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09 | Você é um merda!

Eu já cansei, porque eu fico lutando com cobras.

- Bishop Briggs.

Jogo o copo contra a parede com toda a minha força, vendo-o se partir em centenas de cristais espalhados pelo carpete. Vi que eles se assustaram, mas não era para menos. Depois da merda que eu ouvi não tinha cabimento ficar calmo.

Jogar toda a minha relação com Ana pelo ralo foi uma das coisas mais difíceis que já precisei fazer, algo que com certeza me arrependerei.

Zayn respirou fundo, passando a mão pelo rosto de maneira nervosa, enquanto Flynn abraça a irmã que está em prantos. Courtney está mordendo a unha do polegar, inquieta, e Lisa não está aqui. Jullie também não, mas ela em nada é a mesma merda.

— Podemos consertar isso, não podemos? — Courtney pergunta e eu sinto vontade de estrangulá-la.

— Não, não podemos — murmura Flynn.

— Que merda você tinha na sua cabeça? — grito.

— Cara, relaxa. Ela disse que foi um acidente, okay? — Zayn a defende.

— Um acidente? — repito, incrédulo. — Ela literalmente desacordou uma pessoa inocente por ciúmes!

— Não foi ciúmes, seu idiota! — Line grita, levantando-se furiosa.

— E o que foi? Você tem distúrbios mentais? É isso?

— Se falar comigo assim outra vez, será a sua vez de ir para o hospital, desgraçado — ela me ameaça.

— Não seria a primeira vez, não é?

— Eles tinham um quadro! Um quadro com as nossas fotos, Jacob. Eu precisava fazer algumas coisas — ela se explica, olhando para todos nós, que franzimos a testa.

— Quem não deve não teme — murmuro. — A não ser que você deva. Tem algo a nos contar, Evangeline?

Ela me encara, incrédula e com os olhos cheios de lágrimas. Posso ver dor neles e se não fosse por isso, juraria que ela estava mentindo. Line abaixa a cabeça e o meu coração aperta dentro do peito. Abro os meus braços e ela se encaixa entre eles, soluçando.

— Você sabe que não, mas todos sabem do meu histórico. Se aquele caso viesse à tona outra vez, seu pai não estaria aqui para me defender — ela murmura contra o meu corpo e eu gelo.

— E se ela morrer? — Flynn pergunta, enterrando o rosto entre as mãos.

— Ela não vai morrer, merda! — Zayn assegura.

— Não temos tanta certeza. Se ela morresse seria melhor, assim ninguém saberia que foi Evangeline quem quebrou a porcaria de uma garrafa na cabeça da Michelle — Courtney opina e pela primeira vez diz algo útil.

— É, mas se ela morrer minha irmã seria uma assassina.

Evangeline se desvencilha do meu abraço e de repente para de chorar, erguendo a cabeça e secando as lágrimas. Ela arruma o cabelo e pega a bolsa cor de rosa, olhando para todos nós.

— Preciso ir embora.

— Vou com você — Zayn diz e ela confirma com a cabeça.

Os dois saem juntos e eu coço a cabeça, furioso. Flynn sussurra algo para que eu me acalme, em seguida pega na mão de Courtney e me deixa sozinho neste quarto, vendo os cacos brilhando ao entrarem em contraste com a luz do sol.

De alguma forma, tudo o que eles me disseram ontem depois que Michelle foi levada para o hospital me fez perder o controle, porque me lembrou o dia em que soubemos do suicidio da Beatrice. Naquela semana ela estava ainda mais estranha do que de costume. Parecia mais triste, cansada e até... morta.

Desço as escadas e peço para uma das empregadas limpar aquela bagunça, tendo a notícia de que a minha mãe ainda dormia e dessa vez em um quarto sem varanda.

Entro no escritório que era do meu pai, lembrando da última vez em que estive aqui com Christian, antes da primeira surra. Aquele cara era um monstro e espero que esteja apodrecendo onde quer que esteja agora mesmo.

Passo a ponta dos dedos pela mesa limpa e organizada, abrindo uma das gavetas e pegando uma das pastas que escondo aqui. Sento-me na cadeira chique e confortável, colocando os pés em cima da mesa e abrindo a pasta de couro. Tiro dela alguns documentos com informações importantes, incluindo processos judiciários.

Evangeline Leblanc, acusada por ser suspeita na morte de Beatrice Everdin, mas inocentada quando a polícia comprovou que o caso havia sido um suicídio.

Leio o documento várias e várias vezes, lembrando de tudo o que aconteceu naquela noite, lembrando de como ela ficou e do que disse quando o caso foi encerrado. Juntando os últimos acontecimentos com os do passado, uma dúvida gigantesca cresce em minha mente.

Evangeline estaria mentindo ao dizer que não teve nada a ver com a morte da Trice?

E é então que algumas coisas começam a fazer sentido, principalmente sua última fala. Levanto rapidamente da mesa, tendo flashes daquela noite, tropeçando e pegando meu celular.

— Alô!

— Lisa? Como você está?

