Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

18 | Eu sou uma garota discriminada!

Eu sou um homem em uma missão.

- Oh The Larceny.

Quando abri a porta Ana estava perplexa como se tivesse visto algo terrível demais para ser descrito. Meu pulso acelerou por pensar na possibilidade de a garota ter se envolvido em outro assassinato. Já estamos cheios demais deles.

A brasileira me deu um selinho sem emoção e entrou na casa, sentando-se no sofá e encarando um ponto fixo. Não disse uma única palavra, deixando meus nervos à flor da pele, o que não é bom para ninguém.

Insisti para que falasse, dividisse comigo o que estava a deixando tão atônita, mas ela não contou nada por longos minutos, que pareciam mais a eternidade.

Fui até a cozinha e pedi para que uma das empregadas fizesse um pouco de chocolate quente para ela, — para mim também porque nunca recuso uma bebida quente nesse frio todo — que bebeu tudo sem hesitar.

Ainda estou a encarando, esperando pacientemente que fale o que merda está acontecendo e com receio de ouvir sua resposta.

— Minha mãe está aqui.

Franzo a testa, confuso.

— Sua mãe não morava na Irlanda?

— Ainda mora. Ela veio até aqui me buscar para ir embora com ela... — Ela me encara e sorri com o desembaraço evidente. — Como uma boa filha mandei ela se ferrar.

Não consegui segurar a risada, sentando-me ao seu lado. Ainda estou meio confuso em relação a ela e ao seu envolvimento no homicídio de Evangeline, mas isso não me faz gostar menos dela.

A brasileira roubou meu coração aos poucos e nem me deu chances para detê-la.

— É por isso que você estava assim? Olhando para o nada e pensando em várias coisas.

Acaricio seus ombros, que ainda estão tensos. Detesto vê-la assim. Ela me encara outra vez, balançando a cabeça negativamente.

— Visitei a Lisa hoje.

— Você não pensou que isso poderia parecer meio suspeito? — questiono, erguendo uma sobrancelha.

— Precisava jogá-la contra a parede para ter as respostas que precisava.

— E teve?

— Parcialmente.

Suspiro, meio cansado de toda essa história.

Minha vontade nos últimos dias tem sido pegar um avião e ir até o Texas, ficar na nossa casa de campo por um tempo, observar aquele rio em que pescávamos no começo da adolescência e me isolar do resto do mundo. Isso melhoraria dez por cento da minha vida.

— Ela me disse uma coisa que me deixou...

— Reflexiva — sugiro.

Ana me encara e consigo notar o medo presente em suas íris castanhas.

— O que Lisa pode ter dito que te deixou tão assustada?

— Algo que pode ser verdade.

Franzo a testa.

— Ana, o grande fã de mistérios sempre foi o meu irmão, não eu — tento brincar, mas a frase soou melancólica demais.

— Desculpa, mas é que dizer assim em voz alta parece mesmo maluquice — ela explica, umedecendo os lábios. — Lisa sugeriu que Flynn pudesse estar por trás de tudo isso.

Quase me engasgo com a minha própria saliva e não consigo conter a gargalhada.

— Você não pode estar falando sério.

Encaro a garota outra vez e percebo que sim, ela está falando bem sério.

Com a cabeça já latejando e os pensamentos embaralhados, sigo até um barzinho em um canto perto da porta do escritório, abrindo uma garrafa de uísque e servindo uma dose para nós dois.

Volto a me sentar no sofá, esperando que ela me conte seu raciocínio.

— Flynn estava comigo quando vi Tom ser "morto" — ela faz aspas em "morto" com as mãos. — Não tivemos tempo de conversar, mas vou te contar tudo que aconteceu naquela noite.

Pressiono os lábios em uma camada fina e concordo com a cabeça, não tendo certeza se quero mesmo ouvir.

Depois de alguns longos minutos consigo finalmente entender o que aconteceu naquele baile e fico sem saber o que dizer por um tempo, então ela prossegue:

— E isso nos traz a suspeita do Flynn. Não restou mais ninguém do seu grupo, Jacob. Todos foram eliminados um a um e, se Lisa disse a verdade, se não foi ela mesmo quem matou Courtney...

— Ela não teria a capacidade de matar Flynn — completo. — Mas, por quê? O que ele ganharia com isso? Vi como ele ficou arrasado em ter perdido a irmã e o namorado, Ana. Não faz sentido. Talvez Lisa tenha mentido...

— Não acredito que ela esteja mentindo, posso até estar errada, mas algo me diz que estamos deixando passar algum detalhe importante e infelizmente nosso detetive está... morto ou desaparecido — ela suspira, com a tristeza refletindo de sua expressão. — O que me leva a pensar no que Flynn fez. Por que ele me impediu de correr até Tom? Ele saberia mesmo das tais provas? Eles conversaram mais cedo?

Minha mente não para de rodar as engrenagens e tenho certeza que todos os meus 'divertidamentes' estão entrando em pânico agora mesmo, recheados de hipóteses sem fundamento, infelizmente.

— Não sabemos nem se ele está vivo — ela sussurra.

— Eu sei, Ana... Eu sei.

Acaricio sua cabeça que está recostada em meu peito, de coração partido por vê-la desse jeito.

— Quais seriam os motivos do Flynn?

— Ser deixado de escanteio é um deles — ela conta, mordendo a unha do polegar. — Flynn e Courtney sempre foram as pessoas mais... irrelevantes do seu grupinho do mal. Courteny morreu, já ele continua aqui, mas talvez fosse o próximo alvo. Eu realmente não sei o que pensar.

