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Capítulo vinte e quatro

Sozinha, assentada sobre a pequena escadaria da casa de Nabal, eu contemplava as tonalidades de um belo entardecer que já se faziam presentes na aurora. No entanto, tal coloração azul anil em nada me acalentava, pelo contrário, deixava-me ainda mais apreensiva. Uma brisa fria tocou minha pele, fazendo os pelos do meu braço se arrepiarem e eu esfreguei o local, sem tirar os olhos do horizonte, percebendo que não havia nada além de arbustos. Todas nós estávamos desoladas pela notícia de que poderíamos padecer naquele mesmo dia. O mal batia à nossa porta e o medo nos fazia reféns. 

“Eu a amo, na verdade.”

Lembrava-me bem da última declaração de Gael naquele poço. Foi por causa dela que, desprendendo-me dos bons modos, atirei-me em seus braços, chorando por pensar que poderia ser a última vez que nos víamos. 

Senti meu coração apertar no peito. Não havia retribuído sua declaração e talvez nunca poderia.

— Ah, Adonai! — murmurei num suspiro trêmulo e com voz embargada prossegui — sei que por muitos anos me abstive de falar contigo. Eu tenho ciência de quão desafortunada fui, não só porque, em um só dia perdi meus pais, mas porque abri mão de ter a Ti como pai. Mesmo sabendo que o senhor me espera todos os dias. Eu sinto que me espera. — as lágrimas jorravam de meus olhos, por saber que sim. Ele me esperava. — Mas eu o ignorei, deliberadamente o ignorei. O culpei, o odiei por ter permitido que tirassem tudo de mim. E hoje vejo o quão ignorante fui, ao não dar valor ao que tenho. Hoje, justamente hoje, quando estou prestes a perder tudo o que nem mesmo percebia que tinha. Eu ainda tenho minhas irmãs e fui presenteada com um amigo tão leal e uma senhora amorosa. Perdoe-me por não ter percebido isso antes. Agora, Adonai, permita que eu possa ter tempo para recomeçar. Permita-me desfrutar do teu amor. Permita-me ainda ter a graça de atrair o Teu olhar e a Tua bondade, oh Elohim. O único Deus, que criou o céus, a terra e com suas mãos me formou e assoprou em mim o fôlego de vida. Amém. 

— Amém — Senti um tecido quente e aconchegante ser colocado sobre os meus ombros e percebi que era Laís que sentava ao meu lado — Vai ficar tudo bem, Eva. — Acalentou-me, enxugando meu rosto com os polegares. Recostei minha cabeça em seu ombro, sentindo-me aconchegada em seus braços. 

— Como você conseguiu, Laís? Digo, perdoar, seguir em frente. — Ela hesitou um instante antes de responder.

— Você se lembra dos ensinamentos do Aba? 

— Sim.

— Lembra do amor que ele demonstrava em suas palavras, ao contar as histórias de nosso povo e nosso Deus?

— Lembro-me que o papai era o próprio amor. 

— Ele era o próprio amor, porque ele andava com Yahweh. Porque os dois eram um só. Nossos pais se foram, mas deixaram uma herança muito maior do que a que nos foi tomada e esta não nos pode ser tirada. A não ser que nós mesmas abramos mão. 

— E qual seria?

— A fé.— Ouví-la dizer tais palavras, parecia fazer ruir todo o muro que construí ao longo daqueles anos. — A nossa fé, Eva, é mais poderosa do que a morte, ou a dor. Ela nunca nos será tirada, mesmo que tirem nossas próprias vidas. 

— Mas não é justo, Laís. A violência de nossos inimigos…Tiraram tudo de nós.— Ela afagou uma vez mais o meu braço. 

— E você tem direito a indignar-se com eles. Não com Yahweh que te ama. Se confia no amor de Yahweh, confie que Ele cuidará de você e que Seus propósitos na sua vida serão cumpridos. 

— Os propósitos na vida de nossos pais foram cumpridos, Laís? — endireitei-me para olhar em seus olhos verdes. Ela sorriu para mim, seu sorriso carregava a paz mais doce, qual eu gostaria de conhecer. 

