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Changbin é evitado por Felix pela próxima semana, e aquela semana vira um mês, e de repente, é novembro. Através da janela, as árvores estão começando a parecer um vasto manto branco, cobertas de neve brilhante e do ar frio do inverno. Changbin não gosta do frio, aquilo remete a sala onde era castigado, mas o inverno traz com ele o fim do ano, o que significa que seus dias no orfanato estão perto de acabar.

Ele se encolhe dentro do casaco grosso que vestia, era longo e cobria além das mãos, mas era confortavelmente quente. Hyunjin está ao seu lado no carro de Doyun, os olhos vidrados no jogo do celular, a direita, Jeongin se agita quando consegue derrotar alguns inimigos no jogo que também jogava. Changbin está no meio deles, quieto e observando o irmão e primo jogando, às vezes lançando olhares para seu avô que dirigia e para sua avó no banco do passageiro. Era uma das típicas semanas onde ele saia do orfanato e ficava com seus avós, e agora ele está acostumado com essa rotina. Hoje em especial, sua avó, Siyoung, os convidou para visitar alguns dos apartamentos onde Changbin pretendia morar assim que saísse do orfanato. Ele tinha comentado por alto em um dos jantares em família que tiveram nos últimos dias que pensava em ficar em uma das casas que seu pai deixou. De início, Changbin percebeu que sua avó relutou sobre a decisão, mas no fim sugeriu que ele escolhesse o melhor apartamento que o acomodasse. Por isso, no passeio de hoje, Changbin finalmente reconheceria as residências, e assim, escolheria o lugar perfeito.

Embora, para Changbin, que estava acostumado com um quarto mofado e uma cama dura, qualquer lugar longe do orfanato seria perfeito. Na verdade, qualquer lugar onde ele pudesse viver com Jisung e Chan seria perfeito.

Doyun estaciona em frente a um prédio alto e moderno, parece um complexo gigante de apartamentos de luxo. Changbin checa a roupa que veste e não sabe se é aceitável alguém como ele entrar em um lugar tão luxuoso. A família de sobrenomes semelhantes desce do carro e Changbin hesita ao encarar a estrutura, mas Hyunjin segura no seu braço e o leva até os portões altos. Doyun aperta um botão do interfone e diz o próprio nome, e logo tudo estala e abre sozinho. Changbin espera que todos não percebam o quão impressionado ele ficou, ele não quer parecer um menino do interior surpreso com a tecnologia, embora ele fosse sim um menino do interior que não era acostumado com a modernidade. Eles passam pelas portas de arraste e um homem uniformizado os aguarda com um sorriso sintético e olhos cansados. Changbin novamente hesita quando ele os leva até um dos três elevadores e os deixa subir até o quinto andar.

Jeongin sorri para Changbin quando tudo que ele consegue pensar é que ele está aterrorizado. Aterrorizado por estar rodeado por um tipo de grandeza que não parece certa. Que não parece se encaixar com quem ele é. Às vezes durante a madrugada, quando não consegue dormir, Changbin reflete sobre tudo que estava acontecendo, pensa no seu pai e em tudo que ele era dono agora. Nas riquezas, no dinheiro, nas casas, nos carros e investimentos, e parece tudo tão grande. Tão grande para suas mãos frágeis e machucadas. E às vezes Changbin chega a conclusão que está sonhando. Impossível que eu seja herdeiro disto, eles estão enganados, eu não sou um deles. Mas então, ele novamente pensa em Jeongin, seu primo, e em Hyunjin, seu irmão mais novo, e ele se sente confortável em ter parentes e pessoas que são do seu sangue que o amam. Ele pensa em seus avós que parecem ter encontrado novamente o motivo para viver, e pensa em seus tios e tias que conheceu ao decorrer dos meses, e talvez fazer parte de uma família biológica não fosse tão ruim.

Ele encara as costas largas de seu avô, Seo Doyun, e se sente seguro. Doyun digita uma senha na porta e ela se abre em um click baixo. Changbin é o primeiro a entrar no apartamento, sendo recepcionado por uma larga sala de estar branca e mobiliada, tudo era novo e parecia brilhar, o sofá branco com almofadas, o piso de madeira escura, as plantas estão com as folhas verdes e bonitas, parecem estar sendo cuidadas diariamente, além da televisão presa a parede com um pequeno hack embaixo contendo molduras com fotos e mais algumas decorações espalhadas. Changbin tira os sapatos e ele gira pela sala de estar gigante, e através das cortinas de blackout, ele vê a varanda, um espaço pequeno mas confortável, com duas cadeiras com estofamento marrom, além da pequena mesa de centro com um jarro de lírios do campo. Changbin se apoia no parapeito, e encara a paisagem mórbida da cidade movimentada lá embaixo, com pessoas indo e vindo, apressadas com suas próprias vidas e relações. Ele se sente distante de todas as complicações ali de cima, sente como se não fizesse parte desse mundo complicado.

