Capítulo 5
- Alô? - Atendo a ligação.
- Senhorita Joane? - O homem pergunta.
- Sim.
- Se não for incômodo, poderia voltar a mansão novamente? - Ele pergunta.
- Aconteceu alguma coisa? - Questiono confusa.
- O mordomo gostaria de conversar com você pessoalmente. - Ele responde. - Poderia vir ainda hoje?
- É só marcar o horário que estarei aí.
Conversamos mais um pouco e então finalizo a ligação, e rapidamente abraço Amber com força.
- O que aconteceu? Quem era?
- O mordomo da casa que fui ontem quer me ver novamente. - Falo com animação.
- Será que vão te contratar? - Amber arregala os olhos.
- Espero que sim.
Não me lembro de ter esquecido alguma coisa na casa, então eles não teriam motivo para querer me ver novamente, a não ser que vão me contratar.
- Quer que eu pegue Julie na escola? - Amber pergunta.
- Hoje é sábado Amber.
- É verdade. - Ela sorri. - Havia me esquecido disso.
Julie está na casa de uma amiga e vai dormir lá essa noite, então não preciso me preocupar com ela no momento.
- Vou em casa me arrumar rapidinho. - Falo para Amber.
- Boa sorte. - Ela deseja.
- Obrigada. - Agradeço.
Moramos apenas algumas quadras uma da outra, por isso chegarei em casa rapidinho.
Estou animada com a possibilidade de ser contratada, mas também tenho em mente que podem estar querendo conversar comigo por outro motivo, apesar de não imaginar qual seria ele.
🌻
- Chegamos moça. - O taxista fala.
Abro minha bolsa e pego minha carteira, e então pego o valor em dinheiro para pagar a corrida e entrego ao homem.
Não posso me dar ao luxo de gastar nesse momento, mas eu não teria outra opção a não ser vim de táxi.
Tanto os ônibus quando o metrô passam bem longe desse bairro, por isso de uma forma ou de outra teria que gastar com táxi.
Após pagar o homem abro à porta do carro e salto para fora, e a fecho logo em seguida.
Como eu tenho horário marcado o porteiro libera minha entrada, e então começo a caminhar rapidamente em a casa.
A cada passo que dou sinto meu coração se acelerar ainda mais, mas tento me controlar para não acabar fazendo alguma burrada.
- Coragem Ane. - Digo a mim mesma.
Paro em frente à porta e aperto a campainha, e alguns segundos depois ela é aberta e eu sou recebida pelo mesmo homem de ontem.
- Bem vinda senhorita.
- Obrigada. - Agradeço.
Ele me dá passagem para entrar na casa, e pelo que parece dessa vez ele não parece tão surpreso como ontem.
- Bem vinda. - O mordomo fala.
- Obrigada. - Agradeço.
- O senhor Antony está lhe aguardando. - Ele diz.
- Quem é Antony? - Pergunto confusa.
- O mordomo. - Ele responde.
- Não é você o mordomo? - Questiono.
- Não. - Ele nega com a cabeça. - O senhor Antony precisou comparecer em um compromisso ontem, e me pediu para te receber.
- Entendi.
Será que serei rejeitada duas vezes? Ou o senhor Antony irá me contratar?
- Me chamo Gabriel. - Ele se apresenta. - E aquele que te recebeu se chama Charles.
- É um prazer conhecer os dois. - Sorrio abertamente. - Como já sabem me chamo Joane.
Gabriel começa a caminhar em direção ao mesmo escritório, e eu o sigo de perto.
Assim que para em frente à porta ele bate nela duas vezes e então a abre.
- Pode entrar senhorita Joane.
Aceno com a cabeça e então entro no escritório logo em seguida, e dessa vez um homem mais velho está sentado na cadeira atrás da mesa.
- Sente-se. - Ele pede.
- Obrigada. - Agradeço.
Me sento rapidamente, e enquanto ele me encara fico apertando as mãos em meu colo.
- Me chamo Antony - Ele se apresenta. - O mordomo dessa residência.
- Muito prazer, me chamo Joane.
- Vou direto ao ponto senhorita. - Ele fala. - Como Gabriel lhe disse ontem é proibido a entrada de mulheres com menos de 40 anos nessa casa, mas estou disposto a lhe dar uma chance.
- Me desculpe pela pergunta, mas essa regra foi imposta pelo senhor ou pelo dono da casa?
- Pelo dono da casa. - Ele responde.
- Não acabaria sendo prejudicado por quebrar essa regra? - Questiono. - Eu preciso muito desse serviço, mas não o quero as custas...
- Não se preocupe senhorita. - Antony me corta. - Estarei quebrando uma regra, mas não serei prejudicado por isso.
- Tem certeza? - Pergunto.
- Tenho sim. - Ele balança a cabeça em confirmação.
Esse homem deve ser muito importante para o dono da casa, porque se fosse um simples empregado não iria arriscar seu emprego me contratando.
- Você aceita o emprego senhorita Joane? - Ele questiona.
- Sim, eu aceito. - Sorrio abertamente. - Prometo que farei tudo que tiver ao meu alcance para fazer um bom trabalho, e o senhor não se arrependerá de me dar uma chance.
- Espero que não seja apenas promessas vagas. - Ele me olha com seriedade.
- Não é. - Afirmo.
O jeito que ele me encara me deixa extremamente desconfortável. Parece ler a minha alma apenas com um simples olhar.
Estou curiosa para saber o porque ele está me contratando, mas é óbvio que não irei perguntar.
- Já que aceitou o desafio irei lhe dizer quais são as regras que deverá seguir.
- Ok. - Digo apenas.
- Você e a cozinheira são as únicas mulheres nessa casa, por isso peço que se comporte adequadamente. Gabriel e Charles já estão ficando velhos, por isso decidi contratar alguém mais novo para ajudá-los com os serviços domésticos. Provavelmente não irá se encontrar com o chefe, mas se isso acontecer abaixe sua cabeça e faça tudo o que ele pedir calada.
- Sim senhor.
- Antony e Charles irão te mostrar a casa, e lhe dizer o que fará também. Vão lhe mostrar quais áreas poderá entrar e quais áreas são extremamente proibidas. - Antony diz com seriedade. - Se quebrar alguma coisa será descontado do seu salário, então tenha muito cuidado. Se desobedecer a ordem e acabar entrando nos locais proibidos será demitida imediatamente, por isso seja sempre atenta.
É tantas regras que me pergunto se irei trabalhar para um carrasco. Se tenho que abaixar a cabeça ao encontrar meu chefe, quer dizer que ele não é um homem fácil de lidar.
- Se não causar nenhum problema poderemos trabalhar tranquilamente senhorita, então tenha muito cuidado.
- Sim senhor.
- Fará um periodo de teste durante um mês, por isso dê o melhor de si nesse período.
- Obrigada pela chance e a confiança. - Agradeço. - Farei o que tiver ao meu alcance para dar o melhor de mim.
- Cumpra as regras e nos daremos muito bem.
Tenho a sensação que minha vida não será nada fácil de agora em diante, mas o importante é que terei um emprego, e para mim isso que importa.
- Mais uma coisa... - Ele se cala por alguns segundos. - Teria alguma objeção em se mudar?
- Por que a pergunta? - Questiono.
- Uma das casas dos empregados está vazia, seria melhor morar nela enquanto trabalha aqui.
- Posso fazer isso. - Digo. - Mas eu cuido da minha irmã caçula, ela se mudaria comigo.
- Contando que ela não entre na mansão está tudo bem. - Antony fala.
Posso alugar minha casa se eu conseguir o emprego depois do período de teste. Ganharia um pouco de dinheiro a mais para ajudar nas despesas.
- Tenho uma pergunta. - Falo.
- Faça.
- Eu poderia cuidar do Jardim?
Ele se cala por alguns segundos enquanto pensa no que acabei de pedir, e por algum motivo ele parece preocupado.
- Não irá atrapalhar o seu desempenho?
- Não senhor. - Sorrio largo. - Farei meu trabalho primeiro, depois irei cuidar do Jardim se me permitir.
- Tudo bem então, você tem a minha permissão.
- Obrigada. - Agradeço.
Com um jardim florido essa casa vai parecer aconchegante, e não uma mansão mal assombrada.
Tudo que eu desejo é que meu emprego seja gratificante e eu seja reconhecida por fazer meu trabalho muito bem, mas por algum motivo acho que estou me iludindo ao querer isso.
- Seja bem vinda a mansão Mitchell. - Antony fala.
- Obrigada. - Agradeço.
Ao mesmo tempo que me sinto feliz me sinto estranhamente desconfortável, porque tenho a sensação que minha vida mudará de agora em diante. Mas será para melhor?
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