Trégua

A biblioteca estava uma zona, não entendo qual é o problema do pessoal em nunca deixar em ordem alfabética os livros na estante.

Eu sei o que estão pensando, a minha professora favorita nos deixou aqui na biblioteca cumprindo disciplina. A parte ruim é ficar organizado os livros que é uma droga, mas a boa parte desta disciplina...

É que não estou aqui sozinha...

- Está tão acostumada ficar de castigo que fica aí cantando está musiquinha besta. - escuto Júlia bufando de raiva porque sua mãe só chegará mais tarde e até lá terá que cumprir a disciplina pela primeira vez.

- Finalmente os direitos deste colégio estão iguais. - digo sarcasticamente debochando da garota. - Apesar de que só você merecia estar aqui.

- Você me agrediu vadia!!

- Tenta me atacar denovo aí você vai saber o que é agressão patricinha!! - falo se aproximando ficando frente a frente com essa garota mimada.

- Hey!! - escutamos o grito da professora de educação física. - O castigo é para trabalhar e não para brigar. - ela entorta a boca balançando as duas mãos.

- Quando minha mãe chegar vou contar tudo...

- Shiiiiu - a professora interrompe a garota. - Não vai contar nada, se fizer isto eu irei perguntar aonde sua filha arrumou este canivete.

- Você não tem provas professora maluca. - ela cruza os braços balançando a cabeça.

- Vamos ver. - ela exibe o sorriso guardando o objeto. - Estão liberada, sorte suas que o Haroldo e o Josh se ofereceram como voluntário.

Olhei para os garotos entrando na biblioteca achando tudo aquilo estranho, até que a garota pega sua bolsa e sai com aquela petulância.

Quando ia me aproximar dos garotos para os questina-los de tais tolices um pouco suspeito escuto a voz da professora.

- Srta Donner!! ainda não terminei com você. - revirei os olhos e depois meu corpo em sua direção.

- Aih, porque só eu que me lasco neste colégio?

- Talvez porque não segue as regras mocinha. - ela bate no meu ombro. - Escuta, fiquei sabendo que se inscreveu para o Grêmio, tem a minha aprovação, só faltam três professores assinar sua candidatura.

- Uau, obrigada pela confiança.

- Não confio em você, se nem no Barack Obama confio quanto mais em uma garota de dezesseis anos. Tenho minhas condições.

- Quais? - fico encucada.

- Não quero trapaças, trate de apagar aquele video da Dominic, também sou cristã e não tolero preconceito com religião de ninguém mocinha.

- Não acredito que está fresca me culpou pelo vídeo!!

- Seu primo estava na igreja com o Arthur, acha que eu não vi eles?

Fico espantada pela notícia, Tommy nunca frequentou nenhum tipo de igreja, não é seu estilo, mesmo se está garota partisse seu coração ele nunca faria está maldade para se vingar porque diferente de mim ele é um bom garoto.

Ando apressadamente até a sala de aula e encontro está princesinha sozinha do jeito que eu queria. Já tranco a porta e sento na cadeira ficando em sua frente.

- O que foi agora srta Donner, o que você quer comigo? - ela fala com uma voz de autoridade, porém percebo suas mãos tremendo de medo.

- Calma donzela, não vou te machucar, só vim conversar, eu pareço tão assustadora assim?

- Você é insolente, e muito assustadora, porém não tenho medo de você, porque sou filha de Cristo e é ele que me protege.

- Ahahahah - ri alto. - Suas mãos dizem ao contrário, pensei que era seu primo que te protegia.

- Não, está enganada.

- Okay donzela, respeito sua fé, e em questão do vídeo, pare de acusar meu primo tá legal?

- Eu não disse nada. - vejo seu semblante assustado.

- Deus não gosta de mentira. - falei esnobando segurando o seu queixo.

- Eu não estou mentindo, vi dois garotos fantasiados de palhaço atrás do Tommy e fiquei assustada, não posso falar nada de ninguém sem provas.

- Okay, mas caso você tenha alguma dúvida irei te esclarecer. O Tommy nunca faria isto, se quiser falar que fui eu tudo bem, eu seria capaz disto sim, não sou hipócrita. - digo bem séria. - Mas o Tommy, ele é oposto de mim, nunca fez mal a ninguém, mesmo se eu mandasse ele fazer isto com você ele nunca faria, então não magoe ele se caso passar na sua cabecinha de vento em acusa-lo.

- Está frase é do teatro,que bom que está se empenhando. Porque está me dizendo isto?

- Não sei, não entendo o que passa na mente desses garotos, ele te admira, deve ter ido para te ver.

Dominic fica pensativa por alguns segundos e respira fundo tentando digerir cada palavra que falei.

- Certo srta Donner, fico feliz em saber que ele me ache um exemplo, diga para Tommy que será uma honra atuar com ele no casal Pêncil e Sc...

- Não sou coruja!!

Abri a porta da sala me retiro rapidamente, pois o recado já havia sido dado. Olho para os lados e vejo Yuki se aproximando.

- E aí marrentinha, qual é a nova encrenca de agora?

- Nada demais chinês, o que você está fazendo aqui? Deveria está no seu prédio com a turma da sua idade.

- Vim te ver, só queria saber se gostou da série. - ele tenta se explicar me seguindo enquanto ando em passos largos.

- Escuta Yuki. - parei me virando em sua frente. - Foi divertido, você é um cara legal mesmo sendo bobão, mas não quero esse lance de best friend, sei como vocês garotos são, sempre procurando novos ares, não quero alguém que entre na minha vida e depois some.

- Não sou como os outros srta Donner, nem todo cara vira as costas e abandona, eu não farei isto.

- Está se referindo a quem?! - jogo o idiota na parede segurando as golas de sua jaqueta.

- Desculpa, não quis dizer isto, só queria dizer que não precisa ser assim só porque alguém lhe virou as costas. - que ousado, minha vontade era de socar seu rosto asiático por se intrometer na minha vida.

- Da próxima vez que vier com esses papos irei arrancar seus rins. - deixei o guri um pouco assustado comigo, melhor assim.

- Certo... - ele concorda, porém continua me seguindo afs, que saco.

- Ah, já ia me esquecendo, já que você quer se propor a me suportar.

- O que quiser comandante. - ele exibe aquele sorriso idiota.

- Me ajude a descobrir quem filmou o vídeo da princesinha dando surtos, pode fazer isto?

- Claro, como quiser

Ele se aproxima para me despedir com um beijo na bochecha, senti algo estranho, me arrepiei todinha sei lá, um friozinho na barriga, deve ser algum extinto feminino quando alguém invade demais sua privacidade.

Dei lhe um tapa no rosto impedindo tal aproximação.

- Que isto? - ele questiona surpreendido com as mãos no rosto.

- Nada de apego. - dou lhe um empurrãozinho de leve.

Viro as costas me desfilando deixando o garoto confuso, apesar que também devo está neste momento por aquela sensação, mas não vou demonstrar isto, pois estou confiante por fora...

Mas confusa por dentro...

Continua...