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Capítulo vinte e cinco

— Meu coração quase saiu do peito ao ouvir tal pedido. Gael mordeu o lábio inferior, hesitante, enquanto mantinha um olhar apreensivo. Eu esperava que ele se declarasse outra vez, como fez no poço. Mas isso para mim era inesperado. Se eu pudesse consultar minhas emoções, poderia dizer sem sombra de dúvidas que elas o queriam para sempre. Se eu pudesse declarar o quanto o estimava desde muito cedo, sem que parecesse um desatino de minha parte, o faria. Se eu pudesse dizer que ele era o meu melhor amigo e que os momentos com ele, mesmo quando brigávamos, eram os mais felizes desde a morte dos meus pais, também o faria. Todavia, aquele pedido repentino havia me pegado de surpresa e eu não conseguia emtir som algum da minha boca.

Até que uma voz grave rompeu o silêncio.

— O que significa esta comemoração?! — Nabal descia a pequena escadaria com um copo do que julguei ser vinho e um sorriso sardônico nos lábios — Estão fazendo uma festinha e eu nem fui convidado? — Engoli em seco, enquanto sentia a mão firme de Gael segurando a minha. Olhei para trás, direção à qual o senhor Nabal mais dedicava sua atenção, percebendo Abigail e as outras inertes, enquanto o medo pairava em seus olhos. Sádico, como sempre, Nabal irrompeu numa risada estrondosa, causando-nos ainda maior medo. — Precisavam ver os rostos de vocês! — acrescentou esganiçado, voltando a gargalhar, visivelmente embriagado. Tentávamos forçar um sorriso amarelo, mas diante das circunstâncias, o pavor predominava sobre nós. O que ele fará quando descobrir? — Eu vou voltar para o meu banquete e exijo que estejam comigo. Todos vocês. — Ele mirou Gael com um olhar ameaçador e girou nos calcanhares, um tanto desequilibrado, voltando a subir e entrar em seu palacete, sendo seguido por todos nós. 

Nabal estava dando uma festa digna de um rei no salão principal. Todos os tosquiadores estavam presentes, beberrões e glutões assim como Nabal. O ambiente era pesado, eu pude constatar, ainda que risadas, tamborins e lira preenchessem os nossos ouvidos. Mal sentia que uma mão ainda abraçava a minha quando vi Abigail sentar-se ao lado de seu marido, visivelmente incomodada, sendo acompanhada das outras servas. Esta mão, por sua vez, me puxou de repente, sobressaltando-me num arquejo de surpresa. 

— O que está fazendo Gael?! — questionei, ao vê-lo me direcionar pelos corredores da casa. Quando chegamos num local mais reservado ele virou-se de frente para mim.

— Você não me deu a resposta. — Ele lançou, enquanto estudava minhas reações, perpassando os olhos que refletiam o fogo das lamparinas, por sobre mim. Estaquei no meu lugar outra vez, com os lábios entreabertos sem ousar emitir som. — Eva, por favor, não me mate de nervoso. Faça-me saber sua resposta, se de alguma forma sou retribuído — emendou, mantendo os olhos em mim — eu sei que não tenho muito a oferecer…

— Gael, pare! Não é isso… é só… estou realmente surpresa. Não é cedo demais para propor — engoli em seco, emitindo a palavra seguinte um tanto esganiçada — casamento?

— Cedo seria se não houvesse sentimentos entre nós. Da minha parte há, mas da sua, por mais que acredite que sim, não me revelastes. — Eu sorri, por novamente ouvi-lo revelar seus sentimentos a mim e olhei para o chão, sentindo as faces arderem. Não demorou muito para que ele erguesse meu queixo com dois dedos, enquanto esboçava um sorriso quase imperceptível — este sorriso me diz alguma coisa?

— Não é apropriado que uma dama revele seus sentimentos assim. Mas posso lhe dizer que, de minha parte, cultivo algo por você. 

— Algo? — seu sorriso se esticou no canto dos lábios — não sabe nomear?

