Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

2.2

Meus amigos são entediantes às vezes, penso toda vez que eles mentem.

- Germano.

Uma baita coincidência, uma colher de chá do destino, o que eu não achei nem um pouco ruim. A garota da Summer Escape, que eu descobri se chamar Ana, estuda no mesmo colégio que eu e ainda caímos na mesma sala para a primeira aula. Ou é muita sorte, ou é muito azar.

Depois de ontem, andei pesquisando alguns clichês e lendo por cima, queria entender um pouco do que ela tanto insinuava sobre mim. Já me sinto um expert. Sustento o seu olhar por mais alguns segundos, até ela desviar e eu me lembrar de que ainda estou na sala de aula.

— Senhor Campbell, espero que não queira encrenca no primeiro dia — o senhor Adams repreende, em tom desafiador. Odeio esse cara.

— Tô de boa — afirmo, caminhando para o único lugar disponível, atrás da Ana. Acho que a sorte está ao meu favor.

Jogo os meus livros sob a mesa de qualquer jeito e sinto o seu perfume adocicado, ontem não tive a oportunidade de ficar tão perto assim dela. Chego bem perto do seu pescoço e sussurro, vendo os seus pelos se arrepiarem:

— Oi, escritora.

— Bad boy.

É tudo o que ela diz, sem se virar. Sorrio e percebo que ela não quer encrenca, deve ser nerd. Isso está ficando cada vez mais interessante...

— A maioria de vocês me conhece, mas para os novos, sou o senhor Taylor Adams — ele se apresenta, escrevendo o seu nome no quadro negro.

Encosto-me na cadeira e fico o encarando, com puro tédio. Quando o professor começa a explicar para os alunos que teremos que ler "Moby Dick" até essa sexta, vejo os ombros de Ana relaxarem. Solto uma risadinha sarcástica e percebo que ela devia estar esperando alguma coisa sobre duplas, já que é uma leitora fiel.

Continuo olhando com cara de tédio para o senhor Adams e esperando ansiosamente o sinal fazer o trabalho dele, mesmo que só tenham se passado 7 minutos.

— O que está achando dessa aula? — sussurro, bem perto do seu ouvido.

Amo o efeito que eu tenho sobre ela, os seus pelos se arrepiando ao ouvir o som da minha voz e a sua perna batendo no chão freneticamente, me trazem uma sensação vitoriosa.

— Amo literatura e você está me atrapalhando — ela sussurra também, levantando a mão quando o professor faz uma pergunta.

— Tudo bem, escritora — encosto-me na cadeira, decidindo deixá-la em paz... por enquanto.

O senhor Adams segue com a sua aula chata, até que ele passa um trabalho para começarmos agora e terminarmos em casa. Caramba! O lance das duplas. Seguro-me para não rir da careta que Ana faz ao olhar para ele. Ela afunda na cadeira e balança a cabeça negativamente. Essa é a aula mais interessante que eu já tive.

— Janett e Max — ele começa anunciando as duplas e eu fico relaxado na cadeira, esperando os nossos nomes juntos. — Jacob e Kim — ele diz e eu fico sem entender. Valeu, sorte. Olho a garota com feições asiáticas, que está me encarando e mexendo no cabelo. Jamais recusaria um rabo de saia e as coreanas são as melhores na cama, então... — Ana e Scarlett.

Vejo Ana sorrir e olhar para a garota que está sentada à sua frente. Elas trocam sorrisos contentes e eu fico feliz que ela tenha feito uma amiga, assim é mais rápido para conseguir uma noite com a escritora.

O professor começa a explicar o trabalho e eu nem presto atenção, deixando a minha mente viajar pelo último ano. Viajar para memórias com ele... Merda! Preciso de um cigarro.

Depois de alguns minutos, o barulho preenche os arredores da sala e todos os alunos literalmente correm para fora, perco Ana de vista por ter muitas pessoas aglomeradas, mas não é tão difícil encontrá-la, já que a garota se destaca entre a maioria. Caminho na direção dos armários, por ser o lugar em que ela provavelmente deve ir.

Vejo quando ela pega os livros e se despede da amiga de cabelos castanhos-avermelhados. Aproximo-me dela e coloco a mão no seu armário, assustando-a. Ela fecha o armário, segura os livros contra o peito e olha em volta.

— Por que você fica tão apreensiva quando estamos sozinhos?

— Não estamos sozinhos, há dezenas de pessoas neste corredor.

— Você sabe o que eu quero dizer — sussurro, aproximando o meu corpo do dela. Percebo que ela fica ofegante por alguns segundos, mas logo volta a sua postura habitual. Durona. Gostei.

— Não gosto de bad boys, eles só prestam em livros. — Ela dá de ombros e começa a andar. Decido caminhar junto com ela.

— Ai! Essa doeu.

— Que bom, foi intencional. — Ela olha para mim e sorri, voltando a atenção para o papel em suas mãos. Tomo o papel dela e ela resmunga. — Dá pra me devolver?

— Olha, sua terceira aula é de biologia, igual a minha — observo.