— Vai se ferrar, Jacob — ela manda, com a voz arrastada.

— Eu sei, Lisa. Eu sei que prometi que não a ajudaria mais e que não acobertaria as merdas dela, mas quando ela pede eu não...

— Você não consegue dizer não, igual a todos os outros. Isso se chama ser manipulável, ser trouxa, um idiota, um babaca, um mesquinho, que gosta de se ferrar — ela grita.

— Acabou?

— Fala logo o que você quer, vou desligar.

— Acho que lembrei de uma coisa sobre Evangeline e o dia em que Beatrice morreu — conto e percebo sua respiração mudar.

— Chego em 20 minutos.

16 de maio de 2017
Mansão dos Baker


Como sempre, ela estava atrasada, não sei como alguém consegue se atrasar tanto assim, bem que Henry disse que deve ser de propósito. Jullie se move um pouco no meu colo sorrindo e apertando suas pernas ao meu redor, provocando-me.

— Que nojo, por que vocês não procuram um lugar decente? — Lisa pergunta, aparecendo na área coberta da piscina, o lugar onde sempre nos reunimos desde que conhecemos Courtney, com um sorriso.

— Não enche, Lisa — Jullie brinca e nós rimos.

Courtney aparece com Zayn e algumas garrafas de bebida, sentando-se perto de nós. Agora só faltam Henry, Evangeline, Beatrice e Flynn.

— Vocês acham que Trice vem? — Courtney pergunta, pensativa, colocando as cervejas na mesa redonda.

— Não faço ideia, ela anda muito estranha.

— Ela está triste, ela sempre foi triste, mas ultimamente tem estado fora do comum — Henry observa, aproximando-se de onde estamos e agarrando Lisa pela cintura, que sorri relutante.

— Algo muito ruim deve ter acontecido com ela — Lisa murmura. — Seus olhos nem brilham mais, ela parece uma morta viva, não sei explicar.

— Também notei isso. Até semana passada ela ainda ria, mas ontem ela parecia estar catatônica — observo e Jullie revira os olhos.

— Ela deve estar querendo se afastar de nós, isso sim. Trice não sabe como e por isso está fingindo tudo isso — a ruiva desdenha, saindo do meu colo e pegando uma cerveja.

— Não acho. Acho que deve ter acontecido alguma coisa.

— E daí se aconteceu? Evangeline estava certa quando disse tudo aquilo pra ela — Jullie completa e eu uno as sobrancelhas em confusão.

— O que ela disse?

Ouvimos o barulho de passos e vemos Flynn sozinho, o que é muito estranho, já que Evangeline sempre vem com ele. Troco olhares confusos com Zayn, que passa a mão entre os cabelos platinados e dá de ombros, bebendo outro gole de sua cerveja.

— Onde está a sua irmã? — Jullie pergunta.

— Não faço ideia. Ela disse que precisava resolver alguns problemas e depois viria para cá.

— Isso é bem estranho, ela nunca recusa uma festinha particular — a ruiva observa pensativa.

Flynn se senta entre nós e todos tentamos ligar para o celular de Evangeline, que só cai na caixa postal. Não há nenhum sinal dela, nem de Beatrice também, o que nos faz pensar que elas podem estar juntas em algum lugar. Tentamos ligar para a casa da Trice, mas só dava na caixa postal.

Alguns minutos se passam e cansamos de tentar, sendo convencidos por Courtney, que garante que tudo deve estar bem. Henry tira cigarros do bolso e Lisa rouba das mãos dele, acendendo um. Jullie tira seu roupão e pula na piscina, acompanhada de Courtney e Zayn.

Bebo um gole da minha cerveja e peço para o pessoal maneirar, mas eles nem se quer me ouvem. Dou de ombros e pego um cigarro.

A música está extremamente alta, o cheiro de cigarros forte demais e inúmeras garrafas de cerveja em cima da mesinha e espalhadas pelo chão. A água da piscina agora está na metade, de tanto o pessoal pular e encharcar o chão. Lisa me chama para entrar na água, mas somos interrompidos pelo toque de um celular.

Um telefonema. Várias mensagens. Tudo isso destruiu a nossa noite.

Zayn atendeu primeiro, com as mãos molhadas correndo o risco de pifar o celular ou levar um choque. Porém, ele está doidão demais para saber disso e eu também não estou muito sóbrio.

Vejo o momento exato em que ele deixa o celular cair no chão, aterrorizado. Lisa se aproxima dele primeiro, vejo seus lábios murmurarem alguma coisa e tudo não passa de um borrão quando todos sabemos o que aconteceu.

Em um minuto estávamos na casa da Courtney, no outro, em uma delegacia respondendo a um interrogatório e levando bronca dos nossos pais porque bebemos e fumamos tendo ainda entre 15 e 16 anos.

Tudo aquilo era surreal e quando o policial explicou o que havia acontecido ficou ainda pior. Trice havia caído do primeiro andar de sua casa, enforcada em uma corda que pedia do alto de sua janela até alguns centímetros acima do gramado que cercava sua residência. Ela estava morta. 

