto o silêncio reina desconfortável sobre nós.
É o momento de ir embora, eu sei. Já passei tempo demais aqui, bebendo a sua cerveja, ouvido os seus lamentos, tocando as suas costas. Eu respiro, ficando em pé, agarrando a barra do meu vestido para dar um passo para trás. O rosto de Owen se levanta e seus olhos pousam em mim, no mesmo instante congelo. Se ele me pedir para ficar eu fico.
— Está tarde. — Sussurro a esmo, parece que venho repetindo essa frase ao longo da noite.
Ele assente, ficando em pé também e chegando mais perto do que deveria. Respiro em seus lábios quando ele para a centímetros de mim e me mantém cativa com o deslizar dos seus olhos sobre o meu rosto com extrema lentidão.
De repente sou incapaz de raciocinar e me lembrar de todas as boas razões para afastá-lo; e são tantas. Tudo o que sinto é o meu coração batendo além do normal, tão rápido que parece tornar a minha respiração mais ofegante. Engulo em seco quando ele toca o meu rosto, porque uma parte de mim sabe que isso não deveria acontecer. A outra parte gosta do seu toque, tanto que não sou capaz de repudiá-lo. Em um segundo meus pensamentos se embaralham e não posso ordená-los outra vez, oscilando entre o certo e o errado e indo pelo caminho que no fundo sei que não deveria escolher. Minha mente gritando uma coisa e o meu corpo desejando ardentemente outra.
Meus olhos estacionam na boca de Owen e os seus na minha e por um longo tempo ficamos neste impasse que me deixa exaurida. Pisco com lentidão e um instante depois a sua boca toca a minha, um choque me tomando por inteira e me deixando inerte, temerosa, indecisa. Eu não retribuo o seu beijo, mas a minha falta de ação não é suficiente para afastá-lo, ele mantém a boca na minha, um deslizar suave e permanente, quente, abrasador. É moralmente errado, questionável em vários níveis; no entanto sou invadida por um turbilhão de emoções e sinto-me a garota de quinze anos que finalmente ganha um beijo do cara mais bonito da escola. O cara que eu amei pelos últimos anos.
Fecho os olhos quando os seus dentes se fecham em meu lábio inferior e arrancam um gemido do meu âmago.
— O que está fazendo? — sussurro, tão baixo que mal sou capaz de ouvir a minha própria voz.
— Eu não sei. — Ele sussurra de volta e me pergunto o quão bêbado Owen está. Eu mesma me sinto além da embriaguez, com pensamentos tão turvos quanto a minha visão.
— Então pare! — peço, espalmando uma das mãos em seu peito largo.
Ele não para. A sua língua invade a minha boca e o seu sabor explode por completo, o gosto das cervejas que tomamos, misturadas a algo mais que não posso nominar.
Desejo talvez? O meu ou o seu?
Estou perdida, eu sei, porque não tenho autocontrole o suficiente para empurrá-lo e lhe negar o meu beijo. Eu o beijo de volta, sem preocupações ou barreiras, deixando todas as minhas convicções de lado por ora. Eu não protesto quando seus dedos se infiltram em meu cabelo, em um agarre forte, guiando a minha boca para um encontro mais profundo com a sua.
Não tenho voz para impedir o aperto em minha coxa, sob o meu vestido. Não posso lhe negar a minha boca, o meu corpo, a minha alma. Meus dedos não são fortes o bastante para se agarrarem ao corrimão da escada e impedir que ele nos leve ao andar de cima enquanto nossas bocas se devoram como se fossemos dois adolescentes cheios de hormônio.
A luz apagada do quarto é bem-vinda, porque no escuro posso esquecer que esse quarto pertenceu a outra mulher e que o homem me beijando com tanta paixão também não é meu. Provavelmente jamais será. Mas ao fechar os olhos, eu posso mentir para mim mesma de todas as formas e apenas me entregar ao desejo do meu insensato coração.
"Espero que tenham gostado. Acham que Savanah irá se arrepender das suas escolhas, se culpar por essa noite? Grata por estarem aqui, até sábado. Mil beijos ♥♥♥"
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