Capítulo 29
Dois meses depois
- Tem certeza que quer que eu vá nesse jantar? - Pergunto para Andrew.
- Tenho certeza. - Ele confirma com a cabeça.
- E se eu acabar fazendo alguma burrada?
- Você não fará, mas se acabar fazendo eu não me importo. - Andrew dá de ombros.
- Não quero te envergonhar. - Suspiro alto.
- Não seja boba Ane, jamais me envergonharia. - Ele revira os olhos.
Estamos namorando em segredo já fazem dois meses, mas Andrew insiste em me levar em um jantar beneficente que sua empresa estará oferecendo essa noite.
Estou morrendo de medo de fazer alguma idiotice, pois então acabarei o envergonhado na frente de muitas pessoas importantes.
- Não podemos continuar namorando em segredo? - Pergunto. - Tem certeza que está pronto...
- Por que quer continuar mantendo nosso relacionamento em segredo? - Andrew me corta.
- Estou com medo das consequências disso. - Assumo.
- Eu lidarei com as consequências se tiver alguma, você só precisa estar ao meu lado me apoiando.
Eu sei que serei acusada de oportunista quando souberem que o famoso arquiteto Andrew está namorando com sua empregada, e apesar de estar receosa por mim, estou mais por Andrew.
Não estou me menosprezado, pois eu sei o meu valor, mas Andrew tem uma reputação a zelar. Todos esperão que ele vá se relacionar com uma mulher do seu nível social, e com toda certeza será uma supresa e tanto quando souberem que não passo de uma empregada doméstica.
Não tenho vergonha do que eu faço, na verdade eu me orgulho de mim mesma por estar sendo capaz de me reerguer mesmo que seja ao poucos, e tudo isso se deve ao fato de eu ter um bom emprego.
Alguns dias depois de começarmos a namorar Andrew me pediu para parar de trabalhar, pois ele iria me sustentar a partir daquele momento, mas é óbvio que não aceitei.
Eu não seria capaz de fazer algo desse tipo, não me sentiria confortável sendo sustentada por qualquer homem que fosse a não ser meu pai.
Tenho saúde e posso muito bem trabalhar para conquistar meus objetivos, pois viver as custas do meu namorado está fora de cogitação.
- Não fique pensando demais Ane. - Andrew fala. - Eu te amo e isso é a única coisa que importa.
- Eu também te amo. - Sorrio largo.
Andrew me puxa para um abraço apertado que é retribuído por mim, e quando nos distanciamos um pouco ele beija meus lábios rapidamente.
- Credo.
Olho para o lado e vejo Julie nos encarando enquanto faz careta de nojo.
- Não se cansam? - Ela questiona.
- Do quê?
- Dessa melação toda. - Ela responde.
- Não. - Andrew e eu falamos em uníssono.
- Pois deveriam, já que não se desgrudam. - Julie faz outra careta.
- Me lembre de dizer a mesma coisa quando ela arrumar um namorado Ane. - Andrew fala sorrindo.
- Pode ter certeza que eu lembrarei. - Sorrio de canto.
Julie enfia o dedo na boca, e faz uma careta como se fosse vomitar, enquanto eu e Andrew rimos dela.
- Eu nunca irei namorar, homens dão muita dor de cabeça. - Ela fala.
- Então quer dizer que algum garoto está lhe dando dor de cabeça? - Andrew questiona.
- Claro que não!
Julie fica toda corada, o que indica que ela está mentindo nesse exato momento. Minha irmã não sabe disfarçar o que sente, e acaba se entregando mesmo quando não quer.
- Se ele te magoar me avise, que lhe darei uma boa lição. - Andrew esmurra o ar.
- Sério? - Ela pergunta com animação. - Não... quero dizer... Não tem nenhum garoto.
- Se está gostando de alguém não precisa se envergonhar ou esconder de nós Julie. - Falo.
- Talvez tenha um garoto. - Ela assume enfim.
Não consigo acreditar que minha garotinha está crescendo tão rápido, e além de tudo já está começando a passar raiva com seu primeiro interesse amoroso.
Óbvio que Julie ainda é muito nova para ter um namorado, mas é melhor lhe dar conselhos do que lhe proibir de fazer algo, porque eu melhor do que ninguém sei como uma adolescente tem curiosidades sobre garotos, e lhe dizer não só lhe deixará ainda mais curiosa.
- O que que aconteceu para te deixar tão irritada? - Pergunto.
- Eu vi uma menina beijando ele. - Julie fala.
