Capítulo 12
Massageio meu ombro com a mão para ver se melhora um pouco as dores que estou sentindo, mas como previsto não adianta de nada.
Estou tão cansada que não duvido nada que eu acabe dormindo de pé a qualquer momento.
Estou há horas fazendo o que Andrew mandou, e ainda tem muita muito trabalho a se fazer.
Não faço ideia de que horas vou chegar em casa, mas tudo o que eu queria no momento é um banho quente e minha cama.
Andrew é um idiota por me obrigar a fazer trabalhos desnecessários, mas ele é o chefe, por isso tenho que fazer tudo calada.
Não duvido nada que ele já não tenha arrumado mais coisas para eu fazer após terminar o que ele mandou.
Olho desanimada para a pilha de roupas que preciso passar, enquanto bocejo alto.
Olhando pela janela percebo que já está escurecendo, e então minha barriga ronca alto me lembrando que não comi nada o dia inteiro.
O imbecil nem teve a decência de me oferecer almoço. Depois do que Andrew me obrigou a fazer, o mínimo que poderia fazer era me alimentar, mas ele é egoísta demais para fazer tal bondade.
- Idiota, idiota, idiota. - Murmuro baixinho.
Coloco o ferro de passar de lado após desligá-lo, e então caminho em direção à porta do closet e olho para dentro do seu quarto.
O desgraçado tem a cara de pau de ainda estar dormindo tranquilamente, enquanto eu estou aqui me ferrando sozinha.
- Imbecil. - Esmurro o vento.
Minha vontade é de ir até ele e socar sua cara enquanto ele dorme, mas irei ficar somente na vontade, porque não sou tão louca ao ponto de fazer isso.
Volto para o closet, e então ligo o ferro de passar e recomeço meu trabalho já que não tenho outra alternativa.
Meu celular começa a tocar, então o pego no bolso da minha calça e atendo a ligação.
- Oi Amber.
- Por que está demorando tanto? - Ela questiona.
- Tenho muito trabalho a fazer ainda, por isso a demora. - Explico.
- Isso não é justo Ane.
- Eu sei, mas não posso fazer nada. - Suspiro alto.
- Quer ajuda?
- Não precisa. - Digo. - Só cuide da minha irmã, ainda não sei o horário que irei terminar aqui.
- Qualquer coisa me ligue.
Conversamos mais um pouco, e então finalizo a ligação e volto ao meu serviço.
Coloco a mão na boca e bocejo alto, enquanto minhas vistas estão escurecendo pelo sono e o cansaço.
A cada segundo que se passa me sinto ainda mais sonolenta, e com mais dificuldade em manter meus olhos abertos.
Me desperto rapidamente quando sinto cheiro de algo queimado, e quando olho para baixo vejo a merda que fiz.
Desligo o ferro de passar mais uma vez, e olho para o buraco gigantesco que se formou na camisa.
- Já terminou Joa... - Andrew começa a fungar de repente. - Que cheiro é esse?
Pego a camiseta para esconder atrás de mim, e no processo acabo batendo meu braço no ferro quente.
- Ai. - Faço uma careta de dor.
Começo assoprar o local onde me queimei, e alguns segundos depois Andrew está ao meu lado segurando o meu braço, enquanto o olha com preocupação.
- Não sabe fazer nada certo Joane? - Ele pergunta com irritação.
Minha vontade é de retrucar sua ignorância, mas decido me manter calada.
Andrew pega a minha mão e começa a caminhar em direção ao quarto, e assim que nos aproximamos da cama ele aponta para ela.
- Sente-se. - Ele ordena.
Andrew se vira em direção ao banheiro enquanto me sento, e alguns segundos depois ele aparece em minha frente novamente.
Ele coloca um kit de primeiros socorros ao meu lado e o abre, pega uma pomada e com delicadeza segura meu braço em seguida.
- Eu mesma faço isso. - Falo.
- Cale a boca.
Mordo a língua para não mandá-lo a merda, e apesar de querer socar sua cara nesse exato momento, fico um pouco tocado com o seu cuidado.
- Está doendo? - Andrew pergunta enquanto passa a pomada em meu braço.
- Um pouco. - Assumo.