— Isso me faz pensar que Tom não teria se arriscado da forma que fez caso não tivesse deixado cópias das provas que conseguiu — reflito.

Ana me encara como se eu fosse um gênio e sorrio. Gosto desse olhar dela.

— Por que não pensei nisso antes? Caramba! Ele com certeza deixou alguma coisa com as provas que descobriu!

Ela se levanta, animada com a hipótese e eu a sigo até a porta.

— Vou até à casa dele, dar uma olhada naquele computador faz tudo.

— Vou com você.

Antes que pudéssemos abrir a porta, batidas pesadas acompanhadas pelo soar alto da campainha reverberam pelo cômodo e nos entreolhamos.

Franzo a testa e abro a porta, gelando ao ver os homens fardados com um papel branco estampado na nossa cara praticamente. Meu mundo para quando leio o que está em negrito:

"Ordem de prisão para Ana McRae Gomes"

— Ana McRae, você está presa por ser cúmplice no homicídio doloso de Evangeline Leblanc e no desaparecimento de Tom Fields.

Completamente abismada, ela deixa com que os policiais a algemem com brutalidade, quase a jogando na viatura, fazendo meu sangue ferver. Ana pode até ter errado, mas não merece ser tratada com tanta indiferença.

Sua frase dizendo: "Eu sou uma garota discriminada" surge em minha mente, não que isso justifique o que quer que tenha a colocado nessa situação.

Respiro fundo. Quando isso vai terminar?

ᚔᚔ

Com o assassinato de Evangeline já imaginávamos que Ana poderia ser acusada como cúmplice, até porque, a brasileira acobertou Lisa, sem contar para a polícia que a loira havia matado mesmo a abelha rainha.

Sobre o desaparecimento de Tom foi uma completa surpresa e ao que parece, a porcaria das digitais da brasileira estavam na arma usada por Evangeline para atirar em Tom. A perícia encontrou vestígios de sangue na sala do jornal, mesmo que o ambiente tenha sido limpo para que o crime não fosse descoberto e por isso conseguiu unir as evidências usando a arma encontrada nas mãos de Ana.

A polícia ainda não tem certeza se Tom está morto ou não, mas sabem que sangrou bastante e se o garoto não morreu, deu sorte.

Michelle e eu estamos na delegacia, acompanhados pelo pai e mãe de Ana. Ainda não consegui entender porque a genitora dela não voltou ao país natal já que sempre foi extremamente ausente na vida da filha, mas decidi não me meter.

O delegado aparentemente está em uma conversa seríssima com o pai de Ana e uma mulher ruiva de pescoço longo, igual ao de uma girafa, que pelas vestes suponho que seja a possível advogada.

Passo os dedos pelos meus fios castanhos, suspirando e avisando Michelle que voltaria em alguns minutos. Saio da delegacia e caminho até algum lugar reservado, tirando o maço de cigarro dos bolsos e o isqueiro. Sei que prometi para Ana — e para mim mesmo — que tentaria largar o vício, mas não tenho força de vontade o suficiente.

Dou uma longa tragada, soltando a fumaça pela boca e me acalmando mais. Até diria que sinto algo, — se de fato sentisse — mas tudo o que consigo entender é que dentro de mim há um abismo enorme e que a cada dia fica maior. Ana até ajuda a preenchê-lo um pouco, mas não é o bastante.

Sei bem que tem algo de errado comigo. Meu terapeuta me incentivou na última sessão que eu deveria dar um tempo de Toronto porque toda essa rotina, todos os acontecimentos, são um gatilho extremamente pesado para minha mente. Não quero abandonar tudo e todos, mas sei que ele está certo.

Solto uma risada amarga, pegando outro cigarro e o acendendo. Agora me dou conta de como a minha vida é uma merda. Meu pai matou meu irmão, depois se matou e em seguida minha mãe entrou em depressão, ansiando a morte. Meu círculo de amigos era formado por pessoas malucas e uma dessas pessoas saiu matando as outras. Minha primeira namorada era abusiva e terrivelmente tóxica, deixando um trauma enorme de relacionamentos de presente depois da sua partida. Agora, a única pessoa que confiei e tentei ajudar matou a responsável por toda essa bagunça. E a minha quase namorada foi presa por ser cúmplice dessa carnificina.

Não contenho a gargalhada, que sai a plenos pulmões.

— Do que você está rindo?

Viro-me para a figura baixinha de cabelos lisos e curtos. Michelle está me encarando com uma expressão preocupada e paro de rir. Acho que estou parecendo um doido que fugiu de um manicômio e talvez eu seja isso mesmo.

— Da minha vida de merda.

Ela balança a cabeça, meio rindo, meio querendo chorar.

— Muita coisa aconteceu mesmo, para todos nós — ela lamenta, fitando algum ponto atrás de mim. — Mas agora nosso principal foco deve ser tirar a Ana da cadeia.

Encaro a garota, perguntando-me até onde ela sabe.

— Você sabe o que aconteceu para ela ter ido parar lá?

— Bom, tinha esperança que você pudesse confirmar minhas suspeitas.

Será bom ter alguém para me ajudar nessa missão de soltar Ana da prisão e a opção que me resta é confiar nela, então decido contar para Michelle toda a história, começando por quem Scarlett realmente é e me dando conta de que a garota já desconfiava. 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro