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16 | Era para ser só um baile...

Mãos vermelhas, exatamente como ele disse. Eu sou um pouco perfeita.

- Valerie Broussard.

17 de janeiro de 2019

O grande dia finalmente chegou. Hoje saberemos quem é a verdadeira culpada, quem de fato são os inocentes e quem serão os cúmplices. Além disso, caso tudo dê certo, conseguiremos impedir um assassinato. O grande problema é saber: quem será a vítima da vez?

Dou uma última olhada no vestido que escolhi para esta noite, mordendo a bochecha, pensativa. A peça me lembra uma tarde de inverno, com seu decote em V, inúmeras pedrinhas azuis escuras contrastando com o azul-claro e o cinto da mesma cor, com um floco de neve prateado. Aliso o tecido em meu corpo, suspirando.

Calço os saltos prateados, colocando os braceletes da mesma cor, assim como o arco grosso e com algumas bolinhas que não permite que meus cachos crespos caiam sobre a testa. O colar, também prata, está agarrado ao meu pescoço e balanço a cabeça em aprovação.

Pego um casaco peludo, creme, colocando-o por cima. O frio está de matar e talvez isso não seja um bom sinal.

Sorrio para a maquiagem perfeita que Michelle produziu mais cedo. Combinamos de nos arrumarmos juntas, mas surgiu uma emergência e ela precisou ir embora.

Saio do meu quarto e desço as escadas, com borboletas em meu estômago. A ansiedade está me consumindo e tento contar até três, como Jacob me disse uma vez que funcionava.

— Já vai? — meu pai me pergunta, com um sorriso amoroso, desviando o olhar da televisão.

Sorrio de volta e confirmo com a cabeça, aproximando-me dele, que beija a minha testa.

— Jacob vem me buscar.

É a vez dele de concordar com a cabeça, voltando a olhar para a televisão que transmite um seriado desconhecido. Desde que Dalila se foi, ele tem tentado viver um dia por vez, não deixando de me dar a atenção que sempre deu, mas sinto e sei que está sendo cada vez mais difícil.

— Tá tudo bem? — questiono, tocando em seu braço e ele concorda com a cabeça.

— Sabe, eu gosto desse garoto. Ele me parece boa pessoa, mas pode deixar o rapaz ciente de que isso muda fácil, fácil, caso ele apronte alguma.

Dou risada de sua ameaça mesclada com elogio e dou tapinhas em seu braço. A campainha ecoa pela sala e eu caminho em direção a porta para abrir, deparando-me com a figura de Jacob encostado no batente, sorrindo.

Abro mais a porta e ele entra, dando-me um selinho, analisando tudo.

Meu pai desliga a televisão e caminha até nós, com seu semblante sério para intimidar o pobre garoto. Pressiono os lábios, segurando a risada e Jacob me olha feio ao perceber.

— Senhor Gomes — cumprimenta Jacob, com a mão estendida.

— Campbell. — Meu pai aceita sua mão, apertando-a firmemente.

— Precisamos ir, já estamos atrasados — aviso.

Os dois confirmam com a cabeça.

— Cuide bem da minha menina.

Jacob concorda com a cabeça, passando um braço ao redor do meu corpo.

— Não se preocupe, senhor. Trarei ela em segurança.

Meu pai concorda com a cabeça, balançando-a.

— Agora é a hora em que eu tiro uma foto de vocês dois com aquelas câmeras antigas horrorosas e você finge que me odeia, não é, Ana? — Meu pai questiona e não seguramos a gargalhada.

— Você anda assistindo a muitos filmes adolescente, pai.

— De qualquer forma vocês estão muito bonitos para não tirar nenhuma foto. Juntem aí.

Meu pai tira o celular do bolso e eu e Jacob nos posicionamos um pouco mais atrás. Ele rodeia minha cintura com um braço, enquanto coloca o outro no bolso das calças. Viro um pouco de lado, encostando-me nele e sorrindo.

Ao terminar, meu pai faz um sinal de joinha e vejo a foto, que ficou uma graça. Abraço meu velho, beijando sua bochecha e Jacob aperta sua mão em uma despedida.

Saímos da minha casa, seguindo até o famoso jeep e entrando. Após colocarmos o cinto, Jacob acelera e segue caminho até o Red High School. O nome dessa escola está começando a me dar arrepios.

— Falou com o Tom ou com as meninas?

— Ainda não. Tom não me responde desde hoje de manhã, quando disse estar tudo pronto para sua emboscada.

— Ele está se arriscando muito, acredita que vai dar certo?

Mordo a bochecha, pensativa. Jacob tem razão. Tom está se colocando em uma situação extremamente perigosa devido a sua sede de investigação. Todos queremos solucionar esse mistério, mas acredito haver meios mais seguros de fazer isso.

