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Capítulo XIII - Vãs esperanças

Na noite seguinte, depois do trabalho no campo, Berna sentou-se na varanda com as Escrituras no colo, para lê-las à luz da lua, que estava bem cheia e clara no céu. O pai logo se acercou dela e recomeçou com a ladainha sobre querer netos; ele sempre fazia isso, mas desta vez parecia mais enfático.

— A vida me presenteou com três filhas lindas; mas eu gostaria de ver um varão na família antes de partir pra o Valhala — ouvindo falar nisso, Berna deu um muxoxo de desdém. Ela não acreditava nesse céu para aqueles que faziam viúvas e órfãos. O pai perguntou — Quando é que vai me dar um neto, minha filha?

— Peça-os a Una, ou Kyrah — retrucou Berna, um pouco irritada.

— Não, elas ainda são novas, mal saíram dos quinze! Mas você já tem quase dezoito, minha Berna. Não tem medo de ficar para tia?

— Não — ela respondeu, serenamente. — Não tenho mesmo vocação para esposa ou mãe — e voltou a atenção para a leitura. O pai ficou chocado.

— Qual é o sentido da vida de uma mulher que não quer ser mãe ou esposa de um guerreiro? — perguntou. — A que vai ela dedicar a vida?

Berna teve vontade de responder "A Cristo, que não deixa viúvas desamparadas, mas cuida delas", mas estava lendo justo uma passagem que dizia "...mas o que modera os lábios é prudente", então se calou.

— Eu não a obrigaria a se casar com ninguém, minha filha — ele apelou. — Confio no seu bom senso para escolher um marido. Mas quero te ver casada.

Ela não acreditou nem um pouquinho, mas resolveu sondar. Levantou-se e passou os braços em torno do pescoço do pai, postando-se atrás dele, que estava sentado. Murmurou, suave:

— Quer dizer que eu posso escolher quem eu quiser para marido?

— É... em termos — respondeu Heric, cauteloso.

— Hum... e se eu dissesse que quero me casar com Angus Grillnborst, por exemplo? — ela questionou, num tom entre sério e divertido.

— Ora, mas você não seria tão tola a ponto de querer isso, filha — ele riu, incerto.

— Acontece que eu quero — ela disse, num tom alegre.

— Não — ele disse, peremptório. — Ele tinha uma mãe huna, não conhecemos os costumes desse povo; ele pode ter todas as perversões no sangue. Você pode escolher qualquer guerreiro — ele já começava a limitar — menos hunos, francos ou gauleses — ele deu ênfase especial a essa última palavra. — É pelo seu bem. Não quero te ver sofrer, filha, não quero. Você tem que casar logo.

— Só que eu não quero um marido, papai, não quero — imitou ela, num tom entre meigo e insolente, entrando em casa logo em seguida.

A mãe dela viu-a fechar-se no quarto com uma expressão penalizada no rosto. Ondina fora feliz no seu casamento arranjado; mas Berna não tinha herdado o temperamento conformista dela, nenhuma das filhas herdou. Provavelmente isso não daria certo no caso dela.

Berna se deitou muito furiosa com o pai. Não é que ela execrasse absolutamente a ideia de casamento, mas pensava que ele não tinha sentido sem amor. A única pessoa por quem ela sentia algo similar não ia pedi-la ao pai - e se pedisse ele não concederia. Então ela não ia casar. Tinha isso decidido, e encarava a coisa sem se importar muito. Só que o pai se tornava mais assíduo nesse assunto, e começava a aborrecê-la. Ele logo colocaria a coisa às claras, e ela ia ter que responder às claras também. Não queria nem pensar na tempestade que isso provocaria.

***

A época de colheita chegou, e o verão também. As três irmãs estavam na varanda, se escondendo do sol. Depois de um dia de trabalho, Jolie, a franca de Olaf, aproveitou que seu amo não estava em casa e juntou-se às filhas do chefe.

Kyrah, quieta, brincava com Lauren. Berna afinava a harpa e Una discutia com Jolie sobre um costume dela. Em sua aldeia, Jolie costumava comer apenas cereais, porque diziam lá que carne faz mal para mulheres. Una tentava provar o contrário, que o sangue dos animais deixava o rosto corado.

Tristan e Angus tinham deixado os instrumentos de trabalho no depósito da aldeia, e, passando por ali e ouvindo, sem nada pra fazer até o cair da noite, ficaram por ali, discutindo o costume franco. A presença dos amigos deu uma desculpa ao aparecimento de Beowulf.

