Capítulo 5
Argentina encantaria aqueles jovens. Com sua riqueza cultural. Amanda encheu-se de livros, Alexandre se empanturrou de café, Caio caiu nas garras do tango e Matheus embebedou-se com os melhores vinhos. Seria o país que gastariam mais tempo na viagem. Muitos lugares a serem explorados, apenas se arrependeram de não ter feito essa visita ao país vizinho no inverno, certamente planejaram voltar lá para desfrutarem das trilhas de esqui em Bariloche.
A diversão os acompanhava, risadas, cumplicidade e as trocas de olhares. Alexandre conseguiu aproximar cada vez mais de Amanda enquanto que Matheus se distanciava. E assim o grupo se dividiu. Porém uma noite após ter bebido além do aceitável com Caio, Matheus tomaria uma atitude. Se o amigo Alexandre não ficasse com Amanda aquela noite ele iria atrás dela sem cessar.
Não precisou colocar em xeque essa amizade, finalmente o casal se assumiu diante de seus olhos com um beijo apaixonado. Pelo menos foi que Matheus pensou que estava acontecendo entre os dois. Aquela cena foi como se tivesse levado um soco no estomago, quis voltar para casa, porém o que teve de aguentar a maior parte do tempo um Alexandre totalmente enfeitiçado e apaixonado pela garota ruiva.
— Agora é isso o tempo todo. – Caio que não era de reclamar começou a ficar incomodado com a melação do casal recém-formado.
— Sabíamos que mais ou cedo ou mais tarde isso iria acontecer. – Matheus dava de ombros.
— Só não entendo o que ela viu nele.
— Viu segurança, eu acho, ele é assim.
— Besteira! Quando isso acabar cada um vai para um lado mesmo e provavelmente nunca mais a veremos.
— Não é isso que tá rolando, parece que ela vai tentar pedir transferência de faculdade. Bom, foi o que ouvi outro dia os dois conversando.
— Então isso tá sério mesmo. Moleque besta. Nunca namorou na vida e já vai se amarrando, era para ele aproveitar mais. Pelo menos eu e você estamos. E já arrumei esquema para nós dois essa noite.
— É isso aí vamos curtir e deixar que os dois se curtam. – Matheus tentava demonstrar entusiasmo indo na onda de Caio, quando na verdade o que ele mais queria era estarem nos braços de Amanda recebendo os seus beijos.
***
As amizades se fortaleceram, amores aconteceram, descobrimentos, inconsequências, mas ainda não estavam no fim, muitas coisas podiam acontecer. Última noite na mágica Argentina e um Alexandre desesperado e ansioso para ir ao próximo nível de intimidade com a garota por quem já estava completamente apaixonado.
— Queria pedir um favor a vocês dois. – Alexandre chamou os amigos de canto para um conversa.
— Pode pedir. O que seria? – Matheus o encarava com curiosidade.
— Sabe que como é... – Alexandre passava as mãos pelos cabelos e limpando voz continuando: — Eu e a Amanda ainda não... É você sabe... – tentou descrever o que ele dizia com um gesto — Queria que fosse algo especial e tal.
— Isso é bem a sua cara mesmo! – Caio olhou para o amigo com a cara amarrada – Como assim ainda não. É o único que esta "namorando" em uma viagem para se estiver solteiro e não transou.
— O que você quer de nós? Não estou entendendo? – Matheus pergunta totalmente irritado. A cena do amigo transando com a garota que permeava seus sonhos invadiu a sua mente e ele apenas queria poder apagar tudo aquilo.
— Queria saber se vocês podiam não voltar hoje para as nossas barracas.
— E você quer que a gente durma aonde? – agora era vez de Caio demonstrar irritação.
— Tá bom Alê. Caio e eu daremos um jeito. – Matheus responde murchando os ombros e evitando olhar para o amigo, gesto que acabou não passando despercebido.
— Você está bem? Ando achando que anda me evitando um pouco. – Alexandre finalmente resolve bater num ponto que andava lhe incomodando esse afastamento do seu melhor amigo.
— Não! Está tudo bem. Na verdade é você que está distante com esse lance do namoro com Amanda, mas não te culpo, provavelmente ficaria como você, porque ela é incrível.
— Sim ela é incrível! – respondeu com todo o seu entusiasmo – É isso! Desejem-me sorte.
E assim abandonou os amigos voltando para perto das barracas, queria deixar tudo organizado para aquela noite. Dessa vez não teriam mais desculpas para evitar que os amasso que andavam trocando se transformasse em outra coisa. Coisa que Alexandre tanto ansiava.
— Não é de sorte que irá precisar. – Caio diz vendo o amigo se afastando e então encarou o outro a sua frente — Tu também tá afim da garota, né? Faz tempo que saquei isso, mas agora tive a certeza.
— Que é isso! – Matheus finge de ofendido – Não tem nada haver. Ela é uma garota legal só isso. E você também gosta dela.
— Gosto. E adoraria pegar ela de jeito, mas ela não é desse tipo, porque se fosse já teria transado com nós três. Mas você gosta dela do mesmo jeito que Alê gosta. E sabe ele tem sorte de ser você.
— Não vou discutir isso com você, porque não é nada disso que você tá pensando.
Matheus não queria mais negar o que sentia e dessa forma largou o amigo para trás, precisava de um tempo sozinho. Sentiu-se envergonhado e com medo. Se Caio havia sacado, talvez Amanda também e se odiava saber disso.
— Isso! Foge! Vai ver é melhor assim mesmo. – Caio gritava enquanto o amigo se afastava.
E Matheus tentaria fazer isso se afastar, mas o destino estava decido em brincar com ele de forma mais sarcástica possível. E dessa forma colocou Amanda em seu caminho.
— Posso te fazer companhia?
— Pode sim. – afastou dando espaço para que ela sentasse do seu lado. – Onde está Alê?
— Ia te fazer essa mesma pergunta. – Amanda se ajeitou do seu lado perto das margens de um rio que ficava próximo do acampamento em que estavam – Quer saber que bom que ele não está aqui estava com saudades de conversar com você, desde que eu e o Alê começamos a ficar andamos nos isolando. Desculpas!
— Você não tem que pedir desculpas, eu se estivesse no lugar dele faria a mesma coisa, jamais sairia do seu lado por um minuto.
Amanda olhou intrigada. Matheus voltou seu olhar para ela e dessa forma ficariam se encarando. Sem constrangimentos. Uma vontade inexplicável crescia dentro deles. Olhares cruzavam os lábios, o beijo estava muito próximo de acontecer se não fosse Caio para interromper.
— E aí? Olha quem deu o ar da graça! Amanda!
— Oi Caio. – Amanda respondeu sem demonstrar entusiasmo.
— Esquema tá arrumado – Caio a ignorou e dirigindo para Matheus – Duas belezas nos irão fazer companhia, na verdade nós iremos fazer companhia a elas. Aproveite a noite Amanda, o acampamento é todo seu e do Alê. Hoje eu e Matheus vamos dormir muito bem acompanhados.
— Você não existe. – Amanda respondeu fingindo achar aquilo engraçado quando na verdade sentiu-se estranha ao pensar em Matheus dormindo abraçado com outra garota.
— É realmente, não existe. Com licença. – Matheus visivelmente contrariado deixaria os dois sozinhos.
Mal Matheus saiu do campo de visão dos dois, Caio encarou Amanda com um ar sério. Primeira vez que ela via ele com essa postura. Estava acostumada com o seu jeito brincalhão e até mesmo inconveniente, mas desse jeito era a primeira vez que o via.
— Esse seu lance com o Alê é real mesmo? Porque estou achando que é só para ele.
— Não sei o porquê está me perguntando isso, claro que é, o adoro.
— Palavra boa de dizer. Espero que ele não escute.