Suspiro e apenas dou de ombros.

— É do Tom que estamos falando.

Red High School

Jacob vira à esquerda, entrando no estacionamento — que está mais lotado do que de costume — e manobra ao encontrar uma vaga. Ele desliga o motor e retira seu cinto de segurança, faço o mesmo, prestes a descer do carro, mas o som do meu celular me detém.

Vejo o nome de Tom brilhando na tela e franzo a testa.

— Alô.

— Onde você está? — ele berra.

— Acabei de chegar na escola, por quê?

— Eu consegui. Descobri cada detalhe desse mistério.

Desço do carro, quase tropeçando na barra do vestido. Merda!

— Tudo?

— Absolutamente tudo. Estávamos certos, Ana. Conseguimos. Estou aqui na sala do jornal, corre e vem me encontrar. Só não venha com o Jacob, te explico tudo quando chegar aqui.

Mesmo desconfiada, concordo.

— Ok! Estou indo.

Encerro a ligação, ainda mais confusa do que de costume. Jacob cerca minha cintura com seu braço, beijando o topo da minha cabeça. O que Tom quis dizer com "não venha com o Jacob"?

— Está tudo bem?

— Sim. Era o Tom. Quer que eu o encontre para o ajudar com a gravata, acredita?

Jacob ri, guiando-me para dentro do Red.

— Como uma pessoa me disse agora a pouco: É do Tom que estamos falando.

É a minha vez de rir. Deixo com que ele me guie até a quadra, sem perceber e fico sem fôlego ao observar a decoração impecável. Há neve por toda a quadra de Hóquei, gelo seco, flocos de neve prateados pendurados, mesas com comes e bebes, pessoas já dançando, casais tirando fotos.

Tiro meu casaco, pendurando com alguns outros. Os aquecedores estão fazendo um ótimo trabalho.

Michelle acena para mim , dando uma voltinha no vestido prateado e sorrindo de canto a canto. Ela pega um copo e um pratinho, trazendo para mim e a abraço apertado.

— Está tudo muito lindo, não está? — ela grita por cima de Lighthouse, que está em seu volume máximo.

— Sim, tudo perfeito — grito de volta.

Vejo Lisa do outro lado da enorme quadra, bebendo algo em um copo vermelho. O vestido azul-escuro, quase negro, que escolheu, combinou perfeitamente com seu tom de pele e cabelos loiros.

— Vou conversar com ela — Jacob me avisa e eu concordo com a cabeça.

Observo a interação entre eles, em seguida busco com o olhar por mais rostos conhecidos e me deparo com Evangeline em seu vestido negro e tiara da mesma cor. Parece até uma rainha do mal. Termino de comer o petisco, que estava muito bom e de beber um pouco de ponche.

— Chelle, preciso encontrar o Tom na sala do jornal, mas já volto.

— Ok! Mande ele vir logo, porque vai tocar a música favorita dele logo, logo.

Sorrio e confirmo com a cabeça. Dou uma olhada ao redor da quadra e noto que Evangeline sumiu, assim como Jacob, Lisa e Zayn, que estava com a demon queen.

Erguendo a barra do vestido, saio da quadra, com um gosto amargo em minha língua. Um pressentimento terrível invade meu ser também e decido ligar para o Tom no meio do caminho.

— Onde você está? Minha beleza está cansada de esperar.

Respiro aliviada.

— Estou a caminho. Tom, me escuta. Evangeline e toda sua gangue do mal sumiu, fique esperto, talvez ela saiba da sua emboscada.

— Não faz sentido. A não ser que...

Um barulho de algo caindo me assusta e eu paraliso.

— Tom?!

— Acredito que temos uma dívida, não é, aspirante a detetive — ouço a voz abafada de uma mulher, não conseguindo diferenciar seu timbre.

— Não tenho nada com você — Tom devolve.

— Eu sei o que você está tentando fazer, Tom. Desde o início uma maldita pedra no meu sapato. Onde estão as gravações?

— Você está maluca? Gravações?

Ouço passos e finalmente meu corpo me libera para andar, ou melhor, correr, até eles.

— Sabe, você até é um bom ator, mas preferia que nessa história estivesse fazendo papel de figurante ao invés de detetive.

— O que você...

— Shh! Estou fazendo um favor ao mundo e ao meu pobre irmão. Sempre soube que você seria uma má influência para ele.

Corro o máximo que posso, chegando até a sala do jornal, vendo que a demon queen está com uma arma em mãos, apontando para a cabeça de Tom. Fico ofegante e arregalo os olhos.