— Estamos aqui, não estamos? Está olhando para um de seus propósitos e eu estou olhando para outro. Nós somos a vingança de Deus só pelo fato de existirmos, Eva. Somos sua descendência que se perpetuará para sempre nesta terra. Esta é a nossa vingança. — Novamente com lágrimas nos olhos, a abracei apertado, percebendo outro par de braços se juntar ao abraço.

— Por que não me chamaram para esta reunião de irmãs? — Ruth falou, arrancando-nos sorrisos. Depois do abraço inspirei profundamente. Parecia ter caído um fardo de meus ombros. Estávamos ali, nós três sentadas em um dos degraus da casa, observando e ansiando pela volta da senhora Abigail e dos servos. Principalmente um. Tal pensamento me fez suspirar novamente. 

— Fique tranquila, minha irmã. Ele voltará, tenha fé. Yahweh ouviu sua oração. 

— Ele? — Ruth interveio, sentada ao meu lado direito — Oh, ele.— Ponderou num sorrisinho. 

— Não sei do que estão falando — tentei escapar, prendendo um sorriso.

— Pois eu não sei por que dissestes que ele era interessado em mim — Laís retrucou.

— Por que assim achei que fosse. Peço perdão se lhe causei confusão, irmã. — Fitei-a, mas ela ainda demonstrava afeto em suas feições, lembrando-me de minha senhora, Abigail. Gael tinha razão, afinal, eu deveria ter passado mais tempo com minha senhora, aprendendo com ela a ser uma dama, como fez minha irmã. Em vez disso, me propus a aprender as atividades dos homens e quase fui sequestrada por tal ato inconsequente. — Sinceramente não consigo entender os sentimentos de Gael, depois de tanto ter-lhe tirado a paz. — Minhas irmãs riram em uníssono. 

— Mas foi justamente isto que o enredou, Eva. Você é espirituosa irmã. — Elogiou Ruth.

— Talvez. — Ponderei — Laís é recatada e do lar. Com certeza conseguirá um casamento de grande estima. E você, Ruth, é tão esperta e eficiente em todas as tarefas que a senhora Abigail designou… tenho certeza que o homem que casar contigo não precisará se preocupar com nada. Estará em boas mãos. 

— Quem sabe um soldado?— Laís instigou, enquanto Ruth corava levemente. 

— Podemos nos juntar à vocês? — a voz de Keren cortou o ar e ambas olhamos para cima, percebendo que ela trazia ao seu lado uma Sarah cabisbaixa e envergonhada. 

— Pode — Laís respondeu, enquanto Ruth dava de ombros, ainda um tanto aborrecida pela má conduta de Sarah horas atrás. Elas se sentaram ao lado de Laís, lado este contrário à Ruth. Talvez proposital. 

— Queremos pedir desculpas — Keren iniciou. 

— Não acho que seja você a ter de pedir desculpas, Keren. — Replicou Ruth. 

— ‘Eu’ peço desculpas — interpelou, Sarah, dando ênfase no “eu”. — Sei quão aborrecida venho sendo — um silêncio se instaurou por alguns instantes, enquanto ouvíamos sons de pássaros que voltavam para os seus ninhos nas árvores e do vento que sussurrava tranquilo naquele alvorecer. 

— Bom, Yahweh ainda faz milagres — Lancei, fitando os olhos lacrimejados de Sarah que se apertavam um pouco em um sorriso. Senti uma pequena pontada em meu peito ao lembrar de que no fundo eu sabia que ela guardava em seu coração suas fraquezas e talvez escondia uma profunda tristeza por baixo de toda aquela altivez de espírito.

— Bom, quase morremos por causa da sua arrogância, mas sigamos em paz em nome da convivência — Ruth alfinetou. 

— Ruth!— retalhou, Laís — não é hora, nem momento. 

— Desculpe — voltou atrás, percebendo o peso de suas palavras.

— Devemos nos unir em oração, agora. Não trocar farpas, certo? — Laís emendou. Elas assentiram. Ruth coçava o nariz, tentando espantar um choro iminente. 