— Está querendo um pouco demais, não acha? — devolvi o seu sorriso, umedecendo os lábios secos em seguida — devo acrescentar que você me agrada aos olhos. — Emendei, voltando a abaixar a cabeça. Agora eu tinha certeza de que havia enrubescido em demasia. Gael levou a mão que ainda estava abraçada a sua aos seus lábios, atraindo meus olhos aos dele. 

— Você também me agrada aos olhos.— Acrescentou contra o dorso da minha mão e depositou ali um beijo, fazendo meu coração palpitar.

— Verdade? — o questionamento saiu como um sussurro de meus lábios. Eu sabia que precisava me recompor, então pigarreei, soltando minha mão da dele.— E é por isso que quer se casar comigo? Por que eu lhe agrado aos olhos? — apertei as saias do vestido, o constrangimento me roubando o fôlego.

— Não — ele negou, reiterando num leve meneio de cabeça. — Eu quero me casar com você, porque a amo. Você sabe que a amo, eu já lhe disse isto — lançou-me, sem rodeios, fazendo-me perder totalmente o ar, enquanto sentia meu coração galopando desenfreadamente. No entanto, ao recordar-me de quando declarou-se para mim, também lembrei-me de quando atribuiu à minha irmã (objeto de sua antiga admiração) todo e qualquer elogio e a mim apenas o título de louca vingativa.

— Me ama? — Provoquei, arqueando uma sobrancelha e cruzando os braços — a louca, inconsequente, irritante e…

— Obstinada — ele completou, num sorriso de canto que lançou abaixo minha forçada altivez. Tentei manter o olhar longe dele, por conseguinte, todavia, ele percebeu meu intento e trouxe meu queixo para si — e é exatamente por isso que a amo — completou, aproximando seu rosto do meu, a ponto de eu sentir o hálito quente tocar-me a pele. Minhas costas fundiam-se à parede à medida que ele se aproximava, enquanto as sensações se tornavam mais fortes e difíceis de controlar. Descruzei os braços involuntariamente, pousando minhas mãos em seu peito. Pretendia empurra-lo, contudo, tal ato demandava uma força descomunal, a qual não possuía naquele momento — por favor, não desmaie — emitiu num sussurro, tocando os lábios nos meus em seguida. Um toque cálido que bagunçou todos os meus sentidos. Gael entrelaçou os dedos em meus cabelos trazendo meu rosto para ainda mais perto e eu senti seu beijo tornar-se mais intenso. Era como morder um pêssego: doce, aveludado, macio e molhado, levando-me às nuvens em poucos instantes. Um suspiro fugiu de meus lábios, constrangendo-me, enquanto me via agarrada à sua túnica. Ele afastou-se de mim por menos de um palmo, só para me olhar e pousar uma pequena mecha do meu cabelo atrás da orelha, enquanto me estudava sorrindo. — Posso concluir que isto seja um sim?— sibilou numa voz rouca, mantendo aquela pequena distância.

No entanto, afastar-se de mim fora suficiente para que eu rompesse em um lapso de lucidez. Meus olhos se arregalaram pela nossa aproximação descabida. Eu havia, enfim, despertado de seu encantamento. Então, sem nem mesmo pensar e movida apenas pelo constrangimento que me vinha em forma do calor que subia da base do meu pescoço até as faces, num lampejo de furor que me acometeu pelo seu ato vilipendioso, o esbofeteei. 

O estalar da palma da minha mão na face de Gael me surpreendeu tanto quanto a dor que lhe causei, a qual o levou a pousar a mão no rosto e me olhar como se eu tivesse perdido a sanidade. 

— Por que fez isso?! — inquiriu. A indignação saltando-lhe os olhos.

— V-você me beijou!

— Você deixou! 

— Você me pegou de surpresa! — retorqui. Ele bufou. Um sorriso incrédulo tocando-lhe os lábios. 