Os olhos de Tom encontram os meus e eu dou um passo à frente, para impedir, mas ele balança a cabeça em negativa.

— Duas pessoas morreriam nesta noite, mas não imaginei que uma delas seria eu — Tom debocha, erguendo a cabeça, mas sei que foi uma incógnita para mim.

— Uma pena você e seus amigos não terem ficado longe quando mandei.

Com o coração em disparada, temo pelo que acontecerá em seguida.

— Continue isso por mim, Watson — é tudo o que Tom diz. Suas últimas palavras.

Um disparo, alto, veloz, cruel, ensurdece os nossos ouvidos e eu deixo meu próprio celular cair no chão, em choque.

— NÃO! — Grito a plenos pulmões, sentindo meu corpo ser movido pela adrenalina ao encontrar os olhos da demon queen e corro em direção a sala, mas sou detida.

Alguém tampa a minha boca e me puxa para trás, antes que ela consiga me ver. O corredor está escuro e a única iluminação está vindo da sala do jornal. Debato-me até não aguentar mais, arrastada por alguém de volta para a festa, com as lágrimas me consumindo e a dor avassaladora me esmagando.

Eu sabia que isso aconteceria! A culpa foi minha! Se eu tivesse chegado antes, se não tivesse ido até à quadra antes, ele ainda estaria aqui. Tudo estaria bem.

— Shh! Ana, escuta — ouço a voz de Flynn, o segundo testemunha dessa catástrofe.

Encaro seus olhos, que também se encontram vermelhos e inchados de tanto chorar. A música alta não ajuda em nada nossos pensamentos desorganizados.

— Evangeline é um monstro que precisa ser detido, com sérios problemas psiquiátricos e nada justifica o que acabou de fazer, mas entrar naquela sala só nos mataria também e foi o que Tom pediu para não fazermos.

Passo a mão pelos meus cachos crespos, sem conseguir parar de chorar.

— Como você pode me dizer algo assim? Nós deixamos ele morrer, Flynn!

Curvo-me, não aguentando a dor. Tom era a melhor pessoa que eu conhecia. Não podemos ter perdido ele.

— Ele sabia os riscos, Ana. Acha que também não estou destruído? Ele vem planejando isso há semanas, cogitando a hipótese do que acabou de acontecer. Eu...

Sua voz falha e ele passa a mão pelo rosto, tão quebrado quanto eu.

— Eu o amava! E ele se sacrificou por mim, porque o próximo na lista de Lisa seria eu!

— Lista de Lisa?

— Era o que ele ia te contar, algumas das coisas que descobriu.

— Por que ele contaria só para você? Não faz sentido...

Encaro os olhos de Flynn, desconfiada e corro, sem dar a oportunidade dele me responder. Corro de volta até a sala do jornal, abrindo a porta e vendo que não há corpo, nem sangue, nem qualquer vestígio do que acabou de acontecer.

Coloco as duas mãos na cabeça, chorando ainda mais. O que está acontecendo? Tom sobreviveu? Ela tirou o corpo? Sem corpo, sem crime, mas...

Balanço a cabeça de um lado para o outro, voltando ao local onde está acontecendo o baile, ainda atônita com tudo o que ocorreu nos últimos minutos.

As minhas mãos estão tão trêmulas, que mal consigo segurar o copo de plástico vermelho com o ponche que Michelle me apresentou mais cedo. O meu estômago está dando voltas e voltas, como se eu tivesse voltado de uma montanha-russa. Eu só quero que essa sensação ruim vá embora, quero apagar a cena que acabei de ver, preciso sumir.

A música está alta e a quadra, que antes servia para os treinos de Hóquei, dentro de alguns minutos se tornará outra cena de crime, sendo interditada. Vejo que eu não sou a única que está nervosa, porque o segundo testemunha desta noite me encara assustado.

Desvio o olhar rapidamente e bebo um pouco do ponche, tentando me acalmar.

A pessoa que foi responsável pelo homicídio é poderosa, segura e autoconfiante. Tem envolvimento em todas as mortes que ocorreram antes dessa e com certeza descartaria qualquer um que ousasse cruzar o seu caminho, principalmente eu.

Não consigo pensar e fica difícil respirar com tantas pessoas englobadas em um único lugar, o vestido bufante também não ajuda nem um pouco. Tenho que dar um jeito de tomar um ar!

Scarlett se aproxima de mim e diz palavras que eu não compreendo, porque agora o meu olhar está preso na pessoa responsável pelo crime. Seu sorriso está exuberante, sua roupa intacta e nem parece que matou alguém à sangue-frio.

Seu olhar gélido encontra o meu e o seu sorriso se intensifica, um sorriso desafiador.

