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Capítulo treze

Quando Davi estava em Horesa, no deserto de Zife, soube que Saul tinha saído para matá-lo.
1Samuel 23:15 NVI


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— Tive a impressão de tê-lo ouvido dizer que não é um soldado de Saul — pontuou Eva, enquanto caminhávamos sob o crepúsculo, em busca das ovelhas que perdi quando corria para salvá-la. 

— Ouviu certo — anuí, vendo-a estacar no caminho, atraindo minha atenção.

— Não pode ser! — levou uma mão à boca — O que um soldado de Davi faz nas terras de Nabal?

— É melhor caminharmos, Eva. Já está tarde. Estou pensando em qual desculpa você dará às suas irmãs e à Abigail — atalhei, enquanto voltava o meu olhar para o caminho obscurecido pela noite, tentando encontrar vestígios das minhas ovelhas. Num instante, senti o toque suave da mão de Eva em meu ombro.

— Não se lembra de onde as deixou?— questionou com uma pontada de preocupação na voz doce.

— Eu as deixei exatamente aqui! — olhei desolado para o chão de terra batido e para as árvores em volta do caminho, sem qualquer sinal das ovelhas. Até que ouvi o som dos seus balidos, um pouco mais distante. Lancei um olhar cúmplice para Eva e tomei sua mão para me dirigir ao local de onde vinham os sons. Ao chegar no local, encontrei-as pastando tranquilamente entre as árvores, o que me fez suspirar aliviado. Todavia, o olhar perspicaz de Eva logo fez com que o meu alivio se desfizesse tão rápido quanto surgiu, ao vê-la segurar uma ponta solta da corda que eu havia amarrado uma das ovelhas. A ponta em questão estava mordiscada, provando que ela havia se soltado. Eu deixei os ombros caírem em sinal de frustração, ao passo que Eva me lançava um olhar entristecido, içando as sobrancelhas.

— Gael, eu sinto muito…— lamentou, ainda segurando a ponta de corda.

— Que bom que sente — cruzei os braços sobre o peito — deve sentir mesmo, pois a culpa é sua, Eva. — Atalhei, vendo-a abaixar a cabeça — se tivesse me dado ouvidos… se ao menos tivesse! — levei as mãos à cabeça, frustrado — Por Moisés Eva, você tem ideia de quão inconsequente e irresponsável tem sido? — ela não movia um músculo sequer e pela primeira vez pude presenciar uma Eva abnegada.

— Ela deve estar em algum lugar, Gael… vamos encontr…

— Não, não vamos encontrá-la, Eva! — interrompi enfurecido — uma hora dessas ela já virou comida de alguma fera por aí! Tem noção do que fez?

— Gael, me escute. — juntou as mãos em petição — eu apenas vim, pois havia faltado por dois dias os nossos treinos e julguei que você estivesse preocupado…

— Preocupado?!— cuspi, estreitando os olhos — Eva, eu nem percebi sua falta. O que quer dizer com isso? — aproximei-me fitando seus olhos negros brilhantes, ao passo que tentava fazê-la entender o quão errado eram aqueles encontros e suas consequências desastrosas — na verdade eu dei graças a Yaweh por você não ter aparecido e por talvez ter desistido de sua ideia tola de vingança. Mas acho que não desistiu, não é mesmo? Por que ainda insiste em tirar a minha paz! — eu vi o momento exato em que seu lábio inferior tremeu e uma ou duas lágrimas rolaram por sobre as maçãs de seu rosto angelical, iluminado pelo luar. O que me fez vacilar por um um instante. — O que foi… está chorando? — perguntei, num tom mais gentil. Ela não emitiu resposta, apenas limpou as lágrimas num gesto fulgaz, contornando-me para se afastar — onde está indo?

— Eu não tenho mais nada para fazer aqui, Gael — respondeu-me e mesmo de costas, pude sentir seu tom de voz embargado, repleto de ultraje.

— Já disse que vou levá-la!

— Eu não vou esperar, preciso ir agora — bastaram duas passadas largas e eu já estava com meus dedos em seu pulso, fazendo-a virar-se para mim.

— Será que não aprendeu nada, Eva? Está querendo repetir o mesmo erro de andar sozinha por aí?

— Vou pedir o soldado para me levar. Ele não está muito longe — retorquiu sem me encarar.