- Ele retribuiu o beijo?
- Ele disse que foi pego de surpresa. - Ela responde.
- Você acredita nesse garoto? - Andrew questiona.
- Sim, mas eu ainda continuo irritada.
Julie cruza os braços com irritação, e eu tento segurar o riso da sua atitude repentina.
- Se você confia nele, não tem motivos para continuar brava. - Falo.
- Eu sei. - Ela suspira alto.
- Espere um segundo... - Andrew se cala. - Você está namorando esse garoto?
Julie sorri de canto e não fala nada, o que me deixa incrédula.
- Se eu souber que você está beijando esse menino ficará de castigo. - Aponto o dedo em sua direção. - Você não tem idade para isso.
- Já beijei. - Ela fala baixinho e corre em direção ao seu quarto.
- Estou louca ou ela acabou de dizer que beijou esse menino? - Pergunto para Andrew.
- Você não está louca. - Ele nega com a cabeça.
Eu com onze anos estava interessada em bonecas, e garotos era a última coisa que me vinha a mente, mas as crianças de hoje em dia são bem mais apressadas que o normal.
- Você...
O celular do Andrew começa a tocar, então ela para de falar e o pega no bolso rapidamente. Quando ele o olha sua feição muda no mesmo instante, e após ignorar a ligação ele o guarda no bolso novamente.
- Aconteceu algo? - Pergunto preocupada.
- Não. - Ele nega com a cabeça.
Seu celular começa a tocar novamente, mas Andrew não o pega no bolso dessa vez, e continua a ignorar a ligação.
- Atenda, talvez tenha acontecido algo na sua empresa.
Andrew acena com a cabeça e pega o celular no bolso da calça, e então atende a ligação de uma forma grosseira.
Faz algum tempo que não o vejo tratar alguém dessa forma, o que faz eu me perguntar, o que está acontecendo? Por quê ele ficou tão irritado de repente? Por quê essa ligação o deixou de mal humor.
Andrew se afasta um pouco de mim enquanto conversa baixinho, e eu fico o observando de longe. Algum tempo depois ele caminha em minha direção e fala:
- Teve alguns imprevistos com a organização da empresa, então terei que ir até lá ou o jantar acabará sendo prejudicado.
- Tudo bem. - Sorrio abertamente.
- Espero que tudo se resolva rapidamente, pois quero que te buscar para o jantar. - Ele fala.
- Não se preocupe comigo. - Digo. - Qualquer coisa eu vou de táxi ou peço para Zack me levar.
- Tem certeza? - Andrew questiona.
- Tenho sim. - Sorrio largo.
Ele me dá um rápido beijo no rosto, e então vai embora, mas por algum motivo sinto meu coração apertar no peito.
🌻
- Esse é lindo. - Amber fala.
- Todos vestidos que experimento você fala a mesma coisa. - Digo rindo.
- Porque todos são lindos. - Ela dá de ombros.
Olho para meu reflexo no espelho, e gosto de como o caimento do vestido ficou perfeito em meu corpo.
- Acho que vou ficar com esse. - Digo.
- Todos são lindos, mas eu também gostei mais desse. - Amber fala.
- Então está decidido.
O vestido é da cor bordô, e por ser todo trabalho em rendas finas o deixa com uma aparência mais tímidas, mas a fenda avantajada no lado direito o deixa com um ar mais sexy e selvagem.
Nunca tive a oportunidade de provar um vestido desse, mas tenho que assumir que a sensação é boa.
Na verdade eu não teria dinheiro para comprar um desse por um longo tempo, e só aceitei pegar o cartão de crédito do Andrew porque não queria aparecer ao seu lado toda sem elegância.
Volto para o provador e tiro o vestido calmamente e então me visto logo em seguida, e após pagar pela compra que fiz, Amber e eu saímos da loja.
- Estou com fome. - Digo.
- Faz pouco tempo que comemos e ainda está com fome? - Amber pergunta incrédula.
- Sim. - Confirmo com a cabeça.
Ao passar em frente a um restaurante quando sinto cheiro de comida, e apesar de inicialmente minha barriga roncar, logo em seguida meu estômago começa a embrulhar.
- O que foi? - Amber pergunta preocupada. - Está passando mal?
- Acho que... meu estomago...
Me calo quando começo a fazer ânsia de vômito, e então saio da frente do restaurante rapidamente e automaticamente eu melhoro.
- Não quero que se assuste com o que irei perguntar agora... - Amber se cala por alguns segundos. - Você não está grávida Ane?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro