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Capítulo 4 - O Outro Lado do Inimigo

Boa noite!!!

Galera, venho pedir desculpas, mas estava escrevendo o capítulo até hoje. É que eu queria que tudo saísse exatamente como o que planejei para a história.

Espero que gostem.

Não sei quanto tempo fiquei de olhos fechados e prendendo a respiração, eu só sei que quando abri os olhos, pude ouvir as sirenes da polícia soarem bem perto, aproximando-se do Castelo de Bran. Eu sabia que Lorenzo e seu comparsa iriam conseguir fugir e que nada estava acertado. Muito pelo contrário, agora é que precisaríamos tomar todo cuidado, pois a máfia poderia agir e sumir com minha amiga Kayla, antes que eu retornasse a Bucareste.

Continuei escondida dentro do armário de vassouras até ser acompanhada apenas pelo silêncio, afinal eu também havia invadido uma propriedade particular. Se eu saísse na frente dos policiais, o meu plano poderia se virar contra mim e eu passaria a ser a grande suspeita do crime. A máfia era muito astuta e ao menor sinal da polícia, eu sabia que evaporariam.

O meu plano era apenas ganhar tempo. No entanto, quando eu abrisse a porta daquele armário, teria que estar pronta para agir e para lidar com qualquer tipo de situação perigosa.

E somente depois de uns dez minutos de calmaria, eu me permiti sair do armário e então procurei o caminho de volta para fora do castelo, no escuro mesmo.

Quando consegui fugir dali sem ser percebida, lembrei que não teria como Luca me encontrar ali em Brasov, então percebi, que ele havia me mandado uma mensagem de seu celular, provavelmente havia pegado meu número da bina de seu telefone fixo. Então eu lhe enviei uma mensagem de volta, com o endereço do hotel onde eu me encontrava e também lhe agradeci por ter seguido meu plano.

Quando cheguei no local onde estava hospedada, percebi que a senhora Mapple estava mesmo dormindo profundamente, então voltei para o saguão e pedi licença para a recepcionista, para esperar por Luca ali.

E ele chegou depois de mais ou menos uma hora. Parecia desconfiado e apreensivo. Ao entrar, apenas me encarou, procurando alguma pegadinha em meus olhos. Seu olhar era complexo e muito sério, mas ao mesmo tempo, transparente.

Eu me aproximei e ele fez um sinal para que fossemos para a rua conversar. Eu obedeci, simplesmente porque não poderíamos ter plateia escutando o que íamos conversar.

Ao colocarmos os pés na calçada, ele disse calmamente:

– Se isso for uma brincadeira, eu juro que esqueço que você é mulher e te mato!

– Eu não brincaria com nada que envolve a sua irmã! – eu disse de maneira arrogante, sem dar espaço para aquele assunto mais.

Luca não disse que não acreditava, apenas me olhou profundamente e eu pude notar, como ele estava cansado e triste.

– Então quem matou a minha irmã? – ele perguntou. – Eu sondei a polícia e descobri que eles não encontraram nada no castelo!

– Foi o Lorenzo e ele faz parte da máfia italiana – eu disse, sem rodeios.

Luca se aproximou mais de mim e eu pude sentir o seu aroma fresco de sabonete.

– Está me dizendo que foi o namorado da Kayla que matou a minha irmã? – ele se exaltou um pouco naquele instante. – E como assim máfia italiana?

– Exatamente! – eu disse. – Eles traficam pessoas, órgãos, drogas e o que mais os deixarem mais ricos. E a sua irmã descobriu o esquema deles. Na verdade, o esquema do Lorenzo.

– Meu Deus! – ele berrou. – Isso não faz sentido!

Luca se aproximou ainda mais de mim e me segurou pelos dois braços.

– Por que eu deveria confiar em uma forasteira como você?

Eu o encarei de volta e aproximei ainda mais o meu rosto do dele. Se nem a máfia havia me amedrontado o bastante, para me fazer parar, não iria ser aquele romeno marrento, que iria me fazer abaixar a cabeça.

– Porque a sua irmã confiava! – eu disse com segurança. – E porque eu conheço a máfia, pois foi justamente para fugir dela que eu vim parar aqui na Romênia!

– E eles mataram a minha irmã porque ela estava te ajudando...

– Não! – eu berrei. – Eles a mataram, pois ela tentou salvar a Kayla. É ela que está correndo perigo agora!

– Como assim? – ele disse, enfim me soltando.

– Lorenzo se aproximou dela a fim de traficá-la para turismo sexual na Tailândia!

Luca ficou calado, afundado em seus pensamentos. De repente, começou a andar de um lado para o outro na calçada, transtornado. Depois de uns cinco minutos de batalha interna, ele se virou para mim:

– Eu vou confiar em você – ele disse, mas sua voz ainda soava desconfiada –, mas se você estiver mentindo, juro que acabo com você!

Eu dei de ombros, mostrando que ele não era nenhuma ameaça para mim.

– Agora precisamos salvar a Kayla! – eu disse. – Eles vão ir atrás dela. Eles já tinham um negócio fechado com relação a ela e fugiram do castelo, então podem estar indo agora mesmo para Bucareste!

– Você sabia que eles fugiriam, não é? – Luca perguntou.

– Sim – eu disse. – Mas eu não vi outra saída. Eles são astutos e iriam fugir de qualquer forma. Sem contar que com o dinheiro que eles têm, comandam até mesmo a polícia. No entanto, se eu não fizesse isso, estaria morta e você nunca saberia da verdade!

– Não pense que nossa conversa vai acabar por aqui! – ele avisou. – Depois que conseguirmos acalmar essa situação, você vai me explicar como conhece tão bem a máfia italiana!

– Tudo bem – eu disse, mostrando a ele que aquilo era muito simples para mim. – Agora preciso que você volte para Bucareste e salve a minha amiga. Faça isso pela Sofia!

– Mas e você? – ele perguntou, arqueando a sobrancelha morena, em desconfiança.

– Só vou convencer a senhora que estou acompanhando a voltar para Bucareste e volto logo depois de você.

– Você é persuasiva, vai conseguir! – ele declarou, indo em direção de seu carro e saindo logo em seguida.

Depois que eu vi o carro de Luca desaparecer da minha visão, abracei meu corpo e só naquele instante, pude perceber como estava com frio e como o meu corpo tremia. A adrenalina daquela noite, começava a cobrar seu preço.

Como eu sabia que a senhora Mapple não iria acordar mesmo àquela hora da madrugada, resolvi deitar e descansar um pouco, afinal eu precisava cuidar da saúde e sabia que o dia seria muito corrido.

Quando acordei, percebi que a senhora Mapple já estava acordada, porém, ainda estava deitada em sua cama. A idosa segurava seu celular e parecia melancólica e frágil. Eu não sabia o que se passava na mente dela naquele instante, mas tinha certeza que eu teria que ser cautelosa, ao pedir que interrompêssemos a viagem, ainda naquele dia.

Contudo, a sorte estava a meu favor, pelo menos naquele momento. Antes que eu forjasse uma meia mentira para voltarmos para Bucareste, a senhora Mapple declarou:

– Isabella, acabei de receber uma mensagem de uma velha amiga minha e ela está vindo para a Romênia me encontrar – ela disse com suavidade. – Nós nos conhecemos na época em que vivi meu amor com Alin. Ela também conheceu um romeno naquela época e gostaria de me acompanhar no restante da viagem. Então eu quero que saiba que eu desejo retornar à Bucareste, para esperar que ela chegue. E aí daqui umas duas semanas, nós iremos a Maramures e Sibiu.

– Tudo bem, senhora Mapple – eu disse e me permiti soltar um longo suspiro de alívio. – Na verdade iria pedir que retornássemos mesmo. Infelizmente a amiga com quem divido a casa, está com alguns problemas e preciso ajudá-la. Mas será um prazer acompanhar as duas por toda a Romênia daqui há duas semanas, caso queiram a minha companhia.

– Claro que iremos querer! – ela disse – Somos duas idosas e precisamos de auxílio. E como a senhorita precisa de fazer uma economia, será bom para você, pois a minha amiga também irá lhe pagar por seus serviços.

– Será uma alegria acompanhá-las! – eu disse, deixando claro que não se tratava apenas de dinheiro.

