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Capítulo Dez

Percy Williams:

A manhã seguinte chegou mais rápido do que eu esperava. A luz suave do amanhecer entrava pelas cortinas, lançando sombras compridas no quarto, enquanto eu me sentava na cama, ainda tentando processar a noite anterior. Minhas malas estavam prontas, alinhadas ao lado da porta, um lembrete silencioso de que minha vida estava prestes a mudar completamente.

Suspirei, passando a mão pelos cabelos enquanto olhava para o relógio na parede. Ainda era cedo, mas o som suave do trânsito lá fora começava a preencher o silêncio. Eu sabia que Lohan enviaria alguém para me buscar, como sempre fazia quando queria controlar as coisas. Ele não era do tipo que deixava detalhes ao acaso.

Levantei-me devagar, sentindo o peso de tudo nas minhas costas. Não era só a mudança em si, mas a sensação de estar entrando num território desconhecido, sob a proteção de alguém que, por mais que tentasse cuidar de mim, muitas vezes me fazia sentir como uma peça num jogo que ele controlava.

Peguei meu celular e notei uma mensagem nova de Dana:

Vai dar tudo certo. Qualquer coisa, me liga. Estarei esperando com chá e boas risadas.

Sorri, agradecendo mentalmente pela leveza que ela sempre trazia, mesmo nos momentos mais difíceis.

Olhei para minhas malas mais uma vez, e um pensamento rápido cruzou minha mente:

Será que estou pronto para isso?

Morar com Lohan era mais do que dividir um espaço; era me colocar numa dinâmica totalmente nova, onde ele era o centro de um mundo que eu ainda estava aprendendo a navegar.

Eu estava prestes a responder à mensagem de Dana quando o som de batidas leves na porta me tirou dos pensamentos. Era cedo demais para ser alguém do prédio. Meu coração acelerou por um segundo.

Caminhei até a porta e a abri lentamente, encontrando Afonso, o irmão de Alejandro, esperando do outro lado com a mesma expressão séria de sempre.

— O senhor Lohan pediu para garantir que tudo estivesse pronto — disse ele, sem rodeios, com aquela voz calma que parecia não ser perturbada por nada.

Dei um leve aceno e olhei para trás, para as malas, antes de voltar meu olhar para ele.

— Estou pronto.

Afonso deu um passo para o lado, permitindo que eu pegasse as malas. Enquanto as carregava para fora, uma sensação estranha tomou conta de mim. Estava saindo de casa, mas não tinha certeza de para onde realmente estava indo.

Peguei as malas e segui Afonso para fora do apartamento. O corredor estava silencioso, exceto pelo som suave de nossos passos. Quando chegamos à entrada do prédio, um carro preto esperava, discreto mas imponente, como tudo que envolvia Lohan. Afonso abriu a porta para mim, e eu entrei no carro, tentando acalmar a inquietação no meu peito.

A viagem foi tranquila, as ruas ainda vazias naquele horário. Enquanto o carro deslizava pelas avenidas da cidade, observei a paisagem mudar gradualmente. Os prédios modernos e altos começaram a se afastar, dando lugar a ruas mais largas, cercadas por casas luxuosas e grandes jardins bem cuidados. Era evidente que estávamos nos aproximando do bairro onde Lohan morava — um lugar que exalava riqueza e poder.

Quando finalmente chegamos, o portão de ferro forjado da propriedade se abriu automaticamente, revelando a casa de Lohan. Na verdade, chamar aquilo de "casa" parecia um eufemismo. Era mais uma mansão, imponente e grandiosa, com uma fachada de tijolos claros e janelas enormes que se estendiam do chão ao teto. O jardim da frente era impecável, com arbustos perfeitamente podados e uma fonte de mármore no centro, onde a água fluía silenciosamente.

A entrada principal era feita de portas de madeira maciça, com detalhes entalhados que demonstravam uma elegância clássica. O carro parou em frente à escadaria de mármore que levava à entrada, e Afonso abriu a porta para mim novamente.

— Bem-vindo — disse ele com uma leve inclinação de cabeça.

Respirei fundo, saindo do carro e olhando para a enorme estrutura à minha frente. A casa exalava uma sensação de poder, como se cada detalhe tivesse sido planejado para impressionar e intimidar. Subi os degraus com minhas malas e entrei pela porta que Afonso segurava aberta.

O interior da casa era ainda mais impressionante. O hall de entrada era vasto, com um lustre de cristal pendurado no alto, iluminando todo o ambiente com uma luz suave e cálida. As paredes eram adornadas com quadros de molduras douradas, pinturas que pareciam ser de valor inestimável, e o piso de mármore branco polido refletia a luz de forma quase hipnótica.

À direita, uma grande escadaria em espiral subia para o andar superior, com um corrimão de ferro forjado detalhado, combinando com os portões da entrada. À esquerda, uma sala de estar com sofás de couro perfeitamente dispostos ao redor de uma lareira, onde algumas chamas fracas ainda crepitavam.

Tudo na casa parecia grandioso e, ao mesmo tempo, intocável, como se fosse um cenário montado para uma peça perfeita. Havia um silêncio quase reverente, quebrado apenas pelo som dos meus passos ecoando pelo chão.

Afonso, sempre discreto, parou ao meu lado, indicando que meu quarto ficava no andar de cima.

— O senhor Lohan estará de volta em breve. Vou levar suas malas para o quarto. Se precisar de qualquer coisa, é só chamar — disse ele, antes de pegar minhas malas e subir a escadaria com a mesma eficiência silenciosa de sempre.

Fiquei ali por um momento, parado no meio do hall, absorvendo o lugar. Embora fosse uma casa magnífica, havia uma frieza no ar, como se faltasse algo. Eu podia sentir que aquele espaço, por mais bonito que fosse, refletia o próprio Lohan: impecável, controlado, mas com uma certa distância emocional.

Suspirei e caminhei lentamente em direção à sala de estar. Toquei levemente o encosto de um dos sofás, sentindo o couro macio sob meus dedos, e me sentei, ainda tentando processar tudo. Estava prestes a começar uma nova fase da minha vida, morando com Lohan nessa mansão grandiosa, mas, por mais impressionante que tudo fosse, a sensação de estar entrando em território desconhecido ainda pesava no meu peito.

Fechei os olhos por um momento, tentando acalmar minha mente, e me perguntei como seria a convivência com Lohan nesse ambiente onde tudo parecia uma extensão do controle que ele exercia sobre o mundo ao seu redor.

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Meu celular começou a tocar e, ao olhar para a tela, vi que era uma videochamada da Dana. Atendi e ela acenou para mim, o rosto já com aquela expressão animada de quem estava pronta para conversar.

— Oi — falei, sentindo um leve alívio ao ver um rosto familiar.

— Oi! E aí, como estão as coisas aí na casa do meu irmão? — Dana perguntou enquanto um pincel surgiu de repente na tela, com a maquiadora dela começando a preparar seu rosto para alguma sessão de fotos.

— Você está se preparando para tirar fotos e decidiu me ligar? Não vai atrapalhar a sua maquiadora? — perguntei, com uma sobrancelha levantada.

A maquiadora, que claramente ouvira a conversa, riu e respondeu antes que Dana pudesse falar.

— Já maquiei modelos enquanto eles andavam de um lado para o outro. Falar ao telefone numa videochamada não vai me atrapalhar nem um pouco.

Dana sorriu para mim com aquele jeito despreocupado de sempre.

— Viu só? — Ela piscou, como se estivesse se divertindo com a situação. — Mas me conta, como foi sua primeira vez na casa do meu irmão? Ele já começou a tentar controlar tudo?

Suspirei e olhei em volta, absorvendo mais uma vez o tamanho imenso da casa.

— Pelo que me falaram, ele saiu para resolver alguma coisa, acho que levou a Gina com ele — respondi, ajeitando-me no sofá. — Então, estou sozinho... e, sinceramente, essa casa enorme parece que tem vida própria. Parece que só moram eles aqui.

Dana riu, mas depois acenou com a cabeça, compreensiva.

— Ah, sim, isso faz sentido. Ele ainda está fazendo entrevistas para contratar mais funcionários para cuidar da casa — explicou ela, enquanto a maquiadora retocava seus lábios com precisão. — No máximo, você deve encontrar a governanta que cuida da gente desde que éramos pequenos, e o cozinheiro. Eles são um casal adorável, você vai gostar deles.

Isso me acalmou um pouco. Pensar que havia mais gente por aqui, além de Lohan e Gina, tornava o ambiente um pouco menos intimidador.

— Pelo menos vou ter alguém com quem conversar, além de Lohan e Gina — falei, meio brincando.

Dana soltou uma gargalhada, já prevendo as futuras interações.

— Ah, você vai adorar! A governanta, Senhora Lydia, é uma figura, e o marido dela, Henrique, é o melhor cozinheiro que você vai conhecer. Eles tratam todo mundo como se fossem da família, e tenho certeza de que vão mimar você e o bebê.

Dei um pequeno sorriso, imaginando o casal que Dana descrevera. Isso tudo parecia um pouco menos assustador agora.

— Obrigado por me acalmar — respondi, relaxando um pouco mais no sofá.

— Você vai se sair bem, Percy — disse ela, com sinceridade. — E se precisar de alguma coisa, sempre sabe que pode me ligar. Não importa a hora.

Assenti, sentindo o conforto das palavras de Dana. Mesmo em meio à grandiosidade da casa, saber que eu tinha amigos como ela tornava tudo mais suportável.

— Prometo ligar se começar a enlouquecer — brinquei, fazendo-a rir.

A chamada se encerrou pouco depois, e eu fiquei ali por um momento, olhando para o celular e refletindo sobre as próximas etapas dessa nova fase.

Depois que a chamada com Dana terminou, fiquei sentado no sofá por alguns minutos, segurando o celular e deixando o silêncio da casa cair sobre mim. A vastidão da mansão ao meu redor parecia amplificar cada pensamento. O peso das mudanças começava a se instalar novamente. Eu tinha me preparado para a ideia de morar com Lohan, mas agora que estava realmente aqui, a realidade parecia muito maior do que eu tinha imaginado.

Levantei-me, sentindo a necessidade de me mover, e comecei a explorar mais a casa. Caminhei pelo corredor principal, passando por pinturas impressionantes nas paredes e esculturas que pareciam cuidadosamente escolhidas para combinar com a decoração impecável. Tudo tinha um ar de perfeição que refletia exatamente como Lohan gostava de viver: controlado, ordenado, quase intocável.

Cheguei a uma sala de jantar, com uma mesa longa de madeira escura, coberta por um lustre de cristal pendurado no teto. As cadeiras, estofadas em veludo escuro, pareciam convidativas, mas ao mesmo tempo distantes, como se estivessem ali mais para exibição do que para conforto. Era o tipo de lugar onde imagino que Lohan organizaria jantares elegantes para impressionar seus convidados, sempre com tudo perfeitamente planejado.

Continuei andando até encontrar a cozinha. Quando abri a porta, fui recebido por um aroma reconfortante de pão recém-assado. Para minha surpresa, havia alguém lá. Uma senhora de aparência gentil, com cabelos grisalhos presos em um coque, estava inclinada sobre o balcão, tirando uma bandeja de pães do forno. Ao seu lado, um homem de estatura mediana, com bigode espesso e um avental, mexia em uma panela no fogão.

A mulher, ao me ver, abriu um sorriso caloroso que imediatamente tornou o ambiente mais acolhedor.

— Ah, você deve ser o Percy — disse ela, enxugando as mãos no avental e caminhando até mim. — Sou Lydia, a governanta, e este é meu marido, Henrique, o cozinheiro. Estávamos ansiosos para conhecê-lo.

— Prazer em conhecê-los também — respondi, sorrindo de volta. — Senti o cheiro do pão assim que entrei. Parece delicioso.

Henrique deu uma risada baixa, balançando a cabeça enquanto continuava a mexer a panela.

— É a especialidade da Lydia. Espere até experimentar — disse ele, com um sotaque ligeiramente carregado, que trazia um tom caseiro ao ambiente.