— Inacreditável — disse, estudando o meu rosto aturdido — se não queria que eu a beijasse, era só dizer — emendou, estreitando os olhos furiosos em minha direção — era só dizer ‘não’.— Concluiu, com mágoa saltando-lhe os olhos e eu percebi que já não se tratava do beijo. Sussurrando um “Shalom” com a voz um pouco embargada ele deu-me as costas para partir.

— Gael, espere! — exclamei, detendo seu movimento. Ainda hesitante ele parou, fitando-me de soslaio. Então tomei toda a coragem que tinha e lhe dei a resposta que o meu coração queria dar:

— Sim. Eu aceito. — Ele virou-se para trás, totalmente estupefato, o sorriso moldando aos poucos os lábios abertos em surpresa — por que está tão surpreso? Não era a resposta que esperavas? — ele esticou um pouco mais o sorriso, contudo, logo contorceu as feições, soltando um “aí” e pousando a mão no local que eu havia desferido o tapa.

— Você é mesmo uma louca, me bate e depois aceita se casar comigo— pontuou, arrancando-me uma risada abafada. 

— Está doendo tanto assim?Deixe-me ver — me aproximei e toquei o local avermelhado com a palma da mesma mão que lhe feriu, desta vez para acalentá-lo, percebendo-o suspirar e inclinar-se levemente contra o toque.

— Você é bem fortinha, sabia?

— Ora, não era você que dizia que eu não tinha força e me veio com dois pedaços de pau para lutarmos?

— Não tem força para segurar uma espada, mas tem para me bater — nós rimos juntos, enquanto eu afagava seu rosto áspero pela barba com o polegar. 

— Perdoe-me, fiquei assustada. Juro pelo Senhor que terá sido a última vez. Não lhe desejo ferir. Apenas lhe fazer bem. — Seus olhos brilharam ante as minhas palavras e ele trouxe sua mão sobre a minha pousada em seu rosto. 

— Juro pelo Senhor que trabalharei como um burro de carga para construir um lar e lhe dar uma vida mais semelhante possível a que já tens. 

— Gael, não se esforce tanto. Sabe que não sou dada à frescuras femininas. Trabalharei junto a você para construir o nosso lar. — “Nosso” a palavra ressoou em meus pensamentos e acredito que também nos dele, pois ele içou as sobrancelhas enquanto os olhos brilhavam ainda mais. O amor que ele dizia ter, agora transbordava de seus olhos. 

— Se tenho sua palavra que não irei mais apanhar, posso lhe roubar outro beijo?

— Não. 

— Por quê? — seus olhos tornaram-se falsamente melancólicos.

— Por que não fica de bom tom. Guarde seus beijos para o casamento. 

— Desde quando se tornou tão… recatada? 

— Desde que me chamou de inconsequente — lhe sorri com ironia. 

— Vejo que não é só a força que está em dia, mas a memória também está tinindo.— Retrucou. O sorriso matreiro jamais abandonando os lábios. — Espero que, pelo menos, as ferraduras estejam guardadas. 

— Guardei-as por um tempo, mas se quiser que volte a usá-las…

— De forma alguma, não precisa se dar ao trabalho…— ele arrastou a frase numa risada abafada, quicando os ombros em divertimento, mas logo fez outra careta de dor, que apertou meu coração. 

— Tudo bem. Só um beijinho. Mas no rosto. — Concordei, retirando minha mão para pousar-lhe um beijo no local. Coloquei-me nas pontas dos pés, apoiando as mãos sobre seus ombros e o beijei no local ainda quente pelo afago. Afastei-me para fitá-lo e percebi seu rosto inexpressivo como antes. Sua mão sustentou de repente a minha cintura e novamente meu coração quase saiu pela boca. Contudo, vozes ressoaram no local, indicando que pessoas se aproximavam. Provavelmente alguns servos, fazendo-me soltar bruscamente dele. 

— Preciso ir! — foi tudo o que consegui dizer, antes de dar-lhe as costas e fugir a passadas largas, ouvindo-o arriscar um protesto incerto. E sentindo um sorriso, genuinamente feliz, tocar meu rosto pela primeira vez em muito, muito tempo. 

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