— O que você quer que eu diga? Que estou apaixonada por ele? Não posso dizer que estou até porque não sei o vai acontecer no final dessa viagem.
— Achei que estavam fazendo planos de você se mudar para São Paulo.
— É uma possibilidade, mas não é realidade. Não sei se conseguiria ingressar em alguma Universidade lá, sabe não sei se meus pais vão poder me bancar. É vontade apenas, não queria que minha história com ele acabasse assim, mas tenho que manter meu pé no chão.
— Você tem consciência de que para ele é uma realidade?
— Sim, e já conversei com ele sobre isso. Ele é mais esperançoso que eu.
— Só te falo uma coisa, pensa muito, mas muito antes de magoar os dois. – dizendo isso a deixaria sozinha.
***
Noite estrelada, limpa de nuvens e calor, muito calor fazia, mesmo ali naquele acampamento a céu aberto. Barraca organizada e limpa. Um vinho de boa qualidade comprado – algo que saiu caro para o bolso de um rapaz de dezessete anos completamente apaixonado –, e algumas camisinhas escondidas dentro de sua mochila. E aquela sensação de embaraço crescendo dentro do seu estômago aguardando Amanda voltar do seu banho nos banheiros comunitários desse acampamento.
— Os meninos tinham um compromisso e irão ficar fora essa noite, então aproveitei esse momento que ficaremos a sós e resolvi fazer algo especial para nós.
— Eu sei! Encontrei com eles mais cedo e me contaram dos seus planos. – não havia nenhum entusiasmo em sua voz nesse momento e sim uma melancolia em pensar no que Matheus estaria fazendo e foi então que ela percebeu o que Alexandre estava planejando para aquela noite e decidiu jogar-se nela já que o outro estava fazendo isso desde o dia em que se conheceram – O que estamos esperando para aproveitar? Você é um amor Alê. Tenho muita sorte de ter te conhecido.
Amanda após a conversa que teve com Caio ficaria pensativa. Matheus lhe atraia isso não tinha como negar, mas muito das características que ele possuía lhe lembravam de seus antigos namorados e todas as desilusões que passará e Alexandre era o oposto de tudo aquilo que vivenciou. Estava decidido. Iria até o fim com ele nessa noite.
O vinho descia suave, como as mãos delicadas de Alexandre pelo seu corpo. Havia carinho e adoração naquele toque e Amanda retribuía da mesma forma, com a mesma intensidade. Essa seria a segunda vez que Alexandre faria sexo em toda a sua vida. Estava nervoso e ansioso. Com medo também de decepcionar a garota por quem se apaixonou.
As decisões partiam dela. Foi ela quem removeu a camiseta que ele usava e também a sua. Ela quem levou as mãos deles de encontro aos seus seios pequenos e rosados. Foram os lábios dela que desenharam o contorno do corpo do rapaz tímido a sua frente. E novamente foram suas mãos que os libertaram de todo os empecilhos, deixando que o contato nu de seus corpos lhe preencherem.
Ela conseguia sentir o coração dele acelerado junto com a mudança da coloração de seu rosto. Sentiu o suor crescendo nas mãos dele e escorrendo pelo seu rosto. Ouviu os gemidos que ele tentava abafar toda vez que seu lábio ou língua tocavam seu corpo e partes esperançosas por mais ação.
Alexandre sentiria o mesmo nela quando se permitiu libertar de suas amarras e retribuir tudo que ela havia feito com ele. Talvez não da mesma forma, e talvez não tão gostoso. De toda forma era a primeira vez que Amanda sentia tanto carinho nesses gestos e não apenas um adolescente ansioso por saciar seu tesão.
Fizeram amor dentro daquela barraca mais de uma vez naquela noite bonita em terra estrangeira. Gravaram em suas mentes os cheiros, os sabores. Valeu-se de todos os sentidos. A noite passou lenta e quando o sol finalmente estava para nascer é que caíram os dois exaustos no sono.
xXx
Amores desculpem pela ausência de capítulo ontem, correria de final de ano sabem como é.
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