Lydia olhou para mim com olhos cheios de ternura, o tipo de olhar que eu não esperava encontrar num lugar tão formal.

— Sabemos que a casa pode parecer grande e fria no começo, mas com o tempo, ela vai parecer mais acolhedora. Estamos aqui para o que você precisar, querido. E Gina já está apaixonada por você, então tenho certeza de que vai ser uma convivência alegre.

Senti um alívio imediato. A presença deles era quase como um bálsamo para a tensão que eu vinha carregando desde que cheguei. Sorri, me sentindo mais à vontade do que em qualquer outro momento até então.

— Obrigado, de verdade — falei, sinceramente. — Acho que essa mudança vai ser um pouco mais fácil agora.

Lydia assentiu, estendendo um prato com fatias quentes de pão.

— Aqui, experimente um pedaço antes de continuar explorando. E lembre-se, essa casa pode ser grande, mas tem espaço para muitas memórias boas.

Aceitei o pão, ainda quentinho e macio, e agradeci. Enquanto mordia o primeiro pedaço, senti o sabor delicioso e caseiro que me lembrou de algo que há muito tempo não experimentava: a sensação de estar realmente em casa, cercado de pessoas que se importam.

Sorrindo para eles, senti que, talvez, essa nova etapa não fosse tão assustadora quanto parecia.

A mordida no pão recém-assado trouxe um conforto inesperado, quase como se aquela casa, tão imponente e distante, estivesse de repente me acolhendo de uma forma sutil e calorosa. Lydia e Henrique sorriam, observando minha reação como se estivessem felizes por proporcionar um pequeno momento de prazer em meio àquela transição complicada.

— Isso é incrível — disse, com um sorriso genuíno. — Obrigado, Lydia. Eu realmente precisava disso.

— Fico feliz que tenha gostado, querido — respondeu ela, o tom acolhedor em sua voz.

Henrique me lançou um olhar satisfeito enquanto mexia a panela, claramente orgulhoso do talento culinário da esposa.

— Qualquer coisa que você precisar, Percy, estamos por aqui. Somos praticamente parte da mobília, sempre à disposição — disse ele, com uma piscadela.

Eu ri, me sentindo mais relaxado a cada segundo. Depois de agradecer novamente, saí da cozinha com a sensação de que tinha encontrado um pedaço de normalidade naquele ambiente exageradamente luxuoso. Subi as escadas, indo em direção ao quarto que Afonso havia mencionado. Conforme andava pelos corredores, não pude deixar de pensar no quão surreal tudo ainda parecia. Eu, morando na casa de Lohan, cercado por todo aquele luxo, mas ao mesmo tempo com a presença calorosa de Lydia, Henrique e Gina, que traziam um contraste bem-vindo a tudo aquilo.

Chegando ao meu quarto, empurrei a porta devagar. O espaço era amplo, com janelas altas que permitiam que a luz natural inundasse o ambiente. As cortinas de tecido pesado estavam elegantemente abertas, e a cama, maior do que qualquer uma que eu já tinha tido, parecia incrivelmente confortável, com lençóis brancos impecáveis. Havia um armário embutido de madeira escura, uma poltrona ao lado da janela, e uma pequena mesa de trabalho com uma cadeira de couro. Apesar da sofisticação, o quarto era aconchegante, quase minimalista, como se não quisesse intimidar, mas sim oferecer um refúgio.

Minhas malas estavam organizadas ao lado da cama, e eu caminhei até elas, sentindo a necessidade de me instalar, de fazer aquele espaço um pouco mais meu. Comecei a desempacotar as roupas, colocando-as nas gavetas e no armário. Enquanto fazia isso, não pude deixar de pensar em como seria essa convivência com Lohan. Ele sempre foi tão meticuloso e controlador, e agora, morar sob o mesmo teto, com todas as implicações de estarmos cada vez mais conectados... Era algo que eu ainda não sabia bem como lidar.

De repente, meu celular vibrou. Era uma mensagem de Lohan:
**"Voltei para casa. Estou com Gina. Quando estiver pronto, nos encontre na sala. Temos algumas coisas para conversar."**

Suspirei, sabendo que essa conversa seria o primeiro passo real para entender como as coisas funcionariam dali em diante. Terminei de guardar as últimas roupas e me olhei no espelho por um momento. A casa podia ser um novo começo, mas também representava desafios que eu ainda estava tentando entender.