Depois disso Laís fez com que elas se levantassem e se abraçassem em reconciliação. Contrariadas elas o fizeram, enquanto choravam rios de lágrimas. Oberservá-las era inacreditável e a minha fé se fortaleceu naquele instante. 

Todavia, minha fé haveria de se fortalecer ainda mais, visto que uma pequena caravana se aproximava do local. Meu coração retumbou no peito ao notar que eram eles. 

— Baruch Adonai! — Laís foi a primeira a erguer-se com as mãos sobre a boca em perplexidade. 

— Vejam! Eles voltaram! — Apontei. Todas nós agora olhávamos para o horizonte, enquanto os sorrisos abrilhantavam nossos rostos envoltos em lágrimas de alegria e alívio. Ambas acenávamos em direção a eles e, depois de algum tempo, vi Gael acenar de volta para nós de cima de seu jumento. Meu coração galopava no peito e quando eu fiz impulso com o corpo a fim de correr em sua direção, senti o braço de Laís sobre o meu corpo. 

— Não, minha irmã — ela sorria para mim — não é de bom tom, deixe que ele se aproxime.

Ruth riu de mim nesse momento e acrescentou: — Terá que aprender a ser um pouquinho menos impulsiva, Eva. 

— Tudo bem — olhei para baixo sentindo as bochechas arderem, um tanto envergonhada de minhas ações. 

— Não precisa se envergonhar, eu a ensinarei, assim como a senhora Abigail me ensinou, se assim quiseres. — Assenti que sim, um tanto hesitante e pensativa, ao notar que ali se findava todo o meu sonho de vingança. No entanto, percebi que tal sonho não tinha mais sentido, uma vez que tal sentimento não mais tomava o meu coração. Eu queria ser feliz. Com Gael. 

***

— Nós conseguimos! — Revelou, Gael, depois de alguns instantes de mistério e apreensão, enquanto descia da sela de seu jumento. Entre sorrisos e lágrimas, as servas abraçaram Abigail, num abraço coletivo e apertado. Eu não conseguia tirar meus olhos de Gael que retribuía o olhar. 

— Baruch Adonai! — Proferi fitando-o e uma gratidão enorme invadiu meu peito. Nada poderia tirar minha felicidade naquele momento. Ele sorriu e caminhou em minha direção, enquanto Abigail era interrogada pelas outras moças que estavam felizes e curiosas.

— Eva…— Ele se aproximou, tomando-me num abraço. Minha cabeça pousou na base de seu pescoço e meus braços enlaçaram sua cintura. O senti pousar a maçã do rosto no topo da minha cabeça, enquanto afagava minhas costas com meus cabelos entre seus dedos. Num instante pude sentí-lo quicar os ombros e pude ouvir um soluço baixo sair de seus lábios. Então o apertei mais no abraço, surpresa por presenciar a emoção de um homem tão forte em todos os sentidos. Depois de alguns instantes nos afastamos. Ele tomou o cuidado de esconder as lágrimas de mim, todavia, isso não era possível, uma vez que eu já as havia percebido ali, antes mesmo que ele as lançasse fora com as palmas das mãos. Ele deu uma breve olhadela para trás, e eu segui seus olhos, percebendo o quanto as servas ainda estavam enérgicas, ouvindo Abigail contar cada detalhe sobre Davi. 

— Eva — Ele chamou a minha atenção, enquanto segurava as minhas mãos nas suas e tal ato me surpreendeu novamente. Levantei os olhos para ele, percebendo seus olhos verdes brilharem pelas lágrimas recentes. — Eva, não posso mais esperar para dizer isso. 

— O quê? — Eu já pressentia, mas quis encorajá-lo. 

— Lembra que tínhamos assuntos pendentes, antes mesmo de toda essa loucura? — seus lábios se esticaram num sorriso, enquanto os meus se entreabriam atordoados. — Pois eu quero, não, eu preciso tratá-los contigo.

— Agora?!

— Sim, agora! Não postergarei mais, pois hoje provei o gosto da morte e tudo o que passava pela minha cabeça era você. 

— Gael…

— Case-se comigo, Eva. 

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