Capítulo 10
- Amber?
- Surpresa. - Ela balança as mãos freneticamente.
- Entre.
Lhe dou espaço e então ela entra na casa, e eu fecho à porta logo em seguida.
- Por que não me avisou que viria? - Pergunto.
- Queria fazer uma supresa.
Amber observa tudo em volta com curiosidade, e então se senta no sofá.
- Como você está?
- Estou bem. - Me sento ao seu lado.
- E o trabalho? É bom?
- Sim. - Confirmo com a cabeça. - Um pouco cansativo, mas eu vou me acostumar com o tempo.
- Onde está Julie? - Amber pergunta.
- Está no quarto fazendo sua tarefa da escola. - Respondo.
A minha sorte é que Julie é uma aluna exemplar e que gosta de estudar, caso contrário minha vida estaria um pouco mais complicada.
- E você como está? - Pergunto.
- Estou bem. - Amber responde sorrindo.
- Jeff já arrumou um emprego?
- Sim. - Amber confirma com a cabeça. - Está trabalhando em um restaurante. Não é grande coisa, mas pelo menos ele está fazendo algo útil.
- Se eu soubesse que ele iria acreditar em minhas ameaças teria feito isso bem antes.
- Antes tarde do que nunca minha amiga. - Amber sorri largo.
Na verdade não achei que Jeff iria se esforçar tanto para conseguir um emprego, mas ainda bem que eu estava errada.
Espero que de agora em diante ele tome juízo, e comece a ajudar sua irmã e que pare de lhe dar dor de cabeça.
Jeff é um homem adulto e deveria agir como tal faz tempo. Ele deveria ser o responsável por ele mesmo e por Amber mesmo que ela seja a mais velha, e não ao contrário.
- Ele fez aquilo por medo, mas ainda assim é um grande começo. - Amber sorri largo. - Ele ter arrumado um emprego já é alguma coisa.
- Com toda certeza. - Concordo.
- Espero que dê agora em diante ele se torne um homem responsável.
- Ele vai, pois não tem outra alternativa. - Falo.
Minhas ameaças eram vagas, mas ele não precisa saber disso. Enquanto Jeff acreditar que irei tirar o que é mais preciso dele, ele vai continuar na linha.
- Mudando de assunto... - Amber me olha de canto. - Como é seu chefe?
- Um terror. - Assumo.
- Sério? - Ela questiona.
- Ele é um homem com uma boa aparência física, mas o que tem de bonito tem de cretino.
- Que falta de sorte. - Amber diz.
- Ele é o mesmo idiota que me fez ajoelhar no chão para limpar seus sapatos.
- O mesmo que te levou para o hospital? - Amber pergunta.
- Sim. - Confirmo com a cabeça. - Apesar de tudo ainda bem que não me deixou jogada da rua.
Andrew é tão cheio de si e odioso, mas por quê me ajudou? Para ele não passo de um monte de lixo humano mesmo. Existe algo de bom nele? Ou só tive sorte aquele dia?
- Ele acha que consegui o emprego porque seduzi o Antony. - Conto.
- O quê?! Você não seria capaz de seduzir ninguém com essa aparência tão meiga.
- Ei! Apesar de ser meiga ainda tenho meu lado sexy.
- Onde que eu nunca vi? - Amber pergunta rindo.
- Está bem. - Levanto as mãos em sinal de rendição. - Eu realmente não nasci para ser uma mulher sexy.
Amber se aproxima ainda mais de mim, pega minha mão entre as suas e aperta de leve, enquanto me olha com preocupação.
- Você vai aguentar isso? - Ela questiona. - Te conheço muito bem e sei que é uma pessoa extremamente boa até te ofenderem.
- Eu vou ficar bem. - Sorrio fraco. - Apesar de ter aguentado algumas ofensas em silêncio, eu não tenho a intenção de deixar ele pisar em mim como se eu fosse uma vadia.
- Não precisa se humilhar por causa de um emprego Ane.