Com o coração levemente acelerado, saí do quarto e desci as escadas em direção à sala. Quando cheguei, encontrei Lohan sentado em um dos sofás, com Gina ao seu lado, brincando com um pequeno quebra-cabeça. Ele olhou para mim com aquele semblante sério de sempre, mas seus olhos suavizaram um pouco ao me ver.

— Percy — ele começou, fazendo um gesto para que eu me sentasse. — Temos algumas coisas para acertar sobre como serão as próximas semanas. Quero que você se sinta confortável aqui, mas também precisamos garantir que tudo esteja organizado.

Eu me sentei, tentando manter a calma, enquanto ele começava a falar sobre a rotina da casa, as responsabilidades e, claro, as expectativas. Gina olhou para mim e sorriu, como se já estivesse acostumada com os modos meticulosos do pai. Aquilo me deu um pouco de força. Eu sabia que essa nova fase da minha vida seria cheia de surpresas e desafios, mas, de alguma forma, com pessoas como Lydia, Henrique, e até a pequena Gina por perto, eu sentia que podia lidar com o jeito de Lohan — por mais complicado que ele fosse.

— Eu separei um cartão para que você usasse com os gastos do bebê e, claro, para suas necessidades também — Lohan disse, com a mesma calma controlada de sempre, enquanto retirava do bolso da calça um cartão reluzente e o estendia em minha direção.

Olhei para o cartão por um momento, hesitando. Aquilo era tão típico de Lohan — ele queria garantir que tudo fosse perfeitamente planejado e organizado, até mesmo os detalhes mais pessoais. Mas, ao mesmo tempo, a oferta me fazia sentir como se estivesse entrando em um território em que ele tivesse controle total sobre cada aspecto da minha vida.

— Eu... — comecei, tentando formular uma resposta enquanto estendia a mão para pegar o cartão. — Obrigado, Lohan. Isso é generoso da sua parte, mas... tenho que admitir que me sinto um pouco estranho com isso.

Lohan franziu a testa, claramente tentando entender o que eu queria dizer.

— Não quero que você sinta que está dependendo de mim em tudo — continuei, tentando explicar. — Eu aprecio a ajuda, especialmente com o bebê, mas também preciso ter um pouco de independência.

Ele inclinou a cabeça levemente, considerando minhas palavras por um momento antes de responder.

— Percy, entendo o que você está dizendo. Não é minha intenção controlar tudo na sua vida. O cartão é apenas uma maneira de facilitar as coisas para você durante essa fase. Não quero que se preocupe com questões financeiras. Quero que concentre sua energia em você e no bebê. Mas se isso for um problema para você, podemos ajustar as coisas.

O tom dele era firme, mas havia uma leveza em suas palavras que sugeria que ele realmente estava tentando fazer o certo — pelo menos do jeito que sabia.

Eu respirei fundo, ainda sentindo uma leve tensão.

— Eu entendo, Lohan. E aprecio de verdade. Só preciso encontrar um equilíbrio. Aceitar sua ajuda sem sentir que estou perdendo minha autonomia.

Ele assentiu, finalmente compreendendo. Gina, que até então estava concentrada no quebra-cabeça, olhou para mim com curiosidade, como se estivesse tentando entender o que se passava.

— Tudo bem, Percy. Vamos encontrar esse equilíbrio — disse ele, com um leve sorriso. — Você vai perceber que sou flexível, mesmo que eu pareça rígido às vezes.

Eu ri, aliviado por ele ter entendido.

— Flexível? — brinquei, levantando uma sobrancelha. — Isso vai ser interessante de ver.

Lohan riu também, algo raro, mas sincero.

— Só espere e verá.

Com isso, guardei o cartão no bolso, aceitando que, mesmo com as diferenças, estávamos começando a encontrar uma maneira de coexistir. A estrada à frente ainda seria complicada, mas, naquele momento, parecia um pouco mais fácil de navegar.