Ela pega o seu copo de plástico vermelho, levanta-o, e em seguida pisca o olho esquerdo, como em um brinde, bebendo em seguida.

Sinto a bile subir pela minha garganta e seguro na barra do vestido brilhante que estou usando, tentando sair desta quadra o mais rápido possível. Chego até um dos corredores e viro à direita, entrando na porta onde há a placa de uma pessoa com vestido. O banheiro feminino.

Abro uma das cabines e levanto a tampa do vaso sanitário, ajoelhando-me no chão e colocando tudo o que comi nessa festa horrenda para fora. Sinto calafrios e a minha dificuldade de respirar aumenta, as mãos não param de tremer e eu estou com medo, muito medo.

Sento-me no chão gelado, como nesta noite de inverno, e lágrimas de pânico rolam pela minha face, borrando a maquiagem perfeita que Michelle produziu.

A culpa é minha e eu não sei como lidar com ela, porque me sufoca de uma forma surreal. Eu deveria ter ajudado!

Sei que estou tendo uma das minhas crises de ansiedade, talvez até mesmo um ataque de pânico. Fecho os olhos, contando até três como ele me ensinou. Porém, ele não está aqui e, depois do que aconteceu, não sei se as pessoas ao meu redor ainda são confiáveis.

Ouço passos. O salto agulha entrou em contraste com o chão perfeitamente polido do banheiro, causando-me mais calafrios. São passos seguros, confiantes e assustadores. Ouço uma cabine sendo aberta, depois outra, e outra... arfo. Ela me encontrou. Ela sabe que eu sei. Ah! Meu Deus.

Quando a responsável pelos homicídios abre a minha cabine, encolho-me ainda mais, e quando os seus olhos impiedosos encontram os meus, sinto náuseas.

— Ora, ora — ela começa, com melancolia. — Vejam só se não é a preta intrometida.

Quando a assassina se agacha na minha frente, sei que não sairei intacta desse banheiro.

— Acredito que terei que calar a sua boca, assim como fiz com seu companheiro de investigação, não é? — Evangeline pergunta, retirando algo da cintura.

— Por que está fazendo isso?

— Acredite se quiser, Ana, mas o meu problema nunca foi com você. Sempre admirei esse seu ar ousado e desafiador, na verdade, mas seu envolvimento com pessoas erradas a trouxe para esse momento.

— Você matou todos eles! Como teve coragem? Como consegue dormir à noite? Beatrice, Louise, Courtney, Henry e agora Tom.

— Opa! Opa! Courtney foi um presentinho da sua amiga Lisa como vingança direta a mim, é claro.

Encolho-me ainda mais. Ela consegue ser ainda mais assustadora quando quer e quando está sem máscara alguma.

— Vamos acabar logo com isso — ela diz.

Tento pensar em algo rápido para fazer quando ela pressiona o metal gelado em minha testa, mas só consigo tremer e pedir para alguma divindade me ajudar. Fecho os olhos, em pânico, me sentindo ainda mais impotente do que antes.

Então a respiração surpresa de alguém com o som de engasgamento me fazem abrir os olhos. Evangeline soltou a arma, que caiu no chão e disparou no cano, fazendo-me gritar.

Lisa agora está em cima dela, segurando o estilete usado para cortar sua garganta e a água não para de jorrar, cobrindo o chão.

Arregalo os olhos ao me deparar com a cena. Sangue sendo espirrado por todos os lados, inclusive em nós três, misturando-se aos jatos de água que limpam e, ao mesmo tempo, fazem mais bagunça ainda. O olhar nos olhos da loira é... terrível e assustador.

— Fantasiei esse momento durante anos. Agora você vai morrer engasgada no próprio veneno, sua vaca — ela desdenha, com a voz fria como gelo.

— Vo... você...

— Tantos anos ao seu lado me serviram de alguma coisa, afinal, não é? Conhecer seus passos.

Levanto-me do chão, segurando a arma em minhas mãos e encarando meu vestido agora manchado de vermelho. Ela ia me matar. Evangeline matou Tom. Flynn me impediu de tentar impedir uma catástrofe que resultaria em mais mortes. Lisa matou Evangeline e agora estamos todas ferradas.

Secrets do OneRepublic está tocando de fundo e nada poderia ser mais melancólico e cômico do que isso.

Foco no corpo sem vida de Evangeline, com a garganta cortada e o sangue ainda saindo. Lisa se levanta, ofegante, parando ao meu lado e nos entreolhamos.

— Você está bem? — Ela pergunta e eu balanço a cabeça, negando. — Nem eu, mas vamos superar isso.

— Era para ser só um baile... — murmuro atônita.

— Nunca é só um baile, McRae.

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