— Hyung — Jeongin o chama, e ele se vira para encarar o menino de aparelho e olhos de raposa. — Vamos ver o restante da casa. — Changbin hesita, mas vai. Além da sala espaçosa, a cozinha era outro grande absurdo da modernidade, tudo parecia feito sob medida, de uma maneira muito bem pensada e arquitetada, era como se cada coisinha naquele lugar enorme tivesse seu devido espaço. E no segundo andar, estavam os quartos, três no total, todos suítes, embora o apartamento tivesse um banheiro no andar inferior.

— O que achou, filho? — Siyoung indaga com toda a suavidade de sua melodiosa voz, ela parece elegante usando um longo sobretudo preto com um conjunto de calça e camiseta também pretos. Ela e Changbin estão sozinhos na varanda, enquanto os outros rapazes estão explorando a casa sob a supervisão de Doyun. Changbin não tem certeza de quantas vezes ficou sozinho com a avó, mas aquela hesitação de antes hoje em dia já não era mais tão presente, a presença dela era confortável e silenciosa. Era como estar perto de Chan. Ele e sua avó eram confortavelmente silenciosos, atenciosos e cuidadosos. Changbin sente que eles se dariam super bem e torce para que ele possa apresentá-lo a Siyoung logo, não como seu melhor amigo de infância, mas sim como seu namorado. Um dos seus namorados.

— É bem legal. — Diz, ainda preso a paisagem. — Gostei bastante daqui. — Quando Changbin olha para ela, Siyoung sorri e estica a mão, na intenção de acariciar seu cabelo. Ele apenas aceita ao se espichar em direção ao toque suave dos dedos dela, e ela parece estar prestes a chorar. Os carinhos físicos ainda era algo que Changbin estava se acostumando, sabia que Siyoung gostava de todo tipo de toque físico, ele via como a mulher tratava Jeongin, sempre com beijos nas bochechas, além dos abraços longos e demorados. Changbin quer se acostumar com esse carinho, porque parecia bom e ele talvez também quisesse se sentir um pouco amado pelas pessoas além dos seus namorados.

— Você está cada dia mais parecido com Chunghee. — Ela diz, a voz embargada por uma dor ainda presente, como uma ferida que estava aos poucos se curando. Changbin a abraçou pelos ombros e deseja absorver um pouco daquela dor dormente que parece assombrá-la, mas não pode fazer isso. Por isso, apenas a abraça por alguns instantes até ver Doyun surgir pelas portas corrediças da varanda.

Ele para no batente e os observa com um sorriso complacente, e Changbin também quer abraçá-lo. O luto deles parecia tão dolorido e pessoal, e ele nem pode imaginar como deve ser angustiante carregar tanta dor dentro do peito. Ele sabe como é se sentir doente e atormentado por uma dor que parece persegui-lo, ele teve pesadelos constantes com Haeri durante toda a infância, porém, sua dor era um pouco mais física do que mental, a exterior sendo mais fácil de ser tratada, alguns remédios aqui e ali, alguns dias de descanso e mais algumas horas chorando no colo de seus amigos e o menino estava novo. Porém, com seus avós era diferente. E Changbin de repente fica triste por parecer com seu pai, mas não diz nada. Eles partem para o próximo apartamento logo depois que Siyoung está mais calma e Hyunjin e Jeongin terminam de explorar a residência.

(...)

O dia termina e Changbin não sabe em quantos condôminos e apartamentos entrou, mas a indecisão está presente em seus pensamentos quando ele chega na casa dos avós e começa a subir as escadas até seu quarto — ele ganhou um lugar só para ele ao decorrer dos meses, um lugar onde ele pôde decorar do jeito que quisesse e com móveis que ele mesmo escolheu junto a Siyoung. Ele abre a porta e o ar frio do ar condicionado o recepciona, Changbin larga o casaco grande que vestia em cima da cama de casal espaçosa, vai até a janela e abre as cortinas, lá fora a neve parece ainda mais densa. Ele torce para que Chan esteja seguro e que Jisung esteja bem também.

Ele não precisa se virar para saber quem está abrindo a porta. Hyunjin entra no quarto sem bater — como de costume —, ele sorri para Changbin quando sobe na cama e cruza as pernas.

— Já sabe em qual casa você vai querer morar? — Hyunjin indaga, acompanhando Changbin andar pelo quarto atrás da mochila que trouxe do orfanato. Em todas as visitas, Changbin tinha o costume de não desfazer as malas, talvez fosse o sentimento de que no final das contas, ele voltaria até o orfanato, então não via necessidade de desfazer tudo. Era como um aviso que logo ele voltaria àquele lugar que tanto detesta, por isso, nunca desfaz completamente, apenas deixa tudo pronto em um canto e vez ou outra tira uma roupa de dentro, sem causar muita bagunça.

— A primeira que fomos é uma boa opção, é perto do centro, de umas faculdades e até de onde o senhor Doyun trabalha. — Ele responde enquanto abaixa rente a mala e procura pelo pijama que trouxe. — Mas aquela no condomínio fechado também é uma boa opção, é bem mais particular, entende? — Hyunjin balança a cabeça quando Changbin o olha. — É mais a cara do Chan, mas Jisung vai querer algo mais no centro, fica melhor para chegar nos lugares do que um local mais afastado.

— Você tá sempre pensando neles, né? — Hyunjin deita a cabeça um pouco para o lado quando olha para o irmão. Changbin sente as orelhas quente e não diz nada, porque sim, ele está sempre pensando neles dois. — Mas hyung, é importante saber o que você acha. É sua escolha. Tem que ser o lugar onde você se sinta confortável. Pensa um pouco em como você quer que as coisas sejam, aposto que eles dois vão te apoiar em qualquer decisão.

Changbin sabe que sim. Ele sabe que qualquer que seja sua escolha para a casa deles, Chan e Jisung vão com ele sem hesitar. Todavia, Changbin quer o lugar perfeito para eles, onde eles se sintam confortáveis, porém, considera um pouco o que Hyunjin diz. Ele deixa o irmão deitado na cama enquanto vê televisão e vai para o banheiro acoplado ao quarto, Changbin toma uma ducha quente rápida e fecha os olhos um pouco. É sua escolha. A fala de Hyunjin parece persegui-lo em pensamentos. Ele acha que pode ficar em qualquer lugar, todas as opções parecem ótimas, mas há algo naquele primeiro apartamento que parece prender sua atenção. Ele quer ir lá novamente, mas com Jisung e Chan, quer que eles também sintam o que ele sentiu ao estar dentro da casa.

Changbin evita o espelho ao se vestir ainda no banheiro. Ele usa um conjunto de calça xadrez e camisa de manga comprida, apesar de dentro do quarto não esteja tão frio. Ele sai e Hyunjin ainda está lá, esparramado na cama de casal larga. Ele desliga as luzes e deixa somente a televisão ligada no filme que está passando, e sobe na cama ao lado do irmão. Jeongin está na casa dos pais essa noite, então quando Changbin sobe na cama e percebe que pode se esticar o quanto quiser, ele sente um pequeno vazio pela ausência do menino mais novo. Jeongin sempre foge para dormir na sua cama quando Changbin vem visitá-los. Changbin se acostumou com essa pequena rotina. Porém, hoje era somente ele e Hyunjin. Seu irmão se agita ao lado e fica tentado a perseguir o sono, mas mantém os olhos bem abertos, atento a televisão.

Changbin puxa o cobertor grosso até a altura do queixo, procurando pelo sono. Os pesadelos que tinha antes diminuíram consideravelmente desde que ele começou a sair mais do orfanato e desde que Haeri parou de aparecer com frequência na instituição. Mas todas as vezes que Changbin a via, era como reviver o passado. Ele sente arrepios ruins só de imaginar. Eventualmente a televisão é desligada e Changbin ainda está acordado quando Hyunjin se remexe na cama e deita na sua direção. Hyunjin tem o costume de abraçar quando está começando a cochilar, por isso Changbin não se assusta quando uma mão o puxa para perto, e logo ele está envolvido em um abraço frouxo e quente.

Ele quer dormir também, mas sabe que vai demorar. As paredes escuras são sua companhia além da respiração calma de Hyunjin ao lado, ele acaricia o cabelo macio do irmão e evita os pensamentos ilógicos que inudam sua mente turbulenta. Changbin pensa nas casas e apartamentos que vou durante o dia, pensa nas melhores opções e nos pós e contras. Todas elas eram lindas, espaçosas e bem localizadas, mas são tantas escolhas que ele não sabe qual seria a melhor. De repente, o pensamento que se Chan e Jisung estivesse com ele, tudo seria mais simples. De alguma forma sempre é mais simples quando os três estão juntos. Um sorriso escapa e Changbin se encolhe, ainda aninhado próximo ao irmão caçula.

Ele finalmente fecha os olhos e o silêncio paira. Changbin sonha àquela noite com uma sala espaçosa e luzes vindo de uma varanda, mas não consegue identificar onde está. E então escuta vozes conhecidas, risadas que enchem seu coração de um sentimento genuíno de alegre. Ele persegue as vozes embaralhadas por caminhos cheio de luzes mas não sabe para onde ir, apenas sabe que é seguro para onde está indo. Ele corre por corredores claros e as vozes aumentam. E então, ele se vê de frente para dois caminhos, dois corredores de paredes altas e claras, e ele não sabe para onde ir, as vozes continuam, rindo, cantando, o chamando, dos dois lados. Ele se vê sem escolhas.

Então, as luzes se apagam e o tempo acabou. Ele não soube tomar a decisão final. Changbin acorda minutos ou horas depois, os olhos cheios de lágrimas e com aquele sentimento persistente no peito.

Talvez não fosse um sonho tão bom quanto imaginou.

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