Depois de horas na delegacia, Evangeline finalmente apareceu, e não estava sozinha. Estava acompanhada do meu pai, que era advogado em sua defesa, já que ela era a principal suspeita. Line estava sendo acusada de homicídio qualificado contra a falecida amiga.

Não sei exatamente quantas horas ficamos na delegacia, mas sei o momento exato em que chegamos em casa. Evangeline estava conosco. Meu pai sugeriu que ela dormisse aqui em casa, porque seus pais estavam fora da cidade e era perigoso ficar em sua própria casa à essa altura.

Christian ficou preocupado com ela e com o meu estado deplorável, porque eu fedia a álcool, nicotina e drogas também. Não fazia ideia de que os cigarros de Henry não eram cigarros normais, só percebi quando a vida ficou mais feliz.

Joguei-me na minha cama e Evangeline se deitou ao meu lado, com seus cabelos castanhos escuros esparramados pelo meu peito nu e minhas mãos acariciando seus ombros. Ela não se importava com o meu cheiro, só precisava de consolo e eu era esse consolo.

Ela murmura algo como querer me beijar, como eu ser o único a acreditar nela, persuadindo-me de maneira tão sensual, que sou obrigado a beijá-la. E então Line me beija com fervor, fazendo com que, por um segundo, eu nem lembre o que aconteceu e não lembre que tenho Jullie.

— Você jamais contaria o meu segredo, não é? — ela sussurra, enquanto tira o meu cinto, beijando minha barriga desnuda.

— Claro que não — sussurro, sem saber o que estou fazendo.

— Que bom. Eu fiz isso por ela, Jacob.

Confirmo com a cabeça quando encara os meus olhos. Vejo um brilho diferente nos seus, um brilho maléfico, assustador, que me deixa arrepiado.

— Amanhã você não vai lembrar de nada. Olha só o seu estado. Ele me ajudou direitinho. — Ela ri, sentando-se em meu colo, movendo-se e me fazendo gemer.

— Do que você está falando? — pergunto ofegante, enquanto ela tira o vestido.

— Nada, Jacob. Só queria que você soubesse que essa vai ser uma noite muito especial e que daqui para frente tudo será melhor. Apenas 6.

4 de novembro de 2018
Mansão dos Campbell.

Termino de contar as lembranças que tive para Lisa, que está sentada na cadeira à minha frente, enquanto eu estou na cadeira giratória, fumando um cigarro. Ela está absorvendo todas as informações que joguei em seu colo, assim como eu.

Evangeline praticamente confessou que matou Beatrice e que nos drogou naquela noite de propósito, como alguém se esquece disso?

— Você é um merda! — ela grita, com os olhos cheios de lágrimas.

— Lisa, eu não me lembrava de nada daquela noite. Só da parte em que fomos até a casa da Courtney, bebemos, fumamos, dançamos e fomos parar na delegacia sabendo sobre o suicídio da Trice.

— Eu sempre soube que ela tinha alguma coisa a ver com a morte dela, sempre! Mas achei que era algo da minha cabeça. Achei que eu estava procurando alguém para culpar, quando a verdadeira culpada era eu. Se eu tivesse a ajudado, se tivesse assumido o que sentia, se tivesse ficado com ela no momento mais difícil... — Ela soluça, colocando a mão no peito.

Vejo sua pele mudar de branca para vermelha e me levanto, caminhando até ela e a abraçando.

— Shhh! Não tinha como você saber.

— Tinha como evitar, Jacob! Ela matou a Beatrice, ela matou a Trice. Ela! Foi por isso que o Henry morreu, porque ele sabia disso. A mensagem no celular dele, a mensagem dizendo que você sabia e que o Zayn também sabia. Ah, meu Deus.

Agora que ela falou, tudo começou a fazer mais sentido ainda. O segundo interrogatório não foi tão sem motivo, assim como aquelas mensagens de ameaça contra Henry. O quadro que Evangeline viu na casa do Tom. O fato do Tom ter se aproximado do Flynn. Ana e seus amigos no funeral do Henry. Evangeline tentando esconder seus rastros embaixo dos próprios traumas e me usando de cobaia. A volta da Jullie.

— Lisa, acho que o Henry estava investigando e por isso morreu — sugiro.

— Isso estava meio óbvio.

— Não é só isso. Acho que Ana e os amigos também estão e que o acidente da Michelle foi um sinal de aviso para pararem.

— Você acha que Evangeline se arriscaria tanto assim?

— Talvez ela não esteja trabalhando sozinha...

Ouvimos o barulho da campainha e uma das empregadas vem me avisar que é para mim. Lisa fica pálida com a possibilidade de ser Evangeline e eu engulo em seco, acalmando-a. Abro as portas do escritório e caminho até a sala principal, vendo uma figura baixa de cabelos cacheados observando a decoração.

— Ana?

Ela vira de frente para mim e posso ver seu piercing no septo, desde quando ela tem um piercing? Ana morde o lábio inferior e eu franzo a testa.

— Precisava falar com você e não podia esperar — ela murmura, sem graça.


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