Capítulo 31
- O que é isso Ane? - Andrew questiona com seriedade.
- Bem... é... são testes de gravidez.
- São seus? - Ele pergunta.
- Não. - Minto.
- São de quem?
- Da Amber. - Minto novamente.
Não sei porque estou escondendo o fato de estar grávida do Andrew, mas fiquei tão desesperada quando o vi com os testes na mão, que acabei inventando uma grande mentira.
- Por que está com isso se é da Amber? - Andrew questiona novamente.
- Ela acabou esquecendo na minha bolsa.
- Quem é o pai? Zack?
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
- Os dois sempre deixaram claro que são apenas amigos, mas de repente Amber engravida?
- Por que está fazendo tanta pergunta? - Indago.
- Porque eu quero ver até quando vai continar mentindo para mim.
Abaixo a cabeça envergonhada com a minha atitude idiota, mas estou com tanto medo que acabei mentindo.
Não faço ideia do que se passa em sua mente nesse exato momento, e por esse e outros motivos eu fico receosa.
- Por que está mentindo para mim Joane? - Andrew questiona.
- Fiquei com medo da sua reação. - Assumo.
- Por que ficaria com medo da minha reação? - Pergunta.
- Estamos namorando a pouco tempo, então fiquei com medo de que me culpasse, ou achasse que engravidei para te prender ou garantir meu futuro.
- Como pode pensar isso de mim Ane? - Andrew me olha muito zangado.
- Me desculpe. - Peço.
- Eu sei que namoramos a pouco tempo, mas em momento algum eu desconfiei de você. - Andrew fala. - Eu quero que confie em mim da mesma forma que confio em você, porque eu nunca seria capaz de te julgar como uma mulher tão mesquinha a ponto de engravidar para prender um homem ou por interesse.
Estou envergonhada por pensar o pior de Andrew quando ele já demonstrou me amar e confiar em mim diversas vezes.
Eu sou uma pessoa neurótica, e na maioria das vezes penso nas consequências ruins ao invés de esperar as coisas boas.
Dessa vez não foi diferente, pois acabei pensando que Andrew me acusaria de muitas coisas ao invés de ficar feliz ao saber que será pai.
Eu era ainda pior, mas estou sendo capaz de mudar pouco a pouco, e para mim isso é uma grande vitória.
Sou tão corajosa e confiante em muitos aspectos da minha vida, mas se tratando de relacionamento sou muito medrosa.
Eu sei que devo mudar, e eu percebo que estou aos poucos, mas ainda tenho um longo caminho a percorrer.
- Me desculpe por ser tão insegura. - Peço.
- Estou magoado com sua desconfiança sim, mas estou ainda mais feliz por saber que serei pai.
- Realmente está feliz? - Pergunto ainda meio incrédula.
- Pode ter certeza que estou feliz.
- Estava me preparando para o pior, mas ainda bem que eu estava errada. - Suspiro aliviada.
- É aceitável já que algumas das minhas atitudes no passado acabaram fazendo você ter medo, mas eu mudei completamente por você Ane. - Andrew fala. - Achei que acreditava em mim, mas eu acho que...
- Não fique bravo comigo. - O corto. - Não estou tentando justificar minha desconfiança, mas tem muita coisa que eu não sei sobre você Andrew, e isso me deixa insegura.
Andrew sabe tudo sobre mim, só que eu não sei quase nada sobre ele. O seu amor deveria bastar, mas se eu não souber mais sobre Andrew isso só vai me deixar cada vez mais insegura comigo mesma.
Eu quero saber das suas dores, quero saber quais são seus medos, e quero que ele confie a mim seus segredos.
- Meu passado não vale a pena ser lembrado Ane, por isso nunca te contei nada. - Andrew fala. - Não disse nada não porque não confio em você, mas porque não quero ter que recordar algo que foi extremamente doloroso e desagradável para mim.
Eu sei que seu passado está no passado e eu não deveria querer abrir feridas já cicatrizadas, como também sei que o que realmente importa é o agora, mas eu preciso que Andrew também confie em mim.
Sempre ficarei com medo de que seu passado retorne mesmo eu não sabendo do que se trata, mas se eu saber o que aconteceu eu poderei me preparar de alguma forma.
Não quero ser pega de surpresa com algo desagradável, porque eu não saberei como reagir, e poderei acabar fazendo alguma idiotice.
- Não precisa me falar nada então. - Digo. - Esqueça...
- Não quero que fique magoada. - Ele me corta.
- Não estou. - Minto.
