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Capitulo Vinte e Cinco

Lohan Wilson:

Ele me olhou com uma expressão pensativa enquanto o carro parava no semáforo, e eu não resisti. Sorri para ele, sabendo que havia algo em sua mente, e, sem pensar duas vezes, inclinei-me e o beijei. Foi um daqueles beijos que começam suaves, mas logo ganham intensidade, como se o mundo lá fora não existisse. No entanto, fomos forçados a parar, ambos ofegantes pela falta de ar, e Percy me lançou um sorriso sem-graça, o tipo de sorriso que ele faz quando está prestes a pedir algo que sabe que vou achar engraçado.

— Desculpa interromper o momento — ele começou, com um brilho divertido nos olhos —, mas você poderia fazer aquela comida que você mencionou? Aquela do livro de receitas que trouxe de uma das suas viagens.

Eu arqueei uma sobrancelha, já sentindo que tinha algo mais ali, e Percy, sem perder tempo, fez aquele beiço irresistível, o mesmo que ele sabia que sempre me derretia.

— É que... — Ele apontou para o barrigão com um ar dramático — seus filhos estão pedindo.

Soltei uma risada imediata, incapaz de me controlar diante da cena. O jeito que ele usava a gravidez para conseguir o que queria sempre me fazia rir.

— Ah, então são os bebês que estão pedindo, hein? — brinquei, ainda rindo enquanto ele assentia com a cabeça de forma exagerada, tentando parecer sério.

— Sim, exatamente! Eles exigem — ele respondeu, cruzando os braços e fingindo indignação, mas o sorriso travesso no rosto o denunciava.

Balancei a cabeça, ainda sorrindo, e olhei para ele com carinho. — Tá bom, você venceu. Vou te deixar em casa e vou ao mercado comprar o que preciso para fazer a tal receita.

Percy abriu um sorriso radiante e se inclinou para me beijar novamente, mas dessa vez o beijo foi rápido e cheio de gratidão.

— Você é o melhor — disse ele, ainda sorrindo enquanto se recostava no banco, visivelmente satisfeito com a vitória.

Assim que voltamos para casa, ajudei Percy a sair do carro, e ele me deu mais um daqueles sorrisos que sempre faziam meu coração acelerar. Depois de deixá-lo confortavelmente instalado no sofá, peguei as chaves de novo e me preparei para sair.

— Não se preocupe, não vou demorar — disse, piscando para ele antes de sair pela porta.

— Não precisa correr! — Percy gritou enquanto eu já fechava a porta atrás de mim. — Só não esquece da sobremesa!

Sacudi a cabeça, rindo sozinho enquanto caminhava para o carro. Era impossível não se sentir leve ao lado dele, mesmo nas pequenas coisas. E, enquanto dirigia até o mercado, pensei em como a vida com Percy era feita desses momentos simples, mas cheios de alegria e amor. O humor dele, a forma como ele fazia até os pedidos mais comuns parecerem especiais, sempre me lembrava de como eu era sortudo por tê-lo na minha vida.

Cheguei ao mercado com um sorriso no rosto, já planejando a refeição que prepararia, mas, principalmente, pensando em como seria voltar para casa e ver o rosto de Percy se iluminar com cada detalhe.

***********************

À noite, o mercado dos fazendeiros na região oeste da cidade estava fervilhando de vida, apesar do ambiente desgastado e dos sinais de desgaste por todo lado. Pedestres e veículos barulhentos passavam indiferentes ao caos ao redor. Folhas de vegetais e água suja se espalhavam pelo chão de concreto áspero, enquanto letreiros desbotados e luzes de néon piscavam de forma intermitente, suas cores solitárias tentando iluminar o ar melancólico.

O céu cinza, coberto de uma fina camada de poeira, parecia refletir o cansaço de todos os que circulavam por ali. Trabalhadores exaustos voltavam para casa, universitários com mochilas a tiracolo cruzavam o mercado após um longo dia de aulas, e idosos se apressavam para garantir seus mantimentos. Havia algo de solitário naquela movimentação, como se todos estivessem perdidos em suas próprias preocupações, tornando o ambiente ainda mais pesado.

Caminhava pelas ruas estreitas e irregulares, com as sacolas de compras nos braços, meus olhos vasculhando à procura de algo que eu ainda não sabia bem o que era. Talvez apenas um toque de esperança ou um respiro em meio ao cansaço da cidade.