— Não conhecemos ele, não podemos confiar num desconhecido!

— Ele salvou nossas vidas, já é o bastante para mim! — retrucou puxando o pulso ao qual não soltei.

— Vou ter que perder mais quantas ovelhas, para mantê-la em segurança? 

— Tem um soldado de Davi em nossas terras, eu não preciso de você! — O olhar incisivo, os dentes trincados e a expressão repleta de mágoa que emolduravam sua sentença, me fizeram soltá-la abruptamente. E eu a vi quando virou as costas à passos largos, fazendo-me sentir impotente. 

***

Eva

Eu corri do local em que Gael se encontrava, jurando que nunca mais o veria, enquanto tentava encontrar o soldado que nos ajudou, o qual eu pediria para que me levasse de volta para casa. Foi quando senti uma mão áspera segurar a minha e eu me sobressaltei num suspiro de susto. Contudo, ao virar-me, deparei-me com o rapaz de cabelos acobreados, e armas até os dentes, das quais as flechas nos salvaram as vidas. 

— Ah você…— Pousei uma mão ao peito, aliviada — Baruch Adonai, já chega de sustos por hoje! — emendei vendo-o sorrir.

— Ah, desculpe tê-la assustado. Onde está o seu cão de guarda? — questionou com uma sobrancelha arqueada e um sorriso no rosto. Meneei a cabeça em negativa à resposta.

— Preciso que me ajude…seria pedir muito que me acompanhasse até em casa?

— Em absoluto! Eu me ofereci para escoltá-la antes, mas o seu cão de guarda…

— Esqueça Gael — interrompi, enquanto começávamos nossa caminhada rumo à casa de Nabal. Durante nossas passadas rápidas sob a luz da lua, fui movida pela curiosidade, ao fitar de soslaio o soldado que dizia ser integrante do exército de Davi. — Você veio de Adulão?

— Puxa, Adulão!?— indagou incrédulo, enquanto caminhava segurando um arco e pousava a outra mão no cabo da espada — as notícias não chegam por aqui? Faz anos que Davi e seus homens não estão mais em Adulão.

— Oras, mas se não estão em Adulão, onde estão?

— Estão acampados no deserto de Zife. 

— Espere… você disse ‘estão’, não está se incluindo? 

— Bem eu…— titubeou — estou a caminho de lá. Sou um desertor. — lançou-me uma piscadela divertida.

— Ah…— emiti, fitando-o de cima abaixo — então Saul continua perdendo seus homens…

— Saul está cada dia mais louco e insuportável. Desde o dia em que colocou na cabeça que Davi lhe queria a coroa… não, antes disso… quando o profeta Samuel, o avisou que ele seria destituído do trono. 

— Por favor, conte-me tudo o que sabe! — interrompi, enquanto esfregava as mãos nos braços, pouco me importando com o frio da noite — Odeio ser desinformada!

— Tudo o que eu sei… é muita coisa! 

— Bom … temos bastante chão pela frente, então pode começar — ele soltou um longo suspiro pelas narinas, então prosseguiu. 

— Acho que você deve saber que quando o rei estava perturbado, Davi tocava harpa para ele — fiz que sim com a cabeça, pois, afinal, quem não sabia dessa história. — Contudo, depois que Davi matou o gigante, o Golias, ele deixou de ser somente o harpista do rei e passara a ter uma posição no exército de Saul. E até aí, tudo bem. Mas depois daquela música, a tal música que falava que Davi tinha matado mais inimigos que Saul, a ira do rei se acendeu de tal forma que sua perturbação tornara-se latente, como a luz do dia. Saul chegou a arremessar sua lança contra Davi. Mais de uma vez. 

— Baruch Adonai! — emiti com uma mão à boca. 

— E não para por aí. Saul fingiu querer dar a filha em casamento para Davi, só para pedir como dote duzentos…— ele estacou nesse momento, olhando-me com os lábios entreabertos, como se as palavras tivessem lhe faltado.

— Duzentos? — inquiri, vendo-o pigarrear. 

— É… não devo falar. É algo que uma dama jamais deveria ouvir… — bufei incrédula. 

— Eu não sou uma dama qualquer. Sou uma aprendiz de guerreira.— argui, tão depressa que faltou-me tempo para pensar, quando as palavras já haviam escapado de meus lábios. Ele piscou várias vezes, fitando-me atônito. 