Em silêncio fiz um agradecimento a Deus por aquelas duas semanas de pausa, pois aquele tempo teria que ser suficiente para eu acalmar as coisas com relação a máfia. Mas eu sabia que aquele seria apenas o começo de uma aventura bastante perigosa.

– E enquanto esperamos pela Marie, você pode retomar o seu trabalho no hotel – ela disse sorridente. Mapple fez uma pequena pausa e depois retomou a conversa: – Mas saiba que a viagem foi muito importante para mim, Isabella! Estar aqui em Brasov foi como se eu estivesse perto de Alin novamente. No entanto, ficar aqui muito tempo, iria acabar me deixando nostálgica demais, então o melhor é que sigamos adiante. Um dia já foi o bastante para recordar e sentir!

Eu sorri e logo tratei de arrumar as coisas da senhora Mapple, depois fui até a recepção providenciar o nosso desjejum e pedir que a recepcionista reservasse nossas passagens no trem. Ela estranhou que estivéssemos voltando tão cedo para Bucareste, mas lhe garanti que havíamos sido muito bem atendidas e que se eu pudesse, um dia voltaria a me hospedar ali.

Contudo, no meu íntimo, eu sabia que não podia garantir nada, pois a minha vida era uma fuga tão complicada de diversos perigos, que eu não podia nem pensar em planejar o amanhã, apenas viver da melhor maneira que eu pudesse, cada pequeno instante.

E então antes mesmo do almoço, embarcamos no trem. A senhora Mapple preferia viajar sem ter comido algo tão pesado. Ela tinha a saúde melindrosa e tinha receio de passar mal.

Seguimos apreciando a paisagem e conversando sobre amenidades e assim, as horas pareceram passar mais rapidamente. Por aquele pequeno momento, eu pude relaxar, sabendo que as horas a seguir, seriam de grande tensão.

Quando desembarcamos em Bucareste, tratei logo de levar a senhora Mapple de volta para o hotel e avisar o gerente que eu estaria de volta no dia seguinte. Em seguida me despedi da idosa, dizendo que ela poderia me ligar se precisasse de qualquer coisa. Eu não gostava muito de usar o celular, mesmo sabendo que quase ninguém tinha o meu novo número, eu ainda tinha medo de conseguir ser rastreada. Porém, eu não podia evitar, afinal em um momento ou outro, eu sabia que teria que enfrentar a máfia.

Eu só não sabia quando.

Quando me retirei do hotel e me pus a caminhar em direção à casa de Kayla, eu não sabia o que esperar. No entanto, respirei fundo e me enchi de coragem. Contudo, não cheguei até lá, pois Luca me aguardava na porta de sua casa.

Parece que em Lipscani as notícias corriam rápidas e ele havia ficado sabendo da minha chegada.

Ao me aproximar dele, percebi que Luca estava sério e apreensivo.

– Ela já sabe – ele disse, indicando com um menear de cabeça, que estava falando de Kayla. – Infelizmente não tive alternativa a não ser informar a verdade, a um amigo meu da polícia. Nele eu confio e sei que não será corrompido por nenhum dinheiro que a máfia possa oferecer. Foi então descoberto que o nome verdadeiro de Lorenzo é Manoel Rossi. Contudo, Kayla não ficou nada feliz. E infelizmente, pareceu ficar muito magoada. Porém, foi a única maneira que vi para fazer com que ela não se aproximasse mais dele.

Eu fiquei calada por alguns instantes, raciocinando. E vendo que eu estava pensativa, Luca resolveu prosseguir:

– O nome dele está sendo divulgado na mídia e como o disfarce dele foi destruído, creio que não vai aparecer por agora. No entanto, a retaliação vai ser agressiva. Disso até mesmo a polícia tem certeza.

Luca já estava ciente do perigo em que havia se metido, mas parecia não ter medo.

– E ela está aonde? – eu perguntei, voltando minha atenção para Kayla.

O resto a gente resolveria e se preocuparia depois.

– Na casa dela – ele disse. – Isabella, saiba que não tenho medo e nem me importo de enfrentar o que virá, por estarmos mexendo nesse espinheiro. Já fico em paz em saber que agora posso deixar minha irmã descansar, sem ficar remexendo na ferida a cada segundo. Obrigado por desvendar esse mistério!