Não foi nada grave, mas até mesmo queimaduras mais simples não deixam de dor.
- Está melhor? - Andrew questiona enquanto assopra a queimadura.
- Por que está agindo como se importasse comigo? - Retruco.
Andrew parece surpreso com a minha pergunta, e então ele se distância de mim e cruza os braços enquanto me olha.
- Por que eu cuido e me importo com meus empregados.
- Sério? - Começo a rir incrédula. - Acho que a sua e a minha definição de cuidados são bem diferentes.
- Por que diz isso Joane? - Ele pergunta.
- Você me fez fazer trabalhos inúteis o dia todo apenas para esfregar em minha cara que sou uma mera empregada, e que devo obedecer meu chefe mesmo que esteja abusando do seu poder. - Falo. - Nem ao menos se preocupou se eu comi alguma coisa ou não, se eu estava exausta a ponto de dormir enquanto faço o meu trabalho ou não, porque você quer me ver debaixo dos seus pés em todos os momentos. Que tipo de cuidado é esse senhor? Pode ser cuidadoso com os outros empregados, mas comigo não é a mesma coisa.
Andrew não tem motivo para me odiar tanto e fazer da minha vida um inferno, mas ele faz isso porque parece sentir prazer me ver sofrendo.
- Eu dependo desse trabalho para cuidar da minha irmã, por isso estou aguentando as suas infantilidades calada, mas isso está me cansando senhor. - Falo. - Não estou pedindo para que gosta de mim, só me deixe trabalhar em paz.
Andrew ainda tem a cara de pau de me olhar arrependido, mas eu sei que isso é momentâneo.
Não vai demorar muito ele estará me maltratando e destilando seu veneno sobre mim novamente.
- Vá para casa Joane. - Ele manda.
- Ainda não terminei o meu trabalho.
- Não precisa. - Andrew fala. - Volte para casa e tire o dia de folga amanhã.
- Não irei embora até terminar meu trabalho. - Digo me levantando. - O sobre tirar o dia de folga amanhã não precisa, estarei aqui já que sou paga para isso.
- Não...
Deixo Andrew falando sozinho e caminho em direção ao closet novamente, enquanto ele resmunga atrás de mim.
Eu sei que deveria estar aproveitando suas ordens e ir embora agora, e não vir trabalhar amanhã, mas não farei o que ele mandou, porque depois Andrew pode usar isso para me prejudicar.
Suas atitudes me mostra que Andrew não é um homem confiável, por isso não lhe darei motivos para me mandar embora de repente.
Se fosse em outro momento não iria ficar aguentando humilhações, mas por agora eu preciso pelo meu bem e da Julie.
Depois de tantas tentativas frustradas foi um único emprego que consegui, e ainda tem um bom salário, então se eu me deixar abalar pela infantilidade de Andrew estarei ferrada.
Na verdade é impossível não deixar se abalar, mas eu estou ignorando todas suas maldades até eu conseguir outro emprego, então poderei mandá-lo tomar onde o sol não bate e ir embora.
- Joane, eu disse que pode ir embora. - Andrew fala.
- Uau. - Finjo supresa. - "Disse"? Isso é novidade para mim. Não vai ordenar como sempre?
- Se isso for fazer você me obedecer tudo bem. - Andrew revira os olhos. - Eu ordeno que vá embora agora.
- Desculpe senhor. - Peço. - Não sou uma empregada tão obediente quanto pareço.
Pego o ferro sobre a tábua de passar roupa e o ligo, enquanto Andrew sai do closet resmungando.
- Idiota. - Balbucio.
Recomeço meu trabalho novamente, na esperança que eu termine logo para enfim poder ir para casa descançar.
De repente sinto uma dor aguda em minha cabeça, então a aperto com as duas mãos como se isso fosse aliviar alguma coisa.
Minha visão está borrada e começo a ficar tonta, por isso me seguro na tábua de passar rapidamente.
- Joane o que está acontecendo? - Andrew questiona.
- Minha cabeça...
Lágrimas de dor banham meu rosto, e a cada segundo que se passa me sinto ainda mais fraca. Sinto que estou prestes a desfalecer, e isso realmente acontece, e a última coisa que me lembro é de Andrew me amparando enquanto eu desmaio.
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