— Essas são as aulas de amanhã, o que é bom, porque a minha cota de gente chata extrapolou por hoje.

— E eu que achava que você  era uma garota tímida, fofa e que tinha medo da própria sombra — conto, rindo, e ela ri também.

— Eu não sou como as mocinhas dos livros, Jacob. Estou longe de ser — ela avisa, como um alerta. Depois sorri e abre a porta da sua próxima aula.

Percebo toda a sua autoconfiança se esvair quando ela entra na sala cheia de estranhos, poderíamos ter todas as aulas juntos, assim ela não precisaria passar por isso. Mas que merda, Jacob! Olha o que você está pensando.

Volto até a fileira dos armários, pego o meu material para a próxima aula e vejo Henry mexendo no celular.

— Olha quem quer matar aula no primeiro dia — provoco e ele sorri, dando-me um abraço e uns tapinhas nas costas em seguida.

— É a Lisa, cara. Ela não veio hoje — ele revela, preocupado. — Nessas férias ela estava muito mal por causa do peso, a mãe dela acha que ela é anoréxica.

— Caramba. — Passo a mão pela boca, espantado. — Tentou falar com a Evangeline?

— Ainda não a vi, não sei se ela veio hoje. Esses corredores estão muito calmos — ele debocha e eu dou risada.

— Nem me fale. Na hora do almoço procuramos por ela.

— Você não é mais o babaca que dizem, sabia? — ele pergunta. — Não sei porque finge ainda ser um.

— Nem eu, Henry. Nem eu... — minto, despedindo-me de um dos meus amigos e seguindo até a aula chata de matemática. Acho que eu vou dormir.

ᚔᚔ

Finalmente a hora do almoço. O caos no refeitório, caos esse que eu idolatrava, mas tudo mudou quando ele se foi e levou o colorido da minha vida.

Pego a minha bandeja com coisas leves, por causa do treino de Hóquei mais tarde, e caminho até a mesa de sempre, a famosa mesa dos populares. Até agora, as meninas não deram sinal de vida, só estão os rapazes. Henry, Zayn e Flynn.

Henry é um amigão. Durão, sincero e cadelinha da Lisa, uma amiga nossa que não veio hoje por suspeita de anorexia. Preciso me lembrar de dar um pulo na casa dela depois, quando ele se foi, ela me apoiou bastante. Flynn, o irmão da Evangeline, que é um porre quando quer, e Zayn, o meu melhor amigo entre os rapazes. Nos conhecemos desde que nos entendemos por gente e ele é um cafajeste.

— Olha quem apareceu — Flynn debocha e eu me sento.

— Quem é vivo sempre aparece, certo, capitão? — Henry pergunta.

— Isso mesmo — concordo. — Cadê as meninas?

— Evangeline está ajudando a Courtney com uma emergência feminina — Zayn conta, torcendo o nariz.

— Não quero nem pensar no tipo de emergência — comento e o meu olhar foca na mesa perto da cantina, onde Ana está sentada com mais três pessoas, incluindo a garota que estava com ela mais cedo.

— Vi você falando com a preta gostosa, cuidado com a Evangeline. Sua namorada é ciumenta — Zayn debocha e eu reviro os olhos.

— Para de chamar a garota de preta. Se alguém escutar você leva processo — Flynn o repreende e Zayn revira os olhos.

— De onde vocês tiraram que ela é minha namorada? — pergunto, franzindo a testa.

— A própria Evangeline — Zayn explica e eu dou risada.

— Acho que eu vou ter que reforçar que eu não namoro.

— É melhor, ainda mais com várias gostosas chegando — ele concorda e manda um beijo para uma ruiva da mesa de trás, que está olhando para ele.

— Principalmente aquela — Flynn diz, olhando para a mesa em que Ana está.

— Michelle Turner? — Zayn pergunta e Flynn concorda, desconfortável. — Cara, ela é lésbica.

— Ah! — ele exclama cabisbaixo e todos nós rimos.

— Ouvi dizer que ela é bissexual — Henry comenta e Zayn franze a testa.

— Cara, isso nem existe — Zayn discorda. Percebo que o olhar do Flynn ainda está na mesa em que Ana e seus novos amigos estão.

Sei que ele não falava da Michelle, falava do garoto ao lado da Michelle. Eu sou o único que sabe sobre a sexualidade do meu amigo, não me importo se ele prefere ficar com garotos, mas os nossos amigos sim e ele morre de medo de ser descoberto.

Vejo Evangeline e Courtney na entrada do refeitório, vasculhando o lugar com o olhar, até que ela olha para Ana com um certo nojo. Isso me incomoda. Depois o seu olhar encontra a nossa mesa e ela ergue a cabeça, cochichando algo para Courtney.

Evangeline faz questão de os seus saltos tilintarem no chão, fazendo um barulho que chama a atenção de todos. Ela para em frente a nossa mesa e olha ao redor, fazendo um som alto com a garganta. Na mesma hora o refeitório fica em silêncio, exceto por Ana, que está rindo.

