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Capítulo 10

Quando o sol começava a se pôr, paramos no meio de outro desfiladeiro. Os Mercadores de escravos, Er e Ló, que eram irmãos, como eu já havia aprendido, haviam erguido uma pequena tenda. Na teoria, um dormiria e o outro ficaria de olhos abertos em nós, dividindo-se em turnos. Enquanto nós permaneceríamos sentados no chão a noite inteira, sob o frio do deserto.

O céu começava a escurecer, trazendo consigo uma brisa gélida típica do deserto. Estávamos sentados no chão formando uma linha reta. Na ponta eu estava, ao lado da moça cujo nome era Kayla. Na outra ponta, alguns homens murmuravam algo em outra língua, mas pelo tom, pareciam desesperados.

— O que estão falando? — perguntei a Kayla.

— Acho que um dos homens está morto — sussurrou-me. Coloquei uma mão sobre a boca que se abria de espanto.

— O que estão murmurando aí!? Não quero conversinha! — impôs Er.

— Senhor, ele está morto — apontou um deles para o rapaz negro estirado no chão.

— Maldição! Ló, perdemos um! — Ló saiu da tenda com expressão de fúria e partiu para cima do Er, segurando-lhe pelas roupas.

— Eu não lhe disse que cuidar deles era sua responsabilidade, Er!? Quanto me vale um escravo morto!? — Soltou-o com violência cuspindo no chão — Tire as correntes dele e jogue-o em qualquer buraco por aí.

— Eu?

— Sim, quem mais?

Er obedeceu o irmão e sumiu com o corpo do pobre homem, deixando todos com olhar de espanto enquanto éramos vigiados por Ló.

Quando Er voltou, pegou um odre cheio de água e derramou em cascata sobre as bocas desesperadas de todos, começando da ponta oposta à minha e chegando em Kayla. Na minha vez ele, surpreendentemente, desamarrou de seu cinto o meu odre de água. Abaixou-se à minha altura e deu-me de beber em minha boca, mais do que aos outros escravos, atraindo a atenção deles. Por causa do instinto de sobrevivência, acabei ignorando a parte em que ele me olhava maliciosamente.

— Dê-me a minha capa, por favor. Estou morrendo de frio — pedi com os lábios trêmulos. Ele saiu e depois voltou, colocando sobre mim a minha capa — obrigada — ele passou as costas dos dedos em meu rosto e disse:

— Se você for boazinha, posso te dar muito mais que isso — senti um calafrio percorrer minha espinha e fechei mais a capa sobre mim, tentando desviar-me de seu olhar, até que ele se afastou e voltou para a tenda, onde conversava com Ló.

— Parece que ele gostou de você — zombou Kayla, com a voz um pouco melhor pelo efeito da água.

— Mas eu não gosto dele — retruquei, vendo-a sorrir.

— Você é daqui de Israel?

— Sou de Hebron, da tribo de Judá.

— Então é israelita... Qual é a sua história, Yarin de Hebron?

— Minha história?

— Todos aqui têm uma história. Aquele da ponta — apontou com a cabeça — é Zaki, o guerreiro amalequita. Expulso de seu clã, por um motivo que ninguém sabe. Esse aqui — sussurrou, para que o homem de cabeça raspada ao seu lado não ouvisse — é egípcio. Matou um homem e fugiu do Egito para não ser enforcado por assassinato. E eu — respirou fundo — sou uma vítima do seu rei. Saul mandou aniquilar o meu povo. Todos morreram, meus pais, meus irmãos, todos. Fui uma das poucas pessoas da cidade que escaparam.

— Você é Gibeonita?

— Sim.

— Eu sinto muito — suspirei — todos dizem que o rei Saul está louco. Ficamos em silêncio por alguns instantes e depois perguntei:

— E os outros? — apontei para fileira.

— As histórias dos outros não têm graça — sorriu. Pensei em como ela conseguia sorrir em uma situação tão trágica como aquela. — Você tem uma história interessante para me contar? — hesitei por alguns instantes, mas respondi:

— Estou grávida. — Observei os olhos de Kayla se abrirem juntamente com a boca que se abriu para dizer algo, mas se calou, por um instante.

— Acho que essa é a mais interessante das histórias — dessa vez, eu sorri — deixa eu adivinhar, o pai da criança não assumiu a autoria e os seus pais a expulsaram de casa.

— Quase isso... — disse passando a mão na barriga.

— Tsc tsc tsc. Sabe que não tem vida pra você lá fora, não é? A única saída, se é que se pode chamar assim, é se tornar uma mulher de vida fácil. Uma mulher sozinha nesse mundo já é complicado, ainda mais com um filho na barriga. As pessoas não costumam ser gentis — analisei sua afirmação com pesar. No fundo sabia a verdade, mas eu quis me iludir. Agora estava naquela situação: acorrentada. Fui jogada aos quatro ventos. Talvez eu deveria ter insistido um pouco mais. Talvez contado para minha senhora, mas o que ela poderia fazer, se o senhor Nabal era cruel até com a própria esposa? No fim das contas, tudo só adiaria o inevitável: Me tornara uma desgraçada no mundo.

De repente, ouvimos outro murmúrio, vindo daquele mesmo lugar de antes.

— O que estão dizendo?