- Na verdade eu vou ter que aguentar algumas humilhações. - Suspiro alto. - Eu preciso desse emprego mesmo que seja difícil.
- Se eu ao menos conseguisse te ajudar. - Amber abaixa a cabeça.
- Não seja boba. Você já tem seus próprios problemas, não precisa querer carregar os meus também.
Amber é tão boa que as vezes chega a ser boba. Ela tem que lidar com muita merda do Jeff, e mesmo assim ainda tenta ajudar as pessoas mesmo que não tenha condições para isso.
Eu não sou uma pessoa mesquinha e egoísta, mas eu não iria tirar algo da minha família para dar a outra pessoa. Eu ajudaria se tivesse condições de fazer isso, sem prejudicar as pessoas a minha volta.
- Deveria...
Me calo quando alguém bate na porta da casa, então me levanto e caminho em direção a ela e a abro.
- Zack? - O encaro com surpresa.
- Posso entrar? - Ele pergunta.
- Claro.
Lhe dou passagem e ele entra na casa, e logo em seguida fecho à porta.
- O que faz aqui? - Pergunto.
- Quer a verdade?
- Sempre. - Falo.
- Andrew me pediu para espioná-la, mas como você parece ser uma boa garota decidi não ajudá-lo. - Zack confessa.
- Por que está me contando? - Questiono.
Zack não estaria tentando conquistar minha confiança fingindo estar ao meu lado? E então saber tudo sobre mim e contar ao amigo mesmo que eu não tenha nada a esconder?
- Porque eu não quero estar no meio de uma guerra besta e infantil que ele quer começar. - Zack suspira alto.
- Tem certeza que vai ficar tudo bem não ajudando seu amigo? - Pergunto cruzando os braços.
- Andrew não manda em mim.
- Obrigada por me avisar. - Agradeço.
Andrew é ainda mais louco do que eu imaginava. Como aquele homem desprezível teve a capacidade de mandar seu amigo me vigiar? Já que é o senhor da razão por quê não faz seu trabalho sujo sozinho?
Zack parece ser um cara legal, mas nesse momento eu não confio em ninguém a não ser eu mesma.
- O que está acontecendo Ane? - Amber pergunta ao caminhar até nós.
- Nada de interessante. - Minto.
Zack olha para mim, em seguida olha para Amber com curiosidade.
- Essa é a minha amiga Amber. - Os apresento. - Esse é Zack, amigo do meu chefe.
- Muito prazer. - Zack estende a mão.
- O prazer é todo meu. - Amber retribui o aperto de mão.
Todos caminham até a sala após as apresentações, e então Zack e Amber se sentam lado a lado.
Fico de frente deles os observando atentamente, e é perceptível o quanto Zack está desconfortável perto dela.
- Veio dar as boas vindas a Ane? - Amber pergunta para ele.
- Sim. - Ele confirma com a cabeça.
- Ela só tem eu de amiga, por isso seria bom fazer compainha para ela de vez em quando. - Amber diz.
- Não começa. - Reviro os olhos.
Eu sei muito bem o que a Amber está tentando fazer. Ela tem o mal hábito de tentar me casar, e apesar de não parecer esse é um desses momentos.
Apesar de estar um pouco tímido e desconfortável, Zack parece bem mais interessado no que ela tem a dizer do que em mim.
Conforme o tempo for passando e eu ter certeza que ele é um bom homem, posso tentar juntar os dois.
Olhando para eles de perto, da para ver que formariam uma lindo casal, então tudo o que me resta para por meu plano em ação é esperar um tempo.
- Continuem conversando, vou atender uma chamada. - Falo quando meu celular começa a tocar.
Me levanto e caminho até a cozinha rapidamente, pego meu celular no bolso da calça e vejo que é um número desconhecido.
- Alô? - Atendo a ligação.
Ninguém responde nada, e quando estou prestes a finalizar a ligação ouço uma voz conhecida me dando ordens.
- Venha até minha casa em cinco minutos, e não se atrase, ou será descontado do seu salário.
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