Foi então que o avistei. Encostado em uma parede perto de um cruzamento, um jovem vendia espetos de carneiro. Ele usava um colete branco simples, calças cor de café e chinelos de plástico azul que já estavam gastos pelo uso. Seus cabelos bagunçados contrastavam com seu rosto, que, de perto, revelava uma maturidade inesperada. Havia uma força silenciosa em sua expressão, uma determinação contida, mesmo que, aos olhos de quem passava, ele fosse apenas mais um vendedor anônimo na calçada. As pessoas seguiam adiante, sem ao menos notá-lo.

O jovem ajeitou os espetos sobre a grelha, o calor subindo com o aroma da carne grelhada. Era uma noite quente, e apesar de grelhar ser fácil, vender era outra história. A placa ao lado de sua pequena barraca indicava que dois espetos custavam apenas 50 centavos. Um preço baixo, mas mesmo assim, ao final do dia, ele mal conseguia juntar o suficiente para se alimentar adequadamente.

Me aproximei, observando-o de perto. Seus olhos captaram minha presença, e ele olhou para mim com certa curiosidade, talvez estranhando minhas roupas em meio àquele cenário humilde. Não devia ter mais do que dezessete anos, mas sua postura e o modo como encarava o mundo sugeriam que já havia enfrentado mais dificuldades do que qualquer jovem deveria.

Abri a carteira e, sem hesitar, entreguei a maior nota que tinha. Queria que ele pudesse pelo menos ter uma refeição decente naquele dia, uma pequena pausa da dura realidade que o cercava.

— Senhor, eu não tenho troco para esse dinheiro — disse o rapaz, claramente desconcertado e um pouco sem jeito. — Eu... eu vou ficar te devendo.

Sorri, acenando com a cabeça de forma tranquila, enquanto pegava os espetos que ele me ofereceu, ainda quentes e perfumados.

— Não precisa se preocupar com o troco — falei calmamente. — E se quiser, eu tenho um centro de ajuda para jovens como você. Minha família financia o lugar, e pode ser uma oportunidade para você.

Tirei da carteira um pequeno cartão com o endereço do centro e o entreguei a ele. O rapaz olhou para o papel, chocado, como se o que eu estava fazendo fosse algo inimaginável. Seus olhos mostravam surpresa e talvez um lampejo de esperança que ele não estava acostumado a sentir.

Me virei para ir embora, sentindo o peso de sua expressão nas minhas costas. Não disse mais nada, apenas segui meu caminho, deixando-o com os espetos e o papel em mãos. O mercado continuava tão agitado quanto antes, mas, de alguma forma, eu sentia que havia feito algo certo naquela noite. Às vezes, tudo o que alguém precisa é de uma chance — e, naquele momento, eu esperava que aquele jovem encontrasse a dele.

Enquanto me afastava, o cheiro da carne grelhada misturava-se ao ar quente da noite, e as luzes de néon continuavam a piscar, indiferentes à pequena conexão que havia acontecido ali, no meio do caos da cidade.

*************************

Quando entrei em casa, logo fui recebido pela voz animada de Percy vinda da cozinha. Segui o som e o encontrei lá, com uma colher de brigadeiro na mão e um sorriso culpado no rosto. Ao lado dele, Gina fazia o mesmo, lambendo a colher com uma concentração adorável, enquanto Nemo, nosso cãozinho, dormia aos pés da cadeira, completamente alheio ao mundo.

— Você que fez esse brigadeiro? — perguntei, arqueando uma sobrancelha enquanto Percy me olhava timidamente, claramente pego em flagrante.

— Sabe que não pode comer muitos doces, né?

Antes que Percy pudesse responder, Gina se adiantou, como sempre cheia de explicações.

— Não, foi o papai Percy. A tia Dana e o tio Rony que fizeram! O papai só está comendo porque ficou com vontade.

Soltei um suspiro, mas não pude evitar sorrir ao ver os dois ali, compartilhando o doce com tanto prazer. Percy lambeu a colher mais uma vez, como se quisesse aproveitar cada gota de brigadeiro antes que eu pudesse proibir.

— Pode não parecer, mas os doces da Dana são fitness — ele disse, lambendo os lábios com satisfação, e então olhou para as sacolas que eu carregava. — Trouxe os ingredientes, né? Então pode ir cozinhar pra mim e pra Gina.

Eu ri da sua ousadia enquanto colocava as sacolas no balcão. Percy, como sempre, sabia como me envolver em suas pequenas artimanhas, especialmente quando envolviam comida. Ouvi o som da colher sendo lambida novamente e, ao me virar, lá estava ele, já pegando mais uma porção do brigadeiro.

