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Capítulo 7

Carmelo, propriedade de Nabal. Um mês depois.

Era uma manhã ensolarada, e eu caminhava pela grande propriedade do senhor Nabal no Carmelo, contemplando as terras a perder de vista, os montes e o gado que pastava em pastos muito verdejantes. Era uma terra próspera, e a brisa trazia calmaria e paz. Mas não felicidade. Algo dentro de mim me contristava, e quanto mais eu via beleza no mundo, mais me angustiava por não poder desfrutá-la. A dor, a culpa, a mágoa e o sentimento de injustiça eram minhas companheiras. Por vezes, eu tentava sufocá-las dentro de mim, mas elas não me deixavam. Eu já não comia bem e nem dormia também. Os pesadelos me assolavam. Eu tentava entender se eles eram lembranças guardadas em algum lugar da minha alma ou se eram apenas fruto de uma mente turbulenta.

Ao longe, avistei Gael, cuidando de suas ovelhas com toda a destreza de um pastor experiente. "Gael" às vezes pensava: "por que não lhe dei uma chance?" "Por que não aceitei seu pedido de casamento quando pude?", "Ou pelo menos, não o deixei cortejar-me". Eram dúvidas que pairavam sobre a minha cabeça. "O tratei demais como menino, quando é evidente que já se tornou um homem feito". "Gael é um homem de caráter e sempre me respeitou. Jamais faria o que aquele sujeito fez comigo." E novamente a culpa assolava-me, enquanto me aproximava do local onde Gael se encontrava.

— Essas ovelhas estão muito mal-acostumadas! — gritei em tom zombeteiro.

— Olha quem apareceu! — sorriu me encarando — Achei que não visitasse mais os pobres, agora que se tornou uma nobre dama.

— Arg — revirei os olhos, estando já perto de onde ele estava — você e suas conversas tolas, sabe muito bem que ainda sou uma serva. A diferença é que não tosquiava mais ovelhas.

— Pois é, elas estão com saudades das suas delicadas mãos tosquiando seus pelos — sorriu, enquanto limpava o suor da testa com o dorso da mão. — E eu também estou... com saudades — disse, fazendo-me sorrir, enquanto cruzava os braços. — Aha! Eu não acredito — sorriu — consegui flertar com você sem receber uma reprimenda? Consegui calar a senhorita difícil? Mereço uma recompensa por isso, não acha?

— Menos Gael. Apenas estou cansada de rebater suas investidas. Estou procurando os meus pais, fui à tenda deles, mas não estavam. Não os vejo faz algumas semanas, sabe onde estão?

— Sim ...

Gael me explicou a localização onde eles estavam trabalhando, mas durante a conversa algo o preocupou:

— Yarin, está tudo bem com você? — inquiriu

— Sim, por que a pergunta? — Perguntei, honestamente curiosa

— Porque você não me parece bem, está mais magra, com olheiras e... seus lábios sorriem, mas seus olhos parecem que vão chorar a qualquer momento. Algo a aflige? — "É tão perceptível assim", pensei. Sim, a minha dor me corroía por dentro e por fora. Às vezes tinha vontade de gritar aos quatro ventos tudo o que me afligia. Gostaria de ter com quem contar. Mas o que iria contar? Que não era mais pura, que havia perdido a castidade da forma mais leviana possível? Sentia vergonha só de pensar, imagine se proferisse tais palavras? Seria como morrer para mim. Então, não. Engoliria a minha dor e a guardaria a sete chaves.

— Ora essa Gael, não seja tolo. Isso — apontei para mim — é o retrato de muito trabalho. Depois você diz que os servos da casa fazem corpo mole.

— Hum. Você pensa que me engana. São vinte anos, não são vinte meses nem vinte dias — levantou um dedo zombeteiro.

— Arg Gael — disse já me afastando para encontrar meus pais — somos como irmãos, mas não somos gêmeos, ouviu? Não nascemos grudados! Shalom!

— Já disse que não somos irmãos! Mas podemos ser mais do que isso, se me aceitar! Shalom, Yarin! — gritou enquanto eu já corria para longe. "Esse Gael não existe" pensei. "Mas não seria má ideia" balancei a cabeça de um lado para outro para afastar o pensamento.

Um abraço. Era tudo o que eu queria naquele momento. E nada melhor do que um abraço de uma mãe. Pensava, enquanto apertava os passos, para me jogar no pescoço de minha mãe que se encontrava ainda um pouco distante de mim. Dona Sifrá estava tosando ovelhas, um trabalho que, outrora, também era meu. Havia um cercadinho de ovelhas que já estavam prontas para a tosa, próximo a uma tenda que era utilizada para juntar toda a lã, fiar e tingir. Minha mãe tentava segurar uma ovelhinha brincalhona em seus braços. Ao me ver, levantou-se, deixando livre a ovelha e abrindo um sorriso enquanto tirava o suor da testa com o dorso da mão.

— Mamãe! — abracei–a, como se disso dependesse a vida.

— Minha filha, estou suada e suja...— disse, fazendo-me apertá-la ainda mais no abraço. Ela riu — A que devo tanto, carinho e amor? Hm? O que aconteceu?

— Ora essa, e por acaso tenho que ter motivos para abraçar minha mãe? Apenas estou com saudades...

— Também estou com saudades. Quase não vem ver a sua velha mãe.

— Que velha? A senhora é muito jovem ainda! — afastei-me para olhá-la, constatando que ela dizia a verdade. Minha mãe não era uma mulher tão velha, mas o sol queimara sua pele e o cansaço juntamente com os anos já lhe cobravam, resultando em pequenas rugas e fios brancos nos cabelos.

— Perdoe-me mãe, quase não tenho tempo para mim. Na verdade, se eu pedisse, senhora Abigail prontamente me deixaria sair. Mas temo o senhor Nabal. Ele não gosta de ver os servos andando por aí. Mas hoje consegui dar um jeito e as outras servas estão me cobrindo— sorri, mas notei preocupação em seu olhar.

— Minha filha querida, você tem trabalhado muito? Está magra, pálida e cheia de olheiras. Você não era uma dama de companhia? — inquiriu-me.

— Está tudo bem mãe, só estou com um mal-estar ultimamente. Mas não se preocupe, não é nada demais.

— Mas como não? Nem parece a minha filha, alegre, com as bochechas rosadas de antes? — disse apertando minhas bochechas, fazendo-me rir— deixei que fosse para a casa do senhor Nabal, pois achei que seria melhor para você. Mas agora, vejo que estava enganada. Estava melhor trabalhando na roça, sob meus cuidados— concluiu, com as mãos na cintura.

— Ai mãe não é nada disso...

— Eu vou agora mesmo providenciar algo para você comer— disse, enquanto se dirigia à tenda, fazendo-me segui-la.

— Mãe! Não precisa se incomodar, não estou com fome — tentei dissuadi-la, enquanto ela lavava as mãos na bacia.

— Eu trouxe um bolo de laranja delicioso que você gostava, lembra? Pode comer com um pouco de leite — Ela cortou um pedaço de bolo e derramou um pouco de leite no copo de barro.

— Mamãe, isso é da senhora.

— Pode pegar, tem mais aqui.

Emocionada com o carinho da minha mãe, tomei nas mãos o bolo e o leite, relembrando os bons tempos que comia os bolos que ela fazia, os queijos frescos que meu pai colocava à mesa nos cafés da manhã, e o leite recém tirado das cabras. Relembrava de tudo sentindo o cheiro doce do bolo de laranja. Porém, enquanto inalava o perfume do bolo, a minha barriga começava a revirar. Um gosto amargo pousou em minha língua e eu entreguei o bolo e o copo nas mãos de minha mãe, correndo em seguida para fora da tenda. Não muito distante dali, coloquei o que tinha e o que não tinha para fora. Encurvada sobre o capim, senti as mãos da minha mãe segurarem meus cabelos. Ela falava algo assustada, mas tudo o que eu ouvia era o som da minha garganta tentando me virar do avesso.

Quando acabei, ergui-me limpando a boca e tentando respirar o ar puro. Tudo rodava ao meu redor, e eu sentia que estava perdendo as forças. Minha mãe abraçou-me, levando-me de volta para a tenda. Sentou-me em uma cadeira e deu-me um copo com água. Apenas encostei os lábios, não conseguindo sorver nada. Ela passou a mesma água na minha nuca e têmporas e começou a me analisar com atenção. De repente, ela arregalou os olhos e deixou o queixo cair, tapando a boca com a mão em seguida.

— O que foi, mamãe? Por que está tão assustada?

— Yarin, você está grávida? — ouvir essa pergunta fez o mundo desabar sobre minha cabeça, que começou a doer no mesmo instante, enquanto meu coração parecia querer atravessar o meu peito. Coloquei uma mão na testa, tentando puxar o fôlego que se foi.

— Responda, Yarin! É possível que esteja grávida? — minha mãe me sacolejava freneticamente. Tudo que consegui pôr para fora foi um choro alto e contrito que há muito fora reprimido por mim. As lágrimas desciam, e eu gritava de dor. Dor na alma, dor no peito.

Então, essa era a razão das náuseas, enjoos matinais e da falta de apetite. Julguei ser a tristeza profunda que sentia, que me trouxe tais sintomas. Mas agora tudo fazia sentido. Eu estava grávida.

— Como isso pôde acontecer, Yarin!? Quem mais sabe sobre isso!? Quem é o pai desta criança, Yarin!? — minha mãe me atulhava com perguntas, que eu não conseguia responder nem a mim mesma.

— Por acaso é o Gael? — esfregou os dedos nas têmporas — ai, o seu pai ainda me alertou quanto à sua aproximação a esse menino! Vocês claramente não são mais crianças! Vou ter que contar ao seu pai.

— Não! — saltei da cadeira — por favor, mamãe, não conte nada ao papai! Ele ficará uma fera comigo!

— E o que você quer, Yarin!? Quer continuar levando essa gravidez em segredo? E quando a barriga começar a crescer? O que irá dizer às pessoas, hein? — eu escondi o rosto nas mãos, estava mesmo sem saída, pensei — O seu pai precisa resolver essa situação com o pai da criança, você não pode levar esse fardo sozinha!

— Faça qualquer coisa, mas não conte ao papai — implorei, segurando firme em seus ombros.

— Eu sinto muito, Yarin — foi tudo o que ela conseguiu dizer, desta vez com olhos frios e irredutíveis. "Consegui decepcionar a minha mãe" pensei, enquanto saía correndo da tenda, seguindo de volta para a casa — Yarin, espere! — ouvi minha mãe gritar ao longe. Mas tudo o que eu queria era me distanciar de seus olhos desiludidos, que me faziam sentir ainda mais culpada. Um estrume, era como eu me sentia.

Passei por um caminho diferente para não encontrar com Gael e comecei a refletir enquanto caminhava pela paisagem montanhosa do Carmelo, observando as milhares de ovelhas pastando, sob o gentil cajado dos pastores de Nabal. "Estou grávida", pensei enquanto passava a mão sobre o ventre, "Adonai, o que será de mim?", olhei para cima. O sol se punha entre as colinas enquanto o vento soprava em meus cabelos ferozmente, levando com ele as lágrimas que desciam freneticamente de meus olhos.

As estrelas começavam a pontilhar no céu quando cheguei a Maom. Durante a caminhada de uma hora, enxuguei as lágrimas e comecei a pensar: "O que farei?" Era a pergunta que ecoava em meu interior. "O meu pai jamais aceitará que sua filha, sua única filha é uma mãe solteira." Só de pensar que meu pai já poderia estar sabendo de tudo, era desesperador. Ele com certeza não me veria mais como sua filha e sim como uma desonra, uma decepção. "Mas se eu ficar em Maom, logo todos saberão a verdade e eu teria que enfrentar o temperamento imprevisível de Nabal. No mínimo ele me cortaria. Porém, cortando-me, para onde eu iria, já que não teria mais o acolhimento de meu pai?". — Estou perdida — concluí. "Terei que fugir" pensei, balançando a cabeça em seguida para afastar o pensamento. " Fugir para onde? Fugir como?" 

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