Com o cartão no bolso e a leveza da conversa acalmando minhas preocupações, o ambiente ao meu redor parecia mais acolhedor. Lohan não era tão inflexível quanto eu imaginava, pelo menos quando se tratava de mim e do bebê. Ele estava tentando, e isso, por si só, já era um grande alívio.

Gina, ainda segurando a mão de Lohan, olhou para mim com um sorriso inocente e animado, seus olhos brilhando de expectativa.

— Tio Percy, o que vamos fazer agora? — perguntou ela, quebrando qualquer resquício de tensão que ainda restava na sala.

Eu sorri, relaxando mais do que esperava, e respondi com leveza:

— Bem, o que você gostaria de fazer?

Ela pensou por um segundo, os olhos cintilando ainda mais com a ideia que lhe veio à mente.

— Que tal brincar no jardim? O papai adotou um cachorrinho, e a tia Lydia levou ele lá fora pra correr!

Lohan me olhou com um toque de suavidade que eu raramente via nele, como se até ele estivesse sendo contagiado pela leveza de Gina.

— O jardim está bem cuidado. Lydia levou o cachorrinho lá enquanto conversávamos. Acho que seria bom para todos nós pegarmos um pouco de ar fresco — comentou ele, levantando-se e estendendo a mão para Gina.

Ela pulou do sofá, segurando a mão de Lohan, e olhou para mim com expectativa, esperando que eu a seguisse. Levantei-me devagar, sorrindo.

— Tudo bem, vamos ao jardim — concordei, já imaginando que este seria o primeiro de muitos momentos em que Gina me arrastaria para suas brincadeiras.

Seguimos pelo longo corredor que levava ao jardim. Eu podia sentir que algo dentro de mim havia mudado. O peso da mudança ainda estava lá, mas de algum modo, parecia mais leve. Talvez fosse a forma como Lohan estava tentando, ou talvez fosse a presença contagiante de Gina, que transformava qualquer ambiente em uma oportunidade para diversão.

Quando chegamos ao jardim, a visão era impressionante. Árvores altas cercavam o espaço, flores coloridas estavam organizadas com perfeição, e o gramado era amplo e verdejante. Assim que Gina avistou o cachorrinho brincando com Lydia, correu para se juntar a ele. O filhote, pequeno e cheio de energia, disparou em direção a Gina, latindo de alegria.

Lohan e eu nos sentamos em um banco de pedra, observando a cena em silêncio por um momento. O sol começava a se pôr, banhando o jardim em uma luz dourada e criando um cenário de tranquilidade que contrastava com a grandeza controlada da casa.

— Percy, você vai se acostumar com isso — disse Lohan suavemente, quebrando o silêncio. — Sei que parece muita coisa agora, mas quero que você e o bebê se sintam em casa aqui. De verdade.

Eu o olhei, notando uma vulnerabilidade que antes não tinha percebido. Apesar de toda a fachada de controle e perfeição, havia algo genuíno no seu desejo de fazer as coisas certas.

— Obrigado, Lohan — respondi, com sinceridade. — Vamos fazer isso funcionar.

Ele assentiu, sem tirar os olhos de Gina e do cachorrinho que corriam pelo gramado. E, por um breve momento, senti que o equilíbrio que eu tanto buscava talvez estivesse começando a se formar.

— Qual nome deram ao cachorrinho? — perguntei, curioso.

Lohan sorriu, um sorriso raro, quase imperceptível.

— Gina escolheu o nome. Ela quis chamá-lo de Nemo — disse ele, com um toque de carinho na voz.

Eu ri levemente, olhando para Gina e Nemo brincando sob o céu dourado.

— Parece o nome perfeito para ele.

Enquanto o sol continuava a se pôr, trazendo consigo a promessa de novos começos, percebi que, apesar dos desafios e da incerteza, eu estava cercado de pessoas que se importavam comigo e com o bebê. E, pela primeira vez, a ideia de morar naquela casa — com todas as suas particularidades e complexidades — começava a parecer não apenas uma mudança, mas a construção de algo que poderia, verdadeiramente, se tornar um lar.

E assim, a nova jornada realmente começava.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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