– Eu fiz isso por Sofia! – eu disse, sem me deixar comover pela aparente mansidão de Luca Hagi.

– Eu sei – ele disse. – E agradeço por se importar e se arriscar por minha irmã!

– Ela faria o mesmo por mim – eu declarei. – Agora se me dá licença, vou conversar com a Kayla.

Comecei a caminhar em direção da casa de minha amiga, porém, antes que conseguisse dar dois passos, Luca segurou meu braço e me puxou de volta para si. Olhou bem fundo em meus olhos e pude perceber como os dele estavam claros de emoção.

– No entanto, apesar de eu estar grato, não se esqueça de que aguardo explicações de como sabe tanto sobre a máfia!

– Pode deixar! – eu disse, fechando o semblante pela ousadia dele em ficar me tocando.

Em seguida ele me soltou e eu caminhei até a casa de Kayla. Ao entrar ali, encontrei minha amiga sentada no sofá e só de olhá-la, deu para ver como estava abatida. Era como se seu brilho tivesse se apagado.

Ela olhou para mim, sem demonstrar nenhuma emoção.

– Eu sinto muito! – eu disse, sabendo que aquilo não resolvia nada.

Contudo, era importante que ela soubesse que eu estava ao seu lado, para o que precisasse.

Kayla ficou por um momento calada e olhando para o nada, no entanto, quando voltou a me encarar, pude ver o quanto estava triste. Era palpável a sua angústia e aquilo me deixou arrasada.

– Eu estava vivendo um sonho! – ela disse e naquele instante, sua voz parecia apenas um esganiço – Mas agora acabou!

Pude ver que os olhos dela estavam marejados de lágrimas e então me aproximei para abraçá-la. Kayla continuou estática, como uma pedra. Parecia ter perdido todo viço.

– Tudo vai ficar bem, Kayla! – eu disse, querendo contar a ela toda minha história, para que visse que mesmo na escuridão, ainda era possível encontrar uma saída.

– Vai sim! – ela concordou e então me olhou. Naquele instante ela parecia ter voltado a ser a mulher forte que eu havia conhecido. – Eu queria muito poder continuar te ajudando, Isabella... Porém, eu não consigo ficar mais aqui, então resolvi aceitar uma proposta de emprego que eu havia recebido e então vou me mudar lá para Sibiu. Tudo aqui nessa casa, me lembra a mentira que eu vivi.

– Eu compreendo! – eu disse, mas me sentia apreensiva quanto a segurança dela. – Porém, eu confesso que me preocupo com sua integridade. Estamos lidando com algo realmente perigoso, Kayla!

Minha amiga levantou de onde estava sentada e agora parecia dura, pronta para agir.

– Eu não tenho medo! – ela disse e naquele instante eu vi fúria em seus olhos. – Eu teria enfrentado o Talibã para poder fugir para cá, então não me importo que venham atrás de mim. Na verdade é isso mesmo que eu quero, pois eu estou preparada, Isabella!

Aquela era uma mulher resiliente e forte e eu a compreendia muito bem, pois se eu não tivesse algo a que proteger, também iria querer minha vingança.

– Só te peço que tome cuidado e se cuide! – eu disse, percebendo naquele instante, como eu sentiria falta de Kayla.

Era incrível como tudo na minha vida havia mudado em menos de uma semana. Ali eu percebi, que tempo não significava nada. Mas que os sentimentos e os amigos verdadeiros, valiam tudo.

– Não se preocupe! – ela disse. – Será apenas uma temporada e eu sinto muito por não deixar você ficar aqui, mas é que quando eu retornar a Bucareste, quero recomeçar do zero, então vou entregar essa casa de volta para a imobiliária.

– Tudo bem – eu disse. – Eu sei me virar. Não se preocupe comigo!

Depois daquilo a conversa se encerrou. Eu fui para o quarto e arrumei as minhas poucas coisas, que haviam ficado ali. Coloquei tudo dentro da minha mala e saí. Eu entendia o instante de Kayla. Ela precisava ficar sozinha, para reorganizar suas ideias. Eu mesma havia passado por aquilo, então não tinha como me ressentir ou julgar.