— Oh…— retomou, após hesitar — bem, sendo assim… Saul pediu duzentos prepúcios de filisteus, pelo dote de sua filha. 

— O que são prepúcios? — indaguei, com genuína dúvida, vendo-o corar sob a luz do luar em seguida. Jamais havia visto um homem corar. Quero dizer, Gael corava quando se esforçava fisicamente. No dia em que tiramos água do poço e ele me ajudou sob o sol escaldante, carregando os vasos pesados sozinho, o rosto dele havia ficado totalmente rubro. Mas o soldado a minha frente parecia corado de vergonha e eu achei aquilo engraçado. 

— Bom, é melhor pularmos para a outra parte.

— Tudo bem — anuí, vencida pelo seu rosto encabulado. 

— Depois disso, Saul foi obrigado a casar sua filha, a princesa Mical, com Davi. Mas a felicidade dos dois durou pouco, pois Saul decidiu perseguir o próprio genro. Em resultado, Davi precisou fugir para Nobe, onde se encontrou com o sacerdote e este lhe deu a espada de Golias e os pães do santuário, para que comesse ele e seus homens.— eu ouvia tudo boquiaberta e atenta demais para me manifestar, então o soldado continuou — depois disso, Davi tentou se refugiar em Gate. 

— Na terra dos filisteus?! — não me segurei diante de tal afirmação, levando outra vez a mão a boca, o que viera a ser um hábito naquela noite.

— Exatamente! A terra dos filisteus. A perseguição de Saul era tal, que Davi precisou se rebaixar. Todavia, sua fama de matador de filisteus já havia se alastrado como fogo no trigo seco e ele precisou se fingir de louco para sair dos portões da cidade de Gate. 

— E após isso ele foi para a caverna de Adulão…— completei, lembrando-me de fragmentos da história. Ele concordou com um meneio de cabeça. — mas por que saíram de lá? Saul os encontrou?

— O profeta Gade lhe deu uma palavra de Deus, dizendo para que ele saísse daquele lugar seguro e entrasse na terra de Judá. Por isso ele se refugiou no Bosque de Herete. Mas também saiu de lá algum tempo depois.

— E por quê ele não ficou lá?

— Queila — pronunciou num suspiro pesado e eu estaquei ao ouvir o nome de minha cidade natal. Ele fitou-me com os pés fincados ao chão e continuou — os filisteus estavam atacando Queila, roubando, matando e destruindo tudo o que encontravam pela frente. Até que Davi chegou — sorriu com uma leve presunção e eu pude ver a admiração por Davi em seu olhar — ele matou os filisteus e tomou de volta o que foi roubado. — o meu rosto deveria estar transtornado, pois ele içou as sobrancelhas em tom de preocupação — está tudo bem?

— Sim… é só que… — balbuciei, tentando mover as pernas para continuar a caminhada — Queila… é a minha cidade natal, onde fui criada até o dia… até os treze anos. — respondi, omitindo o fato que os meus pais haviam sido assinados pelos Filisteus covardes.

— Então deve saber que a cidade vinha sendo alvo dos filisteus à tempos, certo? Por isso saiu de lá?

— Sim.— respondi evasiva — mas Davi não ficou em Queila, ficou?

— Saul descobriu que Davi estava em Queila, então Davi fugiu para o sul, próximo daqui. Como eu disse: Zife. — Outra vez senti meu coração sendo apunhalado, ao ouvir o nome do lugar, o qual eu e minhas irmãs ficamos mantidas em cárcere, logo depois de perder nossos pais — mais precisamente, o deserto de Horesa e eu estou indo justamente para lá, me juntar a eles.

— E como você tem essa informação? 

— É sigiloso… se eu disser, vou ter que te matar — fitei-o com os olhos arregalados, ao passo que ele abria um sorriso largo e brincalhão — acho que chegamos — emendou, fazendo-me olhar para frente e num instante vi uma movimentação com lamparinas na parte frontal da casa.

— Ai Baruch Adonai! — emiti com as mãos nas bochechas para esquentá-las do frio.

— Quem são essas mulheres?— questionou.

— Minhas irmãs e minha… ai minha senhora! — respondi inquieta.

— Devem estar muito preocupadas…

— Sim e eu estarei morta pela manhã…— concluí, recebendo um sorriso brincalhão em resposta. 

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