— Sabe, perguntei aos médicos sobre os doces — comentei, lembrando das recomendações que haviam me dado. — Eles dizem que o chocolate é seguro durante a gravidez, desde que com moderação. Aliás, tem até estudos que mostram que pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia.

Percy parou por um segundo, me olhando com curiosidade enquanto continuava lambendo a colher. Ele sabia que eu estava certo, mas também sabia que eu ainda me preocupava, mesmo com as recomendações médicas. Ele sempre foi cuidadoso, equilibrado em tudo, mas a ideia de que ele pudesse exagerar em algum momento ainda me deixava um pouco inquieto.

— Tá bom, tá bom — disse ele, sorrindo de maneira tranquilizadora. — Eu me controlo, prometo.

Balancei a cabeça, tentando não rir, e decidi deixar o assunto de lado por enquanto. Peguei os espetinhos que havia trazido e os entreguei aos dois. Gina pegou o dela com um brilho nos olhos, claramente satisfeita com mais uma guloseima, enquanto Percy fez o mesmo, me lançando um sorriso travesso.

Agora que eles estavam ocupados, voltei minha atenção para a refeição que eu realmente queria preparar. Algo mais leve e nutritivo. Peguei o livro de receitas que trouxe da minha última viagem e folheei as páginas, procurando por algo que seria perfeito para o jantar.

Torta de frango com legumes e vegetais. Perfeito. A combinação equilibrada de carboidratos, proteínas e fibras era exatamente o que eu precisava para equilibrar os doces que Percy havia comido. Além disso, substituiria a farinha branca pela integral e usaria tomate como destaque, graças ao licopeno, um antioxidante poderoso e conhecido por seus benefícios anticancerígenos.

Enquanto começava a preparar os ingredientes, senti Percy se aproximar, observando silenciosamente o que eu fazia.

— Torta de frango? — ele perguntou, com aquele brilho curioso no olhar que sempre surgia quando eu estava cozinhando algo novo.

— Sim, torta de frango com legumes e vegetais. Algo leve, mas completo. E ainda por cima, saudável — respondi, sorrindo enquanto cortava os legumes. — Acho que vai equilibrar o brigadeiro que você e Gina estão devorando.

— Você sempre cuida tão bem de mim — Percy disse, com um tom de voz mais suave, apoiando a cabeça no meu ombro por um breve momento.

— Sempre vou cuidar — respondi, com a mesma suavidade, sentindo aquele momento especial entre nós.

Continuei preparando a refeição, cortando os vegetais e misturando tudo com cuidado, enquanto Percy se sentou novamente com Gina e Nemo, observando meus movimentos com um olhar afetuoso. Aquele tipo de interação cotidiana era o que eu mais valorizava em nossa vida juntos. Não importava o quão agitada ou cansativa fosse a rotina, momentos como aquele — compartilhando comida, risadas e pequenos gestos de carinho — eram o que realmente importava.

Quando finalmente coloquei a torta no forno, Percy sorriu para mim, já antecipando o jantar. Ele sabia que, por mais simples que fosse, eu colocava amor em cada prato que preparava, e isso fazia toda a diferença.

— Você sempre consegue fazer tudo ficar perfeito — ele disse, levantando-se e me puxando para um abraço rápido.

— Só faço isso por você — respondi, retribuindo o abraço e sentindo a familiaridade do corpo dele contra o meu.

— E pelos bebês — acrescentou Percy, com uma piscadela e uma risada suave.

Dei um beijo leve em sua testa, sentindo aquela conexão forte e inabalável que tínhamos. E, enquanto esperávamos a torta assar, sentados juntos na cozinha com Gina e Nemo, soube que, não importava o que o futuro trouxesse, momentos como aquele sempre seriam o centro do nosso mundo.

Depois de tudo pronto, ainda podia ouvir Gina e Percy comentando animadamente sobre o cheiro que tomava conta da cozinha. Ambos lançavam olhares desejosos para o forno, e não pude deixar de sorrir. Sempre fui bom na cozinha, uma habilidade que aperfeiçoei nos meus momentos livres, principalmente quando a nossa cozinheira está de folga. Aprendi várias receitas com minha antiga governanta, quando morávamos fora da cidade. Até hoje, ela me manda mensagens para saber como estão as coisas, perguntando como Gina está se adaptando ao papel de irmã mais velha e como é sua relação com Percy.

Olhei para aqueles dois, parados em frente ao forno, lambendo os lábios e inalando o aroma que saía dali como se estivessem prestes a devorar a torta ainda crua. Gina, cada vez mais apegada a Percy, começava a imitar alguns dos hábitos dele, como lamber os dedos ao provar algo doce e reclamar que o tempo de espera para a comida era "um teste de paciência".

— Só espero que os gêmeos não peguem essa mania — pensei comigo mesmo, rindo em silêncio. — Como vou aguentar quatro pessoas fazendo cafuné em mim e me chamando de "gatinho"?

Enquanto a torta ainda precisava de uns bons quarenta minutos no forno, sugeri que assistíssemos a um filme para passar o tempo. Sentamos no sofá, com Gina entre nós, e Percy se encarregou de escolher algo na Netflix que fosse adequado para a idade dela. Ele acabou selecionando uma animação divertida, e nos ajeitamos para aproveitar o momento. Ou pelo menos era o que eu esperava.

Apesar de estarem no sofá, Gina e Percy mal conseguiam prestar atenção no filme. A cada cinco minutos, um dos dois virava para mim com olhos brilhantes, perguntando quanto tempo faltava até que a torta estivesse pronta.

— Ainda falta um pouco, tenham paciência — dizia, tentando controlar o riso.

Mas nem o filme, por mais interessante que fosse, conseguiu prendê-los. Era como se o cheiro da torta estivesse chamando por eles, e o forno fosse uma espécie de imã que os puxava para perto. Eu mal conseguia focar no que estava acontecendo na tela, entre as perguntas e a impaciência dos dois.

Quando finalmente o timer do fogão apitou, a reação foi imediata. Percy e Gina saltaram do sofá como se tivessem sido liberados de uma tortura medieval.

— A torta está pronta! — Gina gritou, com Percy rindo logo atrás.

— Calma, vocês dois! Ainda precisa esfriar um pouco, cinco minutinhos pelo menos — avisei, tentando manter o controle da situação.

Eles me lançaram um olhar dramático, como se eu estivesse propondo o impossível. Cinco minutos parecia uma eternidade para aqueles dois, mas sabiam que não adiantava reclamar.

— Só cinco minutos — resmungou Percy, fingindo uma expressão de sofrimento exagerado, enquanto Gina o imitava, fazendo um beiço adorável.

Finalmente, quando o tempo de espera passou, ambos pegaram os pratos com pressa, mal conseguindo conter o entusiasmo. Preparei sucos para acompanhar, e nos sentamos à mesa, onde Percy e Gina finalmente puderam se deliciar com a tão esperada torta.

— Valeu a pena esperar, não foi? — perguntei, observando os dois comerem com sorrisos satisfeitos.

Percy, com a boca cheia, apenas balançou a cabeça afirmativamente, enquanto Gina sorria de orelha a orelha, aproveitando cada pedaço.

Aquela cena — os dois ali, felizes e satisfeitos — fazia todo o esforço valer a pena. Mais do que apenas uma refeição, era o tipo de momento que transformava a rotina em algo especial. E enquanto os observava, não pude deixar de pensar no quanto a família que estávamos construindo era tudo o que eu sempre quis.

Depois que todos estavam devidamente servidos, a cozinha ficou envolta em um silêncio agradável, quebrado apenas pelo som dos talheres e pelos suspiros de satisfação de Percy e Gina. O ar estava impregnado com o aroma da torta recém-saída do forno, e era impossível não sentir o conforto daquele momento. Eu os observava com um sorriso no rosto, sentindo o coração aquecido por estar com minha pequena família.

Gina, com um pedaço enorme de torta em seu prato, mastigava lentamente, seus olhos brilhando de felicidade.

— Papai, isso está muito bom! — ela exclamou, com a voz cheia de entusiasmo. — Vou pedir para você fazer essa torta todo dia!

Percy soltou uma risada, ainda saboreando o próprio pedaço.

— Se depender da Gina, você vai viver na cozinha, meu amor — ele comentou, olhando para mim com um sorriso cúmplice.

— Ah, é? Então vou ter que arranjar um avental novo — respondi, entrando na brincadeira enquanto tomava um gole do meu suco.

Gina, com o rosto manchado de farelos, olhou para Percy e depois para mim, antes de soltar uma gargalhada.