Vejo quando Evangeline fuzila Ana com o olhar e ela faz o mesmo, não deixando barato. Ela com certeza não é a mocinha dos livros que se intimida por tudo. Gostei.

— Hoje vai ter a festa de início do semestre na minha casa, todos estão convidados — ela anuncia com a voz firme e vejo Flynn franzir o cenho, com certeza não sabendo de nada. — Levem as bebidas. Começa às 21:00.

Todo mundo comemora e Evangeline se senta, junto com Courtney. Ela afasta o cabelo do rosto de uma maneira exagerada e sorri para mim, dando-me um selinho.

— Esses animais se contentam com o mínimo, incrível. — Ela revira os olhos e começa a comer a sua salada.

— Como está a Lisa? — pergunto, quando Henry me chuta por baixo da mesa.

— Ela está muito mal, não quer comer nada além de salada e água. A mãe dela disse que ela perdeu muito peso e não sai do quarto por nada — Courtney responde, abaixando a cabeça.

— Para mim ela está com frescura, só porque eu disse que ela precisava perder peso ou Clary a tiraria das líderes de torcida. Onde já se viu, uma líder de torcida gorda — Evangeline conta com naturalidade, descascando sua banana.

— Foi você quem fez ela ficar neurótica? — Henry pergunta, indignado. Peço para ele se acalmar, mas ele está com tanta raiva, que se Evangeline fosse um homem, nem estaria mais aqui para contar a história. Cômico.

— Ah! Foi um conselho de amiga, ela que ficou neurótica sozinha. Agora aguenta. — Evangeline dá de ombros, sem importância alguma, com toda a sua indiferença.

— Ela é nossa amiga, Evangeline! — Courtney a repreende e Evangeline a encara, com o seu olhar mortal.

Todos têm um pouco de medo dela, porque Evangeline é o tipo de pessoa que faz qualquer coisa para se dar bem na vida. Eu já aprendi a lidar com esse jeito péssimo dela, mas para pessoas novas vai ser um inferno.

A conheço desde que tínhamos 10 anos e teve uma época em que ela era uma boa pessoa, até que o verão da 8ª série aconteceu e ela mudou para sempre. Ao invés de ficar devastada, como qualquer um ficaria, ela decidiu fazer da vida das pessoas um inferno, porque a dela já estava condenada.

Confesso que às vezes eu também tenho medo dela, principalmente depois que ela incentivou Beatrice Everdin — uma ex amiga nossa, que tinha depressão severa — a cometer suicídio no ano anterior.

— Preciso ir, ainda tenho que passar na sala do senhor Scott para resolver algumas coisas — Evangeline informa quando os nossos amigos começam a dizer coisas horríveis para ela. — Não se esqueçam de que eu tenho cada um de vocês na minha mão. Adiós!

Da mesma forma que entrou, ela sai. Sem perder a postura.

— Eu não suporto mais essa garota — Henry reclama, irritado.

— Além de tudo ela é nossa amiga, Henry — Zayn a defende e eu fico calado, não estou com cabeça para essa merda toda.

— Ela manipula cada um de nós, desde que nos conhecemos. É como se fossemos a merda do fantoche dela e quando ela cansa de um de nós, descarta, como fez com a Beatrice — Henry desabafa, apertando o garfo na comida, com uma força desnecessária. — Vai dizer que vocês não perceberam que ela quer se livrar da Lisa?

— Bom, foi meio estranha a reação dela, mas ela gosta muito da Lisa. São amigas desde os 7 anos — Courtney interfere, achando loucura.

Preciso de um cigarro. Preciso de um cigarro. Flashes daquela noite invadem a minha cabeça e eu começo a bater a perna no chão, impaciente.

— Nem o Flynn suporta a irmã dele — Henry aponta.

— Ela é sim insuportável, mas eu a amo independente do que ela faz.

— Jacob, você está bem? Não diz nada desde que ela saiu daqui — Courtney pergunta e eu confirmo com a cabeça.

O corpo dele envolto na própria poça de sangue. A arma em cima da cama. O bilhete. Merda! Eu preciso de um cigarro.

— Não acredito que esquecemos, cara. Precisamos ir na sala do velho Scott também — Zayn mente, percebendo a minha inquietação e tentando me ajudar.

— Caramba. Verdade — concordo e me levanto no mesmo minuto, saindo do refeitório com Zayn, mas olhando para Ana antes, que parece ficar preocupada com o meu estado.

Caminhamos para o terraço abandonado e pegamos um cigarro cada um. O coloco na boca e o acendo, dando uma longa tragada e relaxando. Zayn respeita o meu espaço por um tempo e ficamos em silêncio, observando Toronto de cima.

— Vai falar sobre? — ele pergunta, mas pareceu uma afirmação, e quando se trata do Zayn, ele não descansa até ter uma resposta.

— Eu lembrei daquela noite, Zayn. A noite em que ele se matou — conto e dou outra tragada.

Acho que está na hora de abrir o jogo.


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro