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Capítulo I - Em que conhecemos os Brandeburg e seu círculo de amizades

Havia, no século I d.C., nas terras que conhecemos por Noruega hoje, uma aldeia viking. A aldeia era povoada por ostrogodos com uma raiz ibérica, adquirida numa invasão que os pioneiros dos clãs da aldeia tinham feito a uma aldeia ibera, no tempo em que ainda eram nômades. Isso fora há muito, e não teria qualquer importância se os genes ibéricos não fossem fortes, e as mulheres raptadas naquela época não tivessem feito a aldeia ter uma aparência incomum entre os godos, com uma maioria de habitantes de cabelos e olhos escuros.

Não era exceção a essa regra nem mesmo o chefe da aldeia. Heric Von Brandeburg tinha cabelos e barba de uma negritude longa e espessa. Ambicionava tornar-se Heric, o Grande, e pelo menos fisicamente correspondia à alcunha. Com mais de dois metros e uma magnífica corpulência, somente nos invernos mais rigorosos permitia-se o uso de um colete de pele de carneiro. Era um bom chefe, exímio guerreiro e estrategista, um tanto tradicionalista e conservador – e muito, muito autoritário. Era um marido atencioso e pai amoroso, embora rígido.

Se não conseguisse o apelido requisitado, com certeza teria o de "último chefe Von Brandeburg". Heric não tivera filhos homens para manter a linhagem. Possuía três filhas, que embora não fossem as mais belas moças da aldeia, eram bastante desejáveis. E, além disso, as três ostentavam uma inteligência brilhante, e cultura muito superior à média das mulheres da época. Heric sempre dera especial atenção à educação das filhas, e elas sabiam tocar harpa, saltério e tamborim, teciam, escreviam e liam, faziam poesia e podiam dar lições básicas de matemática e filosofia grega. Também tinham aprendido a cavalgar e lutar, porque um dos maiores (e únicos) medos de Heric era que uma de suas preciosas filhas fosse raptada numa invasão, e elas tinham que saber se defender disso.

Com essas moças começa nossa história.

Berna era a mais velha. Era o casamento com ela que garantiria ao afortunado pretendente a sucessão do "trono", segundo a antiga tradição da aldeia. Ela era uma boa ouvinte, tinha um coração bondoso, mas as cobranças como primogênita haviam retraído a menina, fazendo-a parecer fria e distante, e ganhar até uma velada fama de antipática. Apesar disso, todos gostavam de tê-la presente em seu meio. Os amigos confiavam muito em seus conselhos – respeitavam sua considerável sabedoria. Ela era uma garota pensativa desde criança, e em idade igualmente tenra começara a apreciar histórias e debates. Mas ninguém podia dizer que a conhecia, realmente.

Fisicamente, Berna não era exatamente notável. Tinha longos cabelos castanhos, olhos da mesma cor. O cabelo era misto; os fios grossos, lisos até a metade, encaracolavam na ponta, mas nem sempre se podia notar isso, porque Berna costumava prendê-los numa trança forte, deixando solta apenas a pequena franja. Quanto ao corpo – quando completou seu desenvolvimento – era médio, em peso, altura e formas; apenas o busto estreito. Ela não tinha amor por adornos, embora seu pai os trouxesse aos montes das incursões. Vestia-se usualmente com sobriedade, preferindo os tons mais escuros das cores frias.

Heric amava a filha, mas ao mesmo tempo a temia. Não era capaz de entendê-la, e pressentia que ela lhe traria problemas. Não era dócil, decididamente não. Puxara ao pai e tinha convicções fortes, e isso ele percebia, compreendendo aí motivos de discórdia.

Um ano e pouco após o nascimento de Berna, a esposa do chefe teve gêmeas. As garotas eram nada parecidas na personalidade, e pouco no físico. Una, um minuto mais velha, e Kyrah, tinham ambas cabelos negros e bem cacheados, e olhos escuros. E praticamente acabavam aí suas semelhanças.

Una era baixa, miúda de corpo (exceto pelos seios fartos quando cresceu), corada e com um sorriso constante. Tinha alguns gostos semelhantes aos da irmã mais velha, mas tudo que aparentemente faltava a Berna, sobrava a Una. Ela era meiga e espontânea, confessamente apaixonada, sensível e sincera. Era altamente popular na aldeia e não havia festa se não houvesse Una. Era apaixonada pelas artes, confiava nas pessoas e era mais dada a falar do que a ouvir, mas podia partilhar sinceramente da alegria de outrem. Una era uma amiga maravilhosa, inteligente e responsável... dentro de seus interesses. O problema é que esses interesses podiam mudar como o vento e Una era teimosa como uma mula velha quando alguém discordava de suas novas ideias.

Resta agora falar de Kyrah. A garota tinha uma inteligência meticulosa e uma cultura abrangente. Possuía um grupo seleto de amigos e desprezava o resto da humanidade. Quase a ninguém se dava a conhecer, e muitas pessoas não a apreciavam, porque ela se mostrava fria e irônica a respeito de muitas coisas. Mas seus amigos a adoravam, porque ela era uma boa companhia, chegando a ser mais sensível e espontânea que a irmã Berna, entre os seus. Era também mais transparente, e os motivos por trás de suas ações podiam ser conhecidos facilmente por quem a conhecia bem.

Kyrah era muito bonita. A mais alta das três irmãs era forte e de corpo bem feito. Mas também não apreciava enfeites. Mesmo vestidos não gostava de usar. Isso porque gostaria de ser um guerreiro; extremamente bélica, amava a guerra.

Numa conquista particularmente lucrativa, Heric trouxera para casa um grande tesouro. Enchera a filha Una de enfeites, mas não sabia o que dar às outras. Por sorte encontrou no monte uma harpa dourada, e conhecendo a paixão da filha mais velha por histórias e trovas, deu a harpa a Berna. Confuso, resolveu pôr o orgulho de lado e pedir a Kyrah para escolher o que queria. Foi com surpresa que a viu tirar da pilha uma adaga de prata com uma caveira negra, parecendo encantada com o presente.

Mas se dependesse de Heric, a filha nunca faria uso dessa coisa; Kyrah era a mais protegida, eleita como a caçula numa muda concordância familiar. Isso tinha vantagens e desvantagens. Ela não era quase cobrada, mas também poucas coisas lhe eram permitidas, o que a aborrecia profundamente.

As três moças eram muito ligadas, e iam juntas para todo o canto, dividiam diversões e segredos, por exemplo, a respeito de suas paixonites. Quando tinha mais ou menos catorze anos, Berna apaixonou-se por um jovem alto e louro, com olhos verdes e cabelos encaracolados, e os dois eram bastante apegados. Ela ficou muito triste quando ele partiu com os outros homens de seu clã em um drakkar para invadir as (mais) frias terras do Oeste.

Una se apaixonara muitas vezes. Sempre sentia um "amor" avassalador, e julgava que "seu" homem era o mais perfeito do mundo.

Contudo, a primeira paixão de Kyrah fora a mais forte. Ela ficara louca por um bardo ruivo, conhecido por Maküsh, o Bardo Vermelho, por causa dos cabelos e porque narrava as batalhas mais sangrentas. Ele era filho de um alemani, e passara pela aldeia delas em uma ocasião de festa. Desde então, tudo o que Kyrah ansiava era que as duas aldeias, a dele e a dela, entrassem em guerra para que ele pudesse vir e raptá-la. Mas a irmã mais velha, com sua costumeira praticidade, destruiu as esperanças de Kyrah quando disse que bardos não lutavam e, portanto, não raptavam mulheres. Então a caçula dirigiu seus esforços para bolar um plano para encontrá-lo, mas o fez em sigilo.

As moças Von Brandeburg eram adolescentes agora. Berna estava com quase dezessete anos, e as gêmeas tinham quinze e meio. Eram bem relacionadas cada uma por si, mas tinham um pequeno grupo de amigos comuns. Esse grupo tinha entrada livre na casa do chefe, ou melhor, as duas meninas desse grupo, que se compunha de Brunhild, Ingrid e o jovem Tristan Von Trüppendorf.

Brunhild, uma loira alta e esguia de olhos mel, possuía uma boa posição social, sendo prima das filhas do chefe por parte de mãe. Tinha quase a mesma idade de Berna, mas parecia mais nova, por causa da aparência de ingenuidade que, como raramente acontece, correspondia à personalidade dela. Era uma garota simples e volúvel, podia ser facilmente convencida, mas era meiga e as três adoravam-na, apesar de ser tão diferente delas. Era muito feminina e vivia para joias, roupas e amor. Casara-se recentemente com um bom rapaz, que lhe dava a vida que ela desejava, mas ainda passava muito tempo com as Von Brandeburg.