Eu não era de me apegar a nada, então tentei não me deixar abater com o fim daquele capítulo. Talvez no futuro, ainda existisse espaço para continuar a história da nossa amizade. Contudo, eu não podia esperar nada, pois eu mesma estava em perigo.

O futuro mais que nunca, era incerto.

Caminhei de volta ao hotel em busca de pedir abrigo para a senhora Mapple. Porém, o gerente declarou que aquela era uma impossibilidade. Ele não queria nenhum de seus funcionários morando no serviço, ou então teria que abrir uma exceção para todo mundo.

Para todos os casos, era mais fácil encontrar outro lugar para pousar, do que um emprego flexível como o do hotel. Afinal, eles permitiam que eu me ausentasse para acompanhar a senhora Mapple em suas viagens.

Decidi que naquele instante, iria resolver minha pendência com Luca Hagi e depois me preocuparia com esse detalhe.

Ao chegar à porta da casa dele, toquei a campainha e esperei que ele viesse me atender. Não demorou muito. Luca encarou minha mala com desconfiança, contudo me deixou entrar.

– O que aconteceu? – ele perguntou. – Não vai ficar mais com a Kayla?

– Ela decidiu ir para Sibiu – eu disse e dei de ombros, como se aquilo não me afetasse. Eu era orgulhosa demais para admitir. – Ela precisa de um tempo para colocar os sentimentos em ordem.

– Mas com esses bandidos soltos, ela não corre perigo? – Luca parecia realmente preocupado.

– Se tratando da máfia, corremos perigo estando aqui ou em qualquer lugar!

Luca se aproximou e indicou com um menear de cabeça, que eu deveria me sentar no sofá. Aquilo era um sinal claro de que a conversa seria longa.

– Por falar nisso, estou aguardando que me explique como conhece tão bem essa facção...

Eu me sentei e me permiti suspirar longamente, antes de iniciar a minha narrativa.

– Eu conheci um rapaz e comecei a me relacionar com ele – eu disse, indo direto ao ponto. – Ele tinha um quê de mistério que me atraía, no entanto, eu achava que era somente isso. O romance durou cerca de três meses e então comecei a observar pequenos detalhes e achar que tudo que Roberto me contava, era suspeito. Comecei a segui-lo e em uma de suas reuniões secretas, descobri que ele era um membro importante da máfia e que na verdade, o nome dele é Enrico Casali.

Luca me encarou, sabendo que eu estava escondendo alguma coisa. No entanto, tinha algo crucial que eu não podia contar para ninguém.

– E por que estão atrás de você? – ele perguntou, sabendo que a máfia não perderia tempo em perseguir qualquer pessoa.

– Porque Enrico descobriu que eu ouvi detalhes importantes de seus esquemas e que eu sei onde fica o principal local, que a máfia usa para se reunir. Eles precisam me executar para garantir sua segurança. Por isso cada passo que dou, requer uma atenção extra.

Aquilo tudo era verdade, mas não era toda a história que eu havia vivido e ainda continuava a viver. Mas havia detalhes que eu ainda não confiaria a ninguém. Não até eu descobrir o que faria.

Luca suspirou e então percebeu que estava metido da cabeça até os pés, ajudando uma inimiga da máfia. Ele parecia não desconfiar que eu tinha algo muito mais importante, "escondido debaixo da manga".

– E minha irmã sabia de tudo isso quando aceitou te ajudar e te receber aqui?

– Ela sabia de cada mínimo detalhe!

Luca ficou um tempo em silêncio e então se levantou do sofá. Sem confiança na humanidade, era como eu me sentia constantemente, então acreditei que ele me escorraçaria dali.

– Sei que agora você deve estar cansada da viagem e das tensões que esse dia nos reservou, mas em outro momento, quero que me conte cada detalhe dessa sua história, com esse mafioso!

– Tudo bem – eu disse. Aquilo era o de menos naquele instante.

Eu me levantei e me preparei para ir embora. Eu estava mesmo precisando encontrar um quarto barato para poder dormir.

– Você está indo para o hotel se encontrar com a senhora Mapple?

– Não! – eu disse. – Infelizmente como trabalho no hotel, não posso ficar hospedada lá.

– E onde você vai ficar agora que a Kayla está indo embora? – ele perguntou, erguendo uma de suas sobrancelhas escuras.