— Eles têm um plano — respondeu Kayla, enquanto tentava prestar atenção na conversa — e envolve você.

— Eu? — sussurrei incrédula, observando todos os escravos olharem para mim. Olhei de volta para Kayla e ela continuou:

— Não percebeu como o Er te olha? — continuei sem entender — a maior queda de um homem é uma mulher. E além disso, o Er não é tão esperto quanto o Ló, vai ser fácil enganá-lo.

— Continuo sem entender...

— Você irá atrair Er, ele vai te soltar das correntes e te levar para outro lugar. Enquanto isso, atacaremos a Ló enquanto dorme.

— E quanto a mim?

— Assim que nos soltarmos, iremos te resgatar. Mas o mais seguro é que você consiga escapar sozinha.

— Eu não sei se consigo Kayla, aquele homem é asqueroso, eu não sei o que tentará fazer comigo.

— Não tenha medo, vamos ser rápidos — disse segurando as minhas mãos — precisa nos ajudar Yarin, precisa se ajudar. Não sabemos quem será o próximo a morrer de insolação ou de frio. Esses homens são loucos, cada hora sob o domínio deles é um passo a mais em direção à morte. E você sabe, se Er decidir tomá-la à força, em outra ocasião, não teremos como te defender. Essa é a ocasião perfeita — olhei para os outros homens que esperavam unanimemente pela minha resposta, todos com olhares cansados e tristes. Sofridos pelo sol, pelo frio, pelos açoites. Talvez pior do que morrer, seria continuar escravo. Lembrei-me do meu povo que foi escravizado por 400 anos no Egito. Então tomei a decisão. É tudo ou nada.

— Eu vou — assenti, conseguindo vislumbrar pequenos sorrisos de esperança.

***

— Senhor Er! — dei início ao plano assim que ouvimos os primeiros roncos de Ló, observando-o aproximar-se — estou apertada, preciso fazer xixi.

— Faz aí mesmo — disse-me sem paciência.

— Aqui? Senhor Er, por favor, não consigo fazer isso. É nojento — fiz uma careta — por acaso não se lembra que prometeu me dar o que eu pedir se eu fosse boazinha? — tentei fazer a melhor expressão que pude, diante daquele verme. E observei as feições dele mudarem de indiferente para malicioso em segundos. "Isso sim é nojento" pensei, mas me contive.

— Bom, já que vai ser boazinha, vou levá-la a um lugar discreto para se aliviar — respondeu, enquanto desatava as correntes de meu pulso. Passei as mãos nos pulsos aliviada. Enquanto me afastava com Er, dei a última olhadela para trás, vendo-os assentirem em resposta.

Curvando o desfiladeiro, não muito longe, ele parou na minha frente me observando indiscretamente.

— Você não ia se aliviar?

— O senhor pode virar-se? — Ele sorriu em resposta.

— Mas é claro ... que não. Agora faça logo o seu xixi e vamos logo ao que interessa — permaneci imóvel, sem saber o que fazer. Ele me observava com clara inquietação, por vezes olhando para os lados — anda menina! Se não estava apertada, então o que quer? — se aproximou de mim, prensando-me na parede do desfiladeiro — está querendo ser boazinha agora? — tentou beijar-me, mas virei o rosto e ele atacou o pescoço, arranhando-o com a barba — nesse instante, ouvimos gritos e murmúrios, vindos do lugar que estávamos, ele parou imediatamente e olhou para o lado tentando ouvir melhor o que acontecia.

— Mas o que... — num segundo de distração, peguei a espada que estava em seu coldre e mirei em seu pescoço.

— Um passo! E eu acabo com a sua raça! — apertei a espada contra seu pescoço, enquanto ele ria de mim.

— Dê-me a espada, vai se machucar. Uma mulher não sabe manusear uma espada.

— Pratico esgrima desde criança com o meu melhor amigo e juro pelo Senhor, que se não permanecer imóvel, vou lhe ferir — Infelizmente, ele não me deu ouvidos e tentou reagir, então cortei a face dele com a espada e saí correndo, ouvindo-o gritar proferindo todo o tipo de maldições contra mim. Quando voltei, estava tudo revirado. Alguns escravos estavam feridos e outros haviam fugido. Entrei na tenda de Ló e o vi morto, à sua própria espada. Saí procurando Kayla e me deparei com ela entre os escravos feridos ao lado da tenda.

— Kayla, o que aconteceu? — ajoelhei-me perto dela.

— Ele lutou, mas nós o vencemos! — disse sorrindo, porém com a voz fraca — nós conseguimos Yarin, graças a você — foi então que vi o ferimento em seu ventre. Sangrava muito e ela tentava conter com as mãos, mas não era suficiente. Coloquei a cabeça dela em meu colo tentando minimizar sua dor — escute Yarin, precisa fugir daqui. Siga sempre a leste. Corra o mais rápido que você puder. Escapa-te pela tua vida e pela vida de teu filho. Aqui não é... seguro...

— Por favor Kayla, aguente — implorei chorando, mas ela se foi em meus braços. Ouvi a voz de Er ao longe proferindo maldições e então fiz o que Kayla me disse, levantei-me e corri. Corri o mais rápido que pude, para o mais longe possível daquele lugar. 

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