Talvez eu esteja sendo egoísta por querer que Andrew relembre e me conte sobre suas dores, mas uma parte de mim se sente magoada por ele não me contar nada.
Parece que ele não confia em mim o suficiente para se abrir por completo, e eu acho isso extremamente desagradável.
Não quero que nossa relação seja baseada em desconfianças, não quero ter que sempre me abrir com ele, e Andrew sempre fugir de mim.
Nosso relacionamento sempre será assim? Andrew sempre escondendo de mim como realmente se sente em relação a tudo?
- Se for ficar magoada eu te conto Joane. - Andrew fala.
- Não quero que me conte nada por obrigação Andrew, e sim porque confia em mim.
- Não gosto de falar sobre...
- Esqueça. - O corto. - Não quero mais saber.
Caminho em direção à cozinha, e assim que a adentro vou até a geladeira e a abro.
Pego os ingredientes necessários para fazer um sanduíche para mim e Andrew, e os coloco sobre a pia.
Olho de relance para Andrew e vejo que ele não me seguiu, e continua parado no meio da sala.
Era para estarmos falando sobre a minha gravidez, mas a conversa tomou um rumo completamente diferente do que eu esperava, e agora está um clima estranho entre nós dois.
- Merda. - Praguejo baixinho.
Pego uma faca e então volto minha atenção ao sanduíche, mas para minha infelicidade acabo cortando meu dedo.
- Ai. - Digo baixinho.
Abro a torneira da pia e coloco meu dedo embaixo, mas quando olho para o pouco sangue que sai do meu dedo meu estômago começa a embrulhar.
- O que está acontecendo? - Andrew surge ao meu lado de repente.
- Nada. - Minto.
- Você está pálida.
Andrew me olha com preocupação, e quando vê que meu dedo está sangrando ele pega minha mão rapidamente, mas quando eu vejo o sangue novamente começo a fazer ânsia de vômito.
Corro em direção ao banheiro rapidamente, e assim que o adentro levanto a tampa da privada e então coloco todo meu almoço para fora.
Andrew segura meus cabelos enquanto eu continuo vomitando meus órgãos, e após o que pareceu um longo tempo eu paro de vomitar.
Abaixo a tampa do vaso e dou a descarga sem olhar para meu dedo, ou então acabarei voltando a fazer ânsia de vômito.
Caminho até a pia e abro a torneira e lavo meu rosto com apenas uma mão, e logo em seguida coloco a outra que está suja de sangue embaixo da água enquanto viro o rosto para o lado.
- Deixe que eu cuido de você. - Andrew fala.
Ele pega minha mão e começa esfregá-la com cuidado, e eu continuo olhando para o lado enquanto faço uma careta de dor pelo ardor do corte.
- Está doendo? - Andrew questiona.
- Um pouco. - Assumo.
Após lavar minha mãe Andrew me guia até o vaso e faz eu me sentar, e então se volta para a gaveta da pia e pega um kit de primeiros socorros.
Após pegar uma pomada e um band-aid ele se volta para mim novamente e faz um curativo no meu dedo.
- O corte não foi profundo. - Andrew diz. - Não vai precisar de pontos.
- Ok. - Digo apenas.
- Está se sentindo melhor? - Andrew me olha com preocupação.
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
Sou pega de surpresa quando Andrew se ajoelha no chão, e então beija minha barriga demoradamente.
- Está tudo bem com você? - Andrew conversa com o filho. - Eu sou seu pai, e eu já te amo mais que tudo nesse mundo.
Automaticamente levo minha mão aos seus cabelos enquanto Andrew volta a beijar minha barriga, e essa atitude tão fofa acaba com a minha irritação.
- Obrigado por ter realizado meu sonho. - Andrew agradece. - Obrigado por amar esse homem cheio de defeitos, e por me fazer feliz.
Andrew se levanta e me ajuda a me levantar também, e então me abraça com força, e eu retribuo o abraço.
- Eu sempre quis ser pai, e agora que eu serei estou com medo de fazer tudo errado. - Ele assume.
- Eu também estou com medo, mas se você estiver ao meu lado tenho certeza que será mais fácil. - Falo.
- Estarei ao seu lado até o fim Ane. - Andrew sorri largo.
Estou tão feliz e aliviada por Andrew estar animado com minha gravidez. Eu estava esperando outra coisa, mas por sorte eu estava errada.
- Eu te amo.
- Eu também te amo. - Ele beija meu rosto.
Temos nossas diferenças, mas no amamos mesmo assim, e apesar de saber que temos um longo caminho a percorrer como casal, eu não irei desistir tão fácilmente desse relacionamento, e espero que Andrew pense da mesma forma.
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