– Ainda não sei – eu confessei. – Vou agora mesmo procurar uma hospedaria barata.

– Então está resolvido – ele disse –, você fica aqui!

– Como? – eu perguntei, preparando-me para me defender.

Luca Hagi não era prestativo assim e eu não era amiga dele.

– Eu devo isso a Sofia! – ele disse. – Ela confiava e gostava de você. E se aquela barbaridade não tivesse acontecido com ela, era aqui mesmo que você iria ficar. Infelizmente eu não a ajudei em suas causas, enquanto ela estava viva, mas quero fazer o que Sofia queria que eu fizesse, em memória a ela.

Eu estava cansada e precisava economizar dinheiro, então resolvi aceitar. Afinal, em quinze dias, eu estaria viajando de novo com a senhora Mapple e sua amiga.

– Obrigada! – eu disse, liberando um discreto sorriso.

– Vou te levar até o quarto de minha irmã - ele disse. – Para ela seria um prazer que uma de suas amigas ocupasse o seu espaço.

Luca me acompanhou até o quarto de Sofia e ao entrar ali e fechar a porta, me permiti chorar. Deixei minhas lágrimas rolarem livres, em protesto pela morte de minha amiga, pelo coração partido de Kayla e por causa de meu próprio dilema.

Deitei na cama de minha amiga e adormeci com o rosto ainda molhado pelas lágrimas. Acordei várias horas depois, com a campainha tocando insistentemente. Eu não sabia se deveria atender, porém, ao ver que não havia movimento de Luca na casa, resolvi ver do que se tratava.

Poderia ser que Kayla ou a senhora Mapple estavam precisando de mim. Desci ainda atordoado pelo sono e naquele momento, não pensei que talvez pudesse ser uma emboscada do inimigo, ou então, que poderia ser inconveniente da minha parte, atender à porta, no meu primeiro dia como hóspede daquela casa.

Abri a porta de supetão, cansada de ouvir o barulho insistente da campainha. No entanto, ao abrir a porta, não encontrei nenhum perigo e nem ninguém conhecido, apenas uma moça de cabelos loiros. Ela me encarou minuciosamente antes de entrar, mesmo sem ter sido convidada.

– Cadê o Luca? – ela perguntou, com um tom arrogante.

Senti um ódio instantâneo por aquela mulher, que agia como se eu fosse sua empregada. Coloquei a mão na cintura e a encarei com ar de desdém.

– Não sou a babá do Luca e nem te devo satisfações, então peço que se retire! – falei e apontei para a porta.

– Eu não saio daqui até falar com o Luca!

– Então ficará plantada aqui na sala! – eu disse.

Em seguida comecei a me dirigir de volta às escadas, porém, a mulher pegou em meu braço, impedindo-me de prosseguir.

Pensei em lhe dar um soco na face, por se atrever a tocar em mim, mas me contive.

– Se você estiver se envolvendo com o Luca, eu acabo com você!

Eu gargalhei e a encarei nos olhos, mostrando que eu não tinha medo de uma biscate qualquer.

– Se atreva! – eu disse, desafiando-a.

Naquele instante, Luca surgiu, entrando pela porta principal, trazendo comida em suas mãos.

– Dimitria? – ele questionou a presença da loira com seu olhar. – Eu já te falei para não voltar aqui!

A mulher parecia transtornada e eu estava adorando tudo aquilo.

– Eu não acredito que você colocou alguém aqui dentro!

– Isso não é da sua conta! – ele disse. – Agora se retire daqui! – Luca manteve a porta aberta, para que ela saísse.

– Eu vou, mas eu volto! – ela disse e então me fuzilou com o olhar. – Eu não vou aceitar essa situação!

Dimitria saiu e bateu a porta e eu então encarei Luca. Pude perceber que ele estava transtornado e triste, tudo ao mesmo tempo. Seus olhos cor de mel brilhavam de fúria. Eu não o conhecia muito bem, mas meus instintos me disseram, que aquela garota havia feito algo muito grave a ele.

E eu estava decidida a descobrir tudo.

E aí? Quem será que é essa Dimitria? O que será que vai acontecer com a Kayla?

Aguardem muitas emoções nos próximos capítulos!!!

Beijos da Thay.

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