Berna, tendo terminado de afinar a harpa, tocou a história de Lauren-Uh!, com o coro de Lauren, que gostou da música. Os convivas estavam estupefatos, mas a música atraiu os bardos — e logo Bjorn, Bragi e Rincewald estavam lá. Um ajuntamento sempre atrai mais gente, e logo em seguida a loura sobrinha do chefe aparecia por ali.

— Alguém viu o Gorki? — perguntou Brunhild, que acabava de chegar. Todos fizeram que não com a cabeça; Una levantou-se e ofereceu:

— Eu vou procurar ele com você — e saíram as duas andando para o outro lado da aldeia.

Pelo lado oposto da varanda, surgiu Gorki perguntando por Brunhild; alguns olharam confusos de uma cara para outra, numa expressão de "Falando em Lóki, olha quem aparece!" e apontaram para várias direções. Lá se foi o esposo apaixonado.

Quem chegou em seguida foi Geri Tanfana. Desde que Jolie chegara na aldeia, ele a perseguia. Ela o viu vindo e se escondeu atrás de Berna.

— Pensei ouvir a voz de Gabrielle vinda daqui — disse.

— É que a minha harpa estava desafinada — disse Berna, levando um empurrão de Gabrielle e dando uma guinada estranha para frente por conta disso. Alguns dos presentes riram.

— Tá legal... ahn... se a virem, eu estarei na floresta — e ele se afastou.

Jolie voltou ao lugar dando uma banana para as costas de Geri.

— Isso é um gesto tipicamente franco — comentou Bragi, pontuando com risadas a conclusão perfeita para a discussão sobre os costumes da aldeia de Gabrielle. Ele havia sentado ao lado de Kyrah, e, avistando Lauren, exclamou — Oh, olá amiguinho! — e acariciou Lauren, que pareceu muito satisfeito com ele.

Beowulf, ao ver aquilo ficou se roendo por dentro, com chamas nos olhos; tinha o tempo todo tentado captar a atenção de Kyrah, lançando-lhe repetidos olhares, seguidos de olhares para a floresta - sem resultado. E agora vinha esse bardo, e... Argh!

Entre Berna e Kyrah havia uma cadeira que Una deixara vaga; Beowulf correu a sentar lá, e puxou-a para perto de Kyrah, para deixar claro a Bragi como eram as coisas.

Escurecia. Então a porta para dentro de casa se abriu.

Heric vinha lá de dentro e arregalou os olhos vendo aquele povo todo.

— Gosto de ver a juventude dessa aldeia reunida — exclamou, em seguida. — Dá licença para o pai sentar, filha? - ele empurrou a cadeira de Berna para perto da de Beowulf e puxou uma para o lugar vago entre ela e Jolie. Berna levantou-se ostensivamente e foi sentar sobre a mureta da varanda, perto de onde estava Bjorn apoiado, discutindo música com Rincewald, Angus e Tristan.

— Mas eu ainda acho que um belo bolo de trigo é... — comentou Jolie, tentando falar com Berna, porém "um pouco" impedida pela "parede" entre elas.

Bragi e Beowulf disputavam a atenção de Kyrah, um falando de espadas, outro de harpas.

— Essa aldeia está paradona, não é? — Heric tentava captar a atenção dos jovens. — O que acham de um baile da colheita? Eu digo, além do festival...

Kyrah falou, séria:

— Odeio bailes, parece tão... romano — essa última palavra falada com repulsa. Era uma espécie de gíria depreciativa entre aqueles adolescentes.

— Mas eles não fazem bailes em Roma — disse Angus — Fazem orgias.

As mulheres presentes coraram pudicamente ao ouvir isso. Jolie se levantou e arrumou a saia.

— Bem, eu tenho que voltar para casa ou o Banzo vem a minha caça — desculpou-se. Berna disse:

— Traga-o para cá com a gente — mas Gabrielle sorriu com melancolia.

— Não tenho assim tanta autoridade sobre ele — e ela deixou a varanda.

Bragi, ouvindo a conversa de música no outro canto, deixou Kyrah e juntou-se ao grupo que conversava. Kyrah e Beowulf ficaram entregues ao papo do papai. Kyrah então se levantou, dizendo que ia deitar. Antes de entrar, lançou um olhar ao urso, e outro à floresta. Recolheu-se levando Lauren. Beowulf levantou.

— A conversa está muito boa, senhor, mas, se me dá licença eu realmente preciso polir meu escudo. Até amanhã — ele acenou para os outros e se afastou.

Heric, aborrecendo-se, olhou em volta para chamar a outra filha, mas nem ela nem ninguém estava ali. Havia apenas uma folhinha rolando na poeira do anoitecer.

O chefe voltou para dento de casa e foi perguntar à esposa qual era o problema com ele.

***

Enquanto isso, na floresta, um Urso aguardava sua vítima, que demorava. Ele andava para cá e para lá, sentava, mas não conseguia ficar parado por muito tempo. E as horas passavam. Ele começou a bater com a sua maça em uma árvore; a cada batida, ficava se xingando.

— Idiota! — pow! — Burro! — pow! — Argh! — pow!

Finalmente ele ouviu um "Uuuh!", e ficou com um sorriso de orelha a orelha. Kyrah apareceu envolta numa capa preta que a cobria inteira e esvoaçava quando ela andava; estava com uma expressão sombria e Lauren estava pousado em seu ombro.

— Finalmente! — exclamou Beowulf, com os braços cruzados, como se fosse obrigação dela aparecer.

— Eu nem sei por que eu vim... — começou Kyrah.

— Mas eu sei... — começou a dizer Beowulf, com um ar travesso/apaixonado, se aproximando dela.

— Lauren precisava respirar o ar da floresta, só isso... — disse ela, se afastando para trás; "infelizmente", a mesma maltratada anteriormente estava atrás dela, e impediu seu caminho.

— Eu te amo, Kyrah — ele disse, prendendo-a na árvore pelo artifício de apoiar os punhos em ambos os lados dela.

— E eu acredito... — e ela virou os olhos para o alto, deixando clara a ironia.

— Devia... Penso que tenho demonstrado o suficiente.

— Guerreiros como você não amam — ela provocou. — Guerreiros querem. Você me quer, talvez, mas só isso. Não seria capaz de fazer algo por mim.

— Como não? Peça. Apenas peça e eu te trarei a cabeça do imperador de Roma, se for preciso pra te contentar.

— Desista de querer ser o chefe, então, e case comigo! Aposto que você não faria isso!

Ele hesitou. Ficou calado por um tempo e se afastou dela dois passos.

— Mas... seu pai não te daria a mim, daria? — ele questionou, incerto.

— É claro que sim! Ele faria tudo para me ver feliz! — disse ela, se aproximando dele. Lauren não entendia nada e, num súbito ataque, voou desajeitadamente para o chão.

— Lauren! — gritou Kyrah, se abaixando, juntando ele e colocando-o num galho próximo.

— Temos que parar de mimá-lo, ou melhor, você tem que parar de mimá-lo! — exclamou Beowulf, como se já estivessem casados. Kyrah colocou seus braços em volta do pescoço dele e perguntou em seu ouvido, docemente:

— Mas não posso mimá-lo nem um pouquinho?

— Bom, se você mimar os dois... — falou ele, travesso.

— Vamos ver o que eu posso fazer... — os dois se beijaram e ficaram planejando o futuro.

Beowulf considerava a ideia de casar com Kyrah como um prazer indescritível, mas não abandonara toda a esperança de ser chefe ainda.

— Se a sua irmã morresse, seria o seu marido que viraria chefe, não é? — ele perguntou a Kyrah. Os dois estavam sentados sobre um tronco, e ele mantinha um braço em torno dos ombros dela.

— Isso é uma ideia muito horrível — disse Kyrah, enojada. — Eu não quero que isso aconteça — Beowulf começou a contar.

— O problema é que no meu clã eles estão contando com o meu casamento com ela. Meu tio, o pai de Ingra, sabe? — Kyrah sabia e fez uma careta; não gostava dela — É o mais entusiasmado. Penso que ele quer que eu faça da filha dele minha segunda esposa... — ele disse, pensativo. Kyrah fulminou-o com o olhar. — Mas se acalma, menina! — ele disse, mexendo nos cabelos dela. — Eu não tenho a mínima intenção de fazer isso. Já é duro ter que aguentar aquele velho como tio, imagina como sogro. Só que ele é uma peste. Não vai gostar do nosso casamento, quando souber. Ah, eu não tô nem aí.

Então ele mudou parcialmente de assunto.

— Na minha família eu gosto mesmo é da minha avó. Ela é tão pequenininha, e quando me vê já vem falando: "Cadê o ursinho da fofó...?" Ela fala assim esquisito porque é alemani — ele esclareceu.

Kyrah riu — e ainda riu muito mais naquela noite — ria sem motivo. Porque ela tinha certeza que, houvesse o que houvesse, aquele urso ia ser só dela, como ela seria dele também.

Ela voltou pra casa tarde.

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