— O papai cozinha muito bem! — ela anunciou com orgulho, como se estivesse fazendo uma grande revelação. — Quando os bebês nascerem, eu vou ensinar a eles como você faz tudo tão gostoso!

O comentário de Gina me pegou de surpresa e fez Percy sorrir de um jeito especial. Havia algo genuinamente doce na forma como ela já se via como irmã mais velha, e como estava tão empolgada com a chegada dos gêmeos. Era como se ela já estivesse se preparando para ser uma irmã protetora e cuidadosa.

— Tenho certeza de que eles vão adorar aprender com você, Gina — Percy disse, estendendo a mão para bagunçar carinhosamente o cabelo dela.

Gina riu, afastando a mão dele com uma careta, mas logo voltou a se concentrar na comida.

— E você, Percy? Está gostando da torta? — perguntei, sabendo que ele sempre era um pouco mais contido nas suas avaliações, mas que sua reação genuína sempre estava ali nos detalhes.

Percy sorriu, olhando para o prato vazio à sua frente antes de me encarar novamente.

— Está perfeita, como sempre — disse ele, com aquele tom carinhoso que sempre me derretia. — Acho que não teria esperado por algo diferente vindo de você.

Senti um calor familiar no peito. Não era apenas o elogio, mas a maneira como ele dizia, como se cada palavra estivesse carregada de todo o amor e carinho que compartilhávamos. A química entre nós era evidente, mesmo em momentos simples como aquele, e era isso que fazia tudo tão especial.

— Você fala isso só porque quer mais — brinquei, levantando-me para pegar mais uma porção para ele.

Percy riu, mas antes que pudesse responder, Gina interrompeu.

— Eu também quero mais! — ela disse, levantando o prato como se fosse uma exigência.

— Ok, ok! Mais torta para todos! — respondi, rindo, enquanto pegava mais pedaços e os distribuía.

Enquanto comíamos, a conversa fluiu naturalmente, passando de um assunto para outro, desde o que Gina havia aprendido na escola até as sugestões de nomes para os bebês. Percy e Gina debatiam animadamente, enquanto eu os observava, aproveitando o momento. Era como se o tempo tivesse desacelerado, e tudo o que importava fosse aquele pequeno círculo de amor e companheirismo que estávamos construindo ali, em torno da mesa da cozinha.

Quando terminamos, Percy olhou para o relógio e sugeriu que fosse hora de preparar Gina para dormir.

— Acho que você já teve sua cota de diversão por hoje, mocinha — ele disse com um sorriso, pegando-a no colo e carregando-a até o quarto.

Enquanto eles subiam as escadas, comecei a arrumar a cozinha, mas não sem antes parar por um momento e absorver a paz que sentia. Ver Percy e Gina juntos, saber que logo teríamos mais dois pequenos correndo pela casa, era a prova de que estávamos construindo algo bonito e duradouro.

Pouco tempo depois, Percy desceu, o sorriso ainda presente no rosto.

— A pequena já está dormindo — disse ele, caminhando até mim e envolvendo os braços ao redor da minha cintura. — E agora, acho que você merece um descanso também.

Me virei para ele, nossos olhares se encontrando no mesmo instante. O jeito como Percy olhava para mim sempre me fazia sentir como se o mundo ao nosso redor desaparecesse.

— Eu estou bem — respondi, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Percy se inclinou e me beijou. Foi um beijo lento e cheio de significado, como se ele quisesse expressar em gestos o que as palavras não conseguiam.

— Eu sei que estamos construindo algo maravilhoso — ele murmurou contra meus lábios, suas mãos ainda segurando firme em minha cintura.

Sorri, sentindo aquela familiar sensação de pertencimento.

— Nós estamos — respondi, abraçando-o mais forte. — E ainda tem muito mais por vir.

E ali, na quietude da cozinha, entre pratos vazios e um futuro cheio de possibilidades, eu sabia que, independentemente dos desafios, teríamos sempre um ao outro. E isso era tudo o que importava.

Enquanto permanecíamos ali, envoltos no silêncio confortável da cozinha, percebi que momentos como aquele, por mais simples que fossem, tinham um peso imensurável. Não era sobre o que tínhamos, mas sobre quem estávamos nos tornando juntos. Percy, com seu jeito tranquilo e sempre bem-humorado, equilibrava meus momentos de dúvida, e Gina, com sua alegria contagiante, fazia com que cada dia ao lado deles fosse uma bênção.

Percy quebrou o silêncio, ainda com os braços ao meu redor.