Ingrid, de outro clã importante, já era casada havia quase um ano com Aerick Towarish, um homem pequeno, que servia como mensageiro. Morena de pele e cabelo, Ingrid tinha mais ou menos a mesma estrutura física de Brunhild, de quem era muito amiga, e os mesmos gostos também; mas era menos meiga e mais esperta. Distanciara-se das filhas do chefe por ocasião do casamento, mas ainda as visitava às vezes, especialmente a Una.

Tristan Von Trüppendorf não era bem-vindo na casa dos Brandeburg não só porque era um rapaz relativamente atraente, de ombros largos, boa altura e corpo bem feito, e Heric era um pai ciumento. O problema estava na mente excêntrica do jovem. Tristan era um guerreiro valoroso, e com dezessete anos já tinha homens sob seu comando. Mas Tristan não mandava neles, porque não gostava da ideia de mandar. Achava que decisões que diziam respeito ao destino de um grupo deviam ser tomadas por todos os integrantes do grupo, num acordo. Era assim que funcionava no seu destacamento, e diga-se em favor dele que geralmente dava certo. Só que acarretava a antipatia do chefe, ultra tradicionalista, como já foi dito. Ele não gostava muito do rapaz, apesar de reconhecer seu mérito, e o detestava particularmente quando ele queria se meter nas decisões maiores da aldeia, o que ocorria invariavelmente.

Para piorar, ele tinha apenas o pai de um clã tradicional. Sua mãe era uma gaulesa raptada durante uma incursão. Se ela fosse vândala, alemani, ou mesmo saxã, Tristan não teria sofrido tanto desdém por parte do povo da aldeia. O chamavam pejorativamente de Tristan, o Gaulês. Eles desprezavam os gauleses como oponentes fracos, e os francos, por antipatia, e os distantes hunos, como esquisitos. No começo, Tristan se aborrecia. Depois fingiu não ligar, para ver se paravam. Um dia surpreendeu as filhas do chefe, aparecendo em sua casa com um par de asinhas no capacete.

— Queriam um gaulês, e agora o têm – explicou, batendo no capacete, enquanto elas riam. – Além disso, combina com minha mente divagante, não concordam, senhoritas? – perguntou ele, com uma reverência.

Elas riram ainda mais, pensando que combinava. Ele era terrivelmente esquecido e tinha algumas ideias incoerentes, que podiam mudar de uma hora para outra. Era um sonhador, e por isso mesmo Heric o queria longe das filhas, principalmente agora que estavam chegando na idade de casar. Mas as três garotas haviam herdado seu temperamento obstinado, e tanto insistiam, tanto saíam para procurar Tristan, que ele teve que conceder ao rapaz a permissão de ir vê-las às vezes. Pelo menos estaria sob os olhos vigilantes do chefe.

Todas elas amavam-no como amigo, como a um irmão, e de certa forma estavam apaixonadas por ele. Defendiam-no dos ataques verbais dos outros com todas as suas forças, não importando quem o atacasse.

Tristan estava na guerra agora, e o mau humor das três moças era imensurável. Elas passavam tardes sentadas na varanda da choupana, comentando umas com as outras como seria legal quando Tristan voltasse. Até que um dia, Heric recebeu uma mensagem. Chamou Berna e Una e disse para que elas se aprontassem para acompanhá-lo até o acampamento das tropas, para congratular os vencedores, recuperar os feridos (ser tratado pelas princesas era uma honra) e conduzi-los, e aos tesouros, de volta à aldeia. Elas ficaram muito animadas, mas Kyrah ficou furiosa, e esbravejou com o pai, dizendo que queria ir também. Porém Heric não se demoveu, e Kyrah permaneceu na aldeia na qualidade de princesa regente.

Chegando no local três dias depois, bastante cansadas, as irmãs passaram em revista os heróis de batalha, cumprimentando cada um com palavras elogiosas. Foram dormir aflitas por não terem encontrado Tristan entre eles. No dia seguinte foram tratar dos feridos. Havia três longas tendas, repletas com esteiras dos que tentavam recuperar-se. Muitas moças, aparentemente escravas, circulavam entre elas. Heric entrou em uma tenda, Una em outra, e Berna ficou com a terceira. Sentiu uma vertigem ao entrar nela. Não gostava do trabalho de enfermeira, porque se sentia enojada à visão de sangue ou partes retalhadas do corpo humano, porém estava resignada a cumpri-lo, se isso a ajudasse a salvar alguma vida. Mas ao dirigir os olhos para o canto oposto da tenda, quase teve um ataque: lá estava o amigo Tristan, estendido numa maca, bastante pálido e com algumas ataduras envolvendo o pescoço, cheias de sangue. 

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