Eight
Turma dos fracassados
Na mídia: Novos personagens
12h PM
Como de hábito, sempre na hora do intervalo retiro minha merenda e sento naquela mesma mesa onde tive alguns problemas semana passada, não que eu queira arrumar outra encrenca com aquelas patricinhas piranhas, aliás, se minha mãe paga impostos neste colégio tenho direitos legais de me sentar onde bem quiser.
Observo aquele bobão com a bandeija todo perdido procurando uma mesa para se sentar, as garotas pararam tudo e ficaram olhando para ele, tudo bem que ele tem o físico bonitinho, mas não é pra tanto.
- Oi garota do... ops srta Donner, posso sentar aqui? - nem reparei que ele tinha chegado e já estava na minha frente.
- Vejo que já está sentado, então sugiro que fique. - respondi olhando para baixo mordendo minha maçã.
- Escute, seu segredo está seguro, ninguém irá saber, posso te ajudar a montar outro Studio secreto.
Levanto meus olhos em sua direção, o encaro bem séria deixando o garoto intimidado.
- Escute aqui chinês, não é porque você sabe meu segredo quer dizer que somos obrigados a serem amigos e ficar lanchando todo dia na mesma mesa como se fôssemos algum tipo aliados.
- Então temos que agir como uma equipe secreta?
Quando eu ia jogar a real descartando esse garoto do colegial, aquela folgada da Júlia se aproxima, se ela vier tentar me tirar do sério juro que vou arrancar o resto de cabelos que lhe resta, não vou me importar se ela é a filha da diretora.
- Escuta loirinha, pelo visto está se achando a dona do pedaço, isto não vai durar muito tempo ouviu? Deu sorte naquele dia, ainda quis se aparecer no jornal. - ela está tentando me intimidar? pois não está dando certo.
- Cadê seu namoradinho? queria saber se ele está bem. - pergunto um pouco irônica.
Vejo sua expressão de nojo e fúria ao perceber que eu seria uma pedra no seu sapato, diferente de outras garotas que se intimidam com sua presença.
- Ele está na biblioteca talvez indo acertar as contas com aqueles pirralhos fofoqueiro.
Me levanto apressadamente, pois lembrei que o Tommy estaria lá fazendo trabalho de física, essas horas este babaca já devia está atormentando meu primo.
- Aonde vai Chelsea? - escuto Yuki me questionando.
- Ajudar meu primo, você vem ou não?
- Sim.
- Já arrumou um pau mandado loirinha? - Júlia esnoba, porém não tinha tempo para ficar discutindo com essa vadia, tenho preguiça e para não lhe dar um soco para calar sua boca preferi deixá-la falando sozinha.
Andei apressadamente até a biblioteca que parecia estar silenciosa até que vejo dois garotos de preto com os livros espalhados pelo chão e todo encoberto de resto de lixo orgânico.
Eram dois garotos mais esquisitos do colégio, um usava aparelhos e óculos fundo de garrafa, o outro tinha um cabelo preto ondulado e um olhar de garoto maníaco.
Bom, desde o suicídio de uma garota que era da turma deles, vejo frequentemente esses garotos andando juntos porém, reservado e excluídos por serem esquisitos.
- Hey garota, vimos o que você fez com o valentão, assinamos sua matéria no jornal, ele prometeu acabar com todos que assinaram, nos ajudem por favor...
Me aproximo dos dois garotos que estariam com mal cheiro por conta do lixo, encaro-os olhando fixamente em seus olhos indignada por dois garotos fracos pedirem ajuda a uma garota, talvez eu nem seja tão forte assim, o valentão tem muito mais físico e brutalidade, porém o que fala mais alto em qualquer regra da natureza é a coragem.
- Os mariquinhas querem ajuda? Owt, estou morrendo de ternura aqui, coitadinhos, mas deixa eu lhes fazer uma pergunta. Eu pedi para vocês assinarem o jornal?
- É, não pediu, assinamos como protesto e revolta assim como outros oprimidos fizeram. - o nerd de óculos responde.
- Então cada um assuma suas consequências. - viro as costas na procura do meu primo até que ouço um dos dois protestarem.
- No dia do juízo final deste colégio, lembrarei de cada palavras proferidas de sua boca, ainda dá tempo de se arrepender das suas maldades e juntar-se a nossa causa, faremos isto pela Amanda...
Além de idiotas são loucos fanáticos por religião, se eles se importassem com a Amanda não teriam deixado a garota se suicidar daquele jeito.
Talvez esses dois inúteis me culpam pela garota, mas a lei do colégio é esta, só os fortes sobrevivem, e os fortes protegem quem está em sua volta, não posso e nem quero dar conta de todos.
Dois anos atrás...
Após a aula de educação física, fui no vestiário tomar uma ducha. Tiro todo meu uniforme e entro no chuveiro e começo a relaxar sentindo aquela água quente penetrando todo meu corpo retirando o suor de minha pele.
Ao sair enrolada numa toalha branca, uma garota gordinha entra toda suja e cheirando a urina.
- Estava me observando desde que horas garota?
- Eu preciso de uma toalha emprestada, por favor me ajude.
- Bom, não vai adiantar muito, sua roupa está fedendo, e as minhas não vão servir em você, desculpe falar isto. - joguei minha toalha para a garota, na verdade nem iria querer de volta não gosto de emprestar algo íntimo meu a alguém.
- Obrigada, irei devolver, eu juro.
- Pode ficar, é sua.
- Como se chama?
- Chelsea, e você, como se chama?
- Amanda...
- Adeus Amanda, se cuida viu?
Quando ia sair sinto suas mãos segurando meu braço.
- Por favor, fique até eu terminar, estou com medo, elas estão vindo.
- Fiz o que pude, tenho que ir.
Ao sair, umas quatro garotas entram no vestiário e começam a enfiar a cabeça da garota na privada, jogaram óleo em sua barriga e tiraram várias fotos do celular assim espalhando para toda turma do colégio que os apelidaram de baleia ao óleo, isto porque pegaram a garota com uma foto escondida no armário adivinha de quem? do babaca Patrick. O mesmo humilhou a coitada espalhando para todos do colégio.
A garota morava com seus tios porque seus pais seriam alcoólicos e drogados então a justiça por fim decretou que a garota mudasse para uma família que tivesse estrutura para educa-la. Porém Amanda escondia muitas coisas, seu tio abusava dela colocando para fazer tudo na casa fora as humilhações como palavras ofensivas que machucam ainda mais uma garota do peso dela.
Este relato foi que a diretora passou como lição aos alunos em seu velório no dia 23 de setembro, o dia do seu suicídio.
Amanda tomou veneno de rato e seu corpo foi encontrado no banheiro irreconhecível, alguns alunos não respeitaram sua morte e continuaram jogando piadinhas sobre o caso da garota.
- Alguns morrem pela boca, essa morreu pela barriga. - ouço Patrick esnobando para os colegas ao meu lado, na época o idiota ainda não havia tido aquela desavenças comigo.
- Nem vou jogar flores para ela, acho que ela prefere oferendas para comer amor. - Júlia completa o sarcasmo em segredo, eu fui a única que vi ela e as garotas entrando para torturar Amanda.
Esta é uma das regras que aprendi, ninguém do colégio se importa com você, a morte de Amanda não mudou em nada, simplesmente só mostrou que ela era uma fraca que desistiu muito cedo deste mundo onde só os fortes sobrevivem...
Continua...
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