— Você sabia que, quando sonhei em ter uma família, nunca imaginei algo tão bom quanto isso? — Ele me olhou com aqueles olhos sinceros que sempre faziam meu coração acelerar. — Cada momento com você e Gina é melhor do que qualquer coisa que eu poderia ter imaginado.

Sorri, sentindo meu peito aquecer ainda mais.

— Eu sinto o mesmo. Às vezes fico pensando em como tudo acabou se encaixando de uma maneira tão perfeita. Mesmo nos dias difíceis, não trocaria nada disso por coisa alguma.

Ele assentiu e, com um gesto delicado, me puxou para mais perto, sua testa encostando na minha. O silêncio entre nós era tão forte quanto qualquer palavra, um entendimento mútuo de que, apesar dos desafios que viriam, estávamos prontos para enfrentá-los juntos.

— Sabe o que eu estava pensando? — Percy disse, com aquele brilho travesso nos olhos que sempre precedia uma boa ideia ou uma brincadeira.

— O quê? — perguntei, curioso.

— Que, quando os gêmeos nascerem, teremos ainda mais momentos como esse. Talvez com um pouco mais de bagunça, e definitivamente mais cansaço... — ele fez uma pausa, sorrindo. — Mas vai ser incrível. Eu já consigo imaginar Gina ajudando, e nós tentando manter a casa em ordem enquanto dois pequenos correm por aí.

Eu ri, já conseguindo visualizar o caos adorável que estava por vir.

— Caos é a palavra certa, mas... vai ser o nosso caos. E eu mal posso esperar por isso.

Percy riu, e o som da sua risada sempre trazia uma sensação de conforto. Ele se inclinou novamente e me beijou, dessa vez de forma mais suave, um beijo cheio de promessas silenciosas para o futuro que estávamos prestes a construir.

— Vamos subir? — perguntei, depois de alguns instantes, enquanto acariciava o rosto dele. — Acho que já tivemos um dia longo o bastante.

Percy assentiu e, juntos, subimos as escadas devagar, deixando para trás a cozinha e a noite que se encerrava. Passamos pelo quarto de Gina, onde ela dormia tranquilamente, e não pude deixar de sorrir ao vê-la tão tranquila, agarrada ao seu ursinho de pelúcia.

Ao chegarmos ao nosso quarto, o ambiente parecia mais aconchegante do que nunca. Percy se deitou ao meu lado, e ficamos em silêncio por alguns instantes, apenas aproveitando a companhia um do outro. O cansaço finalmente começava a se manifestar, mas havia uma paz imensa naquele momento.

— Boa noite, meu amor — sussurrei, passando uma mão pelos cabelos dele.

— Boa noite — ele murmurou de volta, com a voz já embargada pelo sono.

E assim, adormecemos juntos, sabendo que o dia seguinte traria mais desafios e alegrias. Mas o importante era que, não importava o que o futuro trouxesse, estaríamos sempre juntos — rindo, aprendendo e amando, como sempre fizemos. E esse era o maior presente que a vida poderia nos dar.

Com Percy em meus braços, com o suave som da respiração dele ao meu lado, adormeci com a certeza de que o amor que construímos continuaria nos guiando pelos dias que viriam, por mais caóticos e maravilhosos que fossem. Porque, no final das contas, era isso que tornava tudo tão especial: estarmos juntos, sempre.

E isso me deixava feliz, de uma maneira profunda e serena. Saber que, ao final de cada dia, não importava os desafios ou as preocupações, eu teria Percy ao meu lado, nossa pequena Gina crescendo e logo nossos gêmeos vindo ao mundo, enchendo a casa de ainda mais risos e amor. A vida podia ser imprevisível, mas com eles, tudo parecia se encaixar de uma maneira perfeita.

A felicidade que eu sentia não era feita de grandes gestos ou momentos extraordinários, mas sim dessas pequenas coisas: o som suave da respiração de Percy enquanto ele dormia, o brilho nos olhos de Gina quando aprendia algo novo, o cheiro da comida que eu preparava com carinho para minha família. Era nesses detalhes que eu encontrava a verdadeira alegria, a sensação de que estava exatamente onde deveria estar.

Adormeci com o coração leve, grato por tudo o que tínhamos construído juntos. E saber que, amanhã, acordaria ao lado deles, continuando essa jornada, me trazia uma paz indescritível. Afinal, não havia lugar no mundo onde eu preferisse estar.
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Gostaram?

Até a próxima 😘

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